A relação entre a república romana e o estado contemporâneo: estado global e exercício soberano do poder Marcos Aurelio Dusso RESUMO O presente artigo trata da relação entre institutos históricos da república romana e sua influência para o estado contemporâneo. PALAVRA-CHAVE justiça, república e direitos humanos. ABSTRACT This article deals with the relationship between historical institutes of the Roman Republic and its influence to the contemporary state. KEY-WORD justice, republic, human rights. 1 INTRODUÇÃO A República Romana: urbe et orbe. Muitas cidades, dentro de uma comunidade, para o mundo, talvés esta tradução adaptada do latim para o português não reflita a literalidade do termo, mas apresenta a relação da república romana e sua importância para nossa sociedade. Como isto é possível? Por meio de algumas realidades semelhantes entre os romanos da época republicana e nós, contemporâneos 1. Sigamos o exemplo de Roma onde, ao adotarmos a terminologia de República Federativa do Brasil, talvés hoje tenhamos perdido o sentido do termo e sua relevância para nossa sociedade. Damos prioridade ao Estado Democrático de Direito, mas ao vincularmos nosso país a uma república, vários fatores de proteção à pessoa humana estão ali inseridos, mesmo que implicitamente 2. 1 DURAND, Jean-Dominique. Europa, globalizzazione e umanesimo latino in: PAVIANI, Jayme e DAL RI JÚNIOR, Arno (orgs). Globalização e Humanismo Latino. Porto Alegre: Edipucrs, 2000, p. 59. 2 PAVIANI, Jayme. O humanismo Latino no processo de globalização in: PAVIANI, Jayme e DAL RI JÚNIOR, Arno (orgs). Globalização e Humanismo Latino. Porto Alegre: Edipucrs, 2000, p.27 e 31. Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012 23
A relação entre a república romana e o estado contemporâneo: estado global e exercício soberano do poder Neste contexto o objetivo desta reflexão é relacionar o contexto histórico e os principais elementos da república romana e, quem sabe, refletir sobre sua aplicabilidade em nossa sociedade global exatamente por adotar este padrão de formação socio-político multicultural. 2 A CIDADE E SUA ESTRUTURA CONCEITUAL. Que aspectos da realidade contemporânea são próximas à república romana? Um aspecto é a abertura à alteridade. Tanto nós quanto os romanos tem algo em comum estamos diante de um lugar propício aos encontros e a circulação. Para nós uma realidade oportunizada pela implementação da rede de informação e comércio via internet e à época romana, pela amplitude política 3. O segundo elemento é caracterizado pelo discurso antropológico que coloca o homem como centro de toda organização social, alicerçada pelos valores da família e da autonomia local. Assim teremos um cuidado com a memória e a transmissão do pensamento. Para tanto, Roma era uma cidade aberta para a cultura e a educação. La memoria viva radica l evoluzione nel passato che fertilizza il presente e il futuro 4 Outro fator importante, vinculado ao antropocentrismo romano está na superioridade dos valores da liberdade e da dignidade da pessoa humana, em relação a todos os outros valores, incluse com relação à economia. Além deste, destacamos que a ação do homem, na comunidade, garante seu desenvolvimento, priorizando a família, a coletividade, a nação. Isto ocorre por meio da descentralização da tomada de decisões, trazendo coesão política, construíndo uma democracia que respeita aspectos locais e multiculturais 5. Por fim destacamos, ainda quanto ao fator antropológico, que a ação humana está vinculada em um ordenamento jurídico que organiza a liberdade, mantém uma coesão política, econômica e social da comunidade e, principalmente, através da idéia de um contrato social, que associa a diversidade ao universal e a justiça, fundam os Direitos Humanos 6. 3 INSTITUIÇÕES ROMANAS A cidade romana se opunha a cidade grega por vários aspectos, um deles é a atribuição da cidadania 7. Enquanto que os gregos eram restritivos quanto a concessão da cidadania, 3 DURAND, Jean-Dominique. Europa, globalizzazione e umanesimo latino, p. 60 4 DURAND, Jean-Dominique. Europa, globalizzazione e umanesimo latino, p. 62 5 DURAND, Jean-Dominique. Europa, globalizzazione e umanesimo latino, p. 62 6 DURAND, Jean-Dominique. Europa, globalizzazione e umanesimo latino, p. 63. 7 315 p 24 Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012
