ADUBAÇÃO ORGÂNICA DA BATATA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENERGIA NUCLEAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES ADUBAÇÃO ORGÂNICA DA BATATA (Solnum tuberosum L.) COM ESTERCO E/OU Crotlri junce L. EM UM NEOSSOLO REGOLÍTICO TÁCIO OLIVEIRA DA SILVA RECIFE PERNAMBUCO BRASIL FEVEREIRO/ 2004

TÁCIO OLIVEIRA DA SILVA ADUBAÇÃO ORGÂNICA DA BATATA (Solnum tuberosum L.) COM ESTERCO E/OU Crotlri junce L. EM UM NEOSSOLO REGOLÍTICO Dissertção presentd o Progrm de Pós-Grdução em Tecnologis Energétics e Nucleres PROTEN. Deprtmento de Energi Nucler d Universidde Federl de Pernmbuco, pr obtenção do título de Mestre em Tecnologis Energétics e Nucleres. Áre de concentrção: Aplicção de Rdioisótopos Fertilidde de Solos. ORIENTADOR: PROF. DR. RÔMULO SIMÕES CEZAR MENEZES RECIFE PERNAMBUCO BRASIL FEVEREIRO/ 2004

Silv, Tácio Oliveir d Adubção Orgânic d btt (Solnum tuberosum L.) com esterco e/ou Crotlri junce L. em um neossolo regolítico / Tácio Oliveir d Silv. Recife: O Autor, 2004. xvi, 47 folhs : il., gráf., qudros. Dissertção (mestrdo) Universidde Federl de Pernmbuco. CTG. Tecnologis Energétics e Nucleres, 2004. Inclui bibliogrfi. 1. Rdiogronomi Fertilidde do solo. 2. Adubção orgânic d btt (Solnum tuberosum L.) Produtividde. 3. Adubção verde (Crotlri junce L.). I. Título. 631.894 CDU (2.ed.) UFPE 631.86 CDD (20.ed.) BC2004-417

A DEUS, pel vid e sbedori. Agrdeço, À minh mãe Clrice Oliveir d Silv Ao meu pi José Crlos Mscrenhs d Silv Ofereço Aos meus irmãos Tcino e Josene Oliveir Dedico.

AGRADECIMENTOS Ao Prof. Rômulo Menezes, pel receptividde, orientção, confinç e mizde, em todo o momento, minh etern grtidão. Aos Professores Ignácio Slcedo e Everrdo Smpio, pelo poio e ensinmentos necessários pr relizção deste trblho. Ao Deprtmento de Energi Nucler (DEN/PROTEN) e o PROTEN, pel oportunidde pr relizção deste trblho. A CAPES e o CNPq, pel concessão d bols de estudo. Ao Inter Americn Institute for Globl Chnge Reserch (IAI) e o CNPq pelo poio finnceiro. À Profª Vâni d Silv Frg, pels contribuições e sugestões necessáris durnte construção dest pesquis. Aos Professores Ancleto R. dos Sntos, Mri de Fátim Peixoto, Jorge Antônio Gonzg e Áureo Oliveir, pels primeirs orientções científics e jud constnte. Aos migos-irmãos d Repúblic, Edurdo, Romuldo, Orieudo, Aldrin, Antônio Clementino e Antônio Mrques, pel hospitlidde, mizde verddeir e pelo convívio fmilir. Ao meu irmão e sempre migo Tcino Oliveir por comprtilhr vid e por está sempre presente, o meu muito obrigdo. A minh irmã Josene Oliveir, por sempre creditr e torcer pelo meu sucesso. A minh mãe Clrice Oliveir d Silv, pelo exemplo de mãe e pel formção do meu cráter e cobrnç pel busc do sber. A Ivn Borges, pel jud, mizde, crinho e estímulo constnte durnte este trblho. Ao Luís Mendes e Fmíli pel mizde sincer e por proporcionr momentos grdáveis sempre. Aos migos do Lbortório de Rdiogronomi /Fertilidde do solo e do DEN: Edurdo, Cludenice, Aldrin, Gilberto, Pedrinho, Clrindo, Sndr, Regin, Kássi e Acáci. A tod minh fmíli e migos, pois lguns servirm de exemplo, outros de uxílio, ms todos me oferecerm o mior ptrimônio, que é mizde.

vi SUMÁRIO Págin LISTA DE FIGURAS LISTA DE QUADROS RESUMO ABSTRACT viii ix xi xiii INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO 1 Adubção orgânic d btt com esterco e/ou Crotlri junce: I - Produtividde vegetl e estoque de nutrientes no solo em longo przo... 3 INTRODUÇÃO... 4 MATERIAL E MÉTODOS... 6 Descrição d áre do estudo... 6 Delinemento experimentl e trtmentos... 6 Cultivo d crotlári, prepro do solo e dubção orgânic... 8 Cultivo d btt... 8 Amostrgem e nálises do mteril vegetl e solo... 9 Análise esttístic... 10 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 10 Produtividde de tubérculos... 10 Efeito d dição de esterco e/ou crotlári sobre o solo... 12 Acúmulo de biomss ére e nutrientes pel crotlári e pels ervs espontânes... 15 CONCLUSÕES... 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 21

vii Págin CAPÍTULO 2 Adubção orgânic d btt com esterco e/ou Crotlri junce: II Disponibilidde de nutrientes no solo o longo do ciclo de cultivo... 26 INTRODUÇÃO... 27 MATERIAL E MÉTODOS... 29 Descrição d áre do estudo de cmpo... 29 Perds de mss e nutrientes pelo mteril incorpordo o solo ns prcels de 32 cmpo... Dinâmic d disponibilidde de nutrientes do solo ns prcels de cmpo... 33 Experimento em cs de vegetção... 33 Análise esttístic... 34 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 36 Perds de mss e nutrientes pelo mteril vegetl incorpordo o solo ns prcels de cmpo... 36 Dinâmic d disponibilidde de nutrientes do solo ns prcels de cmpo... 36 Produção de mtéri sec e bsorção de nutrientes pelo cpim buffel em cs de vegetção... 39 CONCLUSÕES... 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 45

viii LISTA DE FIGURAS No. Título Págin 2.1 Precipitção pluviométric mensl no locl ds prcels experimentis de cmpo em Espernç, PB, durnte o no de 2003... 31-2.2 Teor de N minerl (N-NO 3 + N-NH + 4 ) e P e K extríveis, pós plicção e incorporção de esterco e/ou crotlári em um Neossolo Regolítico durnte o ciclo d cultur d btt (Solnum tuberosum L.)... 38 2.3 Produção de mtéri sec e cúmulo de N, P e K em três cortes sucessivos d prte ére do cpim buffel (Cenchrus cilires), cultivdo em vsos em um Neossolo Regolítico, pós plicção de esterco e/ou crotlári... 40

