DESENVOLVIMENTO DE UMA FICHA PADRONIZADA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM DISFUNÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR

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Transcrição:

DESENVOLVIMENTO DE UMA FICHA PADRONIZADA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM DISFUNÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR Laiza Gonçalves Silva¹ (IC)*, Joseane Duarte Lima¹ (IC), Leticia Rodrigues Cavalcante¹ (IC), Michely Leão Muniz Gouveia¹ (IC), Luiz Fernando Martins de Souza Filho² (PG), Jordana Campos Martins de Oliveira² (PG), Erikson Custodio Alcântara³ (PQ) Email: laizagsilva22@gmail.com Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Goiás UEG Pós-graduando em Fisioterapia Hospitalar (CDCS) e Pós-graduando em Movimento Humano (UEG) Doutorando em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás RESUMO Objetivo: propor uma ficha padronizada de avaliação fisioterapêutica em disfunção temporomandibular (DTM), buscando simplificar a avaliação, fornecendo parâmetros para identificar anormalidades e estipular o grau qualitativo da limitação. Metodologia: estudo descritivo, abordando a literatura especializada (BIREME, PEDro, PUBMED e livros texto) e relacionada à avaliação da DTM e fisioterapêutica. Resultados: A ficha foi fundamentada em dados obtidos na literatura pertinente e experiência clínica dos autores. Foi composta por seis etapas, I- Identificação e breve histórico da disfunção; II- Questionário Anamnésico; III- Exame físico; IV- Avaliação postural, V- Índice de Helkimo ou Disfunção Clínica Craniomandibular (IDCCM) com Índice de Mobilidade Mandibular (IMM); VI- Questionário e Índice de Limitação Funcional Mandibular. Considerações Finais: Esperase que a ficha de avaliação em DTM desenvolvida, possa ser utilizada como ferramenta facilitadora para registro das informações obtidas na avaliação fisioterapêutica. Palavras-chave: Fisioterapia. Avaliação. Articulação temporomandibular. Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular. Introdução A disfunção temporomandibular (DTM) é descrita como um conjunto de sinais e sintomas de causas multifatoriais estes que podem ser de ordem psicológica, anatômica, por distúrbios posturais além da relação a hábitos parafuncionais que acometem a articulação temporomandibular (ATM) (SANTOS et al.,26; SILVEIRA et al.,27; VERA et al., 23; ZOTELLI; MEIRELLES;SOUSA, 2). A sintomatologia da disfunção é extensa sendo comum a dor nos músculos mastigatórios, limitação dos movimentos mandibulares, desvios durante a função

mandibular, ruídos articulares, cefaleia constante, otalgia e zumbido no ouvido (SANTOS et al.,26; ZOTELLI; MEIRELLES;SOUSA, 2). DTM tem sua maior incidência em indivíduos do sexo feminino numa proporção 4: com idade entre 3 e anos o que pode estar relacionado às causas multifatoriais havendo a necessidade de organizar a avaliação de maneira clara, a partir da analise dos sinais e sintomas com a finalidade de diagnosticar e classificar de maneira correta e padronizada (SANTOS et al.,26; CHAVES; OLIVEIRA;GROSSI, 28; DONNARUMMA et al., 2; RUI; MEIRELLES; SOUSA, 2; TOSATO ; CARIA, 26). Para o tratamento da DTM são envolvidos profissionais de diversas especialidades, e cabe a esta equipe multidisciplinar realizarem em conjunto o diagnostico e plano terapêutico adequado às alterações causadas pela disfunção. Dentre as profissões inseridas nesta equipe, se encontra a fisioterapia que atuará na redução dos desequilíbrios musculares, alterações da postura e restabelecimento da função normal do aparelho mastigatório (MOURÃO; MESQUITA, 26; SPILLERE; ROSAS, 22; GRAZIA; BANKOFF; ZAMAI, 26). O presente trabalho tem como objetivo propor, aos acadêmicos, profissionais e aos serviços clínicos de fisioterapia, uma ficha padronizada de avaliação fisioterapêutica (FPAF) em DTM. Essa ficha tem como intuito desde simplificar as anotações das medidas de amplitude articular e do grau de força muscular até fornecer parâmetros para que, com mais praticidade, possa-se identificar anormalidades assim como estipular o grau qualitativo da limitação presente. Material e Métodos Foi realizado um estudo descritivo, abordando a literatura especializada em relação à avaliação em DTM e avaliação fisioterapêutica. Para o desenvolvimento e estruturação da proposta de FPAF em DTM foi realizado um levantamento literário nas bases de dados eletrônicas: BIREME, PEDRO e PUBMED, assim como a busca em livros-textos associado à experiência clínica dos autores. A partir dos dados obtidos foi desenvolvida uma proposta FPAF em DTM, envolvendo dados relativos à identificação do paciente, ao histórico da disfunção,