Marcos Aurelio Dusso chegando a excluir os bastardos o os descendentes de mães estrangeiras, os romanos atribuiam a cidadania aos escravos libertos (na grécia detinham a condição de metecos estrangeiros), com algumas restrições pessoais a estes, mas seus descendentes não possuiam algum tipo de limitação ao exercício da cidadania 8. Este fator não é nenhuma novidade na história romana, bastando lembrar que Roma concede ao homem livre estrangeiro o pleno direito de cidadania. Segundo Aymard e Auboyer, em 70 a.c. a cidade contava com 910.000 cidadãos 9. Que razões poderíamos mencionar sobre este fato? Dois aspectos são importantes, um que com o aumento de cidadãos aumenta a possibilidade de recursos econômicos e humanos para nutrir as cidades e as legiões. E o outro é de evitar as revoltas pelas queixas das pessoas. Opondo-se ao modelo de cidade restrita de Platão e Aristóteles, Roma adota modelos de instituições que tentam adapatar-se a esta nova realidade 10. A forma de governo de Roma, desde o fim do século VI a. C., é uma república. Período em que ocorreu a expulsão de Tarquínio e, por consequencia a queda da realeza e a libertação da supremacia etrusca. A partir deste detalhe começam as diferenças políticas da república romana. Aspectos religiosos exigiam a presença de um rei dos sacrifícios, que não poderia ocupar nenhuma função pública 11. Além disto, em caso de vacância das altas magistraturas recorria-se a um inter-rei com duração máxima de 5 dias, podendo ser prorrogado, mas com a troca da pessoa que exercia o cargo 12. Uma coisa é certa, os romanos execravam a figura política de um rei. Mas temos um fator importante vinculado a monarquia, as magistraturas, Políbio faz uma referência direta quando da instituição de um ditador para períodos excepcionais. O próprio sentido de magistratus representa não apenas a magistratura, ma o homem. Significa o mestre, o mais, ou seja, alguém a mais do que o cidadão. Ele não é um servidor da comunidade, um mero executor das decisões coletivas e demissível a qualque momento 13. 8 AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. Roma e seu imperio, vol. 3, p. 112 9 Idem AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. p. 112 10 GOETZ, Walter; BELOCH, Carlos Julio; DE SANCTIS, Gaetano. História Universal. Helade y Roma. Madrid, Espase-Calpe, 1970, Tomo II, Oitava edição, 291. 11 p. 115 12 Idem, AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. Roma e seu imperio p. 115 13 Como nas magistraturas gregas. Vide AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. Roma e seu imperio: as civilizacoes da unidade romana. 4 ed. Vol. 3. Rio de Janeiro: DIFEL, 1976. p. 116 e também FUSTEL DE COULANGES. A cidade antiga. São Paulo: Martin Claret, 2002. P, 198. Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012 25
A relação entre a república romana e o estado contemporâneo: estado global e exercício soberano do poder Uma vez instituído o magister é independente da comunidade e acima dela e exerce um poder autônomo que o transforma no representante da comunidade e no utilizador da autoridade. Poder, autoridade e imperium, três atributos as magistraturas e exercidas de forma caracterizar as diversas magistraturas romanas. O poder era a possibilidade de ação própria da magistratura 14, o imperium era o poder supremo da comunidade exercido sob a vida civil e militar, mas a autoridade era exercida sob várias formas dentre as quais podemos mencionar. Era o porta-voz entre a comunidade e as divindades, realizava os sacrifícios públicos, consagrava os novos templos, organizava as festas, dentre outras tarefas. Ornamentando e simbolizando esta autoridade, o magistrado possuía insígnias própria, com uma toga bordada na cor púrpura, em um parte, e totalmente em caso de chefia militar, nas