OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO AMBIENTE ESCOLAR COM ESTUDANTES DISLÉXICOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Documentos relacionados
PROJETO DE LEI Nº., DE DE DE 2012.

EDUCADOR, MEDIADOR DE CONHECIMENTOS E VALORES

AS INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS PARA O ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO

IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE CONTEÚDO DIGITAL PARA O USO NA EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓCIO: Carga Horária Semestral: 40 h Semestre do Curso: 3º

PROJETO PROLICEN INFORMÁTICA NA ESCOLA : A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA E O ENSINO MÉDIO PÚBLICO

Atividades práticas-pedagógicas desenvolvidas em espaços não formais como parte do currículo da escola formal

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A SUA INTERDISCIPLINARIDADE

LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA: ESPAÇO DE INCLUSÃO

Dislexia: dificuldades, características e diagnóstico

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO. O aluno com deficiência intelectual

TABLETS COMO RECURSO DE ENSINO: UM ESTUDO COM PROFESSORES DE MATEMÁTICA NUMA ESCOLA PÚBLICA DA PARAÍBA

PARALISIA CEREBRAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ACERCA DA INCLUSÃO ESCOLAR

Identidade e trabalho do coordenador pedagógico no cotidiano escolar

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

PERCEPÇÃO DAS CRIANÇAS DA ESCOLA MUNICIPAL CENTRO DE PROMOÇÃO EDUCACIONAL ACERCA DO ESTATUTO CRIANÇA E ADOLESCENTE

Introdução

ENADE: OS RESULTADOS INFLUENCIAM NA GESTÃO ACADÊMICA E NA QUALIDADE DOS CURSOS

EDUCAÇÃO E LEITURA: o ensino-aprendizagem da literatura nas escolas municipais e estaduais de cinco municípios do nordeste

USO DO AUDIO-IMAGEM COMO FERRAMENTA DIDÁTICO PEDAGÓGICA EM ATIVIDADES EM SALA DE AULA.

TERMO DE REFERÊNCIA. 1. Justificativa

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PRÉ ESCOLAR. Ano Letivo 2014/ º Período

Plano de Articulação Curricular

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ANDRADINA NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO DO TRABALHO, SE HOUVER

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓCIO: Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 7º

O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) Introdução

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PONTA DOS DEDOS: COMO ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS?

MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO EDUCACIONAL DOS SURDOS NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IRATI/PR

Período ATIVIDADE OBJETIVO Responsabilidade Local

1. Perfil A Faculdade de Medicina de Campos foi criada pela Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), na sessão de 02 de agosto de 1965,

FORMAÇÃO CONTINUADA ONLINE DE PROFESSORES QUE ATUAM COM ESCOLARES EM TRATAMENTO DE SAÚDE Jacques de Lima Ferreira PUC-PR Agência Financiadora: CNPq

O USO DO STOP MOTION COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA TORNAR MAIS LÚDICO O ENSINO DE BIOQUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

INCLUSÃO EDUCACIONAL DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS.

VIII Oficinas de Formação A Escola na Sociedade da Informação e do Conhecimento praticar ao Sábado. E-learning. 3 de Março de 2007

Biblioteca Escolar: estratégias para torná-la mais atraente

O ENSINO DE MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: A IMPORTÂNCIA DO MATERIAL DIDÁTICO COM VISTAS À INCLUSÃO

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance

ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA CLARI E AS ATITUDES POSITIVAS

Tema do Projeto Educativo: Quero ser grande e feliz

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO DA ESCOLA INCLUSIVA. Marcos Legais Resolução CNE-CES Resolução CNE-CES PROJETO PEDAGÓGICO

I ENCONTRO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NOS CURSOS DE LICENCIATURA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA: EM BUSCA DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PEDAGOGO

ESCOLA ESTADUAL DR. MARTINHO MARQUES VERA LUCIA DOS SANTOS GIVANILZA ALVES DOS SANTOS MARIA APARECIDA CRIVELI SIRLEI R. C. DO P.

Sala de Jogos da matemática à interdisciplinaridade

Especialização em Educação Especial: Deficiência Intelectual

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE UNICENTRO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO CHRISTIANE MAIA DA SILVEIRA ORIENTADOR: PROFESSOR PAULO GUILHERMETI

IV ENCONTRO DO PIBID DO IFMG - 24 e 25 de setembro de 2015

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO JULIANA LEME MOURÃO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

PROJETO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO

A GESTÃO DA INFORMAÇÃO NO VAREJO 1

Rodrigo Claudino Diogo 1, Valéria A. Ribeiro de Lima 2, Vanusa Maria de Paula 3, Rosymeire Evangelista Dias 4

Leônidas Siqueira Duarte 1 Universidade Estadual da Paraíba UEPB / leonidas.duarte@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID

