Rede UFF de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Documentos relacionados
Rede UFF de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Coordenação: Julio Cesar Wasserman

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DO PORTO DE ABRIGO PARA A PEQUENA PESCA NA ILHA DA CULATRA

Divisão de Química e Poluição do Meio Marinho. ValorSul - Monitorização Ambiental de sedimentos ( )

SANEAMENTO AMBIENTAL EXPERIMENTAL - TH 758

Sensoriamento Remoto no Estudo da Água

CENTRAL DE COMPOSTAGEM DE LODO DE ESGOTO DA ETE LAVAPÉS

ph, 25oC... Escala de Sorensen 6,5-8,5 5,5-9,0 5,5-9,0 Cor (após filtração simples)... mg/l, escala Pt-Co 10 O) (O) (O) 200

INFLUÊNCIA DO RIO SÃO FRANCISCO NA PLATAFORMA CONTINENTAL DE SERGIPE

MONITORIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NOS AÇORES: RESULTADOS PRELIMINARES. Manuela Cabral, Marisa Domingos, Manuela Macedo, J.

Estrutura do Boletim (Report Card) da Baía de Guanabara e sua Bacia Hidrográfica guanabara- bay/

Diagnóstico da qualidade química das águas superficiais e subterrâneas do Campus Carreiros/FURG.

ESCLARECIMENTOS. Água do Rio Doce e do mar Bioacumulação de peixes Diálogo

II PROJETO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL

6 - Dados. TH036 - Gerenciamento de RH

A Qualidade da Água Superficial e Subterrânea

ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA BAÍA DE SEPETIBA POR MERCÚRIO

III Workshop BIOTA/FAPESP-Araçá Distribuição de contaminantes orgânicos e inorgânicos em sedimentos marinhos na Baía do Araçá em São Sebastião, SP

UTILIZAÇÃO DA CAFEÍNA COMO INDICADOR DE CONTAMINAÇÃO POR ESGOTO DOMESTICO NO AÇUDE BODOCONGÓ EM CAMPINA GRANDE PB

SOLUÇÕES EM ENGENHARIA, SANEAMENO E MEIO AMBIENTE

4 A Baía de Guanabara

MONITORAMENTO EDÁFICO HÍDRICO

CENTRO UNIVERSITÁRIO - UNIVATES LABORATÓRIO UNIANÁLISES Sistema de Gestão da Qualidade INSTRUÇÕES PARA AMOSTRAGEM

Dinâmica dos sedimentos em suspensão na área do porto de Sines. A. Oliveira A. I. Santos C. Pólvora

8. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Qualidade das águas da Lagoa de Saquarema

Qualidade das águas da Lagoa de Saquarema

DINÂMICA HIDROLÓGICA E GEOQUÍMICA DA BACIA AMAZÔNICA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO DISCIPLINA SEMINÁRIOS EM CIÊNCIA DO SOLO II

16 Efluentes/Processos de tratamento 56 Processos oxidativos avançados 58 Flotação 59 Descargas de efluentes após tratamentos químicos 59 Reúso da águ

Estrutura da Apresentação

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS E ARSÊNIO E SUA RELAÇÃO COM GRANULOMETRIA E ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS NO CANAL DO PORTO DE SANTOS.

3. Área de estudo Introdução A Baía de Guanabara

IFRN CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

6. ANÁLISE DE METAIS EM AMOSTRAS DE ÁGUA PROVENIENTES DE AMBIENTE SALINO

II DISPOSIÇÃO DE LODO DE ESGOTO NO SOLO AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS SANITÁRIOS

5 Caracterização Hidrogeológica

Delineamento experimental SANEAMENTO AMBIENTAL EXPERIMENTAL TH 758

Atributos químicos no perfil de solos cultivados com bananeira sob irrigação, no Projeto Formoso, Bom Jesus da Lapa, Bahia

Documento Assinado Digitalmente

ESCLARECIMENTOS. Água do rio Doce e do mar Redução da turbidez Bioacumulação de peixes Diálogo

1. INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

1º WORKSHOP INTERNACIONAL DE GERENCIAMENTO DE MATERIAL DRAGADO

Monitorização da Qualidade das Águas e dos Sedimentos

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL HIDROLOGIA APLICADA

GABARITO PROVA DE QUALIDADE DA ÁGUA E DO AR SELEÇÃO PPGRHS

DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DOS NUTRIENTES NA LAGUNA DE ARARUAMA ENTRE OS ANOS DE 2010 E 2011

45 mm SEDIMENTOS BIODETRITICOS DA PLATAFORMA CONTINENTAL SUL DE ALAGOAS

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM QUALIDADE DA ÁGUA

Qualidade das águas do Rio São João

Contraste geoquímico e mineralógico entre os sedimentos da crista da ilha Terceira e do monte submarino Great Meteor

18 a Campanha de medições de vazão e amostragem de água e sedimentos na bacia do rio Solimões e no rio Amazonas

MONITORAMENTO DA ÁREA DRAGADA NO TERMINAL MARÍTIMO DA CSA EM SEPETIBA

XII Semana FIESP-CIESP de Meio Ambiente. Estratégias de Proteção da Qualidade das Águas Superficiais na RMSP

Análise da qualidade da água. Parâmetros inorgânicos e físico-químicos. Coleta 4 - dezembro Contrato n

Avaliação das concentrações de Cd, Cr, Pb, Cu e Zn em água, sedimento e Neocorbicula limosa (Mollusca:Bivalvia) no sistema do Guaíba (RS)

Esclarecimentos relativos ao Edital de Chamamento Público para o Recebimento de Doações de Estudos Portuários nº 1/2019

Qualidade das águas da Lagoa de Saquarema

BIOGEOQUIMICA DOS LAGOS DE VARZEA DA BACIA AMAZÔNICA. 20/11/ /11/2006 (Manaus Várzea de Janauaca - Manaus)

Valéria Pinho Gomes*, Cauane Amaral*, Luiz Carlos Gonçalves N. Júnior*, Augusto César**, Denis M. S. Abessa***

Qualidade das águas do Rio São João

Quadro 7.9 Resumo do valor estimado de CO e comparação com o respectivo valor limite legislado

Biodiversidade e Funcionamento de um Ecossistema Costeiro Subtropical: Subsídios para Gestão Integrada. BIOTA/FAPESP - Araçá

MONITORAMENTO EDÁFICO HÍDRICO

Documento Assinado Digitalmente

Aula 7 QUÍMICA DE SEDIMENTOS. Carlos Alexandre Borges Garcia Elisangela de Andrade Passos

Monitoramento da Qualidade da Água na. Região da UHE Mauá: 4 Trimestre da Fase Reservatório

v Objetivo Geral Propor a inclusão de nota ambiental, com o uso de indicadores ambientais, no Sistema Desempenho Portuário (SDP) utilizado pela

Análise espacial e temporal das características limnológicas do reservatório de Salto Grande (Americana, SP)

SUMÁRIO 1. Considerações iniciais 2. Bacia do rio Macaé 3. Bacia do rio das Ostras 4. Bacia da lagoa de Imboacica 5.

6 Conclusões e Sugestões para Futuras Pesquisas

Qualidade da Água para a Aquicultura

20 o CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Painel: Meio Ambiente

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA E QUANTIDADES LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA NATUREZA. Uruguaiana, maio de 2016.

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM GRÃOS DE SOJA E FEIJÃO CULTIVADOS EM SOLO SUPLEMENTADO COM LODO DE ESGOTO

Reginaldo Gava Sérgio Siebra

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DAS CINZAS DO CARVÃO PARA CLASSIFICAÇÃO QUANTO SUA PERICULOSIDADE

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA CINZA DO BAGAÇO DA CANA DE AÇÚCAR DE UMA USINA SUCROALCOOLEIRA DE MINEIROS-GO

ÁREAS CONTAMINADAS: GERENCIAMENTO E ESTUDO DE CASO. Otávio Eurico de Aquino Branco Abril de 2013

PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS E DOS SEDIMENTOS DA CTRSU VALORSUL ( )

MONITORAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO BENFICA COM VISTAS À SUA PRESERVAÇÃO

ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS (IQA) DA BARRAGEM DE SANTA CRUZ APODI/RN

25 a campanha de amostragem de água e sedimentos nas bacias dos rios Guaporé, Tapajós e Xingu

AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADOS EM SOLOS E SEDIMENTOS NA REGIÃO DA MINA MORRO DO OURO, PARACATU- MG

