O STF E O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO (FORO PRIVILEGIADO)

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Transcrição:

O STF E O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO (FORO PRIVILEGIADO) Miguel Gualano de Godoy Doutor e Mestre em Direito Constitucional pela UFPR Pesquisador visitante nas Universidades de Harvard e Buenos Aires Advogado da Justen, Pereira, Oliveira & Talamini O Supremo Tribunal Federal e a Ação Penal 937 como leading case O STF deverá retomar o julgamento da Ação Penal 937, que trata do suposto cometimento de crime de captação ilícita de sufráfio (art. 299 Código Eleitoral) pelo então candidato a prefeito do município de Cabo Frio. A AP 937 é paradigmática porque é nela que o STF vem discutindo a possibilidade de se estabelecer interpretação restritiva sobre o cabimento e alcance do foro por prerrogativa de função. O foro por prerrogativa de função O foro por prerrogativa de função consiste na definição, pela Constituição ou pela lei, de um juízo originário competente para processar e julgar as denúncias de crimes cometidos por determinados agentes públicos. O foro por prerrogativa de função garantido ao Presidente da República, Vice-presidente, membros do Congresso Nacional e Ministros de Estado está previsto na Constituição, no art. 102, I, b, c, que estabelece que compete ao STF processar e julgar originariamente nas infrações penais comuns essas autoridades. Foi previsto para o fim de se evitar que a persecução criminal contra importantes agentes públicos, especialmente contra os representantes diretos do povo, fosse permeada por vícios, influências políticas ou regionais. Tratouse, assim, de ser previsto como proteção do mandato popular contra eventuais persecuções indevidas ou abusivas. É certo que quando da sua criação, não se imaginava que tantos parlamentares seriam acusados de tantos crimes e de crimes tão graves. Tampouco se imaginava que essa proteção acabaria por ser desnaturada da proteção do mandato, transformando-se em instrumento de desigualdade e 1

impunidade. Não sem razão, o foro por prerrogativa de função foi apelidado de foro privilegiado. O entendimento atual do STF sobre o foro por prerrogativa de função O atual entendimento do STF sobre a norma contida no art. 102, I, b, c, da Constituição é o de que todos os inquéritos e ações penais, independentemente de quais sejam os crimes ou de quando eles tenham sido praticados, devem tramitar perante o STF. A possibilidade de recompreensão do STF sobre o alcance do foro por prerrogativa de função Na Ação Penal 937, todavia, o Ministro Relator Luís Roberto Barroso propôs e defendeu em seu voto que o STF revisse seu posicionamento e passasse a entender que o foro por prerrogativa de função se aplique apenas aos crimes (i) cometidos durante o mandado, (ii) em razão dele, e também (ii) nos casos em que, apesar de findo o motivo de manutenção do foro especial, a instrução já tenha se encerrado (término do mandato ou renúncia, por exemplo). Acompanharam o voto do Ministro Barroso a Ministra Cármen Lúcia, a Ministra Rosa Weber e o Ministro Marco Aurélio Mello. O Ministro Marco Aurélio, todavia, discordou parcialmente da proposta do Ministro Relator ao não acatar a tese na parte que estabelece que o STF deve julgar a ação mesmo quando não subsistirem mais as razões para manutenção do foro, mas a instrução processual já tiver sido terminada. Quatro razões para ser contra o foro por prerrogativa de função Existem ao menos quatro razões para ser contra o foro por prerrogativa de função e se endossar a proposta do Ministro Luís Roberto Barroso. 1 Violação ao princípio republicano: o foro por prerrogativa de função afronta o princípio republicano (art. 1º, caput, CRFB/88) porque estabelece uma classe especial de cidadãos apartados dos deveres e responsabilidades impostos a todos os demais na persecução penal. E o faz justamente com aqueles que mais deveriam ter accountability, responsividade, com o povo: os seus representantes. Há ofensa ao princípio republicano porque o foro por 2

prerrogativa de função estabelece um privilégio aristocrático a sujeitos que exercem o poder. Justo eles, que ocupam o poder e exercem a representação popular e, por isso, deveriam responder como toda e qualquer pessoa. 2 Violação ao princípio da igualdade: o foro por prerrogativa de função afronta a igualdade (art. 5º, caput, CRFB/88) porque alça os representantes do povo que cometeram crimes comuns, como qualquer cidadão pode vir a cometer, a um julgamento em instância especial. Estabelece, assim, uma justiça para os cidadãos comuns e outra especial para Deputados e Senadores. E, frise-se, sem qualquer justificativa para isso, já que a maioria dos crimes cometidos não possuem nenhuma relação com o mandato. É preciso romper esse sistema representativo organizado para apartar os representantes do povo de sua responsabilidade penal comum, ordinária, como acontece com qualquer cidadão, como acontece com qualquer um de nós. 3 Razão estrutural: o foro por prerrogativa de função desnatura a função do STF como Corte Constitucional e sua finalidade como Tribunal de teses e precedentes. A função do STF não deve ser assemelhada à de uma vara criminal de 1º grau, destinada a julgar crimes no varejo, mas a de Corte Constitucional, que guarda a Constituição e julga temas constitucionais, que fixa teses e precedentes que irão orientar os demais juízos e tribunais. 4 Razão pragmática: as violações ao princípio republicano (art. 1º, caput, CRFB/88), ao princípio da igualdade (art. 5º, caput, CRFB/88), à função e finalidade do STF como Corte Constitucional de teses e precedentes criam um sistema disfuncional, lento e ineficaz. Ou seja, entope o STF, que já possui uma pauta congestionada, com inquéritos e ações penais que não deveriam ser processadas e julgadas por ele, o que resulta em lentidão, prescrição e, portanto, impunidade. Os problemas e as consequêcias do foro por prerrogativa de função A atual forma de se compreender a competência do STF (art. 102, I, b,c, CRFB/88) e o foro por prerrogativa de função acarretam, assim, problemas jurídicos (de violação às normas constitucionais art. 1º, caput; art. 5º, caput), problemas de desenho institucional (de desvirtuamento da função e finalidade do STF) e problemas práticos (um sistema disfuncional que não processa e julga adequadamente quem é acusado de cometer crimes comuns). 3

