(Juiz Federal Substituto - 5ª região 2005 questão adaptada) Quanto ao direito comercial moderno, julgue os itens que se seguem.



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Transcrição:

SOCIEDADES ANÔNIMAS Questões selecionadas (In.: FRANCESCHET, Júlio César. Estudos Dirigidos Magistratura Federal. 1ª ed. Editora JusPodium: Salvador, BA.) (Juiz Federal Substituto - 5ª região 2005 questão adaptada) Quanto ao direito comercial moderno, julgue os itens que se seguem. 1. Nas sociedades anônimas, a assembléia geral é instalada, em segunda convocação, com qualquer número de acionistas com direito a voto. 1 Certo Segundo o artigo 125, da Lei das Sociedades Anônimas, ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembléiageral instalar-se-á, em primeira convocação, com a presença de acionistas que representem, no mínimo, 1/4 (um quarto) do capital social com direito de voto; em segunda convocação instalar-seá com qualquer número. 2. (Juiz Federal Substituto - 1ª região - 2006) Em matéria de sociedade anônima, é correto dizer que: a) Para que ocorra uma incorporação é necessária a aprovação por 50% (cinqüenta por cento) dos sócios da incorporadora e da incorporada; b) Ainda no caso de incorporação, se a sociedade incorporada tiver emitido debêntures, deverá ser convocada assembléia especial dos debenturistas para que estes aceitem a novação subjetiva da obrigação decorrente da incorporação; c) A joint venture é uma espécie de fusão em que se busca a execução de atividades comuns e onde uma das empresas fica temporariamente submetida à empresa líder; d) O Conselho Administrativo de Defesa Econômica é competente para analisar previamente qualquer ato de concentração empresarial e suas decisões constituem título executivo extrajudicial.

2 B A incorporação da companhia emissora de debêntures em circulação dependerá da prévia aprovação dos debenturistas, reunidos em assembléia especialmente convocada com esse fim, segundo o artigo 231, da Lei das S.A. O raciocínio é simples: a incorporadora assume todas as obrigações sociais da incorporada, havendo verdadeira novação subjetiva passiva. Trata-se de novação subjetiva passiva por delegação que depende do consentimento do credor. Ora, os debenturistas são, grosso modo, verdadeiros credores da sociedade emissora, de modo que o consentimento mostra-se indispensável. No entanto, será dispensada a aprovação pela assembléia se for assegurado aos debenturistas que o desejarem, durante o prazo mínimo de 6 (seis) meses a contar da data da publicação das atas das assembléias relativas à incorporação, o resgate das debêntures de que forem titulares. O quanto dito anteriormente também se aplica à fusão e à cisão. Acrescente-se, ainda, que os procedimentos de cisão, incorporação e fusão deverão ser deliberados na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais. 3. (Juiz Federal Substituto - 3ª região - XII Concurso) Assinale a alternativa incorreta: a) As companhias abertas e as de capital autorizado terão obrigatoriamente conselho de administração, a quem competirá a representação da companhia; b) A ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos causados ao patrimônio da companhia, compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia geral dos acionistas; c) O pedido de funcionamento do conselho fiscal, ainda que a matéria não conste do anúncio de convocação, poderá ser formulado em qualquer assembléia geral, que elegerá os seus membros; d) Poderá ser eleito para membro do conselho de administração pessoa natural residente no País ou residente e domiciliada no exterior. 3 A De fato, as companhias abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de administração (artigo 138, 2º, da Lei das S.A.). É também obrigatória a existência do conselho de administração nas sociedades de economia mista (artigo 239). Nos demais casos, a existência é facultativa. No entanto, no silêncio do estatuto, competirá a qualquer diretor a representação da companhia. São órgãos das sociedades anônimas: conselho de administração, conselho fiscal e diretoria. Poderão ser eleitos para membros dos órgãos de administração pessoas naturais, devendo os membros do conselho de administração ser acionistas e os diretores residentes no País, acionistas ou não. (artigo 146, da Lei das S.A.) O conselho fiscal é órgão de existência obrigatória (mesmo que silente o estatuto), porém de funcionamento facultativo (art. 161, caput, Lei das S.A.). Sua função é auxiliar os acionistas na fiscalização dos atos de gestão praticados pelos administradores da S/A. 4. (Juiz Federal Substituto - 3ª região - XIV Concurso) Leia os enunciados: I O princípio da proteção ao investidor veda a existência de ação sem valor nominal, no capital da sociedade anônima.

