II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores



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Transcrição:

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores AS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E O DESAFIO DO USO DA TECNOLOGIA MÓVEL Helena Gordon Silva Leme, Kenia Rosa De Paula Nazario Eixo 8 - Educação a distância na formação de professores - Relato de Experiência - Apresentação Oral Este artigo aborda as possibilidades de uso das redes sociais no âmbito educacional, num relato de experiência de um curso de formação continuada sobre a temática das redes sociais e das tecnologias móveis e suas possibilidades de uso com o Moodle. O curso foi desenvolvido na Secretaria de Educação a Distância da Universidade Federal de São Carlos (SEaD/UFSCar) para os docentes dos cursos de graduação a distância da UAB/UFSCar. Atualmente as redes sociais fazem parte do cotidiano de docentes e estudantes, assim as possibilidades de mudança no âmbito educacional têm se alargado e proposto novas formas de ensino e de aprendizagem. O curso foi organizado em duas unidades no período de um mês. Na primeira unidade os conceitos de Personal Learning Environment (PLE) e Personal Learning Network (PLN), e algumas redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram entre outros, foram apresentados e discutidos pelos participantes. Na segunda unidade, foi proposta uma reflexão sobre a potencialidade do uso da tecnologia móvel e sem fio (TIMS) na educação e das possibilidades pedagógicas do M-learning (aprendizagem móvel), como no uso de celular e tablet na educação. As atividades propostas nas duas unidades levantaram discussões teóricas e práticas sobre o uso das redes sociais e da tecnologia móvel em benefício da aprendizagem. Foram utilizados dois questionários para levantamento de dados que indicaram que os docentes foram incentivados a buscarem suas próprias propostas pedagógicas de uso da tecnologia móvel para uso em seus contextos de ensino. Concluí-se que cursos de formação continuada para docentes são de grande importância para instrumentalizar os professores e fazê-los refletirem sobre a necessidade de buscarem soluções pedagógicas diante do advento das redes sociais. 11243

AS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E O DESAFIO DO USO DA TECNOLOGIA MÓVEL Helena Gordon Silva Leme; Kenia Rosa de Paula Nazario - Universidade Federal de São Carlos -UFSCar INTRODUÇÃO Com o advento das redes sociais, as possibilidades de mudança no âmbito educacional têm se alargado e proposto novas formas de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, as propostas de formação continuada para docentes procuram promover um ambiente de discussão de ideias sobre a aprendizagem e sobre o ensino, que dará sentido ao desenvolvimento profissional docente, de modo que esse profissional possa e tenha condições para construir práticas docentes baseadas no compartilhamento e no diálogo sobre a profissão (NÓVOA, 2009). De acordo com Mizukami (2002), a profissão docente não se resume apenas ao domínio dos conteúdos das disciplinas e a técnica de como transmiti-los, mas em situações em que o docente consiga lidar com um conhecimento em construção. Nesse sentido, novas iniciativas de formação continuada para docentes surgem com propostas de se utilizar as Tecnologias da Informação e comunicação Móveis e Sem fio (TIMS) disponível nesse cenário formativo da nova geração (Saccol et al., 2011). Nesse contexto é importante que se promova discussões sobre o potencial pedagógico das redes sociais na educação, a fim de promover a construção do conhecimento, discutir conteúdos e compartilhar saberes com o objetivo de construir junto aos estudantes um ambiente colaborativo de socialização do conhecimento que possa promover aprendizado. A metáfora da rede é conhecida desde os primórdios da internet, e traz o termo rede = "net" incorporado em sua própria denominação. Embora as redes sociais existam desde que o início da humanidade nos relacionamentos sociais estabelecidos entre duas ou mais pessoas, o termo rede social ganhou novo significado com o advento da tecnologia e, em especial nos dias atuais, com a tecnologia móvel. Segundo Mattar (2013), as redes sociais na internet se caracterizam pelas conexões entre pessoas em ambientes virtuais usando a tecnologia da Web 2.0. Conforme Recuero (2011), "as interações através do computador estão possibilitando o surgimento de grupos sociais na Internet, com 1 11244