ix LISTA DE QUADROS No. Título Págin 1.1 Precipitção pluviométric mensl no Centro Agroecológico São Miguel, no município de Espernç, PB, no período de 1996 2002... 7 1.2 Produtividde d btt (Solnum tuberosum L.) em prcels submetids nulmente à dubção verde e/ou dubção com esterco no período de 1996 2002, em um Neossolo Regolítico em Espernç, PB... 11 1.3 Concentrção de nutrientes e ph do solo n profundidde de 0-20 cm em prcels submetids nulmente à dubção verde e/ou com esterco durnte o período de 1996 2002 em um Neossolo Regolítico... 13 1.4 Blnço de nutrientes em um Neossolo Regolítico, cultivdo com btt (Solnum tuberosum L.), pós 5 nos de incorporção de esterco e/ou crotlári... 16 1.5 Produção de mss sec, concentrção e cumulção de nutrientes n prte ére d Crotlri junce L., utilizd como cultivo de cobertur, de 1996 2002, em um Neossolo Regolítico... 17 1.6 Produção de mss sec, concentrção e cumulção de nutrientes n prte ére ds ervs espontânes em prcels com ou sem plicção de esterco ntes do plntio d btt (Solnum tuberosum L.) durnte os nos de cultivos de 2001 e 2002 em um Neossolo Regolítico... 20 2.1 Concentrção médi (n=4) de nutrientes e ph do solo do leirão, em prcels submetids à dubção com crotlári e/ou esterco durnte o período de 1996 2002, em um Neossolo Regolítico, n profundidde de 0-20 cm... 30 2.2 Concentrção médi (n=4) de nutrientes (N, P e K) do mteril vegetl e do esterco incorpordos no solo em vsos do ensio de cs de vegetção... 35

x No. Título Págin 2.3 Percentgem de mtéri sec e nutrientes (N, P e K) remnescentes, de dubos orgânicos contidos em bolss de decomposição incorpords em um Neossolo Regolítico submetido dubção com esterco e/ou crotlári durnte o ciclo d cultur d btt (Solnum tuberosum L... 37 2.4 Produção de mss sec e cumulção de nutrientes ns rízes do cpim buffel, pós 105 dis de incorporção de esterco e/ou crotlári em um Neossolo Regolítico... 42 2.5 Blnço de nutrientes em um Neossolo Regolítico em vsos, cultivdo com cpim buffel, durnte 105 dis... 43

xi ADUBAÇÃO ORGÂNICA DA BATATA COM ESTERCO E/OU Crotlri junce L. EM UM NEOSSOLO REGOLÍTICO RESUMO A mesoregião do Agreste é crcterizd como mior produtor de btt (Solnum tuberosum L) no estdo d Príb. A vribilidde e escssez de chuvs e bix fertilidde do solo, são ftores que limitm tividde gropecuári ness região, sendo que, o esterco únic fonte de nutrientes que é incorpord o solo. Ns proprieddes, gerlmente não se consegue produzir um quntidde de esterco suficiente pr suprir demnd ds culturs grícols. Pr minimizr ess limitção d disponibilidde do esterco foi propost introdução d dubção verde, com o cultivo e incorporção o solo d Crotlri junce L., seguido ou não d incorporção de esterco. É possível que plicção de esterco combind com o cultivo de cobertur com crotlári poss umentr produtividde de btt e contribuir pr um redução dos custos com compr de esterco, sem comprometer fertilidde do solo em longo przo. Sendo ssim, primeir prte do presente trblho, objetivou quntificr produtividde d btt e o estoque de nutrientes no solo, o longo de cinco nos de incorporção de esterco e/ou crotlári em um Neossolo Regolítico no Agreste pribno. O trblho foi conduzido nulmente em prcels de cmpo de 1996 2002 (exceto em 1998 e 1999, devido à insuficiênci de chuvs). Os trtmentos plicdos consistirm em: plntio e incorporção d crotlári n époc de florção (C), dição de 15 t h -1 de esterco (E), plntio e incorporção de crotlári + 7,5 t h -1 de esterco (CE), testemunh sem esterco ou crotlári (T). As concentrções de nutrientes (N, P e K) e o ph do solo tiverm umentos significtivos nos trtmentos E e CE, em relção os trtmentos C e T, o longo dos nos de cultivo. Apesr do trtmento E ter proporciondo o mior umento n concentrção de nutrientes do solo, o trtmento CE foi o que levou um mior produtividde de tubérculos. Provvelmente, isso ocorreu porque o trtmento CE promoveu um minerlizção mis sincronizd com demnd de nutrientes d btt durnte o ciclo de cultivo. Pr testr ess hipótese, n segund prte do trblho, em 2003, form relizdos experimentos em cmpo e cs de vegetção, objetivndo vlir dinâmic d disponibilidde de nutrientes no solo durnte o ciclo de cultivo d btt. No experimento em cmpo vliou-se dinâmic d decomposição e liberção de nutrientes pelo mteril vegetl e

xii esterco incorpordo o solo. Utilizrm-se scols plástics contendo o esterco e os mteriis vegetis coletdos ns respectivs prcels experimentis ntes d incorporção, s quis form incorpordos o solo n profundidde de 20 cm. As scols form coletds quinzenlmente, e determinds às percentgens de mss e nutrientes remnescentes do mteril incubdo no período de 82 dis de incubção. As perds de mss e nutrientes form miores nos primeiros 30 dis d incubção, pr todos os trtmentos plicdos. Ao finl do ensio, s proporções de mtéri sec e nutrientes remnescentes form miores nos trtmentos E e CE. No experimento em cmpo tmbém vliou-se dinâmic d concentrção de nutrientes disponíveis no solo o longo do período de cultivo d btt. Sendo relizds colets quinzenis de solo (0-20 cm) o longo do ciclo de cultivo d btt. Os teores de P e K extríveis foi significtivmente miores nos trtmentos E e CE. O teor de N minerl (N-NO - 3 + N-NH + 4 ) no trtmento E não diferiu do trtmento T, os quis form significtivmente menores que nos trtmentos C e CE ns primeirs semns pós incorporção, indicndo que incorporção de esterco lev um imobilizção de N do solo durnte o período inicil do ciclo de cultivo d btt. O experimento em cs de vegetção objetivou vlir bsorção de nutrientes pelo cpim buffel de mostrs de solo ds prcels de cmpo. Aos 35 dis, pós o trnsplntio do cpim buffel, o trtmento CE levou mior produção de mss sec e cúmulo de nutrientes n plnt. Aos 70 e 105 dis, produção de mtéri sec e cúmulo de nutrientes foi significtivmente mior no trtmento E, seguido pelos trtmentos CE, C e T. Os resultdos obtidos indicm que o cultivo e incorporção de crotlári combind com incorporção de 7,5 t h -1 esterco promoveu um disponibilidde de nutrientes no solo mis equilibrd o longo do ciclo de cultivo d btt, pois mnteve os níveis de nutrientes reltivmente ltos o longo de todo o período em relção os demis trtmentos plicdos. A combinção do esterco com crotlári é um prátic que pode ser mis recomendável pr culturs nuis. Com bse nos resultdos plicção de 15 t h -1 de esterco demonstrou ser mis recomendável pr culturs de ciclo mis longo ou perenes, pois disponibilizção de nitrogênio deu-se de form mis lent, porém contínu, o longo do ciclo de cultivo d btt, lém de disponibilizr mis P e K que os demis trtmentos estuddos. O cultivo e incorporção somente d crotlári não é recomendável, pois pesr de promover um umento n disponibilidde de N minerl do solo, no período inicil do cultivo d btt, não repõe o P e o K extrídos do solo com colheit de tubérculos, podendo levr diminuição dos teores desses elementos no solo.