Qualidade das águas do Rio São João

Portaria IAP nº 259 DE 26/11/2014

Tecnologias para disposição final de resíduos sólidos urbanos em municípios de pequeno porte. Dr. Cristiano Kenji Iwai

VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE DE ABSORÇÃO DE METAIS PESADOS PELO VEGETAL Lactuca sativa (ALFACE), ATRAVÉS DE FITORREMEDIAÇÃO

DESTINAÇÃO AGRÍCOLA DE LODO DE ESGOTO

Hidrografia, correntometria e modelagem numérica em apoio a obras de engenharia costeira no canal de Piaçaguera (Santos SP)

Conferências e apresentação de livros ao fim da tarde

O Composto Ferti Trás-os-Montes. Margarida Arrobas CIMO-ESA-IPB

MODELAGEM HIDRODINÂMICA COMO FERRAMENTA PARA A GESTÃO DA CAPACIDADE DE SUPORTE EM PROJETOS DE AQÜICULTURA. Julio Cesar Wasserman

PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADEDAS ÁGUAS E DOS SEDIMENTOS ( )

Qualidade das águas da Lagoa de Saquarema

Ciências do Ambiente

PROJECTO DE MELHORIA DA PRODUTIVIDADE DO TERMINAL DA SAPEC EM SETÚBAL. Projecto de Execução

ASPECTOS DA HIDROLOGIA CONTINENTAL

PHD-5004 Qualidade da Água

MODELOS DE APOIO À DECISÃO DE PROJETOS DE DISPOSIÇÃO OCEÂNICA DE ESGOTOS

Transcrição:

Rede UFF de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Avaliação Ambiental do Projetoo de Dragagem do : Relatório das Fases de Dragagem Coordenação: Julio Cesar Wasserman Niterói, 26 de maio de 2009

Avaliação Ambiental do Projeto de Dragagem do Porto do Sudeste: Plano de Dragagem 2 Coordenação: Julio Cesar Wasserman 1. INTRODUÇÃO As dragagens de sedimentos contaminados constituem problemas ambientais devido à liberação de metais pesados e outros poluentes para a coluna d água durante a intensa oxigenação de materiais anóxicos. No mundo inteiro, os procedimentos de dragagem vêm sofrendo sérias restrições devido aos impactos que eles provocam nos organismos, disponibilizando poluentes para a coluna d água, os quais são biomagnificados ao longo da cadeia trófica. Além dos impactos observados na própria área de dragagem pela remobilização dos poluente, ficou demonstrado que os prejuízos aos organismos nas áreas de bota-fora eram ainda muito mais significativos e de longa duração. Normalmente as áreas selecionadas para bota-fora do material eram menos impactadas e, por esta razão, os prejuízos eram muito maiores. No Brasil, a Resolução CONAMA 344 publicada no ano de 2004 dificultou muito os processos de dragagem de áreas contaminadas, pois impedia a destinação de materiais em bota-foras nas águas jurisdicionais brasileiras. Neste caso a Resolução estabelece a proibição de destinar sedimentos contaminados nos limites das águas jurisdicionais brasileiras, isto é além das 200 milhas da costa. A legislação estabeleceu uma classificação dos sedimentos segundo seus níveis de contaminação, sendo os níveis 1 e 2 definidos na Tabela 1. As classes de água doce são delimitadas pelas salinidades inferiores a 0,5. As águas salobras são delimitadas pelos valores de 0,5 e 30 e as águas salgadas são consideradas superiores a 30. Nos casos de ultrapassagem dos níveis 1 ou 2 o Artigo 7º estabelece que não haverá necessidade de estudos mais aprofundados se b) material cuja concentração de poluentes for menor ou igual ao nível 1, ou c) material cuja concentração de metais, exceto mercúrio, cádmio, chumbo ou arsênio, estiver entre os níveis 1 e 2, ou... A legislação só permite a disposição de materiais contaminados após a realização de ensaios toxicológicos que comprovem o baixo impacto dos sedimentos

