Câmbi estava ligeiramente valrizad n terceir trimestre de 2016. 1 O bjetiv desta Carta cnsiste em apresentar estimativas da taxa de câmbi real de equilíbri para a ecnmia brasileira frente a uma cesta de medas. Para realizar esta tarefa, mdels ecnmétrics fram calculads cntend variáveis sugeridas pela literatura ecnômica cm determinantes de lng praz da taxa de câmbi. As estimativas de desalinhament cambial brasileir fram atualizadas até terceir trimestre de 2016. A evluçã ds fundaments e da taxa de câmbi real pde ser vista nas Figuras 1 e 2 desta Carta. A meda brasileira n terceir trimestre de 2016 estava um puc acima ds fundaments. Pr algumas metdlgias estaria ligeiramente apreciada mas muit próxima d equilíbri e pr utras uma apreciaçã mair pde ser vista. O quadr cntrasta cm períd de 2015 e iníci de 2016 ns quais havia evidência de que câmbi estava depreciad em relaçã a equilíbri. Cmparand desalinhament estimad para cada metdlgia, pdese bservar uma tendência de reversã d cenári de depreciaçã excessiva bservad em meads de 2015 para uma gradual apreciaçã além ds fundaments. O desalinhament cambial médi saiu de 20,1% em setembr de 2015 para cerca de 11,2% em setembr de 2016. Pr tdas as metdlgias, huve um mviment semelhante para desalinhament estimad. Já em terms de fundaments mdel que leva em cnta s dads d sald de bens e serviçs apresentu um melhra expressiva, pr cnta da melhra ds resultads de cnta crrente cm prprçã d PIB. Outr pnt a ressaltar é que a queda de terms de trca parece ter sid revertida. O desequilíbri extern bservad na ecnmia brasileira até 2014 fi crrigid, restand desequilíbris dméstics a serem enfrentads: ajuste das cntas públicas e atividade ecnômica em queda. 1 Esta Carta fi elabrada pr Emersn Fernandes Marçal e cntu cm a assistência de pesquisa de Givanni Merlin, Rnan Cunha e Oscar Simões. 1
Taxa de Câmbi n Brasil: Meda n terceir trimestre de 2016 estava ligeiramente acima d nível de equilíbri. A Tabela 1 apresenta um resum ds resultads btids pels diverss mdels de desalinhament cambial estimads para períd recente e desalinhament médi anual. Os valres d desalinhament diferem entre s diverss mdels pr cnta da utilizaçã de fundaments diferentes, cntud sinal d desalinhament tende a ser mesm. 2 As estimativas de desalinhament cambial sugerem que a meda brasileira reverteu a sbredepreciaçã a lng d an de 2015. O desalinhament fi send reduzid em tdas as metdlgias. N quart trimestre de 2015 a taxa de câmbi real efetiva brasileira estava sbredepreciada, u seja, depreciada além ds fundaments pr tdas as metdlgias em tds s meses d períd. Já a lng d primeir e segund semestres de 2016, há um mviment de frtaleciment da meda crrigind exager crrid. A taxa de câmbi real efetiva estava próxima d nível de equilíbri a nal d segund trimestre de 2016 e ligeiramente apreciada a nal d terceir trimestre de 2016. Das variáveis que cmpõe s fundaments, balanç de bens e serviçs cntinuu apresentand melhria a lng de 2016 e s terms de trca, aparentemente estabilizuse após sucessivas quedas. A melhria d resultad em transações crrentes cm prprçã d PIB deveuse a uma cmbinaçã da depreciaçã cambial a lng ds últims ans e da frte queda da atividade ecnômica. Este últim fatr cntinua em curs. Tais fatres cnseguiram reverter a tendência de pira das cntas externas que vinha send bservada, mesm num mment de queda expressiva ns terms de trca da ecnmia brasileira. O balanç de bens e serviçs apresentava uma deteriraçã cntínua desde 2005 cm pde ser bservad n grác superir direit da Figura 3, mas recentemente uma reversã clara está em curs. A balança cmercial de bens e serviçs apresentu uma sensível melhra em meads de 2015 e esta cntinua a lng de 2016. Este fat sugere que a reduçã da atividade 2 Para maires detalhes sbre este pnt ver Marçal et alii (2015) Addressing imprtant ecnmetric issues n hw t cnstruct theretical based exchange rate misalignment estimates; Text para Discussã CEMAP númer 07. Link 2
