CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE UM MINI-TANQUE EVAPORIMÉTRICO DE BAIXO CUSTO NO MANEJO DA IRRIGAÇÃO

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Transcrição:

5ª Jornada Científica e Tecnológica e 2º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 06 a 09 de novembro de 2013, Inconfidentes/MG CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE UM MINI-TANQUE EVAPORIMÉTRICO DE BAIXO CUSTO NO MANEJO DA IRRIGAÇÃO Isabella LABIGALINI 1 ; Julia C. da VEIGA 2 ; Miguel A. I. T. del PINO 3 ; Carlos M. de LIMA 4 RESUMO O presente trabalho foi realizado na Unidade de Ensino e Produção de Horticultura, da Escola-Fazenda do IFSULDEMINAS, Câmpus Inconfidentes, e teve como objetivo estudar a viabilidade técnica do emprego de mini-tanque evaporimétrico, de baixo custo, no manejo racional da irrigação em ambiente protegido, utilizando dados de um tanque classe A como referência para calibração. Os mini-tanques mostraram-se eficientes na determinação da evaporação, comparados com o tanque Classe A. INTRODUÇÃO A água, essencial à vida, é um elemento necessário a diversas atividades humanas. Além disso, este recurso natural é fundamental para o desenvolvimento de diversas atividades antrópicas, tais como a produção de alimentos, de energia, de bens de consumo, de transporte e de lazer, assim como para a manutenção e o equilíbrio ambiental dos ecossistemas terrestres. Dentre as atividades, a produção de alimentos possui uma importância expressiva, pois, toda produção agrícola demanda água, de qualidade, em quantidade que satisfaça as necessidades hídricas das culturas. A prática da irrigação é de suma importância na produção agrícola, devido a compensação hídrica em relação a inconstância ou falta das precipitações, levando dessa forma, ao sucesso do empreendimento agrícola. Devido à conjuntura econômica e ao aumento populacional que leva a uma redução da disponibilidade de recursos hídricos, há que se buscar o uso racional da água. Neste encontro, a Lei n 9.433 (1997), que institui a Política Nacional de 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: isalabi.agro@gmail.com; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: engagro.veigajc@gmail.com; 3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: miguel.toledo@ifsuldeminas.edu.br; 4 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: carlos.lima@ifsuldeminas.edu.br.

Recursos Hídricos aponta que a água é um bem público e possui valor econômico, promovendo desta forma, a uso racional deste recurso imprescindível para a vida, no caso, a água. Dentre os métodos utilizados para o manejo da irrigação, Bernardo, Soares e Mantovani (2008) citam os de medição do teor de água no solo, medição da tensão da água no solo, determinação da evapotranspiração, entre outros. De acordo com Santos, Hernandez e Rosseti (2010) a estimativa da evapotranspiração de referência permite ao irrigante determinar o quanto e quando irrigar sua cultura, possibilitando fazer o uso racional da água. Um dos métodos utilizados na determinação da demanda hídrica por meio da evapotranspiração é realizado com uso de tanques evaporimétricos, sendo o tanque classe A o mais difundido. Porém, a leitura das informações do tanque classe A pode levar a uma interpretação errônea dos dados, dificultando seu uso no campo. Desta forma, o uso de mini-tanque evaporimétrico pode ser uma solução, pois seu funcionamento é simples e permite leituras diretas, facilitando a compreensão por parte do produtor rural e contribuindo para o manejo racional da irrigação. Em pesquisa realizada por Lopes Filho (2000), foi proposta a utilização de tanques de tamanho reduzido, em substituição do tanque classe A. O autor constatou que o uso de mini-tanques pode substituir, com vantagem, o tanque classe A, pois tem menor custo, ocupam um menor espaço e é de fácil manuseio. Durante a pesquisa com micro evaporímetros, Salomão (2012), recomenda o uso destes equipamentos para o auxílio do manejo irrigado em ambiente protegido, Estes, são recomendados por técnicos e pesquisadores. Diante do exposto, objetivou-se com esta pesquisa estudar a viabilidade técnica do emprego de mini-tanque evaporimétrico no manejo racional da irrigação, por meio da construção e análise da eficiência de um mini-tanque de baixo custo, utilizando como referência dados de um tanque classe A. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado na Unidade de Ensino e Produção (UEP) de Horticultura, da Escola-Fazenda do IFSULDEMINAS, Câmpus Inconfidentes, estado de Minas Gerais. Com área de 145 km², no município de Inconfidentes está situado na região sul do estado e apresenta clima típico de tropical de altitude, localizada