no meio ambiente. Após a destinação, a área deve ser sujeita a monitoramentos que comprovem a ausência de impactos significativos. 3 Tabela 1: Classificação dos sedimentos segundo a concentração de alguns metais pesados: Metais Água doce Água salobra/salgada (mg kg -1 ) Classe 1 Classe 2 Classe 1 Classe 2 As 5,9 17,0 8,2 70,0 Cd 0,6 3,5 1,2 9,6 Cr 37,3 90,0 81,0 370,0 Cu 35,7 197,0 34,0 270,0 Hg 0,170 0,486 0,150 0,710 Ni 18,0 35,9 20,9 51,6 Pb 35,0 91,3 46,7 218,0 Zn 123,0 315,0 150,0 410,0 Carbono Orgânico: Valor de atenção: 10 % Nitrogênio Kjeldal 4800 mg kg -1 Fósforo total 2000 mg kg -1 Fonte: (CONAMA 2004) Não obstante as dificuldades estabelecidas pela CONAMA 344/2004, em 2005 a necessidade de realização de uma dragagem no Terminal Marítimo da Companhia Siderúrgica Atlântica trouxe para o Brasil um procedimento que já vinha sendo aplicado em outros países havia muitos anos, o CDF (Confined Disposal Facility), que é constituído por uma área de menor contaminação que é dragada a grande profundidade e o sedimento contaminado é ali destinado. Uma camada superficial de sedimento de mesma granulometria sela o sistema. Embora o órgão ambiental tenha estabelecido muitas restrições em relação a esta técnica, a organização de um programa de monitoramento muito cuidadoso tranqüilizou todos envolvidos no processo. Este relatório apresenta de maneira detalhada os procedimentos utilizados para estabelecer as diversas fases de dragagem do, seu canal e sua bacia de evolução. Estes procedimentos foram estabelecidos de acordo com os níveis de contaminação do sedimento avaliados nos estudos realizados no EIA-RIMA e

outros estudos complementares, considerando apenas a contaminação do Cd e do Zn, únicos poluentes que apresentam concentrações que classificam o sedimento como nível 1 ou 2 (águas salobras e salgadas). 4 2. METODOLOGIA O EIA-RIMA estabeleceu valores de concentração em 4 camadas do sedimento de 0 a 50 cm, de 50 a 100 cm, de 100 a 150 cm e de 150 a 200 cm de profundidade. Para cada uma das camadas foi construído uma mapa de isolinhas de concentração para todos os metais analisados. Os mapas de todos os metais foram apresentados em relatório anterior, mas neste retomamos apenas os mapas de interesse, que são os de Cd e Zn. Estes elementos foram selecionados pois de acordo com o artigo 7º da CONAMA 344/2004 (mencionado mais acima) eles são os únicos que situando-se nas classes 1 ou 2 que sujeita o sedimento a procedimentos especiais. No nosso caso, assumimos como medida de mitigação suficiente, sua destinação em CDF. Amostragens complementares de testemunhos de 100 cm foram realizadas de maneira a abranger toda a área a ser dragada, inclusive o CDF, cuja posição é sugerida a Oeste da área de dragagem. As estações de amostragem estão representadas nas Figuras 1 e 2. A Figura 1 apresenta as amostras de 200 cm de profundidade apresentadas no EIA-RIMA e a Figura 2 apresenta as amostras de 100 cm de profundidade coletadas mais recentemente. Neste plano, serão utilizadas as amostras da amostragem complementar para planejar as dragagens em profundidades até 100 cm. As concentrações medidas no EIA-RIMA serão utilizadas para o planejamento das dragagens em profundidades entre 100 e 200 cm. Os mapas indicando as variações de concentrações nos vários níveis estudados estão apresentados nas Figuras 3 a 10. Um mapa das concentrações de mercúrio também foi apresentado (Figura 11) pois suas concentrações encontram-se muito próximas do limite de 150 µg kg -1, correspondente à classe 1 da CONAMA 344/2004. As Figuras 12 a 15 apresentam ainda as porcentagens de finos (%< 63µm) dos sedimentos pois este parâmetro é muito importante para a determinação do tipo de draga a ser utilizado nos serviços.

Ilha da Madeira 7465000 Figura 1: Estações de amostragem do EIA-RIMA.

7465000 Ilha da Madeira 6 Figura 2: Estações de amostragem complementares. Os pontos da bacia de evolução foram coletados em triplicata.