As Novas Tecnologias no Processo Ensino-Aprendizagem da Matemática

Uma formação dos professores que vai além dos saberes a serem ensinados

EDITAL Bolsas FAPTO/TE-PNCA - Nº 002/2011 ANEXO III. Título do Projeto: Transporte Escolar Pesquisa Nacional Custo Aluno

CONEXÃO VERDE IASEA REDE NACIONAL DE ENSINO SOCIOAMBIENTAL INSTITUTO PARA APRENDIZAGEM SOCIAL, EMOCIONAL E AMBIENTAL

DIFICULDADES ESPECÍFICAS NA APRENDIZAGEM DA LEITURA: DISLEXIA RESUMO

Os recursos tecnológicos na Educação de Jovens e Adultos: um diferencial no processo ensino aprendizagem.

A PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES TITULARES DAS SÉRIES/ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O PROEJA, A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O MUNDO DO TRABALHO

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico CETEC. Ensino Técnico. Habilitação Profissional: Nível Médio de Técnico em Administração

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS FACULDADE DE MATEMÁTICA

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA DISCIPLINA MARISTA

PROJETO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Eliana Lúcia Ferreira Coordenadora do Curso.


GEOMETRIA ESPACIAL: UM OLHAR DIFERENTE NO ENSINO DOS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS

Plenário Adriano Jorge, em 22 de abril de PROFESSOR BIBIANO PT VEREADOR

BREVE REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM AULAS NO ENSINO MÉDIO

Inclusão de pessoas com deficiência no mercado trabalho: implicações da baixa escolarização

COMPUTAÇÃO UBIQUA E INTERNET DAS COISAS, PROPOSTA DE ELETIVA NA FORMAÇÃO DO TECNÓLOGO EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Edital do Processo Seletivo de 2015

NYSITELL Folheto Informativo para os Pais

A CONFLUÊNCIA ENTRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O CURRÍCULO: A INCLUSÃO EDUCACIONAL DO ALUNO SURDO.

FORMAÇÃO EM PERSPECTIVA INCLUSIVA: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE CURSOS DE PEDAGOGIA

PROEJETO ARBORIZAÇÃO, JARDINAGEM E HORTA COMUNIDADE BETEL: Contribuições Para a Formação Acadêmica

COMUNIDADE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

A ATIVIDADE LÚDICA NOS PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO BOLA E CIDADANIA

PRÁTICAS DE PESQUISA: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES NA

Treinamento e Desenvolvimento T & D

Metodologias de PETI. Prof. Marlon Marcon

AFINAL, O QUE É SITUAÇÃO DIDÁTICA?

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA

Os Registros na Pesquisa. Christiane Zubler

Pós-Graduação Lato Sensu a Distância. 1º semestre 2012

A escrita que faz a diferença

APRESENTANDO O GÊNERO DIÁRIO

Ano 5º Ano. Eixo de Formação Eixo de Formação Profissional. Professor(es) Ms. Demétrius Amaral Beltrão Ms Julio Cesar da Silva Tavares

A tecnologia aplicada ao ensino: Inserindo computadores nas escolas

PLANO DE ENSINO. TURMA: Formação mista, envolvendo acadêmicos da Católica de SC que cumprem os requisitos dispostos no Regulamento

ESCOLA ESTADUAL LUIS VAZ DE CAMÕES FEIRA DE CIÊNCIAS NA ESCOLA: O PRAZER DE DEMONSTRAR OS CONHECIMENTOS IPEZAL-DISTRITO DE ANGÉLICA/MS

A TECNOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: UMA FERRAMENTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Rosimeire Cabral Romeiro COSTA 1 Mário Augusto Andreta CARVALHO 2

PLANO DE TRABALHO DO PROFESSOR

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS SUBSECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

GESTÃO DO AGRONEGÓCIO

Manual Geral de Aplicação Universal Entrada 2008

FORMAÇÃO DOCENTE NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRG

Transcrição:

OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO AMBIENTE ESCOLAR COM ESTUDANTES DISLÉXICOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Juliana Célia de Lima, Lauricéia Tomaz da Silva Faculdade Joaquim Nabuco-FJN juliana-celia@hotmail.com, lauriceiatomaz@hotmail.com INTRODUÇÃO A compreensão de como aprendemos as coisas, e o porquê de muitas pessoas apresentarem dificuldades paralelas em seu caminho de aprendizagem, são estudadas por vários estudiosos, entre eles podemos citar, Pollity (2001) e Nunes (2000). Baseado nisto, o estudo que foca sobre uma educação para todos, traz uma abordagem ampla, pois consiste em refletir sobre os reais desafios vivenciados pela equipe multidisciplinar no contexto educacional na busca por uma educação de qualidade a todos os seus estudantes, dentre estes os disléxicos. Segundo Fonseca (1995), ele aborda que a dislexia é um sintoma caracterizado quando a criança não tem a capacidade de leitura fluente ou não consegue encontrar sentido frente ao texto escrito. As dificuldades podem aparecer na leitura e na escrita, soletração e ortografia, fala e compreensão e em matemática, é neste processo que a equipe multidisciplinar irá ajudar na identificação dessas características que poderá ser feita inicialmente pelo professor. Tendo em vista a importância de atender as necessidades educacionais especificas dos estudantes disléxicos, visando em estratégias didáticas diferenciadas, abordamos aqui, a fundamental participação da equipe multidisciplinar neste processo. Sua relevância se constitui, uma vez que a cada dia, surgem movimentos mundiais que proclamam as nações a instituírem em seus países leis que amparem tais princípios, no Brasil podemos citar: Lei de Diretrizes e Bases

Nacional (1996) e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva (2007). Concomitantemente o trabalho emerge da necessidade de refletir sobre a dislexia e sua inserção na escola, do atendimento específico pela equipe multidisciplinar e o papel dos professores perante este distúrbio. Este trabalho objetivou em investigar os desafios educacionais enfrentados pela equipe multidisciplinar no ambiente escolar com estudantes disléxicos dos anos iniciais do ensino fundamental. Para dar mais ênfase a pesquisa, traçamos alguns objetivos específicos, que nos ajudaram a encontrar resposta para o problema em questão: verificar como os disléxicos são identificados no ambiente escolar, bem como, apontar estratégias pedagógicas que são utilizadas na prática de ensino de leitura e escrita para os disléxicos. Para a elaboração deste trabalho, buscamos alguns autores que ajudaram a compreender alguns aspectos e fenômenos relacionados à aprendizagem, dos estudantes com dislexia, documentos legais e artigos de revistas científicas que abordam a temática. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO O Presente estudo configura-se uma pesquisa de abordagem qualitativa na qual compreendemos que é, aquela pesquisa que considera a existência de uma relação dinâmica entre o mundo real e sujeito. LAKATOS (1986). Teve como campo de pesquisa uma Escola Estadual do bairro de Rio Doce do município de Olinda, Pernambuco. A população pesquisada foi composta por uma equipe multidisciplinar, Fonoaudióloga, Assistente Social, Psicóloga e Pedagoga. Como instrumento para coleta dos dados utilizou questionários compostos de questões abertas, permitindo aos entrevistados oportunidades de expressarem suas opiniões de forma mais livres (OLIVEIRA, 2005). Tais questionários se configuram em dois instrumentos, direcionados o primeiro a equipe multidisciplinar e o outro ao coordenador pedagógico da unidade escolar. Uma vez colhidas as informações necessárias foram feitas as análises qualitativa das mesmas.

3.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES Nesta abordagem, se apresentam os resultados da aplicação da metodologia deste trabalho, que teve como instrumento questionários de investigação, para que se fossem apresentados os conhecimentos dos docentes sobre a dislexia. Observou-se que entre um ponto e outro, houve algumas considerações que se afastaram um pouco da finalidade da pesquisa. Os dados serão apresentados seguindo a linha de Bardin (2011), análise de conteúdos. A. Falta de conhecimento dos professores sobre a dislexia. B. Dificuldades na identificação dos discentes disléxicos. C. Falta de diagnóstico preciso dos alunos com dificuldades de aprendizagem. D. Não há preparação da escola para atender as necessidades dos alunos disléxicos. A. FALTA DE CONHECIMENTO DOS EDUCADORES Os resultados da pesquisa mostraram que partes dos educadores desconhecem do que venha a ser a dislexia, e isto também é um dos fatores que levam a um entrave específico no processo de ensino aprendizagem dos disléxicos. Baseado na fala da coordenadora pedagógica, quando se é perguntado se os estudantes disléxicos podem melhorar na leitura e escrita? Os estudantes podem sim melhorar, mais para isso é necessário que o educador saiba o que é a dislexia, e o que fazer para ajudar os discentes disléxicos. Pois o grupo que tenho aqui na escola boa parte, desconhecem o que é a dislexia. De acordo com FREIRE (2011, p.30), faz parte da prática docente à indagação, a busca, a pesquisa. Para que ocorra uma preparação de qualidade, se faz necessário que o educador, busque pensar e refletir criticamente sobre suas práticas, do ontem e do hoje, para que melhorem suas estratégias e ajudem seus alunos a superarem suas dificuldades no campo da aprendizagem. Corrobora com esta idéia Mantoan ao afirmar que uma escola que abrace a diferença: implica a passagem de um ensino transmissivo para uma pedagogia ativa, dialógica, interativa, conexional, que se contrapõe a toda e qualquer visão individualizada, hierárquica do saber. (2014, sp.).