nas coordenadas geográficas de 22 18 52 de latitude sul, 46 19 54 de longitude oeste, com altitude média de 869 m. Foram utilizados dois mini-tanques, os quais foram construídos utilizando-se caixas de gordura sifonada com dimensão 0,250x0,230x0,075 m, de material de policloreto de polivinila (PVC). Estas caixas foram cortadas, retirando-se os tubos de saída, totalizando uma altura de 0,09 m da base. Foram adaptadas conexões de metal, uma utilizada como entrada e outras duas como dreno de água, sendo um destes dois para o controle do nível de água do mini-tanque, situado a 0,01971 m e o segundo, para controle do nível de água em caso de precipitação, situado a 0,01227m, ambas as medidas tomadas como referência a borda do mini-tanque. Controle para precipitação Controle do nível da água Figura 1 Mini-tanque evaporimétrico com conexões (Fonte: elaboração própria) Utilizaram-se, também, tubos do tipo soldável de material PVC (marrom), com diâmetro interno de aproximadamente 0,04726 m, os quais foram acoplados aos mini-tanques por meio de mangueiras transparentes ligadas a válvulas de gás de aço-inox. Estes tubos tem a finalidade de auxiliar na quantificação da evaporação diária de cada mini-tanque, além de repor a lâmina evaporada. Para isso, foi colada uma fita métrica graduada, de 1,0 m, externo ao tubo soldável (marrom) junto com uma mangueira transparente, facilitando dessa forma a leitura do nível de água evaporada do mini-tanque. O suporte utilizado como base para os mini-tanques foi construído com cantoneiras de ferro soldadas umas as outras, perfazendo uma estrutura de dimensão 0,50x0,26 m, com uma haste de 0,36 m acoplada em um dos cantos servindo como estrutura de sustentação para o tubo de PVC (marrom). Foram

Evaporação (mm/dia) Evaporação (mm/dia) utilizadas tampas de PVC de com anel de vedação nos tubos de PVC (marrom), para evitar a entrada de materiais indesejáveis e água proveniente de precipitação. Já confeccionados, os mini-tanques foram instados em campo, em uma área de 10,0 x 6,0 m, sobre estruturas de madeira de dimensão 0,60x0,35 m, em diferentes posições em relação ao tanque Classe A, e todos dispostos no mesmo nível em relação ao solo. Durante a fase de experimentação realizou-se algumas mudanças com o intuito de melhorar a precisão dos dados obtidos, como a mudança do posicionamento do mini-tanque 2, e a adaptação de um novo dreno para a saída de águas nos mini-tanques. Diariamente, às 9h foram realizadas as leituras dos níveis de água para os mini-tanques e tanque Classe A, juntamente com informações de temperatura, velocidade do vento, umidade relativa do ar e pressão atmosférica, coletadas no local por meio de uma mini-estação meteorológica portátil. Nos dias em que ocorreu precipitação, esta foi quantificada com o auxílio de um pluviômetro graduado, de 40 mm. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 2 estão apresentados os dados de evaporação (mm dia -1 ), comparando o tanque Classe A com os mini-tanques 2 (MT 2 ) e 3 (MT 3 ) para quinquídios e decêndios. Observa-se que os mini-tanques 2 e 3 apresentam evaporação superior ao tanque Classe A, sendo o mesmo resultado encontrado por Evangelista (1999). Este fato é devido a superfície evaporante dos mini-tanques ser menor que a do tanque Classe A. 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 20 40 60 80 0 0 20 40 60 80 Período - quinquídios (dias) Mini-tanque 2 Mini-tanque 3 Tanque Classe A Período - decêndios (dias) Mini-tanque 2 Mini-tanque 3 Tanque Classe A