Ilha da Madeira 7465000 4 7 3.6 3.2 2.8 2.4 2 1.6 1.2 0.8 0.4 0 Figura 3: Concentração de cádmio (em mg kg -1 ) na camada de 0 a 50 cm. Não aparecem concentrações acima do limite da classe 1 da CONAMA 344/2004.

Ilha da Madeira 7465000 4 8 3.6 3.2 2.8 2.4 2 1.6 1.2 0.8 0.4 0 Figura 4: Concentração de cádmio (em mg kg -1 ) na camada de 50 a 100 cm. A linha preta corresponde ao limite da classe 1 da CONAMA 344/2004.

Ilha da Madeira 7465000 4 9 3.6 3.2 2.8 2.4 2 1.6 1.2 0.8 0.4 0 Figura 5: Concentração de cádmio (em mg kg -1 ) na camada de 100 a 150 cm. A linha preta corresponde ao limite da classe 1 da CONAMA 344/2004.

Ilha da Madeira 7465000 4 10 3.6 3.2 2.8 2.4 2 1.6 1.2 0.8 0.4 0 Figura 6: Concentração de cádmio (em mg kg -1 ) na camada de 150 a 200 cm. A linha preta corresponde ao limite da classe 1 da CONAMA 344/2004.

7465000 Ilha da Madeira 950 850 750 650 550 450 400 11 300 200 100 0 Figura 7: Concentração de zinco (em mg kg -1 ) na camada de 00 a 50 cm. A linha preta corresponde ao limite da classe 1 e a linha vermelha corresponde ao limite da classe 2 da CONAMA 344/2004.

7465000 Ilha da Madeira 950 850 750 650 550 450 400 12 300 200 100 0 Figura 8: Concentração de zinco (em mg kg -1 ) na camada de 50 a 100 cm. A linha preta corresponde ao limite da classe 1 e a linha vermelha corresponde ao limite da classe 2 da CONAMA 344/2004.

7465000 Ilha da Madeira 950 850 750 650 550 450 400 13 300 200 100 0 Figura 9: Concentração de zinco (em mg kg -1 ) na camada de 100 a 150 cm. A linha preta corresponde ao limite da classe 1 da CONAMA 344/2004.

Ilha da Madeira 14 7465000 950 850 750 650 550 450 400 300 200 100 0 Figura 10: Concentração de zinco (em mg kg -1 ) na camada de 150 a 200 cm. A linha preta corresponde ao limite da classe 1 da CONAMA 344/2004.

7465000 Ilha da Madeira 0.2 0.18 0.16 15 0.14 0.12 0.1 0.08 0.06 0.04 0.02 0 Figura 11: Concentração de mercúrio (em mg kg -1 ) na camada de 0 a 50 cm. As manchas entre roxo e lilás indicam os valores próximos a 0,150 mg kg -1, limite da classe 1 da CONAMA 344/2004. Não houve nenhuma medição de ultrapassagens do limite.

7465000 Ilha da Madeira 100 16 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Figura 12: Distribuição da porcentagem de finos (<63µm) na camada de 0 a 50 cm. 0

7465000 Ilha da Madeira 100 17 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Figura 13: Distribuição da porcentagem de finos (<63µm) na camada de 50 a 100 cm. 0

7465000 Ilha da Madeira 100 18 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Figura 14: Distribuição da porcentagem de finos (<63µm) na camada de 100 a 150 cm. 0

7465000 Ilha da Madeira 100 19 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Figura 15: Distribuição da porcentagem de finos (<63µm) na camada de 150 a 200 cm. 0