cerimônias sentava-se na cadeira curul e os lictores precediam seu deslocamento carregando um feixe de varas e uma machado, simbolizando a sujeição e o castigo 15. Destes vários aspectos que lembram a monarquia a república se faz sentir na magistratura pelo retalhamento dos atributos por um conjunto de princípios constitucionais e consuetudinários. O tribunato da plebe tem o poder de paralisar todas as outras magistraturas. A ditadura, que fugia do sentido do colegiado, poderia durar apenas 6 meses; os censores poderiam abdicar após 18 meses, mas as demais magistraturas no final de um ano davam lugar aos seus sucessores, vedado a recondução imediata 16. Este magistrado possuía independência por seus atos, mas isto não retira o caráter individual e de responsabilidade por suas decisões, tanto que as decisões passavam por uma série de limitações. A intercessio representava o poder de oposição e anulação de uma decisão de uma magistrado feito por um superior, além disto, havendo magistraturas iguais poderia haver a obstinação de uma para paralisar o ato decidido. Em suma, o verdadeiro poder do magistrado é o veto 17. Outra característica era a imunidade do magistrado em relação a destituição e contra medidas jurídicas de responsabilidade por seus atos, contudo isto terminava quando extin- 14 Idem AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. Roma e seu imperio: p. 116 15 p. 118 16 Idem AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. p. 118 coloca que inclusive uma lei de meados do século II a.c. interdita o segundo consulado e somente Sila restabelece o período decenal para uma novo período. 17 p. 119 26 Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012
Marcos Aurelio Dusso guia a magistratura, podendo responder pessoalmente por atos decididos durante aquele período. Isto era importante para lembrar ao magistrado que ele poderia alterar o direito e os costumes, mas se sua decisão fosse contrária aos pareceres do Senado e dos costumes, ele responderia pelo ato. E contra o excesso na coerção havia a provocatio, onde se fazia um apelo ao povo, muito semelhante ao habeas corpus onde a assembléia popular decidia sobre a aplicação da pena corporal aplicada e constatando o exagero era trocada por uma multa e não poderia ultrapassar certo valor 18. Mas cabe lembrar que nem sempre estes limites funcionavam, como o que aconteceu com Cícero ao ordenar a morte por estrangulamento aos aliados de Catilina 19. Por fim, quanto aos magistrados cabe ressalvar seus tipos como o ditador, escolhido por um cônsul, mas a convite do Senado, com poderes absolutos e livre de qualquer veto e com o objetivo de conduzir as pessoas durante um perigo grave, o último foi em 261 a.c. e após evitou-se a nomeação 20. A censura era o ápice da carreira, nomeando 2 magistrados a cada 5 anos com o poder fiscalizatório de recenseamento de pessoas e bens e distribuição dos cidadão em classes e centúrias. O consulado é o magistrado por excelência, com o poder do imperium, domi e militiae. Ficam um ano em Roma e um ano fora, como proconsules 21. O pretor perde prestígio com a instituição do consul, possuem o imperium e dois ficam encarregado de administrar a justiça, ao final do governo de Cesar, somam 16 22. Por fim destacamos os representantes da plebe, dois edis plebis e edis curuis que cuidam da fiscalização, conservação e policiamento das ruas e mercados e organização dos jogos, eleitos de dois em dois anos 23. E os questores que cuidam da gestão financeira 24. E a instituição por trás destas formas limitadoras, sem dúvida, é a Assembléia, o Senado e sua estrutura estava a um passo das formas representativas atuais. 18 p. 119 19 Idem AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. p. 119 20 p. 120 21 p. 121 22 Idem AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. p. 121 23 p. 120 24 Idem AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. p. 121 Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012 27
