Análise dos resultados e metas propostas no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) na região Sudeste no ano de 2015

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Transcrição:

Universidade Federal de Alfenas UNIFAL MG Instituto de Ciências Sociais Aplicadas ICSA Maria Luíza Antunes Monteiro Análise dos resultados e metas propostas no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) na região Sudeste no ano de 2015 Varginha-MG 2017

Resumo: Este artigo objetiva analisar os resultados obtidos na Prova Brasil aplicada aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental das redes pública e privada, dispostos no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), do ano de 2015 na região Sudeste do país. Usando dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o artigo questiona se o Ideb atingiu a meta proposta para os estados e se os mesmos cresceram em relação a anos anteriores. Utilizando uma análise quantitativa, este artigo conclui que ainda que haja crescimento da qualidade em determinados anos de acordo com cada Estado e suas particularidades, o desenvolvimento não é totalmente superior às metas idealizadas, embora seja evidente o efeito positivo que o Índice gera no desenvolvimento da educação. 2 Introdução A educação é um direito fundamental na formação e no avanço da sociedade, bem como um elemento essencial na qualidade de vida. Para que haja tal avanço, é necessário um estudo aprofundado da eficiência no ensino da população brasileira. Desta forma, este artigo analisa os resultados obtidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Desde 2007, o desenvolvimento educacional e o avanço das escolas públicas e privadas brasileiras é verificado pelo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que tem capacidade de monitorar a evolução das metas e desempenho do ensino fundamental e médio (NARDI; SCHNEIDER; RIOS, 2014). Com base nas referências e indicadores de aprendizado podemos discutir meios de melhorar ainda mais o desempenho dos alunos em língua portuguesa e matemática. Assim: Com a tendente consolidação desse referencial, redes de ensino e escolas são desafiadas ao uso das informações obtidas para a formulação de políticas e de planejamento educacional, sendo-lhes devido, por compromisso políticopedagógico, observar singularidades, necessidades e objetivos almejados pela comunidade escolar (NARDI; SCHNEIDER; RIOS, 2014, p. 360). Analisando o índice de Educação em 2015 e em anos anteriores, o presente artigo apresentado averigua seu crescimento e se a meta proposta pelo Inep foi atingida. Além da introdução e das considerações finais, o artigo conta com a metodologia, que visa demonstrar os parâmetros utilizados na pesquisa e os resultados, onde é possível analisar os efeitos da Prova Brasil na educação brasileira. Metodologia De acordo com Rigotti e Cerqueira (2004, p. 80), os indicadores do Ideb fazem uso de cálculos que ajudam a demonstrar os fatores característicos do sistema de ensino, tais como

3 produtividade escolar, a distorção entre a idade e a série, a eficácia do sistema de ensino através do fluxo escolar, as condições de oferta do sistema escolar, os auxílios ofertados pela escola, a qualificação dos professores, entre outros. O presente artigo utilizou de uma pesquisa quantitativa, feita através da análise de uma série temporal usando dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Com este, foi utilizado como parâmetro para o estudo, com fins de comparação, os resultados dos anos 2009, 2011, 2013 e 2015 e metas projetadas referentes aos mesmos anos para alunos da 8 a série/9 o ano do Ensino Fundamental, de escolas particulares e públicas (municipal, estadual e federal) da região Sudeste (composta por: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), com faixa etária média de 14 anos. Desde seu surgimento, o Ideb tem grande respeitabilidade, pois em um único indicador, consegue agregar uma medida de desempenho, gerada com pela média da proficiência dos alunos e outra de rendimento, definida como a média das taxas de aprovação dos alunos. Isso define em seus cálculos, as taxas de aprovação das escolas no Censo Escolar e na Prova Brasil (SOARES; XAVIER, 2013, p. 906). Resultados O Ideb é calculado com base no aprendizado dos alunos em português e matemática (Prova Brasil) e no fluxo escolar (taxa de aprovação). Seu calculo é feito multiplicando-se a nota no aprendizado pelo fluxo escolar (quanto maior o valor, maior a aprovação). O resultado deve se aproximar de 6,0 (FUNDAÇÃO LEMANN; MERITT, 2012). [...] Por exemplo, um Ideb de 4,5 é um valor médio, não baixo, e está longe e não perto do valor 6. Isso é consequência do fato de que os valores extremos da escala, acima de 6 e abaixo de 3, são raros e valores acima de 8 e abaixo de 2 são quase impossíveis (SOARES; XAVIER, 2013, p. 912). De acordo com a Tabela 1, os resultados de aprovação nos anos finais nas escolas públicas e privadas do sudeste do Brasil se dispõem da seguinte maneira:

4 Tabela 1 Resultados e metas das escolas públicas e privadas Estados Resultados Metas projetadas 2009 2011 2013 2015 2009 2011 2013 2015 Espírito Santo 4.1 4.2 4.2 4.4 4.0 4.3 4.7 5.0 Minas Gerais 4.3 4.6 4.8 4.8 3.9 4.2 4.6 5.0 Rio de Janeiro 3.8 4.2 4.3 4.4 3.8 4.1 4.5 4.9 São Paulo 4.5 4.7 4.7 5.0 4.4 4.6 5.0 5.4 As metas propostas foram alcançadas no Espírito Santo em 2009; em Minas Gerais nos anos de 2009, 2011 e 2013; no Rio de Janeiro de 2009 e 2011; em São Paulo de 2009 e 2011. A Tabela 2 dispõe apenas dos dados das escolas públicas (municipal, estadual e federal) em seus anos finais: Tabela 2 Resultados e metas para escolas das redes públicas do Ensino Fundamental Estados Resultados Metas projetadas 2009 2011 2013 2015 2009 2011 2013 2015 Espírito Santo 3.8 3.9 3.9 4.1 3.7 3.9 4.3 4.7 Minas Gerais 4.1 4.4 4.6 4.6 3.7 4.0 4.4 4.8 Rio de Janeiro 3.4 3.7 3.9 4.0 3.4 3.7 4.1 4.4 São Paulo 4.3 4.4 4.4 4.7 4.0 4.3 4.7 5.1 As metas propostas foram alcançadas no Espírito Santo em 2009 e 2011; em Minas Gerais nos anos de 2009, 2011 e 2013; no Rio de Janeiro de 2009 e 2011; em São Paulo de 2009 e 2011.

A Tabela 3 demonstra os resultados e metas dos alunos do 9 o Ano das escolas privadas do Sudeste do Brasil: 5 Tabela 3 Resultados e metas das escolas privadas do Sudeste Estados Resultados Metas projetadas 2009 2011 2013 2015 2009 2011 2013 2015 Espírito Santo 6.2 6.2 6.2 6.5 6.1 6.3 6.6 6.9 Minas Gerais 6.7 6.5 6.3 6.5 6.6 6.8 7.0 7.3 Rio de Janeiro 5.7 5.7 5.5 5.6 5.6 5.9 6.2 6.5 São Paulo 6.0 6.4 6.3 6.5 6.5 6.7 6.9 7.2 Analisando os resultados, apenas no ano de 2009 os Estados de Espirito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro alcançaram as metas. Mesmo com esses resultados pouco positivos, o sudeste do país apresenta uma evolução quando comparado aos resultados ao longo dos últimos anos, mesmo não alcançando as metas do MEC. O estado de São Paulo é o que apresenta, de modo geral, os melhores resultados e as metas mais altas, seguido por Minas Gerais, Espirito Santo e Rio de Janeiro, respectivamente. Nota-se que nos anos de 2013 e 2015, o Rio de Janeiro superou e posteriormente se igualou ao resultado do Espírito Santo. Pode ser observado também que, de forma geral, as escolas da rede pública obtiveram melhores resultados em relação às escolas privadas. Assim, o Gráfico 1 retrata o crescimento das notas dos estudantes do 9 o ano, tanto das escolas particulares quanto das redes públicas de ensino, como ilustrado também na Tabela 1.