II O princípio da fidelidade às demonstrações financeiras não permite que o valor de negociação da ação, no mercado secundário da Bolsa de Valores, seja inferior ao seu valor patrimonial. III O princípio constitucional da livre iniciativa não impede que, na hipótese de aumento do capital social de sociedade anônima, com a emissão de novas ações, os órgãos deliberativos, como a assembléia geral e o conselho de administração, fixem o preço de venda das ações. IV No aumento do capital social, mediante a subscrição das ações, o preço de emissão poderá ser inferior ao valor patrimonial das existentes, desde que justificada a necessidade de diluição da participação dos antigos acionistas. Escolha a resposta: a) Um enunciado está correto; b) Dois enunciados estão corretos; c) Três enunciados estão corretos; d) Todos os enunciados estão corretos. 4 A A ação (principal valor mobiliário das S.A.) representa a divisão do capital social. A ação possui natureza jurídica híbrida, isto é, ela representa interesses de ordem patrimonial e de ordem pessoal. O capital social, por sua vez, orienta-se pelo princípio da intangibilidade. O valor nominal da ação representa o valor do capital social dividido pelo número de ações da sociedade. Está estabelecido no estatuto. No título da ação, é facultativa a presença do valor nominal. Não há, portanto, vedação à adoção de ações sem valor nominal (art. 11, LSA). O fenômeno da diluição da participação acionária ocorre toda vez que a companhia emite novas ações, fixando valor abaixo do patrimonial. Notem que a LSA veda a fixação do preço de emissão abaixo do valor nominal, mas não veda, por completo, a fixação abaixo do valor patrimonial. É possível, portanto, que o preço de emissão seja fixado abaixo do valor patrimonial, desde que justificada a medida. É o que dispõe o artigo 170, 1º, da LSA. O valor patrimonial representa o valor do patrimônio líquido dividido pelo número de ações. O valor patrimonial oscila, vez que o patrimônio líquido é variável. O valor bolsístico ou de mercado, por sua vez, é o valor obtido no mercado de capitais. Nada impede que este seja inferior ao patrimonial, já que depende de fatores diversos. No entanto, segundo o artigo 13, da LSA, é vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal. O preço de emissão representa o valor atribuído à ação pela companhia emissora, que deverá ser pago pelo subscritor, conforme as condições da emissão. O preço de emissão é fixado pelo órgão societário que deliberou o aumento do capital social. Esta é, portanto, a regra. Nas companhias abertas é possível que a assembléia geral delibere sobre o aumento do capital social e delegue ao Conselho de Administração fixar o preço de emissão, conforme dispõe o artigo 170, 2º, da LSA. 05. (Juiz Federal Substituto - 3ª região - XIV Concurso) Leia os enunciados: I O titular de 25,1% das ações ordinárias poderá ter o controle da sociedade anônima. II O titular de ação preferencial pode votar na eleição dos administradores, se o estatuto da sociedade anônima o permitir.

III A disposição sobre as vantagens ou restrições das ações preferenciais não é absoluta, no estatuto social, porque a lei ordinária e até a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários podem tratar de certos temas societários de modo diverso. IV A ação preferencial pode ser dotada de desvantagem política, na gestão da empresa, mas conferir precedência na distribuição dos lucros, em relação à ação ordinária. Escolha a resposta: a) Um enunciado está correto; b) Dois enunciados estão corretos; c) Três enunciados estão corretos; d) Todos os enunciados estão corretos. 5 D As ações preferenciais podem conferir aos seus titulares vantagens, tanto de natureza patrimonial, quanto política. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir: (i) prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; (ii) prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou (iii) acumulação das preferências e vantagens anteriores. No tocante às vantagens políticas, o estatuto social pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de administração. No entanto, o estatuto social poderá deixar de conferir às ações preferenciais direito, ou direitos, assegurados aos titulares de ações ordinárias, inclusive o de voto. A ausência do direito ao voto caracteriza, assim, desvantagem política. Geralmente, a desvantagem política é compensada pela vantagem patrimonial. É fundamental frisar que os titulares de ações preferenciais não poderão ser privados daqueles direitos considerados essenciais (artigo 109, da LSA). Do mesmo modo, o estatuto social não pode contrariar normas regulamentares editadas pela CVM. O poder de controle nas sociedades anônimas resulta, atualmente, da separação entre propriedade das ações e efetivo controle societário. Não é correto afirmar, em absoluto, que o controle será exercido por aquele que detém maior parcela do capital social. Primeiro: é possível a existência de ações sem direito a voto; Segundo: a grande dispersão das ações (com elevado número de acionistas) propicia o controle por aquele que possui menos da metade do capital social. Segundo Fabio Konder Comparato (in. O poder de controle na sociedade anônima), são espécies de controle: totalitário (quando nenhum acionista é excluído do poder de controle); majoritário (exercido por quem titulariza a maioria do capital votante); minoritário (exercido por aquele que detém menos da metade do capital social com direito a voto); gerencial (quando o controle, dada a grande dispersão do capital social, é exercido pelos próprios administradores). Portanto, é perfeitamente possível que o titular de 25,1% das ações ordinárias seja detentor do poder de controle. 06. (Juiz Federal Substituto - 3ª região - 2010) Em uma sociedade anônima, por decisão assemblear majoritária, alterou-se seu estatuto social para impor a realização de arbitragem nos conflitos entre a sociedade e os acionistas. Nesse caso: a) Todos os acionistas ficam adstritos a se submeterem à arbitragem em tais conflitos; b) Apenas aqueles que votaram a favor da inserção da arbitragem ficam a ela vinculados; c) Os que votaram contra fazem jus a recesso; d) A decisão assemblear é inválida por impor aos minoritários a obrigatoriedade da arbitragem e, pois, a exclusão da tutela jurisdicional estatal.