Esses problemas têm como consequência o impedimento do funcionamento apropriado do STF, inclusive para o julgamento das causas criminais. Além disso, impossibilitam que o STF exerça sua função de Corte Constitucional e cumpra sua finalidade de Tribunal de teses e precedentes. E, por fim, esses problemas corroem a autoridade e respeitabilidade do STF e de suas decisões. Possíveis soluções Uma solução possível e substantiva seria a mudança formal da Constituição pelo Congresso Nacional através de Emenda à Constituição. Está em trâmite no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição 333, já aprovada pelo Senado e desde junho em análise na Câmara dos Deputados. A PEC 333 acaba com o foro por prerrogativa de função para crimes comuns cometidos por parlamentares; governadores de Estado; prefeitos; desembargadores; juízes dos Tribunais Regionais Federais; dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Eleitorais; membros dos Tribunais de Contas e do Ministério Público que oficiem perante tribunais. Fica, todavia, mantido o foro por prerrogativa de função nas infrações penais comuns para o Presidente e o Vice-presidente da República, para os presidentes da Câmara dos Deputados, Senado Federal e Supremo Tribunal Federal. É de se notar que a PEC 333 restringe efetivamente o foro por prerrogativa de função, mas não define que ele será apenas para os crimes cometidos durante o mandato e em razão dele. Dessa forma, os beneficiados pelo foro privilegiado (Presidente e o Vice-presidente da República, presidentes da Câmara dos Deputados, Senado Federal e Supremo Tribunal Federal) teriam quaisquer crimes processados e julgados pelo STF. Ou seja, a PEC 333 é mais restritiva do que o voto do Min. Barroso ao limitar os beneficiados pelo foro. Por outro lado, ela tem um alcance menor que a proposta do Min. Barroso porque não define que o foro especial será apenas para crimes cometidos durante o mandato e em razão dele. Outra solução possível é justamente a mudança pelo STF na interpretação da Constituição (art. 102, I, b, c) sobre o alcance do foro por prerrogativa de função, tal qual proposto pelo Ministro Luís Roberto Barroso. O que possibilita essa mudança de interpretação, verdadeira mutação constitucional (releitura interpretativa da Constituição sem alteração formal de seu texto), é a mudança da realidade fática existente: um número muito grande 4

de inquéritos e ações penais (mais de 500), que não apenas descaracteriza o STF, como impede seu funcionamento adequado e ainda cria uma categoria de cidadãos com privilégios antirrepublicanos e não igualitários. Ademais, há precedentes em que o STF estabelece interpretação restritiva modificando jurisprudência assentada, ajustando competência e finalidade da norma constitucional. Um exemplo de precedente recente em que o STF assim decidiu é o da ADI 5.540 (Rel. Min. Edson Fachin), na qual se entendeu não ser constitucional a exigência de autorização prévia das Assembleias Legislativas para que Governadores sejam processados e julgados por crime comum perante a Corte (STF. Plenário. ADI 5.540/MG, Rel. Min. Edson Fachin. Julgada em 03/05/2017. Informativo 863/STF). Considerações finais É preciso, pois, redescobrir o espírito republicano, já enunciado e positivado no art. 1º da Constituição da República. E o princípio republicano se opõe, na matéria em comento, a uma compreensão que cria desníveis e sistemas de justiça diferenciados entre cidadãos e detentores do poder. A atual compreensão sobre o foro por prerrogativa de função não pode socavar a ideia de igualdade que ilumina toda a Constituição e deve, assim, ser fundamento para toda a atuação do sistema de justiça inclusive do STF. Todos os sujeitos possuem idêntico valor moral e a ocupação de cargos públicos, especialmente eletivos e representativos, não pode servir de escudo para evitar a persecução penal e buscar a impunidade. O julgamento que o STF fará da Ação Penal 937 será mais um capítulo da nossa história constitucional, assentará mais uma coluna de nossa Catedral constitucional (para usar expressões conhecidas de Ronald Dworkin e Carlos Santiago Nino). E poderá ainda ter impacto sobre outras ações pendentes de julgamento como, por exemplo, o foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa. Informação bibliográfica do texto: GODOY, Miguel Gualano de. O STF e o foro por prerrogativa de função (foro privilegiado). Informativo Justen, Pereira, Oliveira & Talamini, Curitiba, n.º 129, novembro de 2017, disponível em: http://www.justen.com.br/informativo, acesso em [data]. 5