xiii APPLICATION OF MANURE AND/OR Crotlri junce L. TO AN ENTISOL CULTIVATED WITH POTATO ABSTRACT Potto (Solnum tuberosum L) is the min csh crop in the Agreste region of the stte of Príb in Northestern Brzil. The min limiting fctors of griculturl production in this region re the low mount nd vrible pttern of rinfll precipittion nd the low fertility of the soils, prticulrly regrding N nd P vilbility. Animl mnure is prcticlly the only nutrient source pplied to soils during potto cultivtion. However, the mount of mnure vilble is usully not enough to fertilize the griculturl fields, due to the smll size of most frms. Frmers often hve to buy mnure from other res, which increses production costs. For this reson, the cultivtion of Crotlri junce L. s cover crop for incorportion into the soil ws proposed s n lterntive to replce or reduce the mounts of niml mnure necessry for crop production nd soil fertility mintennce. The objective of the first prt of this study ws to quntify potto productivity nd evlute the sttus of soil nutrient stocks throughout 5 yers of mnure nd/or C. junce incorportion to n Entisol in the Agreste region of Príb. The study ws conducted on field plots (6 x 10 m) from 1996 to 2002 (between 1997 nd 1998, experiments were not conducted due to insufficient rinfll precipittion). Experimentl tretments were: plnting nd incorportion of C. junce during flowering (C); ppliction of 15 t h -1 of niml mnure (E), plnting nd incorportion of C. junce during flowering + ppliction of 7.5 t h -1 of niml mnure (CE), control plots without C. junce or niml mnure (T). Soil nutrient levels nd ph incresed significntly in the tretments tht received mnure (E nd CE) throughout the 5 yers of the study, mostly for the tretment E. Even though the gretest increses in soil nutrients were observed in the tretment E, potto yields were gretest for the CE tretment. It ws hypothesized tht this occurred becuse the minerliztion of nutrients ws more synchronized with the demnd of potto in the CE tretment. In order to test this hypothesis, field nd glsshouse experiments were conducted in 2003 nd the dynmics of soil nutrient vilbility during the growing seson of potto ws evluted. In the field experiment, the dynmics of residue weight nd nutrient loss were evluted. Smples of mnure nd plnt biomss were plced into nylon screen bgs nd buried t 20 cm of depth. Every two weeks, one bg in ech plot ws

xiv removed, oven-dried, weighed, nd the nutrient content ws nlyzed. Weight nd nutrient losses were greter during the first month fter incorportion for ll tretments. At the end of the growing seson, the proportion of the biomss nd nutrients, which were incorported nd still remined in the bgs, ws greter for the tretments E nd CE. This indictes tht the decomposition of mnure is reltively slower, compred to the plnt biomss incorported. The dynmics of soil nutrient vilbility ws lso evluted in the field plots through bi-weekly soil smpling (0-20 cm) during the potto growing seson. Extrctble P nd K were greter for tretments E nd CE throughout the whole seson. However, inorgnic N (N-NO - 3 + N-NH + 4 ) ws lower in the tretments E nd T, in comprison to tretments C nd CE, during the initil period fter incorportion, indicting tht mnure leds to N immobiliztion nd my limit potto growth during the beginning of the growing seson. In the green house experiment, the vilbility of nutrients in the soil from the field plots ws evluted by cultivting buffel grss in pots for three consecutive 35-dy periods nd mesuring biomss production nd nutrient uptke t ech period. Buffel grss biomss production nd nutrient uptke were greter for the tretment CE 35 dys fter plnting. However, t 70 nd 105 dys fter plnting, biomss production nd nutrient uptke ws greter for tretment E, followed by CE, C nd finlly T. The results indicte tht the combintion of mnure nd C. junce led to more synchronized minerliztion with the demnd of potto, since it ws ble to supply enough P nd K without cusing deficiency of soil N through immobiliztion during erly seson. This is of prticulr importnce for nnul crops, which demnd nutrients during its reltively short life growing cycle. The incorportion of mnure my be more dequte for perennils crops, since the mnure supplies enough P nd K nd releses N t slow rtes, which my be enough for certin perennil plnts. The cultivtion nd incorportion of C. junce s green mnure, without the ddition of mnure, my led to soil nutrient depletion, prticulrly P nd K, since the mount of these nutrients tht re removed by hrvest re exported from the system. The N fixtion by C. junce could even promote priming effect nd led to depletion of ntive soil orgnic mtter.

INTRODUÇÃO O Agreste pribno crcteriz-se pelo predomínio do sistem de gricultur fmilir. Ness região, o milho, feijão e mndioc são s culturs de subsistênci mis predominntes e btt (Solnum tuberosum L.), é principl cultur comercil. A bix e vriável precipitção pluviométric, bix fertilidde dos solos, principlmente qunto os teores de mtéri orgânic e fósforo, são ftores que limitm tividde grícol ness região. Os dubos químicos normlmente não são utilizdos pr corrigir deficiênci de nutrientes do solo devido o seu lto custo e o bixo poder quisitivo dos gricultores. A únic form de dubção do solo prticd pelos gricultores é incorporção de esterco, principlmente n époc do plntio d btt ou de outrs culturs comerciis. Entretnto, o uso do esterco como dubo orgânico present lgums limitções. Em primeiro lugr, disponibilidde de esterco ns proprieddes ruris é limitd, pois grnde miori ds proprieddes tem um áre muito reduzid (< 5 h) e, conseqüentemente, tem um pequeno número de nimis. Por esse motivo, mior prte do esterco usdo como dubo tem que ser comprdo de regiões circunvizinhs, o que elev os custos de produção. Vários estudos em diverss regiões do mundo têm demonstrdo que dubção verde, principlmente com leguminoss, é um prátic que pode contornr o problems d limitd disponibilidde de esterco, um vez que os dubos verdes podem ser produzidos ns proprieddes e utilizdos pr dubr os cmpos grícols. Entretnto, são escsss s informções sobre prátic d dubção verde n região do Agreste pribno. Por esse motivo, ONG AS-PTA, loclizd no Centro Agroecológico de São Miguel, no município de Espernç, PB, implntou um experimento de cmpo em 1996, cujo objetivo foi quntificr produtividde d btt pós incorporção de esterco e/ou dubo verde em um Neossolo Regolítico. A leguminos estudd como dubo verde nesse experimento foi Crotlri junce, escolhid devido o seu rápido crescimento, rusticidde e cpcidde de fixr N 2 tmosférico trvés d ssocição com bctéris do gênero Rhizobium. Esse experimento foi repetido em 1997, 2000, 2001 e 2002 ns mesms prcels experimentis. Os ddos de produtividde d btt durnte esse período form coletdos e rmzendos, e não form divulgdos em nenhum publicção científic. Em 2003, como prte do trblho d presente dissertção, form nlisdos todos os ddos dos 5 nos em que esse experimento foi conduzido. Esse conjunto de ddos formou o primeiro cpítulo d dissertção.

