Processo do uso de medicamento em pacientes com Demência. Prfª Ms. Maristela Ferreira Catão Carvalho



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Transcrição:

Processo do uso de medicamento em pacientes com Demência Prfª Ms. Maristela Ferreira Catão Carvalho

MEDICAMENTOS 2 tipos: Tratamento dos distúrbios comportamentais Tratamento específico

MEDICAMENTOS Tratamento dos distúrbios comportamentais: para controlar a confusão, agressividade e depressão. Exemplos: risperidona, quetiapina, entre outros.

MEDICAMENTOS Tratamento específico: tentar melhorar o déficit de memória, corrigindo o desequilíbrio químico do cérebro Exemplos: rivastigmina, donepezil, galantamina, memantina.

Mecanismo de ação dos inibidores da Acetil e Butiril-colinesterase

Fortaleza, 2005

Quadro 1: Apresentação dos fármacos Fármaco Donepezil Rivastgmina Galantamina Memantina Classe química Piperidina Carbamato Alcaloide fenantreno Adamantano Nome comercial Eranz Exelon Prometax Apresentação Comprimidos de 5mg e 10 mg Cápsulas de 1, 5, 3, 4,5 e 6 mg Solução oral 2mg/ml 120mL Remiyl Comprimidos 4, 8 e 12mg Alois Ebix Comprimidos de 10mg Dose inicial 5 mg à noite 1,5mg 2 vezes ao dia 4mg 2 vezes ao dia 5 mg à noite Dose máxima 10 mg ao deitar 12mg (6 mg 2 vezes ao dia) Dose de manutenção 10 mg 1 vez ao dia 1,5 a 6 mg (2 vezes ao dia) 24 mg (12mg 2 vezes ao dia) 16mg/dia 20mg (10mg 2 vezes ao dia) 20mg (10mg 2 vezes ao dia) Posologia diária Dose única 2 vezes ao dia 2 vezes ao dia 2 vezes ao dia Duração da inibição 50-70 horas 10-12 horas 7-8 horas 60-100 horas Interferência com alimentos Não Sim Sim Não Metabolismo Hepático Extra-hepático Hepático Extra-hepático Indicação Leve e moderada Leve e moderadamente Leve e moderada Moderada a grave (fase da doença) grave

Processo do uso do medicamento

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Reação Adversa Polifarmácia Efetividade do tratamento

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Reação Adversa Polifarmácia Efetividade do tratamento

Quadro 2: Alterações farmacocinéticas no idoso. Fases Alterações Consequencias Absorção ph gástrico motilidade gastrointestinal Estreitamento e redução da superfície absorção ativa de nutrientes, vitaminas e minerais absorção de medicamentos de absorção Distribuição peso corporal massa magra massa gordurosa ou do volume de distribuição meia vida de fármacos lipofílicos fração livre de medicamentos água corporal albumina plasmática Metabolismo fluxo sanguíneo hepático massa hepática metabolismo de primeira passagem taxa de biotransformação metabolismo fase 1 Excreção fluxo sanguíneo renal taxa de filtração glomerular secreção renal eliminação renal dos medicamentos e seus metabólicos Valls, 2007

Quadro 3: Alterações farmacodinâmicas no idoso. Alterações Alteração das propriedades do receptor /ou pósreceptor Alteração da sensibilidade dos mecanismos homeostáticos Consequencias efeitos paradoxais efeitos adversos Valls, 2007

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Reação Adversa Polifarmácia Efetividade do tratamento

Comprimidos que NÃO PODEM ser cortados ou triturados: Comprimidos revestidos Liberação prolongada Liberação controlada Revestimento entérico Gastrorresistentes Cápsulas Obs.: nestes casos observar se existe outra forma farmacêutica disponível cápsula drágea

Quadro 4: Princípio ativo com as respectivas informações sobre a trituração e a administração via sonda Princípio ativo Pode ser triturado? Recomendações sobre a trituração Pode ser administrado por sonda? Recomendações para administração via sonda Risperidona Sim ------------- Sim ------------- Olanzapina Sim ------------- Sim ------------- Memantina Não ------------- Não Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Rivastigmina Donepezil Não Galantamina (Liberação prolongada) Não Serttralina Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Não Sim ------------- Sim ------------- Sim Não deve ser triturado pois perde as Não característica de liberação controlada. ------------- Sim Não há estudos sobre eficácia, segurança e farmacocinética. Não deve ser triturado pois perde as característica de liberação controlada levando ao risco de toxicidade, manutenção inadequada do nível sérico do fármaco, além do risco de obstrução da sonda. Há risco de obstrução da sonda Lima, 2009; Viguria, 2001; Gorzoni, 2010; White, 2007; Mitchell, 2013; Carvalho MFC, no prelo

