Contagem Padrão em Placas. Profa. Leila Larisa Medeiros Marques

Documentos relacionados
Contagem Padrão em Placas. Profa. Leila Larisa Medeiros Marques

MF-0406.R-3 - MÉTODO DE DETERMNAÇÃO DE BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS FORMADORAS DE COLÔNIAS, PELA TÉCNICA POUR PLATE

Comparação de diferentes métodos para quantificação de bactérias heterotróficas mesófilas em cortes de frango

Instrução normativa 62/2003: Contagem de coliformes pela técnica do NMP e em placas

MF-0407.R-2 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE COLÔNIAS DE BACTÉRIAS QUE PRECIPITAM O FERRO (FERROBACTÉRIAS), PELA TÉCNICA "POUR PLATE"

Microbiologia alimentar Medronho. Maria João de Almeida Pessoa Trigo. Escola Secundária Fonseca de Benevides, Lisboa 4 de Fevereiro de 2014

5 Aula Prática Exame do Microcultivo de levedura. Plaqueameno de Açúcar. Ensaio de Óxido-Redução com Resazurina

Microbilogia de Alimentos I - Curso de Engenharia de Alimentos Profª Valéria Ribeiro Maitan

INSTRUÇÕES DE USO. Microorganismos EZ-CFU One Step INDICAÇÃO DE USO COMPONENTES DA FÓRMULA

Figura 1: Potencial químico de um solvente na presença de um soluto.

OLGA COLOR, UMA DAS MAIORES FABRICANTES DE PERFIS DE ALUMÍNIO DO PAÍS.

Hewlett-Packard FUNÇÃO EXPONENCIAL. Aulas 01 e 06. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz

Hewlett-Packard FUNÇÃO EXPONENCIAL. Aulas 01 a 06. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz

Ministério da Educação Universidade Federal do Paraná Setor Palotina. Soluções e cálculos de soluções

MEIOS DE CULTURA PARA LEVEDURAS

Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis

MANUAL PASSO A PASSO DE APLICAÇÃO GAREX

Determinação da constante de ionização do ácido benzóico em água e numa mistura água/etanol

IDENTIFICAÇÃO DE MICOBIOTA PRESENTE EM RAÇÕES PARA PSITACÍDEOS

Notas: Aprovada pela Deliberação CECA nº 3 964, de 16 de janeiro de 2001 Publicada no DOERJ de 23 de janeiro de 2001

EXTRAÇÃO DE DNA DE SANGUE (LEUCÓCITOS)

LISTA DE EXERCÍCIOS Nº 1

Colégio Militar do Rio de Janeiro Concurso de Admissão ao 6º Ano 2014/2015 Prova de Matemática 21 de Setembro de 2014.

GUIA DOS MÉTODOS DE REFERÊNCIA

Determinação de acidez em mel por potenciometria

Controle Microbiológico nas Usinas de açúcar e álcool. Prof.ª Drª Dejanira de Franceschi de Angelis

Hewlett-Packard DETERMINANTE. Aulas 01 a 05. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz

Controle de qualidade na produção leiteira: Análises Microbiológicas

ANEXO III PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE CONTAGEM

HARD FR 117 REPARO DE PISOS

TÍTULO: APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE MICROBIOLOGIA PREDITIVA EM PATÊ DE PEITO DE PERU PARA BACTÉRIAS LÁTICAS

Hewlett-Packard PFC. Aulas 01 a. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz

MF-447.R-1 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE UNIDADES FORMADORAS DE COLÔNIAS (U.F.C.) DE COLIFORMES TOTAIS, PELA TÉCNICA DE MEMBRANAS FILTRANTES

Para 1L de meio triptona ou peptona 16g (1,6%) extrato de levedura 10g (1%) NaCl 5g (0,5%)

Processos Pré-Extrativos

Reconhecer as vidrarias volumétricas utilizadas no preparo de soluções;

FISPQ - Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos em acordo com a NBR Alvejante Óptico UD LIq Página : 1 / 9

MATERIAIS PARA FUNDIÇÃO - DETERMINAÇÃO DO ÓXIDO DE FERRO

Notas: Aprovado pelo Deliberação CECA nº 3 963, de 16 de janeiro de 2001, Publicada no DOERJ de 23 de janeiro de 2001.