Após nálise dos ddos, consttou-se que o trtmento que consisti n incorporção de 15 t h -1 de esterco, pesr de ter proporciondo o mior umento n fertilidde do solo, não respondeu com mior produtividde de tubérculos de btt, qul foi lcnçd, qundo se plicou o trtmento correspondente o plntio e incorporção d crotlári combind com 7,5 t h -1 de esterco. A prtir destes resultdos foi formuld hipótese de que produtividde de tubérculos de btt foi mior qundo se combinou incorporção de crotlári e esterco, em relção à incorporção somente de esterco, porque biomss lábil d crotlári promove um minerlizção de nutrientes mis sincronizd com demnd de nutrientes pel btt durnte o ciclo de cultivo. Pr testr ess hipótese, form formuldos em 2003, três experimentos voltdos à vlição d dinâmic de nutrientes do solo, pós incorporção de esterco e/ou crotlári durnte o ciclo de cultivo d btt. Esses experimentos formrm o Cpítulo 2 d presente dissertção.

CAPÍTULO I ADUBAÇÃO ORGÂNICA DA BATATA COM ESTERCO E/OU Crotlri junce: I - PRODUTIVIDADE VEGETAL E ESTOQUE DE NUTRIENTES NO SOLO EM LONGO PRAZO

ADUBAÇÃO ORGÂNICA DA BATATA COM ESTERCO E/OU Crotlri junce: I - PRODUTIVIDADE VEGETAL E ESTOQUE DE NUTRIENTES NO SOLO EM LONGO PRAZO INTRODUÇÃO O Agreste Pribno é um região que tem como crcterístic mior predominânci d gricultur fmilir em relção os outros sistems grários. As principis culturs grícols utilizds nesses sistems são o milho, o feijão e mndioc, quse sempre ssocidos um pequen tividde pecuári. Além disso, em lgums áres do Agreste d Príb, btt (Solnum tuberosum L.) é um ds principis culturs voltds o mercdo. A vribilidde e escssez ds chuvs, lém d bix fertilidde do solo, são os principis ftores que limitm produtividde gropecuári ness região (Menezes et l., 2002). No mundo, btt é um dos produtos limentres mis difundidos e ocup o qurto lugr entre os limentos mis consumidos, sendo superd pens pelo trigo, rroz e milho (Yorinori & Crmello, 2003). Em 2002, áre cultivd com btt no Brsil foi de 161.124 h, com rendimento de tubérculos de 3.126.411 tonelds, resultndo num produtividde de 19,4 t h -1 (IBGE, 2002). N região Nordeste, cultur d btt vem se expndindo nos estdos d Bhi e Príb, devido às condições microclimátics fvoráveis. O cultivo d btt n Príb encontr-se principlmente n mesorregião do Agreste, sendo o município de Espernç o mior produtor (Meir, 1993). A btt é um cultur bstnte exigente qunto à disponibilidde de nutrientes no solo, de onde retir significtivs quntiddes em todo o seu ciclo, sendo por este motivo, importntes os estudos sobre seus spectos nutricionis (Boock et l., 1960; Mlvolt, 1976). O nitrogênio e o fósforo são dois dos principis nutrientes essenciis às plnts. Nos solos do semi-árido nordestino estes nutrientes encontrm-se gerlmente em bix disponibilidde, o que limit significtivmente produtividde vegetl (Smpio et l., 1995). Além disso, o potássio é um elemento bstnte exigido pel miori ds plnts cultivds (Mlvolt, 1976). Em certs regiões do mundo onde se cultiv btt em sistems mis intensivos, gerlmente são utilizds lts doses de dubos nitrogendos e fosftdos pr suprir

crênci de nitrogênio e fósforo. Porém, n região semi-árid do Nordeste do Brsil, o uso de fertilizntes químicos nitrogendos e fosftdos é bstnte reduzido, devido o seu lto custo, o bixo poder quisitivo d miori dos gricultores, e o risco proporciondo pel vribilidde do regime de chuvs. Por esse motivo, ness região, o mnejo d fertilidde do solo depende principlmente do mnejo d mtéri orgânic (Tiessen et l., 1994). A utilizção de esterco é um lterntiv mplmente dotd pr o suprimento de nitrogênio e fósforo nos solos d região semi-árid. No entnto, devido à reduzid disponibilidde de esterco ns proprieddes, gerlmente os gricultores necessitm comprr esterco de regiões circunvizinhs, o que elev os custos de produção d btt (Menezes et l., 2002). Um lterntiv pr contornr esse problem é prátic d dubção verde. A dubção verde é um prátic grícol progrmd que consiste n incorporção d mss verde ds plnts de cobertur com finlidde primordil de umentr o conteúdo de mtéri orgânic dos solos, melhorr s condições físics, químics e biológics, e fvorecer o crescimento e rendimento dos cultivos de importânci econômic (Monegt, 1991). As leguminoss têm gerlmente sido s mis utilizds como dubo verde, devido à su rusticidde, elevd produção de mtéri sec, sistem rdiculr profundo e simbiose com bctéris fixdors do N 2 tmosférico (Arújo & Almeid, 1993). A crotlári (Crotlri junce) é utilizd n dubção verde e cobertur do solo por ser um plnt pouco exigente qunto fertilidde do solo e com grnde potencil de fixção biológic de nitrogênio. Principlmente por presentr crescimento rápido, est leguminos tem sido muito usd como dubo verde em rotção com diverss culturs. Além disso, crotlári tem cpcidde de reduzir os níveis de lgums espécies de nemtóides do solo (Sipes & Arkri, 1997; Mcsorley, 1999; Robinson & Cook, 2001), o que é de sum importânci pr o cultivo d btt. Entretnto, um ds limitções d dubção verde trvés do cultivo de cobertur com leguminoss e su posterior incorporção o solo é que, com exceção do nitrogênio proveniente d fixção biológic, incorporção d biomss não repõe os nutrientes retirdos do solo, n époc d colheit pels culturs grícols, e exportdos com vend dos produtos colhidos (Smpio & Mluf, 1999). Deste modo, em longo przo, prátic de mnejo d incorporção d dubção verde poderi contribuir pr o umento d deficiênci de outros nutrientes do solo, como o P e o K, por exemplo, porque esses nutrientes são bsorvidos e exportdos pels culturs n époc d colheit.

Portnto, ns áres cultivds com btt no Agreste pribno é provável que plicção de esterco, mesmo que em doses mis reduzids que trdicionl, combind com o cultivo de cobertur com crotlári poderá umentr produtividde de btt e contribuir pr um redução dos custos com compr de esterco, sem comprometer fertilidde do solo em longo przo (Menezes et l., 2002). Sendo ssim, o objetivo desse trblho foi quntificr produtividde d btt e o estoque de nutrientes no solo, o longo de cinco nos de incorporção de esterco e/ou crotlári em um Neossolo Regolítico no Agreste pribno. MATERIAL E MÉTODOS Descrição d áre do estudo O experimento foi conduzido em prcels experimentis no Centro Agroecológico São Miguel, de propriedde d ONG Assessori e Serviços Projetos em Agricultur Alterntiv (AS-PTA), no município de Espernç, PB, de 1996 2002. Devido à insuficiênci de chuvs, o experimento não foi plntdo em 1998 e 1999. A médi de precipitção pluviométric d região é de cerc de 1000 mm por no, com um regime de chuvs unimodl, sendo estção úmid gerlmente de mrço gosto e estção sec de setembro fevereiro (Sbourin et l., 2000). Os ddos de precipitção pluviométric de 1996 2002 são presentdos no Qudro 1.1. O solo n áre experimentl é clssificdo como um Neossolo Regolítico (EMBRAPA, 1999), de textur frnco-renos e declividde em torno de 5%. Delinemento experimentl e trtmentos Os trtmentos experimentis consistirm em: plntio e incorporção d crotlári n époc de florção (C), dição de 15 t h -1 de esterco (E), que é dose utilizd pelos gricultores n região do Agreste pribno; plntio e incorporção de crotlári + 7,5 t h - 1 de esterco (CE); e testemunh sem esterco ou crotlári (T). As prcels experimentis tinhm 60 m 2 (6 m x 10 m) e form distribuíds em blocos csulizdos, com qutro repetições. Os trtmentos form repetidos ns mesms prcels o longo de todo o período, exceto em 1998 e 1999, de form vibilizr vlição do efeito cumuldo dos distintos mnejos o longo do tempo.