Recomendações para administração de medicamentos por cateter de nutrição enteral Recomendações gerais Verificar se o medicamento apresenta outra via de administração que não seja oral, e se há possibilidade da sua administração. Caso não seja possível, selecionar a forma farmacêutica oral mais adequada; Simplificar o regime terapêutico; Preparar a forma farmacêutica selecionada; Nunca administrar medicamentos diretamente na fórmula enteral; Não misturar na mesma seringa medicamentos diferentes; Observar a localização do cateter e verificar o local de desintegração e dissolução do medicamento, uma vez que poderá ocorrer interferência na sua absorção; Lavar o cateter com 20 a 50 ml de água antes e depois da administração de um medicamento; Para as formas farmacêuticas que permitem ser trituradas, deve-se macerá-las em 10 a 30 ml de água; Ajustar a dose do medicamento quando substituir a forma farmacêutica sólida oral de liberação prolongada por formas líquidas ou sólidas de liberação imediata; Para administração de formas farmacêuticas líquidas, verificar sua osmolaridade. Nas preparações hiperosmolares ou muito viscosas, diluir em 60 a 90 ml de água; Para administração de comprimidos efervescestes, dissolver de 15 a 20 ml de água para desgaseificar, posteriormente pode administrar; Quando existe a prescrição de mais de um medicamento a ser administrado no mesmo horário, dar cada medicamento individualmente, separando-os pela lavagem do cateter; Monitorar continuamente a resposta do medicamento.

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Reação Adversa Polifarmácia Efetividade do tratamento

Qual o termo mais correto? Adesão Cumprimento Aderência Observância Complacência Fidelidade

Qual o termo mais correto? Adherence a medida do qual o paciente segue a prescrição médica. (WHO, 2001) Adherence: (Dic. Michaelis) ad.her.ence 1 aderência, adesão. 2 lealdade, fidelidade. Aderência: (Dic. Michaelis) a.de.rên.cia (aderir+ência) 1 Ato de aderir; adesão. 2 Qualidade do que é aderente. 3 Junção de uma coisa a outra. Adesão: (Dic. Michaelis) a.de.são (lat adhaesione) 1 Ação ou efeito de aderir. 2 Acordo, ligação. 3 Anuência, consentimento.

Adesão: Qual o termo mais correto? É a relação entre os medicamentos que o paciente deixa de tomar e os medicamentos que o médico prescreve. O plano terapêutico é baseado na aliança ou contrato estabelecido entre profissionalpaciente. Apresenta conotação de comportamento. A extensão em que cada comportamento pessoal - administração dos medicamentos, acompanhamento de uma dieta, e/ou execução de mudanças no estilo de vida - correspondem com as recomendações acordadas com um provedor de atenção à saúde. (WHO, 2003)

Classificação da não adesão voluntária ou intencional: pode ter várias causas, como crer que a medicação é excessiva ou ter medo de reações adversas; involuntária ou não intencional: pode ser consequência do esquecimento de uma dose e do erro na interpretação das instruções dadas pelo médico ou farmacêutico, entre outras. (Gabarró, 1999). 22

Classificação da não adesão Não adesão inteligente (intelligent non compliance): pode ser definida como a alteração voluntária da terapia prescrita por parte do paciente, reduzindo a dose para não sofrer consequências adversas à saúde que poderiam resultar desta administração. Algumas circunstâncias que levam à não adesão inteligente são: 1) quando existe um diagnóstico mal realizado, 2) quando existe uma prescrição incorreta, 3) quando o paciente experimenta reações adversas 4) quando o paciente está em tratamentos crônicos, a enfermidade evolui e aparece outra patologia intercorrente, mas o médico continua prescrevendo o mesmo medicamento (Gabarró, 1999). 23

Cinco dimensões da adesão ao tratamento OMS, 2003

Projero Diretrizes. Aderencia ao tratamento Medicamentoso

Adesão ao tratamento medicamentoso Custo do tratamento; Gasto com medicamento de uso regular, durante 30 dias, igual a 23% do salário mínimo; (Costa et. al, 2003) Em média os idosos vivem com 2 salários mínimos, e 6% vivem com 1 salário mínimo. (Lebrão, 2006)

Custo do tratamento com Rivastigmina Concentração Posologia Custo/mês 3mg 1cp 12/12h R$ 407,80 6mg 1cp 12/12h R$ 472,00 2mg/mL 3mL 12/12h R$ 718,00 18mg Adesivo transdérmico (Patch) 9,5mg a cada 24h R$ 509,02

Adesão ao tratamento medicamentoso: avaliação Rev Bras Hipertens vol.13(1): 30-34, 2006. 28

Rev Bras Hipertens vol.13(1): 30-34, 2006. 29

Intervenção focada nas cinco dimensões da adesão OMS, 2003 - Dificuldade de deglutição: já discutido - Acesso - Uso correto - Orientação aos profissionais de saúde