Comparação de Configurações para Leitura de Potássio em ICP-OES

MÉTODO DE ANÁLISE LL-HARDWALL F. Determinação Potenciométrica de F -

Aula 00 Aula Demonstrativa

TÉCNICAS DE SEMEADURA E ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS

Hibridação in situ por fluorescência FISH

Grau de proteção (IP) Por Joelmir Zafalon

VEDALIT. Produto pronto para o uso. Misturar o produto antes da aplicação, utilizando ferramenta limpa a fim de evitar a sua contaminação.

Hewlett-Packard PORCENTAGEM. Aulas 01 e 02. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz Ramos

Capítulo 1 Conceitos Iniciais

CORROSÃO DO AÇO CARBONO EM MEIOS CONTENDO CO 2 : QUANDO É POSSÍVEL ESTIMAR TAXA DE CORROSÃO*

BARREIRA DE PERMEAÇÃO EVOH PROTEGE CONTRA PERIGOS E RISCOS NO USO DE EMBALAGENS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAMBORIÚ SC NO ANO DE Letícia Rabelo 1 ; Michela Cancillier 2 RESUMO

Interbits SuperPro Web

QUI095 - Análise Volumétrica

Normas e Regras de Laboratório de Análise

Base destinada para a preparação do meio para a diferenciação e identificação de bactérias coliformes baseadas na fermentação da lactose.

AULA PRÁTICA N 15: DETERMINAÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO NA ÁGUA OXIGENADA Volumetria de oxirredução permanganimetria volumetria direta

OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA DE ÁGUA PRODUZIDA COM ELETRODOS ATIVO E NÃO-ATIVO

hidro-óleo repelente Edição nº: 02 Data: 14/01/2015

AULA PRÁTICA Nº / Maio / 2016 Profª Solange Brazaca DETERMINAÇÃO DE CARBOIDRATOS

Física I. Curso: Engenharia Elétrica Prof. Rafael Augusto R de Paula

Definição de fluido. Massa específica. Pressão em fluidos. Teorema de Stevin. Princípio de Pascal. Princípio de Arquimedes

ORI-EPP-Mod5 Data: 01/12/2008 Orientação Geral para Certificação de Embalagem Utilizada no Transporte Terrestre de. Produtos Perigosos Modelo 05

Enquanto que para o potencial, função apenas das molas:

Roteiro de estudos 2º trimestre. Matemática-Física-Química. Orientação de estudos

A EMPRESA ESTRATÉGIA CLIENTE

Aula demonstrativa Apresentação... 2 Modelos de questões comentadas CESPE-UnB... 3 Relação das questões comentadas Gabaritos...

Colégio Militar de Manaus Concurso de Admissão ao 1º ano do Ensino Médio 2013/2014 Prova de Matemática 06 de Outubro de 2013.

CONTAMINAÇÃO POR BACTÉRIAS MESÓFILAS AERÓBIAS NA CARNE MOÍDA COMERCIALIZADA EM CAXIAS MA

Desafios e responsabilidades na gestão da manutenção após a Norma de Desempenho e Ferramentas Eletrônicas para Controle. Arq. Liliam Araujo, MSc.

R. M. N. Colaço 1, A. L. C. Lehalle 2, O. S. Ferreira 3, M. S. S. Ribeiro 4, C. L. Sousa 5, J. N. S. Souza 6

Canal do YouTube Prof. Guilherme Neves

Código: SMESUP Revisão: 01 Emissão: 31/08/2016 Folha: 1/06

PROTOCOLO DE UTILIZAÇAO

EDITAL DO PROGRAMA DE BOLSAS DA PRÓ- REITORIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS

Caracterização química e aporte de fontes da componente orgânica de partículas submicrométricas no município de Campinas, SP

Sociedade Cultural e Educacional do Interior Paulista Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista FAIP

Plenária da ASSUFRGS sobre jornada de trabalho e controle de frequência na UFRGS

IMPLANTE UNITITE NANO SLIM COM SUPERFÍCIE SINActive. Instruções de Uso

algoritmo "exercício 13" var op1, op2: real operador: caractere inicio escreva ("Entre com o primeiro operando: ") leia (op1) escreva ("Entre com o

Experiência 7. PREPARO DE SOLUÇÃO A PARTIR DE SUBSTÂNCIAS SÓLIDAS, LIQUIDAS E DE SOLUÇÃO CONCENTRADA

FRACIONAMENTO DE ÓLEOS E GORDURAS

NORMAS TÉCNICAS REDEBLH-BR PARA BANCOS DE LEITE HUMANO:

Trabalho de Grupo de Otimização Ano letivo: 2014/2015

Teste Simplificado para Detecção de Coliformes Totais

6 Microscopia Co-Localizada Aplicada à Caracterização de um Minério de Ferro

PORCENTAGEM DE CIMENTO POR TITULAÇÃO QUÍMICA

PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO PADRÃO - POP

Recomendações Importantes

Exercício 1. Calcule a concentração dos reagentes listados abaixo em mol L -1 Tabela 1. Propriedades de ácidos inorgânicos e hidróxido de amônio.