Qudro 1.1. Precipitção pluviométric mensl no Centro Agroecológico São Miguel, no município de Espernç, PB, no período de 1996 2002. Mês 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 ---------------------------------------- mm ------------------------------------ Jneiro 0,0 6,0 10,0 10,0 90,4 40,8 88,8 Fevereiro 48,5 93,0 8,4 85,2 153,6 6,0 27,0 Mrço 55,8 85,6 44,4 79,0 49,8 122,0 119,4 Abril 229,5 94,8 31,2 16,6 123,4 74,0 30,0 Mio 78,0 165,4 54,0 57,6 56,0 3,8 93,4 Junho 117,4 55,4 33,9 51,4 196,6 195,4 201,0 Julho 55,7 61,4 69,2 79,4 146,2 107,6 56,4 Agosto 61,5 53,1 91,2 43,2 166,2 90,2 53,6 Setembro 62,8 6,0 0,0 25,2 130,4 27,6 8,4 Outubro 19,8 0,0 15,6 11,2 5,8 20,4 21,2 Novembro 74,4 0,0 2,0 2,6 19,0 12,4 33,0 Dezembro 1,2 44,0 2,0 33,4 39,0 28,0 17,8 Totl Anul 804,6 664,7 361,9 494,8 1176 728,2 750,0

Cultivo d crotlári, prepro do solo e dubção orgânic A crotlári foi plntd ns prcels dos trtmentos (C) e (CE). O plntio foi relizdo no início do período ds chuvs, gerlmente em fevereiro ou mrço, em sulcos, no espçmento de 0,50 m x 0,10 m. Simultnemente, nos trtmentos T e E, crescim ervs espontânes durnte o mesmo período de crescimento d crotlári. A incorporção d biomss d crotlári o solo foi feit pós o corte com um rolo fc, puxdo por um niml de trção, no momento de plen florção, qundo proximdmente 50 % ds plnts ds prcels presentvm florção, o que conteci em torno de 50 dis pós o plntio, podendo vrir cd no, de cordo com o volume de chuvs do período. Em todos os nos de cultivo, biomss ére d crotlári, bem como ds plnts espontânes ns prcels dos trtmentos E e T foi determind imeditmente ntes d su incorporção o solo. Pr isso, tod biomss ére dentro de três qudros de 0,5 m 2 em cd prcel, foi cortd rente o chão, levd à estuf de ventilção 65 ºC pr secgem té peso constnte, pesd e moíd pr nálise químic dos teores de nutrientes. O prepro do solo pr formr os leirões consistiu no rrste d cmd superficil de solo de form preprr um pequen leir, com proximdmente 20 cm de ltur, denomind encm do leirão (Sbourin et l., 2000). Em seguid, biomss d crotlári foi montod ns leirs durnte o prepro d encm. Nos trtmentos sem crotlári, s plnts espontânes form cpinds com enxd e montods sobre encm. Nos trtmentos com esterco, quntidde necessári de esterco em cd trtmento foi tmbém colocd em cim dess encm. Em seguid, foi colocd mis terr, retird d áre entre s leirs, em cim d crotlári, ervs espontânes e/ou esterco, formndo então os leirões com cerc de 40 cm de ltur, 50 cm de lrgur n bse e um espçmento de 1m entre os centros dos leirões. Cultivo d btt A btt foi semed n prte superior dos leirões, cim d encm, pós incorporção dos dubos, com espçmento de 0,35 m entre plnts. O controle de invsão ds ervs espontânes foi feito trvés de cpins mnuis, relizds em proximdmente três períodos durnte o ciclo d btt, em todos os nos de cultivo.

Form relizds nulmente dus plicções de cld bordles, pr o controle de doençs fúngics. A colheit d btt foi efetud, pós proximdmente 90 dis do plntio, vrindo lguns dis cd no, de cordo com o regime de chuvs durnte o ciclo, nos dois leirões centris de cd prcel, num áre útil correspondente 20 m 2. Após colheit, um sub-mostr dos tubérculos foi retird, sec em estuf, pesd e moíd pr determinção do conteúdo de nutrientes. Amostrgem e nálises do mteril vegetl e solo As mostrs de biomss d btt, crotlári e ervs dninhs, ssim como do esterco cprino usdo em cd plntio, form digerids com um mistur de ácido sulfúrico e águ oxigend (Thoms et l., 1967), os teores de N e P nos extrtos d digestão form nlisdos por colorimetri (Thoms et l., 1967) e o de K por fotometri de chm. No primeiro no do estudo (1996), ntes do plntio d btt, foi relizd um mostrgem do solo, o cso, dentro de cd bloco experimentl, n profundidde de 0 20 cm pr crcterizr s condições iniciis do solo d áre experimentl. Em 2000, 2001 e 2002, n ocsião d colheit d btt, form coletds mostrs do solo (0 20 cm) seprdmente em cim dos leirões e n áre entre os leirões, em cd prcel, com o objetivo de comprr o efeito d incorporção de esterco e crotlári sobre o solo nesss dus áres. As mostrs de solo form colocds em scos plásticos, levds o lbortório, secs o r e pssds em peneir de 2 mm. Form nlisdos nitrogênio totl por digestão Kjeldhl (Bremner & Mulvney, 1982), fósforo totl por digestão com ácido sulfúrico e águ oxigend, e fósforo e potássio extrídos com ácido duplo (EMBRAPA, 1997). O P foi determindo por colorimetri (Murphy & Riley, 1962) e o K por fotometri de chm. O ph do solo foi medido em águ (1:2,5), de cordo com metodologi descrit pel EMBRAPA (1997).