ecnômica explica ba parte desta melhria pr cnta da reduçã das imprtações de bens e serviçs, dad que a reversã d resultad extern cincide cm a frte deteriraçã da atividade ecnômica vericada n Brasil n períd. Iss fez cm que a melhria n sald d balanç crresse apesar d baix dinamism das exprtações. Uma deteriraçã intensa ds terms de trca, pr cnta da queda de preçs ds principais bens exprtads pel país, vinha crrend desde 2011, que, tud mais cnstante, tendia a prvcar uma deteriraçã das cntas externas parece ter chegad a seu nal. Breve descriçã ds mdels: Existe um debate na literatura sbre quais variáveis determinam a taxa de câmbi real n lng praz. As estimativas feitas nesta Carta sã baseadas na abrdagem de fundaments. Esta abrdagem utiliza fundaments ecnômics btids a partir de um mdel ecnômic que leva em cnta papel ds estques de ativs na determinaçã da taxa de câmbi de equilíbri. 3 Os mdels ecnmétrics cntêm as seguintes variáveis: a psiçã internacinal de investiments líquida cm prprçã d Prdut Intern Brut (PII), terms de trca relativ (TOT), balança de bens e serviçs (TB) e indicadr de preçs relativs entre s setres prdutres de bens transacináveis tradables e nã transacináveis nntradables (BS). 4 Cm tais variáveis, estimase a taxa de câmbi de equilíbri de lng praz. Os desvis desta em relaçã à taxa de câmbi bservada sã s desalinhaments cambiais. 5 3 Abrdagens similares fram implementadas em Kubta (2009) [Kubta (2009), M. Real Exchange rate misalignments. (tese de dutrad). Departament de Ecnmia, Universidade de Yrk, Yrk, 2009. 201 páginas], Alberla et alii (1999), [Alberla, E., S. Cerver, et al. Glbal Equilibrium exchange rate: Eur, Dlar, 'Ins', 'Outs' and ther majr currencies in a Panel Cintegratin Framewrk. IMF Wrking Paper. Washingtn: IMF. 99175 1999.]. 4 Os parceirs cmerciais utilizads para cálcul da cesta de medas fram Estads Unids, Argentina, Hlanda, Alemanha, Japã, Bélgica, Itália, França, Méxic, Rein Unid, Chile, Espanha, Paraguai, Uruguai, Créia d Sul, Canadá, Clômbia, Rússia, China, Irlanda, Finlândia, Prtugal, Luxemburg, Áustria e Grécia. 5 MacDnald (2000) realiza uma revisã das principais abrdagens para estimar a taxa de câmbi real de equilíbri. [MacDnald, R. Cncepts t Calculate Equilibrium Exchange Rate: An Overview; Discussin Paper 3/00; Ecnmic Research Grup f the Deutsche Bundesbank, 2000.] 3
A taxa de câmbi real de equilíbri de lng praz pde ser estimada a partir de um mdel ecnmétric de séries de temp. A estimaçã é feita pela decmpsiçã das séries em cmpnentes transitóris e permanentes, após a análise de estacinariedade e de cintegraçã. O cmpnente transitóri está ligad a desalinhament e cmpnente permanente está ligad a equilíbri de lng praz. Vale ressaltar pr m que a medida de desalinhament cambial aqui apresentada nã deve ser utilizada cm uma previsã da taxa de câmbi real. A existência de desalinhament da meda brasileira nã implica necessariamente que haverá crreções abruptas da taxa de câmbi num futur próxim em qualquer direçã. A medida deve ser entendida cm um equilíbri que tende a prevalecer em períds mais lngs. Alterações nã previstas ds fundaments, cm, pr exempl, alterações de terms de trca, na psiçã externa de investiments, pdem fazer cm que a taxa de equilíbri se altere. 4
Elabraçã: Observatóri de CâmbiEESPFGV. Tabela 1: Desalinhament cambial n Brasil 5
1 Taxadecanbireal efetiva Fmlarreltrnxiil v.~~~~~~~~~~~~~~~~~~4 '"d 1900 1985 :rn 2015 1 [h;alirhme1 carrbial rm:til,,jiiii l,l J ~1.1 J lll lll1l1r I, I 11 IIIIIILII _ I '11 1 1 1 11 'li 111' 11 11 11 11'1 111 '11111 1111111 11 111 111'1111 111 111 1 1111 20 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 1900 1985 1~ 1995 2010 2015 Elabraçã: Observatóri de CâmbiEESPFGV. Figura 1: Taxa de câmbi real efetiva, fundaments e desalinhament cambial evluçã mensal. 6
1 I I I gj Taxa de canbi real efetiva Furlarrelt nedie+++++ 198) 1985 19X) 2J10 2J15 j Ih;a, ~ wnrt canbial rrédil 10 10.11 I I.I I I I I I~ ~ ~ I 2J I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 198) 1985 1% 2J10 2Jl5 Elabraçã: Observatóri de CâmbiEESPFGV. Figura 2: Desalinhament Cambial Brasileir Média Anual 7
~ ~ s:: r+ihit +t'++ +t\lf\.ih s:: '"d ~ ~ '"dq++flii+++++'.~j,,+1 1970 1SID 1gx) 2010 1970 1SID j I I I I I I I I I I I 1970 1SID 1970 1900 Elabraçã: Observatóri de CâmbiEESPFGV. Fnte de dads: IBGE, Banc Central d Brasil e Funcex. Figura 3: Evluçã mensal das variáveis que cmpõe s fundaments 8