A relação entre a república romana e o estado contemporâneo: estado global e exercício soberano do poder A organização se deva não pelo voto individual de cada cidadão, mas com a distribuição dos grupos de cidadão representativos de cada comunidade participante do populus romanus. Basta lembrar que no início do século III a.c. eram 250.000 cidadãos e no ano de 70 a.c. um milhão 25. Assim que os comícios por tribos reuniam cidadãos em 35 tribos, quatro urbanas e trinta e uma rústicas 26. Com competência para votar os plebiscitos. O Senado, cujo número pode ser de 300, 600 ou 900 conforme o momento histórico, nomeados por meio de uma lista elaborada pelo censor 27. Compete designar as províncias aos magistrados, designa as embaixadas romanas e recebe as estrangeiras, fixa o contingente militar por magistrado, recebe relatórios dos generáis, julga os magistrados responsáveis pelo governo de províncias, possui poderes religiosos, e questões administrativas locais das mais variadas como a emissão de moeda 28. Além das instituições cabe ressaltar o papel do direito nesta limitação aos poderes, assim que falar em Direito não é somente falar no fenômeno legislativo, a proposta do jurisconsulto Cícero é debater sobre o Direito como um fenômeno Universal e por isso as três primeiras assertivas podem ser concretizadas no âmbito jurídico-filosófico como (i) qual a natureza do homem (ii) examinar as normas instituídas entre os Estados e (iii) as normas de uso de todas as comunidades 29. Cícero afirma e este é o argumento central para buscar o conceito de Direito e os três aspecto supra mencionados: Por isso, sustenta-se que a razão prática é a lei cuja força consiste em exigir as boas ações e vetar as más; essa lei tira seu nome grego de nomos no significado de dar a cada um o seu, e eu, de minha parte, tenho que seu nome latino está vinculado à idéia de eleger. Os gregos subordinam a palavra lei à equidade; nó, os romanos, acentuamos a força da lei na escolha: um é outro conceito são atributos da Lei. Se tudo o que foi dito é certo, como creio que genericamente o é, a origem do Direito está na Lei. Ela é a força da Natureza; ela, a mente e a razão prática; ela, o critério do justo e do injusto. Porém, como essa discussão versa temas de interesse popular, popularmente devemos nos expressar, denominando de lei a disposição escrita que autoriza ou proíbe o desejado objeto. Assim, 25 p. 127 26 Além desta tinhamos as cúrias e as centúrias, a primeira com função de atribuir o imperium aos novos magistrados e a segunda que a organização do povo, uma por tribo, com 35 centúrias de idosos (mais de 46 anos) e 35 de jovens, menciona-se umas 368 centúrias (até de músicos e pobres), segundo AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. Roma e seu imperio: as civilizacoes da unidade romana. 4 ed. Vol. 3. Rio de Janeiro: DIFEL, 1976. p. 129 27 p. 132 28 p. 136 29 CICERO, op. cit., 2004, p. 47. 28 Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012
Marcos Aurelio Dusso para definir o Direito, o ponto de partida será aquela Lei suprema que pertence a todos os tempos e já estava em vigor quando não existia lei escrita, nem estado constituído 30. A finalidade da vida humana consiste em agir segundo os preceitos da razão prática que afirma que o homem deve exigir as boas ações e vetar as más. O ser humano consiste em desenvolver sua Natureza sob os aspectos da racionalidade, da Lei (sob o enfoque da escolha e da equidade) e da razão prática. Ser humano é estar desenvolvendo a sua Natureza e o Direito parte do pressuposto do desenvolvimento humano. Não existe Direito, não existe Estado, não existe legislação escrita quando o ser humano não se desenvolve. Para definir o que seja Direito devemos buscar o desenvolvimento humano e uma Lei suprema pertencente a todos os tempos. Se estes atributos estão inscritos na Natureza Humana, quem inscreveu?...tua concessão leva-nos a reconhecer que este animal cauteloso, sagaz, complexo, esperto, dotado de memória, cheio de razão e de prudência, a que chamamos homem, recebeu do supremo deus a existência que o coloca em lugar eminente... E se nada há de superior à razão