6 B A arbitragem, disciplinada pela Lei 9.307/96, é meio de resolução de conflitos cada vez mais presente no Direito Empresarial. Grandes conglomerados econômicos optam pela arbitragem por causa, sobretudo, da celeridade. Um Judiciário lento é sinônimo de inúmeros prejuízos. A arbitragem, desse modo, tem sido uma alternativa ao litígio judicial. Por outro lado, é importante lembrar que a arbitragem não pode ser imposta, sob pena de flagrante violação à garantia de acesso à Justiça. O artigo 3º, da Lei 9307/96, prescreve que: as partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. Assim, a arbitragem surge da conjugação de vontades daqueles que querem submeter seus conflitos (existentes ou futuros) à decisão do árbitro, afastando-se, assim, a tutela jurisdicional tradicional (é evidente que não há afastamento completo da tutela jurisdicional, vez que esta poderá servir, inclusive, para declarar a invalidade da convenção de arbitragem, por exemplo). A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. Nesta esteira, as decisões assembleares não podem contrariar normas indisponíveis. A obrigatoriedade da adoção do procedimento arbitral, mesmo àqueles que votaram contra sua implantação, viola o disposto na Constituição da República e, dessa forma, não pode prevalecer. 07. (Juiz Federal Substituto - 4ª região - 2004) Assinalar a alternativa correta. São requisitos preliminares para a constituição de uma sociedade anônima: a subscrição de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; a realização do preço das ações subscritas; o depósito no Banco do Brasil S/A, ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. Não sendo completas as indicações feitas, como de fato não o são, é correto afirmar: a) o direito brasileiro admite a constituição de sociedade anônima unipessoal, desde que o seu fundador subscreva a totalidade das ações em que se divide o capital fixado no estatuto, e da subscrição realize a entrada correspondente a 10%, fazendo-o em dinheiro e à vista. b) é necessária a reunião de pelo menos duas pessoas para a constituição de uma sociedade anônima, podendo a subscrição de ações por quaisquer delas ser inferior a 10% do total do capital fixado no estatuto, com a realização da entrada, no mínimo, correspondente a 10% das ações que respectivamente subscreverem, salvo às companhias para as quais a lei exigir realização de parte maior. c) quando um dos fundadores da sociedade anônima, subscritor de 80% das ações em que se divide o capital fixado no estatuto, realiza a entrada, em dinheiro, correspondente a 10% do total do capital da companhia, os outros dois fundadores, subscritores das demais ações, ficam dispensados de realizar entrada de suas respectivas subscrições. d) à sociedade anônima, durante a sua constituição e estritamente aos seus negócios operacionais, é autorizado empregar 10% das entradas realizadas em dinheiro pelo conjunto dos subscritores das ações de seu capital, movimentando a conta bancária de depósito, desde que as referidas entradas correspondam, pelo menos, a 10% do capital fixado pelo estatuto. 07 B Segundo o artigo 80, da LSA, a constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, A subscrição poderá ser: a) privada: (LSA, art. 88) não há oferta pública e dá-se mediante assembléia geral ou escritura pública;

