Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono)

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Transcrição:

Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) Luiz Adriano Maia Cordeiro Eng.Agr., D.S., Pesquisador, Embrapa Sede Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT)

Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura Plano ABC Luiz Adriano Maia Cordeiro Eng.Agr., D.S., Pesquisador, Embrapa Sede Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT)

Negociações Internacionais sobre o Clima Rio 92 CQNUMC Países Anexo I Países Não Anexo I Meta de Redução (1990: -5,2%) 3ª COP Protocolo de Kyoto 1º Período de Compromisso (2008-2012) Entrada em vigor 16/02/2005 Mecanismos de Flexibilidade Comércio de Emissões (Anexo I) MDL (Não Anexo I) Implementação Conjunta (Anexo I) 7ª COP Acordos de Marraqueche 10ª COP/MOP 2004

COP 11 COP/MOP 1 ( 2005 ) COP 12 COP/MOP 2 ( 2006 ) COP 13 COP/MOP 3 ( 2007 ) Bonn Climate Change Talks 2008 Dialogue on long-term cooperative action to address climate change by enhancing implementation of the Convention & Consideration of commitments for subsequent periods for Annex I Parties to the Convention under article 3.9 of the Kyoto Protocol (AWG - ( KP AWG KP 2 Bali Road Map Ad Hoc Working Group on Longterm Cooperative Action under the Convention ( AWG-LCA ) & AWG-KP 4: Timetable to guide the completion of work of the AWG-KP AWG-LCA 2 & AWG-KP 5: - Contact Group Mechanism - Contact Group LULUCF - Contact Group Others Accra Climate Change Talks 2008 AWG-LCA 3 & AWG-KP 6 Fonte: Marcelo Theoto Rocha COP 14 COP/MOP 4 ( 2008 ) COP 15 COP/MOP 5 ( 2009 )

Histórico do Plano ABC COP-15: governo brasileiro divulgou o compromisso de redução das emissões até 2020, entre 36,1% e 38,9%, deixando de emitir 1 bilhão de ton CO 2 equivalente (t CO 2 eq). Para tanto, será implementado um programa de ações voluntárias: 1) Reduzir em 80% a taxa de desmatamento na Amazônia e em 40% no Cerrado (redução de emissões de 669 milhões de t CO 2 eq). 2) Adotar intensivamente na agricultura a recuperação de pastagens degradadas; promover integração lavoura-pecuária-floresta; ampliar sistema plantio direto e fixação biológica de nitrogênio (redução de emissões 133 a 166 milhões t CO 2 eq). 3) Ampliar a eficiência energética, uso de bicombustíveis, oferta de hidrelétricas e fontes alternativas de biomassa, eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, e uso de carvão de florestas plantadas na siderurgia (redução em emissões entre 174 a 217 milhões toneladas de CO 2 eq).

Política Nacional sobre Mudança do Clima Esse compromisso acelerou a Política Nacional sobre Mudança do Clima PNMC (Lei Federal n.º 12.187, de 29 de dezembro de 2009). Prevê ações de P&D e TT, estratégias de fomento, linhas de financiamento, medidas fiscais, etc. Formas de Monitoramento, Reporte e Verificação (MRV) e Adaptação. Poder Executivo estabelecerá os Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação em setores da economia.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 7.390, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2010. Regulamenta os arts. 6 o, 11 e 12 da Lei n o 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 6 o, 11 e 12 da Lei n o 12.187, de 29 de dezembro de 2009, DECRETA: Art. 1 o Os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos das políticas públicas e programas governamentais deverão, sempre que for aplicável, compatibilizar-se com os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima.... 2 o As revisões do Plano Nacional sobre Mudança do Clima e a elaboração dos planos setoriais tomarão por base a Segunda Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, com foco no Segundo Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa Não-controlados pelo Protocolo de Montreal ou a edição mais recente à época das revisões.... Art. 3 o Para efeito da presente regulamentação, são considerados os seguintes planos de ação para a prevenção e controle do desmatamento nos biomas e planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas: I - Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal - PPCDAm; II - Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado - PPCerrado; III - Plano Decenal de Expansão de Energia - PDE; IV - Plano para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura; e V - Plano de Redução de Emissões da Siderurgia.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Casa Civil 1. Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal 2. Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado 3. Energia 4. AGRICULTURA 5. Substituição do Carvão de Desmatamento por Florestas Plantadas na Siderurgia 6. Transportes 7. Indústria de Transformação e de Bens de Consumo Duráveis 8. Indústria Química Fina e de Base 9. Indústria de Papel e Celulose 10. Mineração 11. Indústria da Construção Civil 12. Serviços de Saúde 2010-2011 2011 em diante

Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura Coordenação: Presidência da República/Casa Civil, MAPA e MDA. Grupo de Trabalho Nacional (elaboração da proposta): Casa Civil, MAPA, MDA, Ministério da Fazenda MF, Ministério do Meio Ambiente MMA, Secretária de Assuntos Estratégicos da Presidência da República SAE, Embrapa, representantes do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), ONGs e representantes do setor produtivo (Contag, CNA, etc.). Participação dos Estados e Municípios no processo de implantação deste Plano Setorial.

Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura Processo Tecnológico Plano ABC Compromisso (aumento de área/uso) Potencial de Mitigação (milhões Mg CO 2 eq) Recuperação de Pastagens Degradadas 1 15,0 milhões ha 83 a 104 Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 2 4,0 milhões ha 18 a 22 Sistema Plantio Direto 8,0 milhões ha 16 a 20 Fixação Biológica de Nitrogênio 5,5 milhões ha 10 Florestas Plantadas 3 3,0 milhões ha - Tratamento de Dejetos Animais 4,4 milhões m 3 6,9 Total 133,9 a 162,9 1 Por meio do manejo adequado e adubação. 2 Incluindo Sistemas Agroflorestais (SAFs). 3 Não está computado o compromisso brasileiro relativo ao setor da siderurgia; e, não foi contabilizado o potencial de mitigação de emissão de GEE.

Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura Plano ABC Objetivo Geral: Promover a mitigação da emissão de GEE na agricultura, no âmbito da Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), melhorando a eficiência no uso de recursos naturais, aumentando resiliência de sistemas produtivos e de comunidades rurais, e possibilitar a adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas.

Objetivos Específicos do Plano ABC Contribuir para a consecução dos compromissos de redução da emissão de GEE assumidos voluntariamente pelo Brasil no âmbito dos acordos climáticos internacionais e previstos na legislação; Garantir o aperfeiçoamento contínuo e sustentado das práticas de manejo que reduzam a emissão dos GEE e adicionalmente que aumentem a fixação atmosférica de CO 2 na vegetação e no solo dos setores da agricultura brasileira; Incentivar a adoção de Sistemas de Produção Sustentáveis que assegurem a redução de emissões de GEE, enquanto elevem simultaneamente a renda dos produtores, sobretudo com a expansão das seguintes tecnologias: (i) Recuperação de Pastagens Degradadas; (ii) Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ilpf) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); (iii) Sistema Plantio Direto (SPD); (iv) Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN); e, (v) Florestas Plantadas; Incentivar o uso de Tratamento de Dejetos Animais para geração de energia e compostagem; Incentivar os estudos e aplicação de técnicas de adaptação de plantas, de sistemas produtivos e de comunidades rurais aos novos cenários de aquecimento atmosférico, em especial aquelas de maior vulnerabilidade; e, Promover esforços para se reduzir o desmatamento de florestas decorrente dos avanços da pecuária e outros fatores, nos Biomas Amazônia e Cerrado.