FIGURA 2 Evaporação do tanque Classe A em comparação com os mini-tanques 2 e 3, para quinquídios e decêndios. Na Tabela 1 encontram-se os índices estatísticos da análise de regressão dos mini-tanques em relação ao tanque Classe A para quinquídios. Em geral, os minitanques 2 e 3 apresentaram excelente ajuste, com nível de significância de 0,01 pelo teste de F. Com relação ao coeficiente de correlação (r), ele é classificado como correlação forte, demonstrando interação entre os mini-tanques 2 e 3 com o tanque Classe A (Lopes Filho, 2000). TABELA 1 Índices estatísticos calculados com relação ao método do tanque Classe A e os mini-tanques 2 e 3 para quinquídios. Descrição 0 1 Fcalc R 2 r EP MT 2 2,1421 0,5511 16,1425** 0,6175 0,7858 0,3278 MT 3 1,0923 0,9475 71,2446** 0,8769 0,9364 0,2682 MT 2 : mini-tanque 2; MT 3 : mini-tanque 3; 0 : coeficiente linear; 1 : coeficiente de regressão; Fcalc: teste de F (* significativo a 5% e ** significativo a 1%); R 2 : coeficiente de determinação; r: coeficiente de correlação; EP: erro padrão. Para decêndios (Tabela 2), os mini-tanques 2 e 3 também tiveram um excelente ajuste, com nível de significância de 0,01 e 0,05 pelo teste de F, para os mini-tanques 3 e 2, respectivamente. Ambos os mini-tanques apresentaram correlação forte (Lopes Filho, 2000), demonstrando, também, interação com o tanque Classe A. Observam-se nas Tabelas 1 e 2 que o mini-tanque 3 apresentou um melhor ajuste em relação ao mini-tanque 2, no que tange ao coeficiente de determinação (R 2 ), além de menor erro padrão (EP). Este fato pode ser explicado devido ao mini-tanque 2 ter recebido sombreamento de uma estufa instalado no local, interferindo dessa forma, na evaporação do mini-tanque 2. TABELA 2 Índices estatísticos calculados com relação ao método do tanque Classe A e os mini-tanques 2 e 3 para decêndios. Descrição 0 1 Fcalc R 2 r EP MT 2 2,1379 0,5548 12,6802* 0,7602 0,8719 0,2473 MT 3 0,9989 0,9912 45,1780** 0,9187 0,9585 0,2340 MT 2 : mini-tanque 2; MT 3 : mini-tanque 3; 0 : coeficiente linear; 1 : coeficiente de regressão; Fcalc: teste de F (* significativo a 5% e ** significativo a 1%); R 2 : coeficiente de determinação; r: coeficiente de correlação; EP: erro padrão.

CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos pode-se concluir: - Os mini-tanques mostraram-se eficientes na determinação da evaporação, comparados com o tanque Classe A utilizado como padrão. - O tanque Classe A pode ser substituído pelos mini-tanques, minimizando custos no controle e manejo da irrigação de culturas. AGRADECIMENTOS A FAPEMIG pela concessão de bolsa de iniciação científica PIBIC e ao IFSULDEMINAS, Câmpus Inconfidentes pela cessão do espaço para o experimento e suporte financeiro e de pessoal no auxílio à pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8 ed. Viçosa: Editora UFV, 2008. 625p. BRASIL. Lei n. 9433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial, 09 de jan. 1997. Seção 1, p. 4-8. EVANGELISTA, A. W. P. Avaliação de métodos de determinação da evapotranspiração no interior de casa de vegetação em Lavras-MG. 1999. 79p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola). Universidade Federal de Lavras, 1999. LOPES FILHO, R. P. Utilização de diferentes tanques evaporímetros em ambiente protegido. 2000. 79p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola área de concentração em Irrigação e Drenagem) Universidade Federal de Lavras/UFLA. 2000. SANTOS, G. O.; HERNANDEZ, F. B. T.; ROSSETTI, J. C. Balanço hídrico como ferramenta ao planejamento agropecuário para a região de Marinópolis, noroeste do estado de São Paulo. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada. v.4, n.3, p.142-149. 2010. SALOMÃO, L. C. Calibração de tanques evaporímetros de baixo custo sob diferentes diâmetros em ambiente protegido. 2012. 61p. Tese (Doutorado em Agronomia área de Irrigação e Drenagem) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho /Unesp. Botucatu-SP. 2012