6 6 5 4 Espirito Santo Minas Gerais São Paulo Rio de Janeiro 3 2009 2011 2013 2015 Gráfico 1 Evolução das notas do 9 o Ano do Ensino Fundamental nas escolas públicas e privadas do Sudeste. A Tabela 4 mostra as metas divulgadas para os anos de 2017, 2019 e 2021, lembrando que quanto mais se aproximarem de 6.0 melhores estão os indicadores de fluxo e aprendizagem. Tabela 4 Metas projetadas para os estados do Sudeste Estados Metas Projetadas 2017 2019 2021 Espirito Santo 5.3 5.5 5.8 Minas Gerais 5.2 5.5 5.7 Rio de Janeiro 5.1 5.4 5.6 São Paulo 5.6 5.9 6.1

7 Considerações Finais As metas propostas pelo Inep buscam garantir uma educação básica de qualidade, com acesso à alfabetização e ampliação da escolaridade e das oportunidades educacionais. Este artigo buscou analisar as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica dos alunos de escolas públicas e particulares em seus últimos anos no Ensino Fundamental, comparando os resultados das provas com as metas propostas, de acordo com cada estado do Sudeste e suas especificidades. Com a crescente busca e elaboração de meios e políticas públicas que possam promover melhora na qualidade do ensino e estrutura das escolas brasileiras, outros meios de avaliação também devem ser usados para observar e ampliar os aspectos educacionais, como é o caso do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e o Exame Nacional do Ensino Médio (RIGOTTI; CERQUEIRA, 2004, p. 75). Mesmo com um cálculo rigoroso, o Ideb possui algumas limitações que devem ser levadas em consideração. Algumas delas foram citadas por Soares e Xavier (2013, p. 916), por exemplo: apenas alunos presentes na escola no dia da Prova Brasil são considerados na avaliação (estes, devem somar no mínimo 50% de presença para validar o teste), porém os resultados divulgados servem para toda a escola. Além disso, por causa dos algoritmos usados para a padronização e cálculo das notas, a proficiência em matemática tem mais peso do que a proficiência em leitura e português. Para Soares e Xavier (2013), o índice serve como um termômetro que mostra quanto o estudante está absorvendo no ambiente escolar, porém falha ao não considerar aspectos relacionados à infraestrutura, capacitação dos professores e qualidade do ensino. A avaliação das redes de ensino deve considerar indicadores que descrevam as reais condições nas quais os alunos se encontram, sinalizando o que deve ser melhorado. Essas são reflexões sólidas que precisam merecer mais espaço nos esforços de análise do Ideb (SOARES; XAVIER, 2013, p. 919). Os resultados obtidos por meio deste artigo mostram que, mesmo apresentando um crescimento lento, houve melhoria na educação brasileira nos últimos anos. Contudo, ela

ainda carece de recursos. Um problema que deve ser estudado de modo aprofundado, identificando as dificuldades sofridas pela comunidade escolar e as formas superá-las. 8 Referências FUNDAÇÃO LEMANN; MERITT, 2012. Resultados e metas: Ideb por municípios. Disponível em: <http://www.qedu.org.br/brasil/ideb>. Acesso em 23 jun. 2017. INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Ministério da Educação. Disponível em: <http://ideb.inep.gov.br/>. Acesso em 23 jun. 2017. NARDI, E. L.; SCHNEIDER, M. P.; RIOS, M. P. G. Qualidade na Educação Básica: ações e estratégias dinamizadoras. In: Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 2, p. 359-390, abr./jun. 2014. RIGOTTI, J. I. R.; CERQUEIRA, C. A. As bases de dados do INEP e os indicadores educacionais: conceitos e aplicações. In: RIOS-NETO, E. L. G.; RIANI, J. de L. R. (Org.). Introdução à demografia da educação. Campinas: Associação Brasileira de Estudos Populacionais, 2004. Parte II, cap. 1, p. 71-88. SOARES, J. F.; XAVIER, F. P. Pressupostos educacionais e estatísticos do Ideb. Educação & Sociedade. Campinas, v. 34, n. 124, p. 903-923, jul./set. 2013.