características comunitárias. Esses grupos seriam construídos por uma nova forma de sociabilidade, decorrente da interação mediada pelo computador, capaz de gerar laços sociais." Moran (2013) afirma que "as tecnologias móveis trazem enormes desafios, porque descentralizam os processos de gestão do conhecimento: podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas formas diferentes. A forma de aprender e ensinar tem se modificado conforme o contexto em que está inserida, assim a aprendizagem pode ocorrer individualmente ou coletivamente, presencialmente ou virtualmente. Nesse sentido, o professor está diante do desafio de não apenas mediar o uso das TIMS, mas de organizar o processo coletivo da pesquisa e construção colaborativa do conhecimento. Nesse cenário, o presente trabalho apresenta um curso oferecido dentro do programa de formação continuada, o Programa de Aperfeiçoamento e Capacitação Continuada (PACC) para os docentes dos cursos de graduação a distância da UAB/UFSCar, desenvolvido no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) - Moodle, bem como a metodologia utilizada e a análise de dados coletados dos participantes. Como relato de experiência, serão apresentados os objetivos do curso, e os resultados das atividades desenvolvidas no mesmo, que buscaram apresentar as possibilidades de uso das redes sociais e das tecnologias móveis na educação. APRESENTAÇÃO DO CURSO O curso "Redes sociais e tecnologias móveis e suas possibilidades de uso com o Moodle" foi desenvolvido, com base nas novas tendências de uso da tecnologia móvel na área educacional e motivado pelas possibilidades de incorporação das mesmas na sala de aula, seja presencial ou virtual. O objetivo geral do curso foi promover uma reflexão e discutir ações práticas com os participantes para que o uso, em especial, das redes sociais online possam ser vistas como motivadoras do processo de aprendizagem. O curso com carga horária de trinta horas foi planejado em duas unidades no período de quatro semanas. Na primeira unidade foram apresentados os conceitos de Personal Learning Environment (PLE) e Personal Learning Network (PLN) (Silva, 2012; Simões, 2010); social bookmarking e tags; uso de redes sociais: Facebook, Twitter, Pinterest, Instagram, LinkedIn; blogs e sites educacionais; e as regras de netiqueta e segurança no uso da internet. Todos os conteúdos tiveram um foco 2 11245

educacional e permitiram discutir os potenciais pedagógicos dos recursos envolvidos. Os objetivos específicos da unidade 1 se resumem em: a) refletir sobre os conceitos de PLE e PLN e sua importância na aprendizagem; b) conhecer as principais redes sociais e sua aplicabilidade na educação; c) refletir sobre as regras sociais e de segurança no uso das redes sociais; e, d) apresentar e discutir as vantagens e deficiências do uso das tecnologias móveis na educação. Para contemplar esses objetivos foram propostas atividades que permitiram aos participantes a reflexão sobre a temática. A atividade inicial foi um convite virtual para que o grupo se apresentasse na rede social Facebook (www.facebook.com) em um grupo fechado criado para o curso. O grupo funcionou como um espaço de café virtual onde as conversas paralelas ao curso ocorreram entre a professora, tutoras e participantes. A proposta desse grupo foi a de que os participantes pudessem trocar experiências e compartilhar boas práticas do uso de redes sociais na educação. Uma comunidade de prática formada a partir do curso com a proposta de continuidade da interação mesmo após o término do curso. A atividade seguinte foi a de apresentação e compartilhamento dos Ambientes Pessoais de Aprendizagem (PLEs) de cada participante. A partir da base teórica apresentada sobre os PLEs e PLNs, o participante foi dirigido a organizar e elencar os diversos recursos, sites, blogs, redes sociais e afins que apoiam a sua aprendizagem no mundo virtual. A sugestão de recurso tecnológico para a elaboração da PLE foi a do site Symbaloo (www.symbaloo.com), que permite a construção de um desktop pessoal com acesso aos recursos de uma PLE. Após a elaboração, os participantes fizeram a postagem da imagem e respectivo link compartilhando-os na ferramenta base de dados da plataforma Moodle, podendo assim socializar, visitar e comentar os PLEs dos demais participantes. A ferramenta base de dados permite que materiais produzidos pela comunidade virtual dentro de um curso sejam compartilhados e possam receber comentários com críticas, sugestões e elogios aos/pelos pares. A segunda atividade foi realizada com a ferramenta questionário da plataforma Moodle, com o objetivo de proporcionar a reflexão e descobertas sobre o uso das redes sociais e outros recursos da web 2.0 na área educacional. As questões elaboradas provocavam os participantes a pesquisarem, buscando informação e verificando as possibilidades de cada 3 11246