Gabarito. Velocidade (µmol/min)

Aula 10 ESTEQUIOMETRIA. Eliana Midori Sussuchi Samísia Maria Fernandes Machado Valéria Regina de Souza Moraes

CONTABILIDADE DE GESTÃO

ASSOCIACAO EDUCACIONAL DE ENSINO SUPERIOR UNIAO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS RELATÓRIO POR CURSO DE RESPOSTAS DE ALUNOS 2º SEMESTRE DE 2013

DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO DAS DENSIDADES DOS MÉIS MISTO E FINAL COM A TEMPERATURA EM SISTEMAS DE COZIMENTO DE AÇÚCAR COM DUAS MASSAS

Nome : Assinatura : Data : 01/12/2015

Gabarito. b) Quantos mols de sítios ativos existem em 1 mg de enzima? Assuma que cada subunidade possui um sítio ativo.

PROGRAMA DE INTERCÂMBIO ACADÊMICO INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU EDITAL DRE n 059/17

ESTÁGIO E PRÁTICA PROFISSIONAL DOS CURSOS TÉCNICOS DO IFSUDESTEMG

Transcrição:

Contagem Padrão em Placas Profa. Leila Larisa Medeiros Marques

1. OBJETIVOS E ALCANCE Estabelecer procedimento para a contagem padrão de microrganismos mesófilos aeróbios estritos e facultativos viáveis. Aplica-se a amostras de matérias-primas, água e alimentos. 2. FUNDAMENTOS Baseia-se na semeadura da amostra ou de suas diluições em ágar padrão para contagem seguida de incubação em temperatura de 36 ± 1ºC por 48 horas. 3. REAGENTES E MATERIAIS Vidraria e demais insumos básicos obrigatórios em laboratórios de microbiologia de alimentos; Ágar padrão para contagem (PCA); Solução salina peptonada 0,1%. 4. EQUIPAMENTOS Equipamentos básicos obrigatórios em laboratórios de microbiologia de alimentos.

2) Meio de Cultura 2.1) Ágar Padrão para Contagem (PCA): a) Composição: Triptona Extrato de Levedura Glicose Ágar Água destilada 5,0 g 2,5 g 1,0 g 15,0 g 1000 ml Dissolver os componentes em água destilada. O ph final deste meio deve ser 7,0 ± 0,2 Aquecer até completa dissolução Esterilizar em autoclave a 121 o C/15 min. Observações: na forma desidratada, proceder conforme instruções do fabricante.

Ágar padrão para contagem (PCA) desidratado Pesar o ágar padrão para contagem de acordo com o volume de meio a ser preparado, respeitando a proporção indicada pelo fabricante. Transferir para recipiente adequado. Adicionar o volume de água destilada correspondente. Deixar em repouso por 15 minutos. Aquecer até completa dissolução do ágar. Verificar a necessidade de ajuste de ph, conforme norma específica do laboratório. Distribuir volumes de acordo com a necessidade. Esterilizar a 121 ± 1ºC por 15 minutos. Identificar e armazenar adequadamente.

2.2) Solução Diluente: Solução salina peptonada 0,1% (Diluente): Pesar separadamente os seguintes componentes: Cloreto de sódio - 8,5 g Peptona - 1,0 g Água destilada/deionizada - 1000 ml ph 7,0 ± 0,2 Transferir para recipiente adequado. Agitar com auxílio de bastão de vidro até dissolução. Verificar a necessidade de ajuste de ph, conforme norma específica do laboratório. Distribuir de forma a garantir o volume desejado após a autoclavação. Identificar e datar. Autoclavar a 121 ± 1ºC por 15 minutos. Armazenar adequadamente.