Uso correto do medicamento 31

32

33

Experiência do IPGG no uso correto do medicamento Orientação aos cuidadores Organização dos medicamentos

Experiência do IPGG no uso correto do medicamento Na frente da caixa, a farmacêutica deverá identificar o medicamento e colocar a posologia conforme prescrição médica

Promoção do acesso ao medicamento: Solicitação, autorização e fornecimento dos medicamentos do componente especializado Critérios de: diagnóstico, indicação e tratamento, inclusão e exclusão de pacientes, esquemas terapêuticos e monitoramento; Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissio nal/visualizar_texto.cfm?idtxt=35490&janela=1

Observações Gerais Os medicamentos só poderão ser autorizados para o CID constante nessa portaria; A LME deve ser assinada pelo médico com especialidade compatível; O Médico deverá preencher a LME com o CID que será o principal; O CID secundário só será preenchido quando há necessidade de completar o quadro clínico; Em cada LME será autorizado o fornecimento de um ou mais medicamentos desde que prescrito por um mesmo médico; No caso de pacientes acompanhados por mais de um medico será emitida a emissão de um segundo ou terceiro LME; Cada LME corresponderá a uma única APAC

Observações Gerais No ato da dispensação deverá ser emitido o RDM (Recibo de Dispensação de Medicamentos) e assinado pelo usuário, contendo o número da APAC emitida, os medicamentos e as quantidades dispensadas; Uma via dos documento LME e RDM, juntamente com cópias dos exames e demais documento devem ser mantido em arquivo na pasta do usuário; A validade da APAC terá validade de até três meses a partir de sua emissão;

Observações Gerais No período de vigência da APAC poderá ocorrer substituição do medicamento/apresentação, mediante nova prescrição médica, desde que o medicamento seja autorizado para o mesmo CID registrado na abertura da APAC; A interrupção do fornecimento deverá ser considerada quando o paciente não comparecer ao serviço de farmácia para receber o medicamento por prazo superior a um mês da competência da APAC;

DESCRIÇÃO DOENÇA QUANTIDADE MÁXIMA FORNECIDA Donepezil 10 mg Alzheimer 30 Donepezil 5 mg Alzheimer 60 Risvastigmina 3,0 mg Alzheimer 120 Rivastigmina 1,5 mg Alzheimer 240 Rivastigmina 6,0 mg Alzheimer 30

Descrição Doença Quantidade Máxima Olanzapina 10 mg Esquizofrenia 60 Olanzapina 5 mg Esquizofrenia 120 Quetiapina 100 mg Esquizofrenia 240 Quetiapina 25 mg Esquizofrenia 960 Risperidona 1 mg Esquizofrenia 180 Risperidona 2 mg Esquizofrenia 90

Farmácias do Componente Especializado

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Reação Adversa Polifarmácia Efetividade do tratamento

Fases do medicamento no organismo DOSE CONCENTRAÇÃO EFETIVA EFEITO Interação Farmacocinética Interação Farmacodinâmica

Quadro 5: Interação Medicamentosa medicamentos para Alzheimer Medicamento Donepezil Galantamina Rivastigmina Interações O donepezil pode aumentar os efeitos de antipsicóticos, beta-bloqueadores, agonistas colinérgicos. O donepezil pode seu efeito aumentado por corticosteroides sistêmicos. O donepezil pode diminuir o efeito do anticolinérgico O donepezil pode ter seu efeito aumentado por anticolinérgicos O ginkgo biloba pode aumentar os efeitos adversos/tóxicos dos inibidores da acetilcolinesterase. A galantamina pode aumentar os efeitos de antipsicóticos, beta-bloqueadores, agonistas colinérgicos. A galantamina pode seu efeito aumentado por corticosteroides sistêmicos e inibidores seletivos da receptação de serotonina. A galantamina pode diminuir o efeito do anticolinérgico A galantamina pode ter seu efeito aumentado por anticolinérgicos Evitar a ingestão de álcool porque pode aumentar os eventos adversos no sistema nervoso central. A rivastigmina pode aumentar os efeitos de antipsicóticos, beta-bloqueadores, agonistas colinérgicos. A rivastigmina pode seu efeito aumentado por corticosteroides sistêmicos. A rivastigmina pode diminuir o efeito do anticolinérgico A rivastigmina pode ter seu efeito aumentado por anticolinérgicos A ingestão de álcool deve ser evitada porque aumento a sedação e pode aumentar a irritação no TGI. A nicotina aumenta o clearence da rivastgmina em 23%. Memantina A memantina pode aumentar o efeito da trimetropina O efeito de memantina pode ser aumentada por bicarbonato de sódio e trimetropina.