item das perguntas promovendo a aprendizagem sobre os diversos recursos abordados. Para finalizar a unidade 1, foi proposta uma discussão em fórum, tendo como base a exploração dos recursos tecnológicos na educação passando pelas questões da mobilidade, ubiquidade e pelo desafio da aplicabilidade nos contextos de aprendizagem. O ponto de partida para a discussão foram as seguintes questões: a) Que redes sociais vocês e seus alunos usam? Quais seriam algumas aplicações práticas em sala de aula?; b) Quais as vantagens e desvantagens do uso das redes sociais para aprendizagem? As postagens no fórum de discussão revelaram que os docentes usam ou indicam o uso de algumas redes sociais para serem utilizadas em sala de aula, como Slideshare, You Tube, Vimeo, Twitter, Instagram, Gmail, Hotmail, Yahoo, Facebook entre outras. A maioria das postagens citou o uso do Facebook como recurso de tira dúvidas, trabalhos em grupo e socialização de materiais. Esta reflexão traz a importância da intencionalidade pedagógica no uso das redes sociais e também de se estabelecer parcerias entre professores e alunos. Nesse contexto, o uso das TIMS ainda é pensado como um suporte, uma complementação, pois por ser algo ainda muito novo, um território ainda a ser explorado, faltam estudos concretos que apontem possibilidades de integrar as tecnologias nas práticas pedagógicas. Com a conclusão da reflexão feita no fórum, os participantes observaram que há muito que aprender, e que mesmo com as dificuldades a vontade de aprender e de avançar nos conhecimentos é grande. Além disso, concluíram que se bem utilizadas, as redes sociais e os diversos recursos de troca de informações na internet podem propiciar um ambiente mais descontraído, diversificado e dinâmico para a aprendizagem. A Unidade 2 contemplou o uso da tecnologia móvel na educação e as possibilidades pedagógicas de aplicativos para M-learning (aprendizagem móvel), além do uso de ferramentas do Moodle na M-learning. O alvo dessa unidade não foi o de oferecer fórmulas prontas ou modelos, mas de levar os participantes a pesquisarem, refletirem e proporem atividades que utilizassem recursos das redes sociais e das tecnologias móveis com vistas ao estímulo à aprendizagem em sua atuação docente. Os objetivos específicos da unidade foram: a) discutir sobre a concepção de M-learning e as aplicações da tecnologia móvel (uso de celular e tablet) na educação; b) conhecer as aplicações dos recursos das principais redes sociais em sala de aula (grupos, 4 11247

enquetes, troca de arquivos e experiências); c) pesquisar aplicativos e ferramentas que podem ser incorporados ao Moodle. A primeira atividade da unidade 2 foi cooperativa. Cada participante fez uma pesquisa e postou o resultado na ferramenta glossário do Moodle. As informações foram sobre recursos, aplicativos ou ferramentas, que sejam úteis e estejam disponíveis na web, para uso com alunos através das tecnologias móveis e que possam ser usados em sala de aula, seja presencial ou virtual. Esse glossário tornou-se um espaço de convergência das descobertas e informações úteis para consulta dos pares. A segunda atividade foi uma proposta de trabalho colaborativo. Numa primeira etapa, os participantes puderam escolher um grupo através da ferramenta Escolha do Moodle para poderem trabalhar na atividade. Foram formados grupos de seis alunos, que utilizando a ferramenta fórum, discutiram a elaboração de um projeto visando o uso de recursos, ferramentas e aplicativos a serem usados no Moodle no estímulo à aprendizagem. Assim, cada grupo elaborou o enunciado de uma atividade, que utilizasse recursos das TIMS atreladas ao AVA (Moodle), indicando: o assunto a ser trabalhado, o recurso a ser usado e a aplicação do recurso com o Moodle. Depois de finalizar a atividade, o líder do grupo ficou responsável pela postagem da versão final do trabalho na ferramenta base de dados do Moodle, que foi utilizada como espaço para compartilhamento e visitação aos Projetos Coletivos. A atividade desenvolvida em grupo que trouxe possibilidades e necessidades para o Moodle usando tecnologia móvel. As apresentações dos trabalhos finais expuseram uma variação de arquivos em formatos diversos (pdf, ppt, prezi e doc). Abaixo, apresenta-se um exemplo de trabalho final de um dos grupos realizados no Prezi.com. A apresentação está disponível no endereço eletrônico: http://prezi.com/vim5-yg92_n2/apresentacao/ 5 11248