Análise esttístic Os ddos form nlisdos esttisticmente trvés d nálise de vriânci e s médis comprds pelo teste de comprção REGWQ, o nível de probbilidde de 5%, usndo o progrm SAS Sttisticl Pckge (1995). RESULTADOS E DISCUSSÃO Produtividde de Tubérculos O trtmento CE foi o que presentou s miores produtividdes de tubérculos de btt, o longo do período do estudo. Em todos os nos, produtividde d btt foi significtivmente mior no trtmento CE que no trtmento T, exceto em 1997 (Qudro 1.2). As diferençs reltivs entre os trtmentos CE e T form crescentes nos primeiros nos do período do experimento (52, 71, 96, 163 e 130%). Entretnto, em termos bsolutos, o umento foi mior em 2000 (25,3 contr 13,0 t h -1 ), no de mior quntidde totl e melhor distribuição de chuvs e de miores produções em todos os trtmentos. Silveir (1997), trblhndo com fertilizção em btt n mesm região, tmbém obteve mior produtividde (17,8 t h -1 ) qundo plicou esterco (5 t h -1 ) em combinção com o cultivo e incorporção d crotlári. O trtmento C tmbém presentou, em relção o trtmento T, produtividdes de tubérculos significtivmente miores, ms somente em 1996 e 2000. Já s produtividdes no trtmento E não form significtivmente superiores às do trtmento T nos três primeiros nos em que o experimento foi conduzido, embor tenhm sido miores em vlores bsolutos. Apens em 2001, o trtmento E umentou significtivmente produção de tubérculos, mis que dobrndo (113%) produção do trtmento T, ms em 2002 diferenç foi novmente não significtiv (Qudro 1.2). As produtividdes médis de tubérculos nos cinco nos de plntio form 12, 11, 15 e 8 t h -1 nos trtmentos C, E, CE e T, respectivmente. De form semelhnte, Silv et l. (1995), observrm em um Neossolo Regolítico no Agreste pernmbucno, que mior produtividde de tubérculos (9,3 t h -1 ) foi lcnçd, qundo plicdo 20 t h -1 de esterco bovino, sendo significtivmente diferente do trtmento onde não foi plicdo esterco. Entretnto, s produtividdes desses dois estudos são bixs em relção outros estudos n

Qudro 1.2. Produtividde d btt (Solnum tuberosum L.) em prcels submetids nulmente à dubção verde e/ou dubção com esterco no período de 1996 2002 (1) em um Neossolo Regolítico em Espernç, PB. Trtmentos (2) 1996 1997 2000 2001 2002 --------------------------------kg h -1 --------------------------------------- C 14400 (3) 10613 21435 6656 bc 7163 b CE 14975 12188 25388 10033 13438 E 11238 b 9400 18806 b 8144 b 7839 b T 9850 b 7113 12975 b 3819 c 5875 b (1) O experimento não foi conduzido em 1998 e 1999 devido à insuficiênci de chuv; (2) C = plntio e incorporção d Crotlri junce ntes do plntio d btt; E = plicção nul de 15 t h -1 de esterco de cprinos; CE = plntio e incorporção de C. junce + plicção nul de 7,5 t h -1 de esterco; T = testemunh sem dubção; (3) Médis seguids pel mesm letr ns coluns não diferem esttisticmente pelo teste de comprção REGWQ (p< 0,05).

região Nordeste e Centro-Oeste, principlmente em estudos onde foi relizd dubção orgno-minerl. Nunes (2002), em experimentos de fertilizção em Itbin, SE, plicou 30 t h -1 de esterco bovino combindo com 1,25 t h -1 d fórmul 6-24-12, e obteve produções vrindo de 28 34 t h -1. Peixoto et l. (2002) trblhou com seleção de clones de btt pr o Plnlto Centrl, em Anápolis, GO e utilizou como dubção 3 t h -1 d fórmul 4-16-8 no plntio e 300 kg h -1 de sulfto de mônio em cobertur. Esses utores verificrm que, entre os melhores clones seleciondos, produtividde vriou de 16 e 33 t h -1. Provvelmente, s menores produtividdes de tubérculos observds no presente estudo, em relção outros estudos reportdos, deve-se à combinção entre escssez e irregulridde ds chuvs e bix fertilidde nturl dos Neossolos no Agreste pribno. Os trtmentos de dubção orgânic plicdos no presente estudo, mesmo plicção de lts doses de esterco no trtmento E, prentemente não form cpzes de suprir os nutrientes demnddos pel btt. Efeito d dição de esterco e/ou crotlári sobre o solo A dição de esterco, combind ou não com o plntio e incorporção de crotlári, provocou umentos significtivos d concentrção de nutrientes no solo, em relção o trtmento testemunh, o longo do período em que o estudo foi conduzido (Qudro 1.3). No no de 2000, pós três nos de plicção e incorporção de crotlári e/ou esterco o solo do leirão, o teor de P extrível e o ph do solo form miores nos trtmentos CE e E, que nos trtmentos C e T. O teor de K extrível foi mior no trtmento E que em C e T, ms o trtmento CE não diferiu esttisticmente dos demis trtmentos. No solo entre leirões, em 2000, não form observds diferençs significtivs nos teores de nutrientes dos qutro trtmentos. A prtir de 2001, começou ser observdo o efeito cumultivo dos trtmentos sobre os teores de nutrientes (N e P) totis, nos solos dos leirões (Qudro 1.3). O teor de P totl do solo no trtmento E foi significtivmente mior que nos demis trtmentos estuddos. Em relção o N totl, o trtmento E não foi diferente do trtmento CE, porém estes dois trtmentos presentrm teores significtivmente miores que os trtmentos C e T. Assim como no no nterior, os teores de P e K extríveis e o ph do solo form miores no solo do trtmento E que no solo dos demis trtmentos. Aumentos lineres pr P e K e ph do solo com plicção de doses crescentes de esterco

Qudro 1.3. Concentrção de nutrientes e ph do solo n profundidde de 0-20 cm em prcels Trtmentos (2) Médi inicil ds prcels submetids nulmente à dubção verde e/ou dubção com esterco durnte o período de 1996 2002 (1) em um Neossolo Regolítico. N totl P totl P extrível K extrível ph -----------------------------mg kg -1 solo----------------------------- 1996 538 - (3) 6,3 85,8 5,0 2000 Solo do leirão C 609 (4) 131 15,8 b 74,1 b 6,1 c CE 726 149 31,3 113,1 b 7,0 b E 687 145 38,1 167,7 7,9 T 525 108 12,7 b 81,9 b 6,1 c Solo entre os leirões C 492 113 6,9 54,6 6,0 CE 499 109 11,9 78,0 5,9 E 499 130 14,3 70,2 6,3 T 410 87 8,3 54,6 6,1 2001 Solo do leirão C 732 bc 136 b 7,9 b 93,6 b 5,6 c CE 802 b 164 b 13,9 b 175,5 b 6,6 b E 939 193 21,4 308,1 7,5 T 564 c 126 b 8,7 b 101,4 b 6,0 b Solo entre os leirões C 465 b 111 4,0 42,9 c 5,9 CE 500 b 118 4,7 66,3 b 5,8 E 568 129 6,6 89,7 6,3 T 443 b 103 3,1 46,8 bc 5,9 2002 Solo do leirão C 708 b 135 b 9,2 b 85,8 6,0 b CE 854 173 b 22,0 b 175,5 7,3 E 905 181 32,1 167,7 7,3 T 524 b 125 b 10,0 b 117,0 6,7 b Solo entre os leirões C 561 115 4,6 54,6 b 6,3 CE 555 119 7,6 93,6 b 6,6 E 621 148 7,0 124,8 7,0 T 444 107 3,5 50,7 b 6,4 (1) Não form coletds mostrs de solo em 1997 e, devido à insuficiênci de chuvs, o experimento não foi conduzido em 1998 e 1999; (2) C = plntio e incorporção d Crotlri junce ntes do plntio d btt; E = plicção nul de 15 t h -1 de esterco de cprinos; CE = plntio e incorporção de C. junce + plicção nul de 7,5 t h -1 de esterco; T = testemunh sem dubção; (3) Ddos não disponíveis; (4) Médis n mesm colun pr cd no e posição de mostrgem, seguids pel mesm letr não diferem pelo teste de comprção REGWQ (P<0,05).