É importante sublinhar que os mapas de distribuição das camadas 100 a 200 foram feitos com base em procedimentos matemáticos de interpolação e de extrapolação (Krigagem), definidos por um plano amostral que não se encaixou perfeitamente na área definida para a construção do porto (veja pontos amostrais na Figura 1). Isto se deve ao fato de após a aprovação do EIA-RIMA, modificações no projeto levaram ao deslocamento das áreas de dragagem. As curvas preta e vermelha nas figuras são consideradas extremamente importantes, pois delimitam as áreas de classe 1 ou classe 2 daquelas não classificadas. 3. PLANOS DE DRAGAGEM A seguir estão relacionados os procedimentos de dragagem necessários para a redução ao máximo dos impactos ambientais e ao mesmo tempo seguir os procedimentos necessários ao aprofundamento das áreas do : 1) A dragagem deve iniciar pela construção do CDF. As análises de concentração dos metais na área do CDF indicam que as concentrações até um metro de profundidade não constituem risco para os organismos. Considerando a granulometria de ambas as camadas (em torno de 40 a 50 % de areia), será necessária a utilização de uma draga do tipo CSD (Figuras 16 e 17). Para os sedimentos mais profundos, supostamente mais arenosos, será possível a utilização de uma draga de sucção ou uma draga autotransportadora (TSHD; Figuras 18 e 19), com destinação do material para áreas próximas mais profundas ou para o mar. No caso da CSA o material arenoso foi utilizado nos aterros da própria indústria. Para isto, é necessário obter uma autorização de lavra junto ao DNPM. Lembro que atualmente alguns grandes empreendimentos como o COMPERJ têm enorme demanda de material de empréstimo. O volume total do CDF deve ser da ordem de 510.455 m 3, correspondentes a uma camada de 46.405 m 3 de capping e mais 464.050 m 3 de sedimento contaminado oriundo da dragagem do porto. As dimensões do CDF devem ser: área de 46.405 m 2 e profundidade de 11 m.

21 Figura 16: Esquema de draga do tipo CSD (Cutter Suction Dredge). Figura 17: Detalhe da cabeça de corte da CSD.

22 Figura 18: Esquema de uma draga do tipo TSHD (Trailling Suction Hopper Dredge). Figura 19: Draga tipo TSHD em operação. 2) Quando o CDF estiver pronto, será iniciado o processo de dragagem da área de atracação, da bacia de evolução e do canal. Sugere-se que duas dragas operem simultaneamente, uma nas áreas contaminadas e outra nas áreas não contaminadas. A draga das áreas contaminadas pode ser uma draga tipo CSD (para granulometria fina em sedimentos muito agregados) com duto de despejo no CDF, equipado de difusor (Figura 20). Nas áreas menos contaminadas uma draga tipo auto-transportadora (TSHD) poderá despejar o

material em local mais profundo ou em mar aberto, sendo possível ainda a utilização do material para aterros (desde que obtida autorização de lavra do DNPM). As áreas contaminadas estão delimitadas para cada nível nas Figuras 21, 22, 23 e 24. Apresentamos ainda as coordenadas dos vértices destas delimitações no anexo 1. A tabela 2 indica o volume a sedr despejado no CDF de cada uma das camadas até os 2 metros. Obs.: A operação das duas dragas de maneira simultânea deve seguir procedimentos de distanciamento e movimentação que garantam a segurança da operação e evitem acidentes. 23 Figura 20: Difusor para descarga do material no interior do CDF.

7465000 Ilha da Madeira 24 Figura 21: Mapa da área de dragagem cujo material deve ser destinado ao CDF. Camada 0-50 cm Ilha da Madeira 7465000 Figura 22: Mapa da área de dragagem cujo material deve ser destinado ao CDF. Camada 50-100 cm.

7465000 25 Figura 23: Mapa da área de dragagem cujo material deve ser destinado ao CDF. Camada 100-150 cm. 7465000 Ilha da Madeira Figura 24: Mapa da área de dragagem cujo material deve ser destinado ao CDF. Camada 150-200 cm.

Tabela 2: Volumes de dragagem para o CDF de cada uma das camadas Camada Volume (m 3 ) 0-50 34.750 50-100 82.950 100-150 151.650 150-200 194.700 Profundidade (m) 11 Área total do CDF (m 2 ) 46405 Capping 46.405 Total 510.455 26 3) Após a dragagem dos dois primeiros metros, assumimos que os sedimentos não apresentam mais nenhum tipo de contaminação antrópica e passamos a realizar uma dragagem com draga auto-transportadora com destinação do material em áreas mais profundas da baía ou no mar. No caso de sedimento arenoso, a utilização do material para aterro também é aconselhável, desde que com autorização de lavra pelo DNPM. 4) O capping do CDF deverá ser realizado com material fino oriundo da própria dragagem de níveis não contaminados com draga de sucção tipo CSD. 5) Ao término do preenchimento do CDF, este deve ter seus vértices principais sinalizados com bóias seguindo os padrões da Capitania dos Portos. O posicionamento do CDF deve ser registrado nas cartas náuticas da Marinha. 4. MONITORAMENTOS 1) Monitoramento Contínuo da Qualidade da Água será feito durante a dragagem do material contaminado para disposição no CDF. A estratégia de amostragem deve seguir as seguintes características a) 4 pontos de coleta a 500 m da operação nos sentidos Norte, Sul, Leste e Oeste. b) 1 ponto controle, na enseada de Coroa Grande (representativa do aporte continental e ressuspensão).