B. DIFICULDADES NA IDENTIFICAÇÃO DOS DISCENTES DISLÉXICOS Outro dado importante analisado, e encontrado foi à dificuldade de identificação dos estudantes com dislexia na escola, conforme a fala da Assistente Social: No processo escolar a grande dificuldade na realidade vivenciada é o olhar para as dificuldades desta criança. Faz-se necessário que a escola passe a ter um olhar mais preciso, para todas as crianças que possuem dificuldades para aprender. A esse respeito, Libâneo (1998), afirma que a escola com a qual sonhamos deve assegurar a todos a formação que ajude o aluno a transformar-se em um sujeito pensante, capaz de utilizar seu potencial de pensamento na construção e reconstrução de conceitos, habilidades e valores. C. FALTA DE DIAGNÓSTICO PRECISO DOS ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Parte dos entrevistados, apontaram também que, um dos entraves a ser enfrentado na escola, é a falta do diagnóstio preciso dos alunos que tem dificuldades de aprendizagem. O diagnóstico é importante, para que os pais, professores e unidade educacional, tomem conhecimento do problema a ser enfretado, e que o próprio dislexico fique ciente das suas dificuldades e limitações, no que se refere as áreas da liguagem oral e escrita, a qual é a mais afetada. Conforme a fala da psicologa: É importante diagnósticar a pessoa com dislexia, para que se possa investigar e aprofundar nos fatores apresentados em razão de encontrar metodos que venha ajudar esta criança que possuem a dislexia. Salienta Varella (2010), que é de extrema importância estabelecer o diagnóstico precoce para evitar que sejam atribuídos as pessoas o transtorno rótulos depreciativos, com reflexos negativos sobre sua autoestima e projeto de vida,porém ele não é fundamental para a construção didática do professor em sala de aula.

D. NÃO HÁ PREPARAÇÃO DA ESCOLA PARA ATENDER AS NECESSIDADES DOS ALUNOS DISLÉXICOS Os resultados também mostraram que, não há preparação da escola para atender as necessidades dos disléxicos. Partes dos entrevistados responderam que as condições da escola não são favoráveis, não há apoio para os professores trabalharem com disléxicos, resistência também dos professores e demanda muita grande. São aspectos que de certa forma, implica na aprendizagem dos estudantes como ressalva na fala da entrevistada a fonoaudióloga: Ainda se mostra muito resistente, alegando despreparo, embora seja algo que necessite de certo conhecimento para saber lidar e respeitar. Cabe a escola, providenciar as adaptações metodológicas que busque melhorias nas dificuldades de aprendizagem do estudante com dislexia,fazendo com que haja uma inclusão escolar, paltada na qualidade de ensino desse individuo, e não porque é obrigatório. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Falar sobre a dislexia é cativante, porque se trata de um assunto que gera grandes controvérsias e merece aprofundamento, nós educadores temos uma responsabilidade social, cabendo orientar, direcionar e formar cidadãos capacitados para lidar com as dificuldades presentes no cotidiano. Com a realização deste trabalho, verificou-se a necessidade de desenvolver mais estudos sobre o tema, para que se possa ter clareza da importância do acompanhamento da equipe multidisciplinar com os estudantes que apresentam o quadro de dislexia nas escolas. Sugere-se que haja uma formação especifica para os profissionais de educação, e que o Governo aplique na integra as políticas voltadas para a educação e dê o suporte necessário para a realização deste trabalho, introduzindo em todas as escolas um núcleo especifico de uma equipe multidisciplinar. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2011. BAUER, James J. Dislexia: ultrapassando as barreiras do preconceito. Casa do Psicólogo, 1997.

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996 BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Secretaria de Educação Especial-MEC/SEESP, 2001. DAVIS, Ronald D. O dom da dislexia. Rio de Janeiro: Rocco. 2004. FONSECA, Vitor da. Introdução as dificuldades de aprendizagem.2ª Ed.Porto Alegre: Artes Médicas,1995. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, São Paulo, Paz e Terra, 2011. LAKATOS, E.M. MARCONI, M. de A. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1986. LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998. MANTOAM, M.T.E. Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo, Editora Moderna, 2001. POLITY, E. Dificuldades de aprendizagem e família: Construindo novas narrativas. São Paulo: VETOR Editora, 2001. OLIVEIRA, Roberto de. Maioria tem diagnóstico tardio da dislexia. Folha de São Paulo, 04 jul.2004, Cotidiano. VARELLA, Dráuzio. Dislexia Disponível em, www.drauziovarella.com.br/dislexia//6.asp.as. Máquinas ficam mais inteligentes e nós? Acesso em 14.04.2014.