plicdo form observdos por Holnd et l. (1984), em um Ltossolo Vermelho-Amrelo álico e um Podzólico Vermelho-Amrelo no Rio Grnde do Norte. No solo entre leirões, o trtmento E presentou teores de N totl significtivmente mior que os trtmentos C e T e teores de K extrível superiores todos os demis trtmentos, enqunto o trtmento CE foi superior pens qunto o teor de K extrível em relção o trtmento C. Obvimente, o mior efeito no solo dos leirões deveu-se à colocção do esterco sobre eles, ficndo qulquer efeito no solo entre leirões por cont de lgum esplhmento de solo e/ou esterco o longo dos nos de cultivo, ssim como d difusão de N n solução do solo. No no de 2002, os trtmentos E e CE, em vlores bsolutos, presentrm os miores teores de nutrientes no solo, porém não form observds diferençs significtivs entre eles. O trtmento E, o finl ds cinco plicções nuis de 15 t h -1 de esterco conseguiu umentr os teores de N e P totis e P extrível em 73, 45 e 221%, respectivmente, em relção o trtmento T. O trtmento CE umentou os teores de N totl e P totl, em relção o trtmento T, em 63 e 38%, respectivmente. O trtmento C não teve efeitos sobre os nutrientes e o ph do solo o finl dos cinco nos de cultivo. Esse resultdo er esperdo, um vez que o plntio e incorporção d crotlári não são cpzes de repor os nutrientes retirdos do solo pel btt e exportdos com vend de tubérculos, não ser no cso do N, devido o potencil d crotlári de promover fixção biológic do N tmosférico em ssocição com rizóbios (Qudro 1.3). Pr vlir em mis detlhes o efeito ds cinco incorporções de esterco e/ou crotlári o estoque de nutrientes no solo, foi clculdo o blnço de nutrientes (N, P e K) diciondos e retirdos. A quntidde diciond de cd nutriente foi clculd com bse n quntidde e no teor de nutrientes contidos no esterco. As quntiddes de P e K contidos n biomss d crotlári e ervs espontânes incorpords o solo não form considerds como entrds de nutrientes no sistem, um vez que esses nutrientes form bsorvidos do solo e recicldos com incorporção d biomss. No cso do N contido n biomss d crotlári, entretnto, considerou-se que pelo menos 60% form fixdos d tmosfer (Rmos et l., 2001; Resende et l., 2003), de form que ess proporção foi considerd como um entrd o sistem. Como biomss ds ervs espontânes er quse que exclusivmente compost por não-leguminoss, considerou-se que o N n

biomss de ervs espontânes incorpordo o solo dos trtmentos T e E foi proveniente do solo e não de fixção biológic de N. D quntidde de cd nutriente diciond o solo foi subtríd quntidde exportd trvés d colheit dos tubérculos, o longo do período do estudo. Os teores de N, P e K nos tubérculos de btt form, em médi, de 9,5, 0,70 e 22,8 g kg -1, respectivmente, o longo do período do estudo, sem diferençs significtivs entre trtmentos ou entre nos de colheit. Os resultdos do blnço de nutrientes incorpordos e exportdos do solo ds prcels de cmpo nos diferentes trtmentos são presentdos no Qudro 1.4. O trtmento E resultou em blnços de N, P e K positivos, enqunto os trtmentos C e T presentrm blnços negtivos pr os três nutrientes. O trtmento CE presentou blnço negtivo pr o K e vlores positivos pr N e P, embor o superávit tenh sido considervelmente menor que no trtmento E. Portnto, os resultdos dos blnços de nutrientes nos distintos trtmentos são coerentes com s concentrções de nutrientes do solo medid em 2002 (Qudro 1.3). O trtmento E foi o que levou os miores umentos n concentrção de nutrientes do solo, seguido pelo trtmento CE, enqunto o trtmento C prticmente não diferiu do trtmento T. Acúmulo de biomss ére e nutrientes pel crotlári e pels ervs espontânes Ao longo dos cinco nos de cultivo, crotlári produziu, em médi, 3.476 e 3.624 kg h -1 no -1 de mtéri sec, nos trtmentos C e CE, respectivmente (Qudro 1.5). Foi observd um forte vrição n produção de biomss entre os nos do estudo, cusdo principlmente pel vrição d precipitção pluviométric. Em 1997 e 2000, nos ns quis precipitção foi mis bundnte e/ou mis bem distribuíd durnte o ciclo d crotlári (de fevereiro ou mrço té bril) form observds miores produtividdes de biomss ére d crotlári (Qudros 1.1 e 1.5). A médi de produtividde d crotlári no presente estudo foi reltivmente bix em comprção estudos em outrs regiões do pís. Dourdo et l. (2001), em estudo de fertilizção fosftd, em Selvíri/MS, lcnçrm produção de mtéri sec, pr crotlári de 11,4 12,1 t h -1. Silv et l. (2002), em pomr cítrico em São Pulo, obtiverm produtividde médi de 13,1 t h -1 de mtéri sec. Pulo et l. (2001), em Alt Pulist, pós três nos consecutivos de plntio e incorporção d Crotlri junce intercld com o cfé, obtiverm, em médi, produção

Qudro 1.4. Blnço de nutrientes em um Neossolo Regolítico, cultivdo com btt (Solnum tuberosum L.), pós 5 nos de incorporção de esterco e/ou crotlári. Trtmento (1) Nutrientes diciondos (2) Nutrientes exportdos (3) Blnço de nutrientes (4) --------------------------------kg h -1 ------------------------------- Nitrogênio C 223 572-350 CE 764 722 42 E 1.050 526 523 T 0 376-376 Fósforo C 0 42-42 CE 150 53 97 E 300 39 261 T 0 28-28 Potássio C 0 1374-1374 CE 1312 1733-421 E 2625 1263 1362 T 0 903-903 (1) C = plntio e incorporção d Crotlri junce ntes do plntio d btt; E = plicção nul de 15 t h -1 de esterco de cprinos; CE = plntio e incorporção de C. junce + plicção nul de 7,5 t h -1 de esterco; T = testemunh sem dubção; (2) Nutrientes contidos no esterco incorpordo o solo o longo dos cinco nos do estudo. Foi estimdo que 60% do N contido n biomss d Crotlári foi proveniente d Fixção Simbiótic com Rizóbios; (3) Nutrientes (N, P e K) contidos nos tubérculos colhidos o longo dos cinco nos do estudo; (4) Blnço de nutrientes = Nutrientes diciondos Nutrientes exportdos.