principais estruturas e grupos musculares, limitações advindas da disfunção assim como hábitos parafuncionais e outros aspectos correlacionados as DTM s. Figura. Fluxograma das etapas de elaboração do desenvolvimento da ficha padronizada de avaliação fisioterapêutica em DTM. Resultados e Discussão A ficha foi estruturada com base nos dados obtidos na literatura pertinente e a partir da experiência clínica dos autores, sendo composta por seis etapas, I- Identificação e breve histórico da disfunção; II- questionário anamnésico; III- Exame físico; IV- Avaliação postural, V- Índice de Helkimo ou Disfunção Clínica Craniomandibular (IDCCM) com Índice de Mobilidade Mandibular (IMM); VI- Questionário e Índice de Limitação Funcional Mandibular. Para estruturação da ficha de avaliação buscou-se seguir uma ordem logica do ponto de vista clínico, as etapas II, IV, V e VI foram obtidas através da revisão de literatura e estão expostas na sua forma original (ou por tradução para o português apresentada na literatura) com sua citação sendo escolhidas por abordarem de forma prática e com feedback qualitativo, facilitando a obtenção da limitação que o paciente apresenta, já as etapas I e III foram construídas pelos autores com base na experiência clinica e se referem a itens que a literatura analisada apresentava uma lacuna quanto a sua investigação ou que apresentam relação direta com as características intrínsecas do paciente e que podem servir para estudos epidemiológicos futuros.

Quadro - Parte inicial da ficha relacionada à identificação do paciente. IDENTIFICAÇÃO Nome: Data de avaliação: Gênero: [ ] M [ ] F Data de Nascimento/ Idade: Estado civil: Telefone: Profissão/ ocupação: Email: INFORMAÇÕES GERAIS Diagnóstico Clínico: Diagnóstico Cinesiofuncional: Tratamentos em curso ou já realizados: Queixa Principal: HMP: HMA: Figura 2 - Questionário anamnésico de Fonseca et al. (994). Pergunta Sim () Não () Ás vezes () Sente dificuldade para abrir a boca? Você sente dificuldades para movimentar sua mandíbula para os lados? Tem cansaço/dor muscular quando mastiga? Sente dores de cabeça com frequência? Sente dor na nuca ou torcicolo? Tem dor de ouvido ou não região das articulações (ATM s)? Já notou se tem ruídos na ATM quando mastiga ou quando abre a boca? Você já observou se tem algum habito como apertar e/ou ranger os dentes (mascar chiclete, morder lápis ou lábios, roer a unha)? Sente que seus dentes não se articulam bem? Você se considera uma pessoa tensa ou nervosa? Obtenção do índice Indice Anamnésico Grau de Acometimento - Sem DTM Soma dos pontos 2-4 DTM leve 4-6 DTM moderada 7- DTM severa Quadro 2 - Relativo ao exame físico sugerido na avaliação em pacientes com DTM.

