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Transcrição:

Mídia impressa e Ensino de Geografia 1 Coordenadores: Djaura dos Santos Goulart Lindberg Nascimento Júnior Luiza Regina Aligleri Meire Aparecida da Silva Vinícius Biazotto Gomes Universidade Estadual de Londrina juniohr@gmail.com MATERIAL NECESSÁRIO: Computador, projetor multimídia, lousa, giz, apagador. RESUMO: A oficina destina-se a todos participantes do encontro que trabalham com o ensino de geografia. Tem por objetivo dialogar com o publico sobre o papel da mídia na produção de sentidos, e, como instrumento de ensino na geografia. Procura salientar a importância de (re)significar através do conhecimento científico os conteúdos apresentados em determinadas notícias e reportagens objetivando uma reflexão crítica da realidade. Conforme instruções, a oficina será desenvolvida em 3 horas e 30 minutos dividida em quatro partes. A primeira parte apresentará o papel da mídia para a produção de sentidos e opiniões. Compreenderá a apresentação de metodologias de análise da mídia e do discurso. Tais metodologias não são objetivadas como receituários, mas sim, como procedimentos capazes de orientar o trabalho com esse recurso nas aulas de Geografia. Na segunda, será apresentado exemplos de alguns conteúdos geográficos abordados pela mídia impressa (globalização, questão agrária, reestruturação produtiva e transformações no campo brasileiro, e mudanças climáticas globais) com aplicação das metodologias na análise de uma reportagem. Na terceira parte, exercícios práticos realizados pelos alunos com utilização de mídia impressa. Concluindo, com apresentação final dos grupos e exposição das conclusões. INTRODUÇÃO Diariamente as mais diferentes mídias bombardeiam homens e mulheres, com um grande volume de informações influenciando assim, a visão de mundo destes indivíduos, criando ou transformando suas percepções de espaço e tempo. A Mídia (meios de comunicação de massa), são considerados como objetos tecnológicos capazes de transmitir a mesma informação para um vasto público ou massa. Esses objetos tecnológicos são os meios por intermédio dos quais a informação é transmitida ou comunicada. (CHAUI 2006, p. 35, grifo nosso). Tais meios têm função de transmitir informação, entretenimento, opinião, publicidade e propaganda. 1 Oficina vinculada ao curso de extensão do projeto Aprendendo e apreendendo geografia: Articulando conceitos e práticas em sala de aula, do Programa Universidade Sem Fronteiras, financiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, desenvolvido no Laboratório de Arranjos Territoriais e Climatologia Geográfica LATEC, sob orientação direta da Profa. Dra. Deise Fabiana Ely, Profa. Dra. Eliane Tomiasi Paulino, Prof. Dr. Fábio Cesar Alves da Cunha e Profa. Dra. Ideni Terezinha Antonello, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina. 1