Qudro 1.5. Produção de mss sec, concentrção e cumulção de nutrientes n prte ére d Crotlri junce L., utilizd como cultivo de cobertur, de 1996 2002 (1), em um Neossolo Regolítico. Trtmento (2) Produção de mss sec Concentrção de nutrientes Acumulção de nutrientes N P K N P K kg h -1 ---------g kg -1 --------- ---------kg h -1 --------- 1996 C 2500 (3) 17,8 1,2 13,1 44,5 2,9 32,8 CE 2280 18,2 1,4 11,9 41,5 3,2 27,1 1997 C 6370 - (4) - - - - - CE 5960 - - - - - - 2000 C 5770 23,1 2,0 19,2 135,0 11,1 107,9 CE 5960 24,0 2,1 18,0 140,8 12,1 104,8 2001 C 1520 b 25,1 1,9 19,2 38,7 3,0 b 29,8 CE 2160 23,8 2,3 19,5 51,4 5,0 42,5 2002 C 1220 b 32,7 2,1 b 28,1 39,7 b 2,6 b 33,9 b CE 1760 32,3 2,9 32,6 57,0 5,2 57,4 (1) Devido à insuficiênci de chuvs, não houve plntio em 1998 e 1999; (2) C = plntio e incorporção d Crotlri junce ntes do plntio d btt; CE = plntio e incorporção de C. junce + plicção nul de 7,5 t h -1 de esterco; (3) Médis seguids de mesm letr, n mesm colun, pr cd no não diferem entre si pelo Teste t 5%.; (4) Ddos não disponíveis.

de mtéri sec de crotlári de 23,3 t h -1 no -1. Por outro ldo, De-Polli e Chd (1989) reportrm produtividdes de mtéri sec d crotlári (1,6 t h -1 ) semelhntes às do presente estudo, qundo vlirm leguminoss pr dubção verde de entressfr em Itguí/RJ. Um produção um pouco superior de biomss (8,1 t h -1 ) d C. junce foi encontrd por Slvino et l. (1998), em um Podzólico Vermelho-Amrelo álico + solo litólico em São Pulo e 6,5 t h -1 foi encontrd por Alcântr et l. (2000), em um Ltossolo Vermelho-Escuro degrddo, em Mins Geris. No presente estudo, o ciclo d crotlári do plntio té incorporção o solo, momento de plen florção, ficou em torno de 50-55 dis de cordo com o regime de chuvs do no grícol. Alcântr et l. (2000), em Mins Geris, observrm que o ciclo d Crotlri junce do plntio té florção foi de 60 dis. Pulo et l. (2001) e Silv et l. (2002), em São Pulo, justmente os utores que reportrm lts produtividdes de mtéri sec pel crotlári, observrm que o ciclo foi de proximdmente 100 dis. Isso indic que mior produtividde d C. junce, n região sudeste, deve-se, provvelmente, um combinção do mior fotoperíodo dquel região, ssocido o mior volume de chuvs durnte o ciclo d leguminos, lém d melhor fertilidde dos solos ness região, comprdo com bix fertilidde do Neossolo Regolítico do presente estudo. Dess form, os resultdos obtidos no presente estudo indicm que crotlári, n região Agreste d Príb, não consegui tingir os mesmos níveis de produtividde de biomss e cumulção de nutrientes, que em outrs regiões, o que reduz o seu potencil como cultivo de cobertur pr dubção verde no Agreste pribno. Nos três primeiros nos em que o experimento foi conduzido, dição de esterco no trtmento CE não influenciou significtivmente produção de biomss e o cúmulo de nutrientes n prte ére d crotlári, em relção o trtmento C (Qudro 1.5). Entretnto, nos dois nos subseqüentes, crotlári no trtmento CE produziu mis biomss e cumulou mis nutrientes, principlmente P e K, que crotlári no trtmento C. No no de 2000, qundo houve um mior produtividde d biomss d crotlári, devido à mior quntidde de chuvs, houve tmbém um cúmulo de nutrientes dus ou três vezes mior n biomss ére d crotlári que nos outros nos de cultivo. Alcântr et l. (2000) verificrm que o fornecimento de nutrientes o solo, por ocsião do corte d crotlári, foi de 136, 9 e 31 kg h -1 de N, P e K. Em 2001 e 2002, foi medid produtividde de biomss ds plnts espontânes nos trtmentos T e E, já que, n ocsião do plntio d btt, ess biomss é incorpord o solo e funcion tmbém como dubo verde. As produtividdes de biomss pels ervs

espontânes o longo dos dois nos nos trtmentos T e E form, em médi, 1.600 e 1.895 kg h -1, compráveis à produtividde d crotlári nos trtmentos C e CE, nos mesmos nos (Qudro 1.5). Entretnto, os teores e cumulção de nutrientes, prticulrmente N, form miores n crotlári que ns plnts espontânes. Esses resultdos form semelhntes os observdos por Fvero et l. (2000), que estudrm produção de biomss e cúmulo de nutrientes por leguminoss e ervs espontânes em Sete Lgos, MG, em um Ltossolo Vermelho-Escuro, e verificrm que s espontânes presentrm menores teores de nitrogênio que s leguminoss, ms que, lgums espontânes presentrm miores teores de potássio e fósforo. Não form observds diferençs significtivs n produtividde de biomss de ervs espontânes entre o trtmento E e o trtmento T, nos dois nos em que foi quntificd produtividde (Qudro 1.6). A cumulção de nutrientes pels ervs espontânes foi, em gerl, mior ns prcels onde foi incorpordo esterco, ms só form observds diferençs significtivs pr P, em 2001, e pr N, em 2002. Apesr d produtividde e do cúmulo de P e K pels ervs espontânes terem sido semelhntes os d crotlári, é possível que biomss ds ervs espontânes, por presentr um relção C/N mis mpl, não contribu pr, ou té mesmo prejudique liberção do N do esterco incorpordo, devido à su imobilizção. CONCLUSÕES A plicção nul de 15 t h -1 esterco levou um umento significtivo ns concentrções de N totl e de P totl e ns de P e K extríveis no solo, o longo dos cinco nos de cultivo d btt, em relção os demis trtmentos estuddos. As miores produtividdes de tubérculos de btt, entretnto, form obtids qundo combinou-se o cultivo e incorporção d crotlári com incorporção de 7,5 t h -1 de esterco ntes do plntio d btt. Este resultdo sugere um minerlizção de nutrientes mis sincronizd com demnd de btt qundo o esterco é incorpordo junto com crotlári, fvorecendo um disponibilidde grdtiv de nutrientes durnte o ciclo d cultur d btt.

Qudro 1.6. Produção de mss sec, concentrção e cumulção de nutrientes n prte ére ds ervs espontânes em prcels com ou sem plicção de esterco ntes do plntio d btt (Solnum tuberosum L.) durnte os nos de cultivos de 2001 e 2002 em um Neossolo Regolítico. Trtmento (1) Produção de mss sec Concentrção de nutrientes Acumulção de nutrientes N P K N P K kg h -1 ---------------g kg -1 -------------- ----------------kg h -1 ------------- - 2001 T 1180 (1) 11,9 2,66 25,9 14,4 3,13 b 30,0 E (2) 1460 11,0 3,00 26,2 16,0 4,42 38,6 2002 T 2020 14,4 1,68 32,6 28,3 b 3,30 64,9 E 2330 16,0 2,05 36,7 37,3 4,78 86,2 (1) E = plicção nul de 15 t h -1 de esterco de cprinos; T = testemunh sem dubção; (2) Médis seguids de mesm letr, n mesm colun, pr cd no não diferem entre si pelo Teste Tukey (5%); (3) Incorporção nul de 15 t h -1 de esterco de cprinos.

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