de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro, salvo se lei específica exigir percentual maior, como é o caso, por exemplo, das instituições financeiras; III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. b) pública: (LSA, arts. 82 a 87) é necessária a prévia autorização da CVM, elaboração de projeto de estatuto e prospecto econômico-financeiro. Caracteriza-se pela oferta pública e representa maiores riscos para os adquirentes. Por esta razão exige-se a prévia autorização da CVM. 08. (Juiz Federal Substituto - 4ª região - 2004) Assinalar a alternativa correta. A Lei das Sociedades Anônimas autoriza a reunião de companhias assim como o seu fracionamento. A tanto, atribui nomenclaturas jurídicas e conseqüências próprias, conforme cada espécie de operação, do que se faz certo dizer: a) ocorrendo a falência da sociedade incorporadora ou da sociedade nova dentro de prazo de 60 (sessenta) dias contados da publicação dos atos relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior terá direito de pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens das respectivas massas. b) a incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas somente entre sociedades de tipos iguais, de modo a se estabelecer forma única de deliberação prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos, conforme seja o caso. c) na cisão, a exemplo do que ocorre na fusão, forçosamente resulta extinta a sociedade anterior, eis que as sociedades que advêm da separação, constituídas para esse fim, deverão suceder àquela em todos os direitos e obrigações, na proporção do que a cada uma couber. d) verificando-se a falência da sociedade incorporadora dentro de 60 (sessenta) dias contados do arquivamento e publicação dos respectivos atos, os sócios que eram da sociedade incorporadora, dissidentes da operação, poderão pedir a separação dos patrimônios para exercer o seu direito de retirada aferido em função do patrimônio líquido da sociedade extinta. 08 A ATENÇÃO: Como exposto anteriormente, os temas tratados na questão encontram-se disciplinados no Código Civil e na LSA. Por isso, muito cuidado, pois a LSA é específica e trata a matéria de forma mais detalhada. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Ocorrendo, até 60 (sessenta) dias depois de publicados os atos relativos à incorporação ou à fusão, a falência da sociedade incorporadora ou da sociedade nova, qualquer credor anterior terá o direito de pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens das respectivas massas. É o que dispõe o artigo 232, da LSA. A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais. Os sócios que dissentirem com a incorporação poderão retirar-se da companhia. Neste caso, o prazo para exercício do direito de retirada, previsto no art. 137, inciso II, da LSA, será contado a partir da publicação da ata que aprovar o protocolo ou justificação da incorporação, mas o pagamento do preço de reembolso somente será devido se a operação vier a efetivar-se. 09. (Juiz Federal Substituto - 5ª região - 2009) Tendo como referência a Lei n.º 6.404/1976, assinale a opção correta.

a) Uma sociedade anônima é considerada aberta ou fechada conforme os valores mobiliários que emita possam ou não ser negociados no mercado de valores mobiliários. b) As ações de uma sociedade anônima são classificadas, de acordo com a espécie, em extraordinárias, ordinárias, preferenciais e de fruição. c) Em relação à sociedade anônima, a ação é sempre divisível. d) Mesmo constatada a mora, a companhia não pode mandar vender na bolsa de valores as ações do acionista remisso, por conta e risco deste. e) A responsabilidade do alienante de uma ação não integralizada cessa imediatamente após a transferência dessa ação ao adquirente. 09 A As sociedades anônimas podem ser classificadas em: 1. Abertas: são aquelas que possuem seus valores mobiliários registrados junto à CVM e passíveis de negociação na bolsa de valores ou no mercado de balcão; 2. Fechadas: são aquelas que não admitem à negociação seus valores mobiliários em bolsa de valores ou mercado de balcão. Quanto à espécie, a ação classifica-se em: 1. Ordinária: atribui ao seu titular direitos comuns a qualquer sócio (art. 109, I a V, LSA); 2. Preferencial: irá conferir a seu titular vantagens ou restrições aos direitos comuns atribuídos a qualquer sócio. Ex.: prioridade no recebimento dos dividendos, restrição do direito de voto, entre outros; 3. Fruição ou gozo: trata-se daquela ação ordinária ou preferencial que foi amortizada, isto é, cujo valor devido em caso de liquidação da sociedade foi antecipado ao titular. Segundo artigo 28, da LSA, a ação é indivisível em relação à companhia. Trata-se da chamada indivisibilidade por força de lei. Verificada a mora do acionista (acionista remisso), a companhia pode, à sua escolha: I - promover contra o acionista, e os que com ele forem solidariamente responsáveis, processo de execução para cobrar as importâncias devidas; II - mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e risco do acionista. O alienante continua responsável, solidariamente, com o adquirente pela integralização das ações transferidas. A responsabilidade do alienante cessa no prazo de 2 anos, a contar da data de transferência das ações. (Juiz Federal Substituto - 5ª região 2006 questão adaptada) Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética a respeito do direito societário, seguida de uma assertiva a ser julgada. 10. Dênis possui cerca de 10% das ações de Lunax Utilidades para o Lar S.A. Visando se aperfeiçoar profissionalmente, concluiu curso de pós-graduação stricto sensu na Bélgica, seu país de origem. Atualmente, Dênis reside em São Paulo. Nesse caso, pode-se concluir que Dênis possui os requisitos legais necessários para compor o conselho fiscal de Lunax Utilidades para o Lar S.A. 10 Certo Somente podem ser eleitos para o conselho fiscal: 1. Pessoas naturais; 2. Residentes no País; 3. Diplomadas em curso de nível universitário, ou que tenham exercido por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo de administrador de empresa ou de conselheiro fiscal. Nas localidades em que não houver pessoas habilitadas, em número suficiente, para o exercício da função, caberá ao juiz dispensar a companhia da satisfação dos requisitos legais.