Postura da língua Boca em repouso Padrão respiratório Dentição ESTRUTURAS ACHADOS CLÍNICOS Palpação M. temporal M. masseter M. pterigóideo lateral M. pterigóideo medial M. escaleno M. digástrico M. esternocleidomastoídeo M. trapézio fibras superiores Cápsula Ântero-Inferior Cápsula Ântero-Superior Lig. Colateral Lateral Lig. Temporomandibular Cápsula Postero-Inferior Capsula Postero-Superior Lig. Posterior Retrodisco Ruídos articulares LADO DE ACOMETIMENTO LEGENDA DIREITO ESQUERDO -CREPITAÇÃO ( ) Desvio lateral direito ( ) Desvio lateral direito 2- ESTALIDO ( ) Desvio lateral esquerdo ( ) Desvio lateral esquerdo 3- SEM ALTERAÇÃO ( ) Abertura ( ) Abertura 4- NÃO TESTAVEL ( ) Fechamento ( ) Fechamento Olcusão Desvio da linha media ( ) Direita ( ) Esquerda Tipo de mordida ( )Profunda ( ) Cruzada ( ) Aberta ( ) Topo a topo Tipo de Oclusão ( )Prognástico ( ) Retrognástico ( ) Ortognástico ADM de cervical MOVIMENTO ADM (em graus) Flexão Extensão Inclinação Direita Inclinação Esquerda Rotação Direita Rotação esquerda Figura 3 - Comparação de postura no indivíduo sadio e com Disfunção Temporomandibular, proposto por Amantéa et al. (24). Figura 4 - Índice de Helkimo ou de Disfunção Clínica Craniomandibular (IDCCM) com Índice de Mobilidade Mandibular (IMM): Tradução não oficial apresentada por Chaves, Oliveria e Grossi (28).

INDICE DE DISFUNÇÃO CLÍNICA a) Índice de amplitude de movimento Variação normal de movimento Movimento levemente prejudicado Movimento severamente prejudicado b) Dor ao movimento da mandíbula Nenhuma dor ao movimento Dor durante um movimento Dor durante dois ou mais movimentos c) Dor na ATM Nenhuma dor à palpação Dor a palpação lateral Dor a palpação posterior d) Alterações na função da ATM (movimento de abertura ou fechamento) Movimento suave, sem ruído na ATM, com desvio 2mm Ruídos na ATM em uma ou ambas as articulações e/ou desvio 2mm Travamento e/ou luxação da ATM e) Dor muscular Nenhuma sensibilidade à palpação nos músculos mastigatórios Sensibilidade à palpação em uma a três áreas Sensibilidade à palpação em quatro ou mais áreas Soma: a+b+c+d+e Pontos Valor total Intervalo Índice de disfunção Classificação da disfunção -4-9 -3-7 2-2 Índice Índice Índice 2 Índice 3 Índice 4 Índice Nenhuma disfunção Disfunção suave Disfunção moderada Disfunção severa Disfunção severa Disfunção severa ÍNDICE DE MOBILIDADE MANDIBULAR- IMM Movimento/ pontos Grau de mobilidade Valores encontrados (mm) a) Máxima abertura da boca (mm) >4 3-4 <3 b) Movimentos de lateralidade para direita c) Movimento de lateralidade para esquerda d) Protusão máxima >7 4-7 <4 >7 4-7 <4 >7 4-6 <4 Soma a+b+c+d Valor total Intervalo Índice de disfunção clinica Classificação da disfunção -4-2 Índice Índice Índice Figura - Questionário e Índice de Limitação Funcional Mandibular: Tradução não oficial apresentada por Chaves, Oliveira e Grossi (28). Mobilidade mandibular normal Mobilidade ligeiramente reduzida Mobilidade severamente reduzida