Imagem 1 - Exemplo de trabalho coletivo realizado on-line A terceira atividade abarcou o desenvolvimento de um projeto de aplicação do uso das redes sociais e das TIMS em sala de aula. A atividade de cunho individual propôs que os participantes elaborassem atividades que possam ser usadas com seus alunos em seus contextos educacionais. De modo geral, os objetivos das unidades foram contemplados por meio das atividades desenvolvidas individual e coletivamente. A atividade final da segunda unidade trouxe diversas propostas de projetos abordando o uso das TIMS em processos de ensino e de aprendizagem. ANÁLISE DOS RESULTADOS Como indicadores dos resultados obtidos no curso, podemos citar os dados coletados em dois questionários sobre a visão dos participantes quanto ao curso e seu conteúdo, planejamento e execução. O primeiro foi denominado Quiz - Tecnologia Móvel e M-learning e, o segundo, Questionário de Avaliação do Curso. No primeiro, os dados indicaram que o conceito de M-learning foi tido como uma novidade para 41% dos participantes, e em parte por outros 41%, sendo que apenas 17% desconheciam o conceito. Sobre o uso de tecnologia móvel, 69% dos participantes afirmaram usar um smartphone com plano de internet, mas apenas 48% utilizam o smartphone com frequência. Enquanto 24% dos participantes disseram não possuir um smartphone, 7% consideram desnecessário tê-lo, ou seja, não utilizam a tecnologia móvel via celular. Constatou-se que há um empate entre os que utilizam recursos de aprendizagem pelo celular (24%) e os que raramente fazem esse acesso 6 11249

(24%). Por sua vez, 21% acessam recursos de aprendizagem uma vez por semana, 10% de uma a três vezes por semana e 21% nunca o fazem. Com relação ao uso do smartphone para acessar, receber e enviar e-mails, 62% dos participantes afirmam que recebem e enviam e-mails pelo celular, enquanto que 10% fazem somente a leitura via celular e 27,5% não o fazem. Quanto ao interesse em usar recursos tecnológicos com os alunos para M-learning, os participantes apresentaram as seguintes respostas: Sim, provalvelmente em breve (41%); Sim, mas ainda tenho que aprender como (55%) e; Não, não estou preparado(a) para isso (3%), o que denota que há um interesse grande, mas ainda uma certa insegurança no uso da tecnologia na educação. As respostas: Sim, mas demanda tempo que não tenho ; e, Não, acho que os alunos não terão interesse, não foram assinaladas. Dos recursos elencados como sendo úteis no M-learning os participantes indicaram conhecer: Twitter (90%); Google Maps (86%); Podcasts (65,5%) e Quiz Creator (31%). Outros recursos como Socrative, Mindomo e QRReader, também listados na questão, foram mencionados como conhecidos por menos de 1% dos participantes. O Quiz também abordou a funcionalidade do grupo criado no Facebook para o curso (Café virtual). Este foi indicado como importante para: conhecer os participantes do curso (31%); conhecer dicas de recursos online para usar com os alunos (27,5%); compartilhar descobertas sobre recursos online para educação (34,5%); e, conhecer a funcionalidade da criação de grupos na rede social Facebook (3%). Apenas 3% consideraram que o grupo no Facebook que não teve muita utilidade. Quanto a continuar acessando o grupo no Facebook para aprender mais sobre M-learning após o término do curso, os participantes responderam ter interesse em usar o grupo na rede social ativamente (65,5%). Outra parcela dos participantes (34,5%) indicou que há interesse, mas apontaram que provavelmente não terão tempo para participarem ativamente. Analisando esses resultados para a maioria dos participantes o conceito de M-learning foi tido como uma novidade, no entanto estes docentes tem interesse em usar os recursos tecnológicos com os alunos para M-learning, desde que, aprofundem seus conhecimentos sobre os recursos. Assim, observa-se que existe um desafio na formação docentes com relação ao potencial das redes sociais na educação e uma necessidade de cursos que possam abordar o tema com os docentes. 7 11250