c) As coletas serão sempre feitas diariamente, sempre na terceira hora após a maré baixa ou na terceira hora após a maré alta (maior velocidade de correntes de maré). Os parâmetros a serem medidos são: a) Os valores de turbidez dos pontos de coleta não poderão ser superiores em mais de 228 mg L -1 (ver EIA-RIMA do Terminal marítimo da CSA) em relação ao valor da estação controle. b) A salinidade, a temperatura, o oxigênio dissolvido e a transparência da água (disco de Secchii) devem ser medidos concomitantemente a fim de se estabelecer uma caracterização oceanográfica no momento da dragagem. c) Medições horárias de vento e dos parâmetros meteorológicos também deverão ser feitas e para isto, uma mini-estação meteorológica deve ser instalada na draga ou em área próxima, desde que distante de construções ou morros. A velocidade e a direção das correntes também devem ser medidas continuamente (a cada hora) com um ADCP (equipado de datalogger) ou correntômetros (em 3 profundidades). Os dados do monitoramento devem ser transmitidos diariamente a uma estação em terra, onde os dados serão tratados e relatórios semanais serão preparados. Os relatórios devem apresentar os dados de forma numérica e gráfica e devem descrever o andamento das operações e seus impactos. 2) Concentrações de contaminantes no Material Particulado em Suspensão. Uma vez por semana, durante a dragagem do material contaminado, deverão ser feitas amostragens de água nos 5 pontos definidos no item 1, sendo determinados os seguintes parâmetros: a) Quantificação do total de sólidos em suspensão por filtração em filtro de acetato de celulose de abertura de 0,45 µm. b) Metais totais da água ( total recoverable elements ). Os metais a serem analisados são: Cd, Zn. c) Carbono orgânico particulado, nitrogênio total, fósforo total, clorofila a e feopigmentos. Todas estas análises são realizadas em filtros de fibra de vidro tipo GF/C ou GF/F ou similar. d) Formas nitrogenadas dissolvidas (nitrato, nitrito e amônio) e fosfato também devem ser medidos na coluna d água. 27

e) As amostras poderão ser coletadas na superfície, para posterior comparação com os dados também coletados na superfície de turbidez e parâmetros oceanográficos. 3) Monitoramento dos Organismos: Durante o período de dragagem do sedimento contaminado, serão coletadas semanalmente amostras dos organismos abaixo, nos quais serão feitas as seguintes análises: 28 a) Algas: Padina gymnospora. Esta espécie foi escolhida devido à sua larga presença na região e devido ao fato de já existirem estudos sobre a dinâmica de absorção de zinco e cádmio (Amado-Filho, Andrade et al., 1999). Nestas amostras serão feitas análises de Zn e Cd totais. b) Bivalves: Crassostrea rhizophorae: Além da larga distribuição deste molusco na baía de Sepetiba, a espécie já conta com estudo da dinâmica de absorção de cádmio e zinco (Amaral, Rebelo et al., 2005). Nas partes moles dos indivíduos serão feitas análises de Zn e Cd totais

ANEXO 1 Relação das coordenadas dos vértices das camadas a serem dragadas: Camada 0 a 50 cm (a) 29 Ordem Easting Northing 1 617076 7463650 2 617040 7463659 3 617015 7463677 4 616989 7463702 5 616984 7463728 6 616982 7463742 7 616985 7463769 8 617002 7463795 9 617016 7463820 10 617031 7463844 11 617040 7463862 12 617042 7463884 13 617044 7463905 14 617042 7463925 15 617031 7463947 16 617027 7463967 17 617016 7463989 18 617005 7464009 19 617000 7464034 20 616995 7464061 21 616987 7464088 22 616985 7464117 23 616989 7464148 24 617199 7464092 25 617076 7463650 Camada 0 a 50 cm (b) Ordem Easting Northing 1 616719 7463432 2 616703 7463443 3 616701 7463465 4 616705 7463485 5 616715 7463501 6 616728 7463512 7 616746 7463517 8 616764 7463508 9 616773 7463492 10 616773 7463474 11 616772 7463456 12 616759 7463443 13 616719 7463432 Camada 0 a 50 cm (c) Ordem Easting Northing 1 616685 7463213 2 616668 7463226 3 616657 7463238 4 616656 7463255 5 616656 7463271 6 616670 7463284 7 616683 7463289 8 616695 7463285 9 616712 7463280 10 616715 7463266 11 616721 7463247 12 616721 7463233 13 616710 7463222 14 616699 7463218 15 616685 7463213