Obs. MEIOS DE CULTURA: Meios de cultura desidratados fornecidos por diferentes fabricantes podem apresentar pequenas diferenças em suas composições. Observar atentamente a quantidade necessária de meio desidratado, em gramas por litro de meio a ser preparado, o modo de preparo, o tempo e a temperatura de esterilização em cada caso. Ao adquirir meios de cultura, observar atentamente a formulação, comparando-a com aquela indicada neste manual. Às vezes, as diferentes marcas utilizam diferentes termos para uma mesma substância. Por exemplo, os termos triptona e tripticase referem-se à peptona de caseína obtida por digestão tríptica ou pancreática.

Grupo de risco de componentes de meio de cultura (Instrução Normativa 62 de 2003): N = nocivo; I = irritante; T = tóxico; H = hidropoluente; P = perigoso para o meio ambiente; C = corrosivo; O = oxidante; F = inflamável; E = explosivo; M = mutagênico; Co = comburente.

3. Metodologia e Técnicas de Análise 3.1. Técnica de análise: a) Retirar assepticamente 25g ou 25 ml da amostra e preparar diluições sucessivas; b) Pipetar alíquotas de 1 ml de cada diluição para placas de Petri (100 x 20 mm) esterilizadas, fazendo de cada diluição placas em duplicata; c) Adicionar a cada placa 15 a 20 ml de ágar padrão para contagem, previamente fundido e resfriado à temperatura de 44 a 46 o C; d) Homogeneizar com movimentos suaves, em forma de oito (cerca de 10 vezes) e deixar a temperatura ambiente até a completa solidificação do ágar; e) Após a solidificação, incubar as placas em posição invertida a 35-37 o C/48 horas. Obs.: Leitura: - Produtos em geral: Placas que contenham entre 25 e 250 colônias; - Amostras de água: Placas que contenham entre 30 e 300 colônias.

Diluições Seriadas: AMOSTRA DE ALIMENTO 225 ML DE DILUENTE (ÁGUA PEPTONADA) Homogeneizar Diluição 10-1 ou 1/10 ou 0,10 1 ml 1 ml 1 ml Diluição 10-2 ou 1/100 ou 0,010 As diluições seriadas devem ser realizadas para a partir delas se fazer a inoculação nos meios de cultura; É feita pelo menos uma inoculação de cada diluição 9 ml diluente Diluição 10-3 ou 1/1000 ou 0,0010 9 ml diluente Diluição 10-4 ou 1/10000 ou 0,00010 Com o alimento diluído, fica mais fácil encontrar uma placa ideal para se fazer a contagem de microrganismos

Inoculação: semeadura pour plate A partir das diluições seriadas: 10-1 10-2 10-4 10-3 1 ml 1 ml 1 ml 1 ml MEIO MEIO MEIO MEIO Após inoculação, inverter as placas e incubar em estufa ESTUFA 37 o C 24/48 h

Passos da Técnica de Semeadura da Amostra em Profundidade

3.2. Resultado: Transcorrido o tempo de incubação, considerar para contagem, somente as placas da mesma diluição que apresentarem de 25 a 250 colônias ou 30 a 300, conforme amostra; Multiplicar a média aritmética das mesmas pelo respectivo fator de diluição e expressar o resultado em Unidades Formadoras de Colônia /1,0 g de amostra (UFC/g) Exemplo: Placa 10-1 : Acima de 1000 UFC (unidades formadoras de colônia) Placa 10-2 : 250 UFC Placa 10-3 : 23 UFC Placa 10-4 : 0 UFC A melhor placa para se obter o resultado desta contagem é a placa da diluição 10-2. Resultado: 250 x 10 2 = 250 x 100 = 25.000 UFC/g ou ml Expressar o resultado sempre em exponencial: 2,5 x 10 4 UFC/g de alimento.

4) Significado nos Alimentos Esta contagem detecta em um alimento, o número de bactérias aeróbias ou facultativas e mesófilas presentes tanto sob a forma vegetativa quanto esporulada; A contagem padrão em placas (CPP) tem sido usada como indicador da qualidade higiênica dos alimentos, fornecendo também idéia sobre seu tempo útil de conservação.

Sua presença em grande número indica: Matérias-primas excessivamente contaminadas; Limpeza e desinfecção de superfícies inadequadas; Higiene inadequada na produção; Condições inadequadas de tempo/temperatura durante a produção ou a conservação dos alimentos, ou uma combinação destas circunstâncias. OBS 1.: Estudar a aula de microrganismos indicadoresmesófilos!!!!!!!!!! OBS2.: Para expressão dos resultados, consultar a IN62, 2003 (anexo IV- procedimento para contagem de colônias).