Fantazzini (2008) aponta que a mídia possui profundas ligações com interesses políticos e econômicos. Por isso, os meios de comunicação não são apenas transmissores de mensagens, mas também fomentadores de crenças, culturas e valores destinados a sustentar os interesses econômicos e políticos que representam. Para Chauí (2006, p. 13-14) o jornalismo atual caracterizado como rápido, barato, inexato, partidarista, mescla informações aleatoriamente obtidas e pouco confiáveis, não investigativos, opinativo ou assertivo, detentor de credibilidade e da plausibilidade, o jornalismo se tornou protagonista da destruição da opinião pública. Para a autora (2006) a questão do exercício do poder da mídia pode ser compreendido sob dois aspectos principais: 1) Econômico: onde os meios de comunicação são empresas privadas, são indústrias regidas pelos imperativos do capital, que servem como suporte para reprodução do mesmo, são oligopólios com investimentos e perspectivas de lucros jamais visto. E 2) Ideológico: a mídia exerce um poder invisível, desprovido de localidade, tornando-se visível através da ideologia da competência. A ideologia da competência pode ser resumida da seguinte maneira, não é qualquer um que pode em qualquer lugar em qualquer ocasião dizer qualquer coisa a qualquer outro. (CHAUÍ, 2006, p. 76) Neste sentido, compreendendo e considerando o poder ideológico manipulador da mídia, não se pode satanizar a cultura veiculada pela mídia (KATUTA et al, 2009, p.45). Para a autora [...] o uso de Jornal impresso em sala de aula pode auxiliar os alunos no entendimento da produção do espaço em múltiplas escalas (KATUTA et al, 2009, p.37), pois os jornais impressos registram, sob as mais variadas perspectivas, as maneiras como os fenômenos se organizam espacialmente em diversas escalas, ponto de partida para construção do conhecimento geográfico escolar. Nesta perspectiva, sabe-se que a mídia impressa (revistas, jornais etc) tem sido utilizada pelos professores nas mais diversas disciplinas das mais variadas maneiras. Sendo assim, busca-se somar esforços para favorecer o processo de ensino e aprendizagem sem abdicar da prerrogativa de utilizar conteúdos (não somente geográficos) para auxiliar na construção de educandos mais atentos ao potencial transformador da condição cidadã oportunizado pelo conhecimento da realidade e suas contradições, nem sempre expressas pela mídia. Desta forma, é possível (re)significar e complementar as informações veiculadas nos jornais com o conhecimento geográfico sistematizado, através de 2

instrumentos e leituras que oportunizem uma visão específica e crítica da mídia. Sendo assim, a oficina buscará trazer e desenvolver junto aos participantes duas metodologias (uma de análise da mídia e outra de análise do discurso midiático) já desenvolvidas com os professores da Rede Publica de Ensino de Londrina e região através das ações do projeto Aprender e apreender Geografia: articulando conceitos e práticas em sala de aula, vinculado ao Programa de extensão Universidade Sem Fronteiras, financiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior SETI, realizado no Laboratório de Arranjos Territoriais e Climatologia Geográfica LATEC, do Departamento de Geociências, da Universidade Estadual de Londrina. OBJETIVO GERAL Dialogar com os professores, graduandos e graduados em geografia a partir do uso da mídia impressa em sala de aula. Objetivos específicos Subsidiar aos participantes uma leitura geográfica da mídia impressa e sua discussão e aplicação para conteúdos geográficos. Disponibilizar metodologias e bibliografias para trabalhos com geográfica e mídia impressa. Analisar os padrões de manipulação e a perspectiva das notícias como procedimento desconstruidor dos discursos apresentados. METODOLOGIAS Segundo Abramo (2003) a grande imprensa tem várias formas de manipular as informações das realidades. Assim, ele os Padrões de Manipulação na Grande Imprensa e o seu significado político. O autor afirma que é possível distinguir e observar pelo menos quatro padrões de manipulação gerais para toda imprensa, e mais um específico para o telejornalismo e rádio. Os padrões compreendidos são: 1º Padrão de Ocultação: refere-se à ausência e a presença dos fatos reais na produção da grande imprensa. É uma omissão diante do real, um silêncio deliberado sobre determinados fatos da realidade, que se opera no planejamento da edição, naquilo que é compreendido como fato não-jornalístico; 3

