A nova distribuição dos royalties do Petróleo e sua inconstitucionalidade Marina Cyrino. Março 2013 Tauil & Chequer Advogados is associated with Mayer Brown LLP, a limited liability partnership established in the United States.
A discussão Lei n 12.734/2012 ALTEROU o regime de distribuição - entre os entes do Pacto Federativo - dos royalties e participações financeiras devidos em função da exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos (Leis n 9.478/97 e 12.531/2010). Veto por parte da Presidenta da República Segundo os Estados afetados, seria uma INJUSTA e INCONSTITUCIONAL divisão das compensações advindas da exploração de bem pertencente à União (petróleo) em território de diversos entes.
Histórico das leis de distribuição de royalties de petróleo e derivados Lei nº 2.004/53, Art. 27: Criou a Petrobras e dispôs sobre a Política Nacional do Petróleo. Lei 7.453/85: Deu previsão legal, frente ao início da exploração marítima do petróleo, ao pagamento de compensação também em operações de extração realizadas na plataforma continental. Sendo essa devida aos Estados e Municípios confrontantes com os poços produtores. CF/1988, Art. 20, 1º: Constitucionalização da questão dos royalties.
Histórico das leis de distribuição de royalties de petróleo e derivados Lei nº 7.990/1989 e Lei n 9.478/97: Promovem a regulamentação a nível infraconstitucional do esquema de partilha dos royalties do petróleo. Emendas Ibsen e Simon (à lei que disciplina o pré-sal) : Tentativa de modificar a distribuição de maneira que as compensações previstas no Art. 20, 1, não mais caberiam aos entes afetados de modo que elas deveriam ser distribuídas a todos os entes por meio de fundos de participação. Tais emendas ao projeto do governo foram vetadas pelo expresidente Lula.
Impacto da Lei 12.734/2012 sobre as receitas dos ESTADOS Royalties de Plataforma, mar territorial ou ZEE (até 5%) Estados Confrontantes (Antiga Lei) Estados Confrontantes (Nova Lei) 30% 20% Royalties de Plataforma, mar 22,5% 20% territorial ou ZEE (Superior a 5%) Participação Especial (Confrontantes ou produtores) 40% 34% em 2013 (Redução gradual para 20% em 2018)
Impacto da Lei 12.734/2012 sobre as receitas dos Municípios Municípios Confrontantes (Antiga Lei) Municípios Confrontantes (Nova Lei) Municípios Afetados (Antiga/Nova Lei) Royalties de Plataforma, mar territorial ou ZEE (até 5%) 30% 17% em 2013 (Redução gradual para 4% em 2019) 10% - Antiga Lei (Municípios com Instalações) 3% -Nova Lei (Redução para 2% em 2017) Royalties de Plataforma, mar territorial ou ZEE (Superior a 5%) 22,5% 17%(Redução gradual para 4% em 2019) 7,5 Antiga Lei 3% - Nova Lei(Redução para 2% em 2017) Participação Especial (Confrontantes ou produtores) 10% 5% em 2013 (Redução gradual para 4% em 2019) ------
Valores estimados das perdas de receita dos entes afetados pelas reduções das compensações: Rio de Janeiro: 1,6 bilhões de reais e até 2020, próximo dos 27 bilhões de reais. (De acordo com a ADI apresentada pela PGE/RJ no ano de 2013) Espírito Santo: até o ano de 2020, cerca de 23,7 bilhões de reais. (De acordo com a ADI apresentada pela PGE/ES)
ADI s contra a Lei 12.734/2012: TESE 1 PGE/RJ Invalidade global das alterações no regime jurídico dos royalties do petróleo. 1) Violação do conceito jurídico de Royalties estabelecido pelo Art. 20 1º da CF/88. 2) Violação do pacto federativo por meio do desequilíbrio 2) Violação do pacto federativo por meio do desequilíbrio causado na mudança do mecanismo de distribuição de renda entre os entes do pacto criado pela interpretação conjunta do Artigo 20 1º c/ c/ Art. 155, 2º, X, b da CF/88).
ADI s contra a Lei 12.734/2012: Tese 2 PGE/RJ Invalidade da aplicação das novas regras aos royalties derivados das concessões instituídas nos termos da legislação anterior. 1) Violação ao direito adquirido, pois como as participações são devidas em bloco, nas concessões já existentes, o direito às compensações já se incorporou ao patrimônio líquido dos entes. 2) Violação ao princípio da segurança jurídica na mudança da distribuição dos contratos já em vigor.
Tese 2 PGE/RJ 3) Violação ao ato jurídico perfeito devido à necessária quebra do contrato firmado entre o Estado do Rio e a União no qual é previsto um refinanciamento da dívida estadual por meio da cessão de cotas de royalties e participação. 4) Violação aos princípios da responsabilidade fiscal, do equilíbrio orçamentário e da boa-fé-objetiva devido ao quase que imediato desequilíbrio financeiro experimentado pelos entes afetados negativamente na nova distribuição.
Consequências Por força das perdas financeiras, o Estado estaria obrigado a encontrar maneiras de aumentar sua arrecadação Projetos de leis tramitando na Alerj
PL 2004/13 EMENTA: DISPÕE SOBRE ALÍQUOTA DO IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO - ICMS, INCIDENTE SOBRE OPERAÇÕES DE CIRCULAÇÃO DE PETRÓLEO, NAS CONDIÇÕES QUE ESPECIFICA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 1 - O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior-icms, incide sobre operação de circulação de petróleo desde os poços de sua extração para a empresa concessionária. Art. 2 - O fato gerador do imposto ocorre imediatamente após a extração do petróleo e quando a mercadoria passar pelos Pontos de Medição da Produção. Art. 3 - A base de cálculo, quanto à incidência prevista nos artigos anteriores é o preço de referência do petróleo. Art. 4 - A alíquota do imposto a que se referem os artigos anteriores é 18% (dezoito por cento).
PL 2012/13 EMENTA: AUTORIZA O PODER EXECUTIVO A EXTINGUIR TODOS OS BENEFÍCIOS FISCAIS CONCEDIDOS À ATIVIDADES RELACIONADAS À EXPLORAÇÃO, PRODUÇÃO, PERFURAÇÃO, REFINO E TRANSPORTE DE PETRÓLEO E DERIVADOS, NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Art. 1º Autoriza o Poder Executivo a extinguir todos os benefícios fiscais concedidos à atividades relacionadas à exploração, produção, perfuração, refino e transporte de petróleo e derivados, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro. Art. 2º Esta Lei engloba os incentivos concedidos em toda a cadeia de e exploração, produção, perfuração, refino e transporte do petróleo e derivados. Art. 3º Caberá à Secretaria de Estado de Fazenda mapear todos os incentivos concedidos, inclusive os admitidos por meio de Regimes Especiais, à exploração, produção, perfuração, refino e transporte do petróleo e seus derivados para editar as normas necessárias a sua efetiva extinção.