Sessão de esclarecimento On-line GABINETE DE APOIO PSICOLÓGICO Informação ao Encarregado de Educação DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Gabinete de Apoio Psicológico Agrupamento de Escolas de Almeida 1
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Um atraso, uma desordem ou uma imaturidade no desenvolvimento de um ou mais processos da fala, da linguagem, da leitura, do soletrar, da escrita ou da aritmética, resultantes de uma possível disfunção cerebral e/ou distúrbio emocional ou comportamental, e não resultantes da deficiência mental, de privação sensorial, ou de fatores culturais oupedagógicos DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS Chamam-se específicas porque a dificuldade em aprender não é generalizada. Quer isto dizer que o insucesso escolar não deriva de um atraso significativo no desenvolvimento intelectual, ou seja, de um défice cognitivo. As dificuldades do aluno não podem ser explicadas por ensino deficiente, por défice cognitivo ou por razões socioculturais. 2
CAUSAS A dificuldade de aprendizagem não tem uma causa única que a determine. Há uma conjugação de fatores que podem determinar a predisposição da criança. Os estudos falam em: o aspetos afetivos; o aspetos percetivos; o imaturidade funcional do sistema nervoso. CAUSAS (CONT.) Assim, as dificuldades de aprendizagem podem surgir, por exemplo, a partir de: ü mudanças repentinas de escola ou de cidade; ü de separações; ü problemas sócio culturais e emocionais; ü desorganização na rotina familiar; ü excesso de atividades extracurriculares; ü pais muito ou pouco exigentes. 3
SINAIS DE ALERTA - Persistentes problemas na área da linguagem; - Problemas a nível da memória; - Dificuldades na capacidade de atenção/concentração; - Problemas com a motricidade; - Lentidão na aquisição das noções de espaço e tempo; - Domínio pobre de conceitos abstratos; - Dificuldade de aquisição de novas aprendizagens cognitivas; - Problemas sociais. TRANSTORNO OU DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM DIS+TURBARE Alteração violenta da ordem natural da aprendizagem Há a presença de uma disfunção neurológica, que pode envolver imaturidade, lesões específicas do cérebro, fatores hereditários e ou disfunções químicas. Devido à forma irregular que as habilidade mentais se desenvolvem, aparecem discrepâncias marcantes entre a capacidade e a execução nas tarefas académicas. 4
PERTURBAÇÃO ESPECIFICA DE APRENDIZAGEM v Transtorno de leitura vdislexia v Transtorno de escrita v Disortografia v Disgrafia v Transtorno de cálculo v Discalculia v Transtorno de défice de atenção e/ou hiperatividade DISLEXIA É uma dificuldade na aprendizagem da leitura, que resulta lenta, silábica ou com erros. Estes alunos não conseguem compreender que as palavras são divisíveis ou compostas por diferentes sons (fonemas). - Erros fonológicos: troca de letras com fonética semelhante: V-F, T-D, LHE-NHE; - Erros visuais ou espaciais: substituição de letras com formas parecidas; - Erros gramaticais: fraca aprendizagem das regras gramaticais (geralmente não são, só por si, significativos para que se faça um enquadramento diagnostico numa dislexia) 5
COMO AJUDAR/ATUAR - Dar instruções explícitas; - Criar o hábito da leitura: ler tudo desde marcas de produtos nos supermercados, histórias de banda desenhada, revistas, jornais, livros, placas informativas; - Praticar a leitura: o aluno deverá ter vinte minutos, diários, para praticar a leitura silenciosa; - Os enunciados devem ser claros, curtos, com letras bem legíveis e espaços adequados entre as palavras. DISGRAFIA Trata-se de uma perturbação do tipo funcional que afeta a qualidade da escrita, no que se refere ao seu traçado ou à grafia (letra). Caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas letra feia. 6
COMO AJUDAR/ATUAR - Estimular a memória visual; - Uso de folhas quadriculadas para a escrita (uma letra por quadrado); - Exercícios de reaprendizagens das letras (contornos); -Exercícios de união de silabas, para a formação de palavras corretas; - Incentivar a ler alto, à medida que escreve (sempre que possível); - Na avaliação escolar, dar mais importância à participação oral. DISORTOGRAFIA Perturbação que afeta as aptidões da escrita e que se traduz por dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade de compor textos escritos. As dificuldades centram-se na organização, estruturação e composição de textos escritos. A construção frásica é pobre e curta, com múltiplos erros ortográficos. 7