2º Padrão de Fragmentação: o real é estilhaçado, despedaçado, fragmentado em milhões de particularidades, na maioria dos casos, as partes são desconectadas entre si. Este padrão é baseado em duas operações: Seleção e descontextualização dos fatos. Na seleção o assunto digno de ser entendido como fato jornalístico é decomposto, otimizado, dividido em particularidades e, a partir daí a imprensa seleciona o que o público irá saber. Em decorrência da seleção provém a descontextualização onde a informação fragmentada perde todo sentido original e real 3º Padrão de Inversão: depois que os fatos estão descontextualizados e fragmentados, surge o papel da inversão dos fatos. Operase um reordenamento das partes, procurando trocar as informações de lugares e de importância; 4º Padrão de Indução: a combinação dos outros padrões, dos momentos, da forma e dos graus de distorção tendem a induzir o consumidor de informação a consumir uma realidade inventada, superficial. Ou seja, os demais padrões de manipulação procuram induzir o leitor a ver o mundo não como ele é, mas sim como querem que o veja. Assim o padrão de indução é o resultado e ao mesmo tempo o impulso final de articulação combinada de outros padrões; 5º Padrão Global: específico do jornalismo de TV e Rádio, este padrão passa por todos os outros padrões anteriores, mas ainda apresenta algo que lhe é especifico. Esta particularidade está no fato de que subdivide-se em três momentos: a) Exposição do Fato, b) a Sociedade Fala e 3) a Autoridade resolve. A segunda metodologia a ser utilizada será a análise do discurso midiático. Neste caso, será usada a indicada por Carvalho (2000). A autora faz uma reflexão sobre várias opções teórico-metodológicas para analisar o discurso midiático (frame analysis). E afirma que no discurso midiático é possível a identificação dos níveis de intervenção das fontes e de intervenção dos jornalistas através dos frames (perspectivas). Carvalho (2000, 2002) distingue duas formas de analisar os frames : a) Como padrões que os indivíduos utilizam para organizar a sua apreensão da realidade; e b) Relaciona-se com a estruturação do discurso, isto é, idéia central (discurso) que subjaz e orienta a construção dos textos. 4

Nesta perspectiva Carvalho (2002) considera que quaisquer perspectivas (frames) materializadas nas fontes jornalísticas, podem ser analisadas em três dimensões que propõe como instrumentos: Dimensão analítico-descritiva: perspectiva do que define problemas no intuito de descrever a realidade. Dimensão normativo-avaliativa: demonstra que a notícia pode trazer em seu conteúdo, juízo de valor que envolve opiniões e opções ideológicas. Dimensão prescritiva: descreve a ação, propondo soluções para o problema apresentado. Essas metodologias de análise da mídia impressa e alguns exemplos em matérias jornalísticas selecionadas serão a contribuição principal, no que tange a instrumentação metodológica e prática dos participantes. A oficina será realizada conforme programa abaixo, considerando a carga horária de 3h30min em 210min Programa Oficina 'Geografia e mídia impressa" Partes Desenvolvimento Manipulação, Metodologia e Aplicação 0min a 10min: Apresentação do grupo 1ª Parte 11min a 50min: Mídia: Processos e Análise Crítica 51min a 110min: Padrões de manipulação 111min a 120min: Análise do discurso 2ª Parte 121min a 180min: Apresentação dos temas 3ª Parte 180min a 200min: Exercício prático Encerramento 201min a 210min: Discussão e apresentação BIBLIOGRAFIA ABRAMO, Perseu. Padrões de manipulação na grande imprensa. São Paulo. Fundação Perseu Abramo. 2003. CARVALHO, Anabela. Mudanças climáticas, organizações ambientais e impressa britânica. Universidade do Minho. Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. 2002, p. 1-24. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2808/1/acarvalho_iapcc_200 2.pdf. Acesso: 01 maio 2009.. Opções metodológicas em análise de discurso: instrumentos, pressupostos e implicações. Comunicação e sociedade 2. Cadernos do noroeste, série comunicação, v. 14 (1-2). 2000, p. 143 156. 5

FERNANDES, Claudemar Alves. Análise do Discurso - reflexões introdutórias. São Carlos. Claraluz, ed 1, v 1. 2007, KATUTA, Ângela Massumi; ELY, Deise Fabiana; PAULINO, Eliane Tomiasi; CUNHA, Fábio Cesar Alves da; ANTONELLO, Ideni Terezinha (Orgs). Geografia e mídia impressa. Londrina. Moriá. Ed. 1, 2009. KELLNER, D. 2001. A Cultura da Mídia. São Paulo, Edusc. FANTAZZINI, Orlando. O poder da mídia e os caminhos para a democratização dos meios de comunicação. Disponível em: http://www.apropucsp.org.br/revista/r25_r08.htm. Acesso: 5. jun. 2008. 6