CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARENTIANO Pós Graduação em Filosofia e Ensino da Filosofia Sergio Levi Fernandes de Souza RA: 1123930 Filosofia e Educação da Filosofia ESTADO E EDUCAÇÃO EM PLATÃO Santo André 2013
INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo, mostrar a importância que o filósofo Platão deu à educação. O filosofo trata a educação como um dos principais meios de se obter uma republica ideal, pois uma vez que a polis esta repleta de cidadãos honestos e comprometidos com a política, a pratica do bem será constante. Isso porque na visão do filosofo a educação está intimamente ligada à sabedoria, ou seja, a busca pela verdade. Este texto busca expor brevemente alguns aspectos sobre a educação no brilhante artigo intitulado Estado e Educação em Platão de Ademir Costa. Alem de analisar alguns trechos do livro A Republica, e do artigo Sedução e Persuasão: Os deliciosos perigos da sofistica de Markus Figueira da Silva, buscando responder as seguintes perguntas: Na atualidade podemos afirmar que a educação faz parte como também é de responsabilidade do Estado?Em que medida? Tomando estes pressupostos iniciais que servem muito mais como provocações para uma analise mais acurada do problema, está à posição do filosofo Platão.
ESTADO E EDUCAÇÃO Platão foi oriundo de uma família aristocrática de Atenas, nasceu por volta de 427 a.c. E morreu em 344 a.c. Platão descendia do grande legislador Sólon e era parente de Cádimes e Crítias, tiranos que assumiram o poder em Atenas. Ainda jovem Platão se interessa pelos assuntos políticos e consolida seu projeto através da aproximação com Sócrates. O espírito sutil de Platão descobrira no jogo dialético de Sócrates um prazer ainda maior que os jogos ístmicos. Era prazeroso ver o mestre esvaziando dogmas e perfurando presunções com a afiada ponta de suas perguntas. Este método tinha por objetivo auxiliar aqueles que se dispunham ao esforço de conhecer, após admitirem a própria ignorância. Assim, Platão redefinia suas propostas políticas, levando-se em consideração a política justa feita com ciência, com ética e através de uma base pedagógica solida. Pessanha (2004), citado por Ademir Costa (2008), antes de agir, é necessário ter consciência da finalidade da ação. Para agir com retidão e justeza, é preciso saber o que é justiça; saber o que é essa medida padrão. Segundo Platão a educação deve ser pública, o que constitui uma novidade para a educação de seu tempo, já que na forma das cidades aristocráticas, a educação era de caráter privado. Seu sistema educacional propõe que os futuros educadores sejam escolhidos pela comunidade e controlados por magistrados que seriam uma espécie na política moderna de ministros da educação. Esses magistrados decidem pelos conteúdos e velam pela sua aplicação. Pois a preocupação de Platão é educar, não somente o homem como indivíduo, mas como parte de uma comunidade. O Estado constitui para ele, o primeiro e o maior responsável pela educação dos indivíduos que a compõem. Para o Filósofo da Academia, a educação está a serviço do Estado, que por sua vez, está a serviço da Educação. Não existe educação sem Estado, como Estado sem educação. Na sua perspectiva, o Estado tem na sua origem o fato de cada um não ser autossuficiente, mas necessitado de muita coisa. Os homens não se reúnem por causa da arbitrariedade, mas por necessidade. Para o filósofo, aqui se coloca o princípio da justiça, que se fundamenta, segundo o mesmo, no fato de que todo o homem possui necessidades das quais não lhe é possível prescindir e, que não se pode satisfazer por si só. Em seu artigo Estado e educação em Platão, Ademir Costa diz que: A educação segundo Platão tinha o objetivo final de formar moralmente o homem para viver em estado justo. Sendo assim, o filosofo rejeitava a educação grega
praticada pelos sofistas que eram encarregados de transmitir conhecimentos técnicos. Uma das preocupações fundamentais para Platão incide na preocupação moral todas as suas ideias sobre educação. Parte da premissa: como educar o homem moralmente bom? A pergunta sobre qual conduta é a mais adequada ao homem e qual educação capaz de formar no ser humano um comportamento que possibilite a este buscar o bem e evitar o mal consistirá o sentido último da filosofia da vida do Filósofo da Academia. Platão se opõe ao pensamento contemporâneo, para ele, ética e política são inseparáveis. Ninguém pode prescindir da participação na vida da cidade. O sujeito é inseparável do ser cidadão. Segundo Platão, a natureza humana possui uma dimensão social, daí provém à necessidade de estar unido com os demais. Pois o sujeito se justifica na sua relação com a sociedade, portanto com o Estado, onde cada um precisa, não só de auxílio material, mas também moral. A natureza humana segundo ele é racional, e é por meio da razão que o homem constrói o bem, que é, simultaneamente, felicidade e virtude. Logo, a ideia do bem é o vértice do mundo moral e intelectual, e o verdadeiro bem está presente onde reina a justiça. Consequentemente, a justiça para Platão surge como um princípio superior, de onde decorrem as leis humanas capazes de garantir a felicidade individual e social. CONCLUSÃO Em suma, pode-se afirmar que o artigo de Ademir Costa traz a lume uma discussão por demais relevante, sendo uma contribuição bastante original não só para os estudiosos da filosofia, mas também como base e estímulo para os atuais e futuros educadores, para que possam pensar a educação num horizonte mais aberto à integralidade do ser humano em suas esferas social, moral e política.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS COSTA, Ademir. Estado e Educação em Platão. Perspectivas em Educação, Caieiras, ano 1, v.1, n.03, p.1-14, maio/jun./jul./ago. 2008. Disponível em: <http://www.fmccaieiras.com.br/revista3/artigos/ademir/artigo%20ademir%20 Costa.pdf>. Acesso em: 15 março 2013. DURANT, Will. A historia da filosofia. Tradução Luiz Carlos do Nascimento Silva. Rio de Janeiro: Nova Cultura, 1996. PLATÃO, A República. In: A obra Prima de Cada Auto. São Paulo: Martin Claret, 2006. SILVA, Makus Figueira. Sedução e Persuasão: Os deliciosos perigos da sofística. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v24n64/22833.pdf>. Acesso em: 18 abril 2013.