COMO AJUDAR/ATUAR - Encorajar todas as tentativas de escrita; - Incentivar à elaboração de postais, convites, lista de compras, etc; - Não valorizar demasiado os erros; - Tente procurar a solução juntamente com a criança (ex.: qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som? ); - Elaborar fichas de ortografia palavra mail escrita com correspondência à palavra escrita corretamente. SINAIS DE ALERTA - Diferença entre a capacidade de expressão oral e escrita; - Uso da pontuação inexistente ou errado, erros de ortografia frequentes, com omissão ou troca de letras; - Ilegibilidade da letra; - Espaços inconstantes entre letras e palavras; - Mistura de maiúsculas e minúsculas, letra impressa e manuscrita; - Cópia lenta; - Dificuldade em pôr os pensamentos por escrito. 8
CONSEQUÊNCIAS As dificuldades de aprendizagem que afeta os processos de leitura e de escrita, são um obstáculo severo ao sucesso escolar, uma vez que a aprendizagem escolar está fortemente baseada na competência de leitura e escrita. DISCALCULIA Distúrbio da aprendizagem que interfere negativamente com as competências de matemática de alunos que, noutros aspetos, têm desenvolvimento normal. 9
SINAIS DE ALERTA - Dificuldade em ler os números e lembrar-se da sequência dos mesmos; - Problemas com o conceito de tempo; - Problemas de orientação espacial (em seguir mapas, por exemplo); - Dificuldades em estimar custos de compras; - Confusão dos diversos símbolos aritméticos, como + ou x, > ou < ; - Dificuldade em avaliar distâncias ou pesos. COMO AJUDAR/ATUAR - Utilizar auxiliares visuais, para a resolução dos problemas; - Permitir a utilização da tabuada escrita ou dos dedos para contar; - Realização de jogos de memória (encontrar os pares, por ex.); - Exercícios de correspondência quantidade-algarismo; - Treino do cálculo mental simples. 10
TRANSTORNO DE DÉFICE DE ATENÇÃO A incapacidade de prestar atenção a qualquer objeto com um grau necessário de constância ( ) Nesta doença da atenção, cada impressão parece agitar a pessoa e dar-lhe um grau anormal de desassossego mental. Pessoas andando na sala, um ligeiro ruído na mesma, o movimento de uma mesa, um ligeiro excesso de calor ou de frio, muita luz ou pouca luz, tudo destrói a manutenção da atenção nestes pacientes. Sir Alexander Crichton 1798 PERTURBAÇÃO DE HIPERATIVIDADE Perturbação que aparece, normalmente, ligada ao défice de atenção. Carateriza-se por uma atividade motora excessiva não consegue parar quieta. Na maioria das vezes a agitação motora resulta da incapacidade da criança em se focar ou concentrar em uma atividade. 11
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM OU MEDO DE APRENDER Para aprender não basta a inteligência e a memória, tem que necessariamente existir uma determinada organização psíquica e pessoal. Uma criança que, devido à sua história pessoal, não tenha referências culturais de base, que sofra de grande instabilidade psicomotora, que tenha baixa tolerância à frustração e/ou má relação com os educadores, poderá preferir evitar o uso das suas competências cognitivas, anulando o seu desejo e capacidade de aprender. Isto acontece como forma de defesa à frustração, ao insucesso e ao, consequente, sofrimento que isto lhe causa. Estas crianças protegem-se de pensar, porque têm um medo enorme de aprender (ou de não conseguir fazê-lo). BOAS PRÁTICAS PARENTAIS - É importante estar atente aos sinais de alerta. - Os pais devem prevenir que o educando se sinta inferiorizado ou culpado das suas dificuldades. - Deve ser fortalecida a autoconfiança e a autoestima, prevenindo a desmotivação e a sintomatologia depressiva. - Os pais devem ser parceiros nas dificuldades e nas conquistas. 12
A FAMÍLIA A relação que a criança cria com os pais/família é única e especial, sendo dela que se erguem as bases da segurança e confiança, que a acompanharão ao longo da vida. É, pois, no seio familiar que se constrói o alicerce de todo o desenvolvimento cognitivo e emocional. O ambiente familiar deve, neste sentido, favorecer um clima de qualidade que estimule o processo de aprendizagem das crianças. OBRIGADA Conte-me e eu esquecerei. Mostre-me e eu lembrar-me-ei. Envolva-me e eu aprenderei. Proverbio chinês Bom estudo!!! Gabinete de Apoio Psicológico Dr.ª Vera Vilhena 13