e que esta é encontrada no homem e em deus, resulta, então, que a razão é o vínculo da primeira associação que se estabelece entre o homem e deus. E aqueles que possuem a razão em comum também participam da reta razão: sendo essa a Lei, a Lei é outro vínculo existente entre os homens e os deuses. Os que possuem a Lei em comum também participam em comum do Direito, e os que compartilham da mesma Lei e do mesmo direito devem ser tidos como membros da mesma sociedade 31. Foi deus que inscreveu estes atributos no homem e, além disto, a racionalidade humana permite que ele participe de algo que é comum, uma comunidade comum, com um elo de ligação entre deus e os homens, ou seja, a razão em prol do correto e a Lei, que possibilita o entendimento entre os homens. O pertencer à natureza humana permite que partilhemos de algo comum, ou seja, a Lei, e que as impressões são idênticas em todos, apesar da mente expressar discursos em termos distintos e de significados diferentes 32. 30 CICERO, op. cit., 2004, p. 48. 31 CICERO, op. cit., 2004, p. 49 e 50 além da passagem Com efeito, quando se examina a natureza dos homens, costuma-se afirmar com razão que... recebeu o dom divino da alma e os atributos humanos, pertencentes à categoria das coisas mortais, que são frágeis e efêmeras; a alma, porém, tem sua nascente em deus. p. 50 além disto ver página 52 onde afirma Essas impressões que são as primeiras noções a que me referi são idênticas em todos, e a mente, ao expressar o discurso, mesmo empregando termos distintos, expressa significados semelhantes. 32 Cf. CICERO, op. cit., 2004, p. 50. Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012 29
A relação entre a república romana e o estado contemporâneo: estado global e exercício soberano do poder A finalidade humana é participar do Direito e em comum desenvolvê-lo, mas como cada pessoa leva consigo virtudes e vícios ou maus costumes estes podem obscurecer as fagulhas da virtude que expressa nossa Natureza. De uma característica que nos conecta poderíamos levar o argumento para uma justificativa para a obediência de leis justas ou questionar a justiça das leis dos governantes? Esta Lei sendo una para todas as pessoas faz com que possamos julgar as leis editadas pelas pessoas como justas. O critério a ser verificado é a justiça e jamais a utilidade das leis, pois ela, a utilidade desvirtua qualquer comunidade 33. 4 CONCLUSÃO A República Romana nos leva a pensar no estado contemporâneo por inúmeras razões, a primeira, é que a cidadania é algo cada vez mais agregador de uma diversidade e de respeito à pessoa humana que necessita de um modelo de organização social que leve o interesse e as necessidades de cada grupo para a coletividade e que isto seja orientador das políticas públicas. Que as leis e a preservação dos direitos humanos sejam pautas de conduta e orientação desta organização político-social. E, por mais paradoxal que possa parecer, Roma com as limitações ao poder, as formas representativas das várias classes de pessoas, por meio de magistrados, e a responsabilidade das decisões políticas e a supremacia da justiça conseguem, ainda hoje, ser uma fonte de inspiração. REFERÊNCIAS AYMARD, Andre; AUBOYER, Jeannine. Roma e seu imperio: as civilizacoes da unidade romana. 4 ed. Vols. 3, 4 e 5. Rio de Janeiro: DIFEL, 1976. CICERO, Marco Túlio. Tratado das Leis. Caxias do Sul: Ediucs, 2004. FUSTEL DE COULANGES. A cidade antiga. São Paulo: Martin Claret, 2002. 421 p. GOETZ, Walter; BELOCH, Carlos Julio; DE SANCTIS, Gaetano. História Universal. Helade y Roma. 8.ed. Madrid: Espase-Calpe, 1970. PAVIANI, Jayme; DAL RI JÚNIOR, Arno (orgs). Globalização e Humanismo Latino. Porto Alegre: Edipucrs, 2000. MARCOS AURELIO DUSSO Mestre em Direito do Estado e Teoria do Direito UFRGS Professor das Faculdades de Direito UNIRITTER e DOM BOSCO Integrante da Comissão de Justiça e Paz da CNBB/RS Pesquisador vinculado ao grupo Direitos Humanos: Eficácia e Fundamentação madusso@ hotmail.com 33 Cf. CICERO, op. cit., 2004, p. 57. 30 Revista da Faculdade de Direito UniRitter 13 2012