O segundo instrumento usado foi o Questionário de Avaliação do Curso, que coletou dados ao final do curso. As respostas indicam que 14% dos participantes já conheciam as redes sociais e suas possibilidades pedagógicas conforme abordadas no curso, 67% conheciam apenas em parte e 9,5% não conheciam. Dos que já conheciam, alguns participantes comentaram, que: até o inicio do curso não imaginava como utilizar os recursos de forma correta em sala de aula. Hoje, posso dizer que tenho onde me apoiar ao elaborar atividades virtuais utilizando as redes sociais ; Creio que as ideias abordadas sobre tecnologias móveis foram novas para mim, porém o curso também ajudou muito a aprofundar meus conhecimentos sobre redes sociais ; já conhecia as redes sociais e algumas vezes imaginava que estas redes sociais e todas as demais ferramentas da internet poderiam colaborar também na educação, seja esta presencial ou à distância. Com toda certeza este curso me ajudou a aprofundar meus conhecimentos sobre as possibilidades e realizações que se tornam possíveis com o bom uso das redes sociais e recursos online ; e, Do total que conheço agora posso dizer que o curso contribuiu com 90%. Essas e outras afirmações semelhantes indicam que o curso aguçou a curiosidade de conhecer mais sobre o M- learning e, portanto, atingiu os objetivos propostos. Dos que não conheciam o assunto, alguns relatos foram: o curso contemplou as minhas expectativas. Eu não tinha uma demanda específica, mas há uma demanda geral para que nós, professores e tutores, nos adaptemos à nova realidade em que nossos alunos estão inseridos: a conectividade (quase que) sem limites ; O curso me mostrou que existem muitas possibilidades, as quais eu nem imaginava antes de iniciar as atividades. Refleti sobre meus pré conceitos sobre as redes sociais e o uso do celular para o aprendizado ; o curso foi além das minhas expectativas, com a apresentação de inúmeros recursos e ferramentas que favorecem nossa atuação na EaD. Quanto ao material de apoio e as atividades propostas os participantes relataram que as propostas foram bem interessantes, sendo que tanto coletivamente quanto individualmente foi possível ter bastante aprendizado ; e a partir das atividades pudemos colocar o novo conhecimento em prática. As críticas quanto a essa questão foram expostas na fala embora tenha ficado com a impressão de que o curso exigia um público com maior domínio do conteúdo (além dos conhecimentos básicos). As exigências das atividades foram um grande desafio para aqueles que, 8 11251

como eu, não tiveram a oportunidade de explorar os recursos apresentados com mais dedicação. Em relação ao grau de complexidade das atividades e/ou a falta de familiaridade com o conteúdo proposto os participantes apontaram que alguns impedimentos de maior aproveitamento do curso foram a falta de familiaridade com o conteúdo; a falta de participação dos colegas no trabalho coletivo; problemas pessoais de organização para realizar as atividades. No entanto, uma participante destacou a atividade colaborativa como sendo importante para suprir as limitações pessoais com relação à falta de familiaridade com o conteúdo devido a possibilitar a aprendizagem que ocorre nas trocas e interações. Quanto a aplicação das atividades propostas em sala de aula, os participantes indicaram que as atividades desenvolvidas, provocaram o despertar e um novo olhar para as tecnologias móveis, pois permitiram a ampliação dos conhecimentos na utilização das redes sociais em sala de aula e abriram novos leques para explorar os variados recursos a favor da educação. Quanto a organização do curso (assuntos abordados, ferramentas usadas, dinâmicas de grupo, distribuição do tempo para as atividades propostas etc.) as observações foram que o curso no geral foi bem distribuído, tanto as atividades propostas como os prazos. Algumas das falas revelam que as expectativas e resultados do curso foram alcançadas, pois destacam: A estrutura, a temática e a forma como as atividades foram colocadas, contribuíram para tornar o curso interessante e instigante pois, a cada momento, ficávamos na expectativa de algo novo e surpreendente e foi exatamente o que aconteceu! O curso me surpreendeu em todos os sentidos! ; As interações nos fóruns foram, para mim, o grande destaque deste curso. O grupo ao qual eu pertencia foi fantástico, dinâmico e focado na resolução da atividade proposta. A distribuição de tempo foi bem distribuída e eficiente. Outra coisa que achei importante foi a formação do glossário pelos alunos, o que trouxe um pouco mais do conhecimento de cada para que o mesmo fosse aplicado ao contexto das atividades da disciplina. Numa autoanálise, os participantes consideraram a sua participação no curso como ótima (9,5%); boa (38%) e razoável (38%), sendo que as principais observações a essas respostas foram com relação a falta de tempo e organização pessoal para a realização das atividades e acompanhamento do curso. Isso pode ser observado nas falas: Eu considero que faltou mais 9 11252