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Polifarmácia Reação Adversa Efetividade do tratamento

Polifarmácia Origem grega - polis (vários, muitos) e pharmakon (fármaco); (Werder et. al, 2003) Definição: qualitativa e quantitativa Vista como problema de saúde pública (MS, 2008)

Polifarmácia Quantitativa Uso de dois ou mais medicamentos (Cedeno et. al, 2000; Jörgensen et. al, 2001; Veehof et. al, 2000, Cannon et. al, 2006) Uso de quatro ou mais medicamentos (Rollason et. al, 2003) Uso de nove ou mais medicamentos: para estudos RAMs; (Nguyen et. al, 2006) Qualitativa É a prescrição, administração ou uso de mais medicamentos do que está clinicamente indicado. (Fulton et. al, 2005) Uso de medicamento potencialmente inapropriado

Polifarmácia: Quantitativa RAMs Duplicidade Consulta Médica Interação Medicamentosa Polifarmácia Não Adesão Automedicação Hospitaliz ação Custo

Polifarmácia: Medicamento potencialmente inapropriado

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Polifarmácia Reação Adversa Efetividade do tratamento

Reação Adversa Resposta nociva e não intencional ao uso de medicamentos que ocorre em doses normalmente utilizadas em seres humanos para a profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doenças ou modificação de função fisiológica. (WHO, 1972) As reações adversas, podem ser manifestações clínicas, geralmente são sintomas que não se diferenciam clinicamente de outras enfermidades, o que tende a dificultar o diagnóstico; (Carvalho, 2007) Não é possível diagnosticar uma reação adversa quando não se suspeita que uma determinada doença possa se tratar de um efeito indesejado do medicamento que o paciente está recebendo. (Figueiras et. al 2002)

Reações Adversas Donepezila Mais comuns: insônia, náusea, vômito, diarreia, anorexia, dispepsia, cãibras musculares e fadiga. Menos comum: cefaleia, sonolência, tontura, depressão, perda de peso, sonhos anormais, aumento da frequência urinária, síncope, bradicardia, artrite e equimoses. Galantamina Mais comuns: náusea, vômito, diarreia, anorexia, perda de peso, dor abdominal, dispepsia, flatulência, tontura, cefaleia, depressão, fadiga, insônia e sonolência. Menos comum: infecção do trato urinário, hematúria, incontinência, anemia, tremor, rinite e aumento da fosfatase alcalina. Devem ser monitorizadas as funções renal (creatinina) e hepática (ALT/AST). Rivastigmina Mais comuns: tontura, cefaleia, náusea, vômito, diarreia, anorexia, fadiga, insônia, confusão e dor abdominal. Menos comum: depressão, ansiedade, sonolência, alucinações, síncope, hipertensão, dispepsia, constipação, flatulência, perda de peso, infecção do trato urinário, fraqueza, tremor, angina, úlcera gástrica ou duodenal e erupções cutâneas.

Reação adversa Reação adversa Donepezil Galantamina Rivastigmina Náuseas ++ ++ ++ Vômitos +++ ++ +++ Diarréia ++ + + Dor abdominal + + ++ Anorexia + ++ +++ Astenia, fadiga ++ - +++ Câimbras musculares +++ - - Perda de peso + ++ +++ Síncope + + ++ Insônia + +/- +/- REAÇÃO ADVERSA PRINCIPAL GÁSTRICA (INTOLERÂNCIA)

Reação adversa: iatrogenia Medicamentos que podem causar distúrbios de memória: Medicamentos anticolinérgicos: ex.: escopolamina, biperideno, ipratrópio, carisoprodol, amitriptilina, prometazina Medicamentos benzodiazepínicos

Problemas Relacionado ao Medicamento Antes do uso do medicamento: Alterações farmacocinéticas e dinâmicas Dificuldade de Deglutição Não adesão Antes e após o uso do medicamento: Interação Medicamentosa Após o uso do medicamento: Polifarmácia Reação Adversa Efetividade do tratamento

Tratamento x cuidador À medida que a demência vai progredindo, o cuidador, além de se envolver em atividades da vida diária (AVD) instrumentais, como administrar finanças e medicamentos, aumenta suas responsabilidades em AVDs básicas, como tarefas de cuidado pessoal de higiene, banho e alimentação (Haley, 1997). Em média, os cuidadores despendem 60 horas por semana em responsabilidades de cuidador (Haley, 1997; Mohide, 1993).

Da mesma maneira que te acompanhei no início da tua jornada, te peço que me acompanhes para terminar a minha. Trata-me com amor e paciência, e eu te devolverei sorrisos e gratidão, com o imenso amor que sempre tive por ti. Cuidadores do paciente X

OBRIGADA! Maristela F C Carvalho ipgg-mccarvalho@saude.sp.gov.br