Programas do Plano ABC 1. Recuperação de Pastagens Degradadas 2. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ilpf) e de Sistemas Agroflorestais (SAFs) 3. Sistema Plantio Direto (SPD) 4. Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) 5. Florestas Plantadas 6. Tratamento dos Dejetos Animais 7. Adaptação às Mudanças Climáticas

Estoque de C no solo CO 2 Fotossíntese clima CO 2 C-CO 2 C-CO 2 C fixado fotossíntese espécie vegetal grau de degradação idade biodiversidade C do solo ACÚMULO Decomposição resíduos vegetais dejetos animais textura do solo mineralogia atributos químicos erosão manejo

Recuperação/Renovação da Pastagem

Recuperação de Pastagens Degradadas CO 2 CO 2 Pastagem Recuperada Pastagem Degradada

CO 2 Lavoura sob SPD CO 2 Pastagem Degradada

Sistema Plantio Direto (SPD) gera vários benefícios ambientais e agronômicos: 1. Ausência do revolvimento total do solo 2. Cobertura permanente do solo (palhada ou planta viva) 3. ROTAÇÃO DE CULTURAS Plantio Direto Plantio Convencional

CO 2 CO 2 Sistema Plantio Direto (SPD) Estoque de C no Solo

Perda de CO 2 (g/m 2 ) em 24 horas Emissão de GEE em função do sistema de manejo do solo (Reicoski, 1993) Apresentação de Dirceu Gassen 143 125 108 101 108 90 77 7 Pdireto 1 2 3 4 5 6 7 solos

Perda de CO 2 (g/m 2 ) em 19 dias Emissão de GEE em função do sistema de manejo do solo (Reicoski, 1993) Apresentação de Dirceu Gassen 249 130 107 100 50 Pdireto Aiveca Arad+grade Grade Escarific

Plantio Direto

Teores de Carbono no Solo Apresentação de Dirceu Gassen 2,8 2,7 2,6 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 % Carbono no solo 53 % da MO original Arado e grade Donnigan et al. 1998 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030

Plantio Direto

CO 2 CH 4 Biomassa Florestal Fermentação Entérica CO 2 Pastagem Recuperada

LAVOURA FLORESTA PECUÁRIA Culturas+Árvores Culturas+Árvores+Animais Árvores+Animais Sistema Silviagrícola Sistema Agrossilvipastoril Sistema Silvipastoril Culturas+Animais Sistema Agropastoril Sistemas Integrados

Evolução do teor de matéria orgânica do solo em sistemas com e sem pastagens Fonte: Sousa et al. (1997)

Estoque de Carbono (t/ha) Teor de matéria orgânica e estoque de carbono (0-20 cm) em função do manejo do solo, 15/10/2008, Querência, MT 32 30 28 26 24 22 20 Preparo do solo Plantio direto Sistemas de Manejo Fonte: Franchini et al. (Embrapa Soja) g/kg 21-22 20-21 19-20 18-19 17-18 16-17 15-16

Carbono no Solo e Biomassa Melhorada + 0,2 Mg de C ha -1 ano -1-0,2? + 1,1-0,2 Fonte: Carvalho et al. (2010) Revisão de literatura

Potencial de sequestro de carbono e de mitigação da emissão de GEEs do eucalipto (somente o tronco exigências do IPCC) em sistemas de ilpf aos 16 meses Densidade Sequestro PNEB* de árvores C (kg/árvore) C (t/ha) CO 2 eq (t/ha) (UA/ha) 357/ha. 4,3 1,5 5,5 3,04 227/ha. 4,1 0,9 3,4 1,84 * PNEB = Potencial de neutralização da emissão de GEEs de um bovino com 450 kg de peso vivo (~ 1,5 t/ha/ano de CO 2 eq.). Fonte: Almeida et al. (2011). Foto: A. N. Kichel

Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) N 2 O CO 2

Florestas Plantadas CO 2 CO 2 CO 2 CO 2

Tratamento de Dejetos Animais CH 4 CH 4 CH 4 CO 2

Estratégia de Implementação do Plano ABC CIM / GEx Casa Civil /PR e 17 Ministérios Avaliar Comissão Executiva Monitorar/Acompanhar Propor novas medidas Realizar Seminários Grupo Gestor Estadual Coordenar/articular implementação nos Estados Plano Estadual

Ações Previstas de Mitigação 1. Divulgação; 2. Capacitação (técnicos e produtores); 3. Transferência de Tecnologia; 4. Assistência Técnica e Planejamento Rural; 5. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; 6. Disponibilização de insumos; 7. Regularização fundiária e ambiental; 8. Fomento a viveiros e redes de coletas de sementes; 9. Monitoramento (MRV) Laboratório Virtual; 10. Adaptação, redução de vulnerabilidades e aumento de resiliência; 11. Ações transversais (sensibilização, articulação, etc.); 12. Crédito e Linhas de Financiamento (p.e. Programa ABC).

Ações Previstas de Adaptação 1. Formação de profissionais de Ciências Agrárias; 2. Pesquisa Agropecuária e Inovação Tecnológica; 3. Adoção de tecnologias que reduzam a vulnerabilidade das unidades e dos sistemas produtivos; 4. Ordenamento territorial; 5. Seguro rural e outros instrumentos de mitigação dos riscos e Pagamento de Serviços Ambientais; 6. Transferência de Tecnologia e assistência técnica; 7. Diversificação dos sistemas produtivos; 8. Manejo do solo e água, incluindo a prevenção de desastres.

Ações Previstas de Monitoramento 1. Explicitação dos cenários; metodologia de cálculo das reduções; fontes; forma de coleta; análise e arquivo de dados. 2. Definição dos órgãos responsáveis pelo monitoramento (Unidade Laboratorial Multinstitucional). 3. Metodologias já existentes: imagens de satélites; informações coletadas pelos agentes financeiros, pelo IBGE, pela Conab e/ou pela empresas privadas. 4. Previstos levantamentos in loco.

Interação com outras Políticas Públicas PPCDAm; PPCerrado; Operação Arco Verde; Programa Mais Ambiente; Programa Terra Legal; Prevfogo; e, Plano de Erradicação da Pobreza Extrema.

Necessidades e Fontes de Financiamento Fontes orçamentárias; Linhas do crédito rural (p.e., o Programa ABC); Investimentos do setor privado; e, Outras fontes.

Programa ABC Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC): é uma linha de crédito criada pelo MAPA. Valor disponibilizado (2011) = R$ 3,15 Bilhões (5,5% a.a.). Finalidade: financiar investimentos fixos e semi-fixos, além do custeio (30-40%), destinados à: recuperação de áreas e pastagens degradadas; implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária; implantação e melhoramento de sistemas plantio direto; implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavourapecuária-floresta; implantação, manutenção e manejo de florestas comerciais, inclusive aquelas destinadas ao uso industrial ou à produção de carvão vegetal; adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação ambiental, inclusive a recuperação de reserva legal e de áreas de preservação permanente, bem como o tratamento de dejetos e resíduos, entre outros; implantação de planos de manejo florestal sustentável; e implantação e manutenção de florestas de dendezeiro, prioritariamente em áreas produtivas degradadas.

Casa Civil, Ministérios e Sociedade Lei 12.187 e Decreto 7.390 (PNMC) Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) Desmatamento Amazônia Desmatamento Cerrado Agricultura Eficiência Energética Carvão na Siderurgia Outros Planos Setoriais OEPAs ATER Universidades 1.Recuperação de Pastagens Degradadas 2.Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ilpf) 3.Sistema de Plantio Direto (SPD) Tecnologias, Serviços e Produtos 4.Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) 5.Florestas Plantadas 6.Tratamento de Resíduos Animais

Muito Obrigado pela atenção! luiz.cordeiro@embrapa.br