INDICE DE LIMITAÇÃO FUNCIONAL Item Nível de dificuldade Nenhuma Um pouco Bastante Muita Muitíssima () () (2) (3) (4) Com relação a queixas de dores na mandíbula, quanto de dificuldade você tem para realizar as seguintes atividades: Atividades sociais 2 Falar 3 Dar uma boa mordida 4 Mastigar comida dura Mastigar comida mole 6 Trabalhar ou realizar atividades de vida diária 7 Beber 8 Rir 9 Mastigar comida dura Bocejar Beijar Comer inclui morder, mastigar e deglutir. Quanto de dificuldade você tem para comer os seguintes alimentos: Uma bolacha dura 2 Um bife 3 Uma cenoura crua 4 Um pão francês Amendoim 6 Uma maçã Soma das pontuações S= + + + + Calculo do índice C = S/N.4, onde S= soma das pontuações obtidas e N = número de itens respondidos ( dividida a soma S encontrada pelo numero de itens respondidos vezes 4) Para chegar ao grau de acometimento funcional, calcule C e siga as regras da ª coluna: Regras (R= respostas) Todas asd R compontuação< 2 Pelo menos uma R 2 Todas as R com pontuação < 3 Pelo menos uma R 3 Todas as R 4 Todas as R = 4 Graduação da severidade Faixas de Variação do índice C C,3 C,3,3 < C,6,3 < C,6 C >,6 C >,6 I baixo II moderado III severo Grau de acometimento funcional 2 3 4 ou 2 ou 3 4 ou Considerações Finais Espera-se que esta proposta de ficha de avaliação em DTM possa ser utilizada como uma ferramenta facilitadora no registro das informações obtidas na avaliação fisioterapêutica. A utilização da ficha proposta pelo estudo pode resultar na verificação de anormalidades de amplitude articular, movimento articular, força muscular e fatores relacionados a estas e/ou DTM de maneira mais prática e com a quantificação do seu grau de limitação ou severidade, servindo assim de guia para a escolha clínica dos objetivos e da conduta terapêutica, assim como possibilita aos serviços que a utilizem possam desenvolver futuros estudos com estes pacientes facilitando seu desenvolvimento.

Referências CHAVES, T.C., OLIVEIRA, A.S., GROSSI, D.B. Principais instrumentos para avaliação da disfunção temporomandibular, parte I: índices e questionários; uma contribuição para a prática clínica e de pesquisa. Revista Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo v., n., p. 92-, 28. DONNARUMMA, M.D.C., MUZILLI, C.A., FERREIRA, C., NEMR, K. Disfunções temporomandibulares: Sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Revista CEFAC - Speech, Language, Hearing Sciences and Education Journal, São Paulo v.2, n., p.788-794, 2. GRAZIA, R.C., BANKOFF, A.D.P., ZAMAI, C.A. Alterações posturais relacionadas com a disfunção da articulação temporomandibular e seu tratamento. Revista Movimento e Percepção, Espírito Santo de Pinhal v.6, n.8, 26. MOURÃO, N.L.A., MESQUITA, V.T. A Importância da Fisioterapia no Tratamento das Disfunções da ATM. Revista Terapia Manual, Londrina v.4, n.6, p. 66-69, 26. RUI, A., MEIRELLES, M.P.M.R., SOUSA, M.L.R. Relato de caso sobre o uso da acupuntura no tratamento da dor orofacial. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama v., n.3, p. 287-29, 2. SANTOS, E.C.A., BERTOZ, F.A., PIGNATTA, L.M.B., ARANTES, F.M. Avaliação clínica de sinais e sintomas da disfunção temporomandibular em crianças. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringá v., n. 2, p. 29-34, 26. SILVEIRA, A.M., FELTRIN, P.P., ZANETTI, R.V., MAUTONI, M.C. Prevalência de portadores de DTM em pacientes avaliados no setor de otorrinolaringologia. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo v.73, n.4, p.28-32, 27.

SPILLERE, A., ROSAS, R.F. Tratamento fisioterapêutico na disfunção da articulação temporomandibular (atm) Um estudo de caso. Ibituba, 22. Disponível em: http://www.fisio-tb.unisul.br/tccs/3a/aline/artigoalinespillene.pdf Acesso em /7/2. TOSATO, J.P., CARIA, P.H.F. Prevalência de DTM em diferentes faixas etárias. Revista Gaúcha de Odontologia, São Paulo v.4, n.3, p. 2-224, 26. ZOTELLI, V.L.R., MEIRELLES, M.P.M.R., SOUSA, M.L.R. Uso da acupuntura no manejo da dor em pacientes com alterações na articulação temporomandibular (ATM). Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo v.22, n.2, p.8-88, 2.