empenho da minha parte, porque alguns projetos do trabalho acabaram atrapalhando o meu desempenho no curso. ; Consegui ler todo o material disponível e refletir bastante, porém deixei a desejar em algumas atividades, como o fórum da Unidade 1 onde participei menos do que poderia e também na atividade A4 onde atrasei a entrega. Nas demais atividades creio que trabalhei bem poderia ter me dedicado um pouco mais ; Formação no final de ano para docente tem menor rendimento. Esse é um período difícil para nós. É uma fase de trabalhos para finalização do ano ; Só acho que poderia ter acrescentado e participado muita mais se tivesse mais conhecimento do assunto ; Gostaria de ter explorado mais os recursos apresentados, mas devido a correria não foi possível. A análise desse segundo questionário indica que os objetivos propostos para o curso foram alcançados. Contudo, duas preocupações devem acompanhar a reformulação do curso para uma nova oferta, pois foram apontados pelos participantes como aspectos negativos à sua participação mais efetiva: a falta de domínio dos conteúdos e o grau de exigência das atividades. A falta de domínio do conteúdo pode ser entendida como a pouca familiaridade no uso das tecnologias, o que parece levar a uma expectativa de encontrar fórmulas prontas de como elaborar atividades usando as redes sociais e a tecnologia móvel. Isso deve ser abordado com clareza no curso desde o início incentivando os participantes a conhecerem os recursos e buscarem suas próprias soluções com o uso da criatividade aplicando gradativamente a tecnologia em seus contextos de ensino. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se de suma importância a necessidade de uma discussão referente ao potencial pedagógico das redes sociais na educação, a fim de promover a construção do conhecimento, além da discussão de conteúdos e compartilhamento de saberes. Entende-se que essas discussões podem ser realizadas por meio de cursos de formação continuada para os docentes, abarcando assim a potencialidades das tecnologias de informação móveis e sem fio, a fim de promover junto aos docentes e estudantes um ambiente colaborativo de socialização do conhecimento com vistas ao aprendizado. De acordo com os dados coletados no curso, entende-se que ainda existe uma lacuna na formação docente com relação ao uso das TIMS na educação, pois, existem ainda docentes com pouca familiaridade com essas 10 11253

tecnologias. Nesse sentido, os professores ainda não exploram os recursos atuais em favor da aproximação e motivação de seus alunos dentro e fora da sala de aula. Portanto, consideramos que o presente curso proporcionou aos participantes a possibilidade de conhecer alguns recursos das TIMS, além de incentivar os docentes a buscarem suas próprias propostas pedagógicas de uso da tecnologia em seus contextos de ensino. Finalmente, cursos de formação continuada para docentes são de grande importância para instrumentalizar os professores e fazê-los refletir buscando soluções pedagógicas diante do advento das redes sociais e das novas formas de ensino e de aprendizagem. Pois, como afirmam Saccol et al. (2011), as questões didático-pedagógicas são de fundamental importância para o sucesso dos processos de formação e de capacitação na modalidade m- learning e/ou u-learning. REFERÊNCIAS MATTAR, J. Web 2.0 e redes sociais na educação. São Paulo: Artesanato Educacional, 2013. MIZUKAMI, M.G.N., et al. Escola e aprendizagem da docência: processo de investigação e formação. São Carlos: EdUFSCar, 2002. MORAN, J. Tablets e netbooks na educação. Disponível em: http://www.eca.usp.br/moran/tablets.pdf. Acesso em 20 de novembro de 2013. NÓVOA, A. Professores: Imagens do futuro presente. Educa: Lisboa, 2009. RECUERO, R. Redes Sociais na internet. 2a. ed. Porto Alegre: Ed. Sulina, 2011. (Coleção Cibercultura) SACCOL, A., Schlemmer, E., Barbosa, J. M-learning e u-learning: novas perspectivas das aprendizagens móvel e ubíqua. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. SILVA, S. Ambiente Pessoal de Aprendizagem (PLE) como recurso de aprendizagem para o professor. Revista GEINTEC. V. 2, no. 2. São Cristóvão/SE, 2012. p. 120-128. Disponível 11254 11

em: http://www.revistageintec.net/portal/index.php/revista/article/view/27/88. Acesso em 20 de novembro de 2013. SIMÕES, P. Ambientes pessoais de aprendizagem (PLE). Dissertação de mestrado, 2010. Disponível em: http://www.pgsimoes.net/blog/?p=5. Acesso em 20 novembro de 2013. 11255 12