Camada 50 a 100 Ordem Easting Northing 1 616449 7462820 2 616434 7462836 3 616395 7462860 4 616371 7462881 5 616371 7462879 6 616344 7462914 7 616329 7462952 8 616324 7462995 9 616331 7463063 10 616342 7463106 11 616369 7463159 12 616396 7463193 13 616424 7463211 14 616456 7463231 15 616509 7463244 16 616570 7463229 17 616608 7463209 18 616637 7463191 19 616679 7463157 20 616717 7463115 21 616743 7463079 22 616768 7463032 23 616784 7462997 24 616792 7462963 25 616793 7462928 26 616790 7462908 27 616784 7462894 28 616757 7462854 29 616735 7462816 30 616712 7462791 31 616694 7462773 32 616670 7462762 33 616648 7462753 34 616625 7462753 35 616449 7462820 30 Camada 100 a 150 cm Ordem Easting Northing 1 616502 7462644 2 616906 7462771 3 617078 7462948 4 617044 7463164 5 617007 7463376 6 616944 7463398 7 616909 7463403 8 616853 7463400 9 616801 7463376 10 616763 7463343 11 616739 7463313 12 616721 7463280 13 616706 7463247 14 616679 7463218 15 616628 7463177 16 616596 7463131 17 616576 7463093 18 616572 7463072 19 616576 7463032 20 616572 7463001 21 616556 7462968 22 616527 7462932 23 616491 7462892 24 616454 7462863 25 616427 7462827 26 616415 7462798 27 616411 7462765 28 616420 7462734 29 616431 7462713 30 616440 7462693 31 616447 7462666 32 616449 7462629

Camada 150 a 200 cm (a) Ordem Easting Northing 1 616485 7462640 2 616909 7462773 3 617053 7462916 4 617042 7462959 5 617020 7462999 6 616989 7463030 7 616957 7463048 8 616933 7463079 9 616931 7463117 10 616951 7463173 11 616982 7463235 12 616998 7463278 13 617005 7463331 14 616998 7463382 15 616984 7463440 16 616971 7463476 17 616962 7463519 18 616960 7463572 19 616966 7463630 20 616975 7463664 21 616982 7463711 22 616980 7463749 23 616973 7463800 24 616951 7463840 25 616922 7463894 26 616902 7463922 27 616875 7463949 28 616748 7463690 29 616703 7463592 30 616645 7463481 31 616603 7463420 32 616512 7463295 33 616445 7463191 34 616431 7463124 35 616476 7463119 36 616552 7463117 37 616590 7463110 38 616628 7463095 39 616681 7463070 40 616739 7463059 41 616813 7463039 42 616844 7463026 43 616859 7463017 44 616868 7462997 45 616899 7462919 46 616917 7462861 47 616920 7462840 48 616911 7462825 49 616899 7462809 50 616877 7462800 51 616855 7462794 52 616819 7462798 53 616772 7462811 54 616732 7462838 55 616695 7462869 56 616663 7462903 57 616632 7462919 58 616601 7462927 59 616572 7462925 60 616540 7462912 61 616474 7462854 62 616454 7462827 63 616447 7462803 64 616445 7462782 65 616447 7462751 66 616456 7462724 67 616471 7462686 68 616480 7462655 69 616485 7462640 31

Camada 150 a 200 cm (a) Ordem Easting Northing 1 616137 7462589 2 616153 7462588 3 616191 7462584 4 616224 7462588 5 616256 7462609 6 616273 7462638 7 616276 7462666 8 616269 7462689 9 616258 7462705 10 616238 7462725 11 616137 7462589 32 Julio Cesar Wasserman Coordenador