PESSOA COM DEFICIÊNCIA E MERCADO DE TRABALHO: LEI DE COTAS Nº. 8213/1991



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1 PESSOA COM DEFICIÊNCIA E MERCADO DE TRABALHO: LEI DE COTAS Nº. 8213/1991 Kézia Zanni Poletti 1 RESUMO Este artigo apresenta uma análise da realidade da inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho formal através da Lei de Cotas nº. 8213/1991, tendo como referência pesquisa realizada junto à Apabb Associação de pais, amigos e pessoas com deficiência, de funcionários do banco do brasil e da comunidade. Palavras-chave: Pessoa com deficiência. Inclusão. Mercado de trabalho. Lei de cotas. 1 Bacharel em Serviço Social Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Especialista em Família Faculdade de Direito de Vitória/CEAP. Pós-graduanda em Gestão de Pessoas com Ênfase em Psicologia Organizacional Centro Universitário do Espírito Santo Unesc. E-mail: kzanni@bol.com.br

2 1 INTRODUÇÃO Este artigo visa analisar a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, pela lei de cotas nº 8213/1991, através da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade APABB e, como as empresas têm respondido a esta problemática. A inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho ainda é complexa e necessita ser avaliada considerando as questões levantadas pela pessoa com deficiência, pelas empresas, pelo poder público e pelas Organizações da sociedade civil que atuam em defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Há ainda a regulação do próprio mercado, com a ampla concorrência, metas, necessidade constante de pessoas altamente capacitadas. Há que se entender as iniciativas e tentativas de inclusão da pessoa com deficiência e suas dificuldades para que sejam encontrados novos caminhos que sejam capazes de fazer com que a pessoa com deficiência não só seja inserida no mercado de trabalho formal, mas que permaneça nele. A partir da década de 90 foram muitos os movimentos sociais que despontaram em defesa das minorias, dos excluídos e, entre eles a pessoa com deficiência. As Organizações Não Governamentais tiveram e ainda têm papel importante na conquista de direitos da pessoa com deficiência que garantam a melhoria de sua qualidade de vida. Atualmente a discussão gira em torno da autonomia da pessoa com deficiência e de sua capacidade produtiva. Portanto, torna-se importante sua inserção no mercado de trabalho formal. Para tanto é necessário ações que viabilizem o acesso da pessoa com deficiência a este mercado, considerando-se questões educacionais, arquitetura e urbanísticas, transporte, dentre outros. Este artigo, realizado considerando experiências da APABB Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da

3 Comunidade, traz uma análise da atual situação que envolve a pessoa com deficiência e sua busca por autonomia através do trabalho. 1.2 Justificativa O aparecimento da pessoa com deficiência no cenário social é recente. Essas pessoas que antes estavam segregadas em suas casas ou em clínicas agora surgem como sujeitos de direitos, portanto, dignos de oportunidade de emprego, de lazer, de educação, de moradia e locomoção acessível, dentre outros. De acordo com o último Censo demográfico (2000) realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24,6 milhões de pessoas, ou 14,5% da população brasileira, se declararam portadoras de deficiência. Desse total, 19,8 milhões vivem nas zonas urbanas, e 4,8 milhões nas zonas rurais. Segundo pesquisa Retratos da Deficiência no Brasil da Fundação do Banco do Brasil e da Fundação Getúlio Vargas: A escolaridade média das pessoas portadoras de deficiência é de 3,95 anos de estudo, isto é, quase um ano inferior do que a média da população brasileira... são mais excluídas de atributos educacionais e digitais... vivem abaixo da linha de miséria 29,05% das PPDs... os afro-descendentes possuem 9% e 3% a mais de chances de possuírem deficiência... a renda média do trabalho das pessoas com deficiência é inferior a das pessoas sem deficiência. (NERI, 2003, p. 28, 66, 67) Como podemos observar estes são apenas alguns dos dados que confirmam que ainda há uma grande defasagem entre pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência em relação às condições de vida a elas oferecida. A deficiência é o resultado da interação entre as pessoas com diferentes níveis de habilidades e um ambiente que não leva em conta essas disparidades.

4 O trabalho é um direito fundamental para qualquer pessoa por ser uma atividade de caráter social, que a inclui no processo produtivo e de desenvolvimento da sociedade. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (ARTIGO 23, I) estabelece que Toda pessoa, sem considerar a sua condição, tem direito ao trabalho, à livre escolha do mesmo, a condições eqüitativas e à proteção contra o desemprego. Para tanto, é necessário que sejam oferecidas condições iguais para todas as pessoas, isso implica em igualdade de oportunidades e meios para desenvolver ao máximo suas potencialidades. A Lei de cotas nº 8213/1991 estabelece a obrigatoriedade das empresas cumprirem uma porcentagem como cota de pessoas com deficiência em relação ao total de empregados. Isso traz uma série de questões que serão abordadas neste artigo. Neste artigo a pessoa com deficiência será analisada através do trabalho. Pensando o trabalho como forma de promoção de vida digna e produtiva para as pessoas que há tão pouco tempo eram consideradas incapazes. Este artigo analisa como a Lei de Cotas nº 8213/19991 tem contribuído no processo de inclusão e autonomia da pessoa com deficiência e como as empresas têm dado resposta a este apelo, discutindo questões que entravam a contratação da pessoa com deficiência. A APABB Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade atua neste artigo como colaboradora para análise das questões propostas, possibilitando melhor visualização das dificuldades de inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.

5 1.3 Procedimentos Metodológicos O método utilizado para a pesquisa foi o qualitativo, a fim de perceber as contradições sociais na luta pela inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, que passa por uma gama de questões anteriores ao emprego de fato. O caminho utilizado para colher os dados foi uma pesquisa bibliográfica, destacando os autores que abordam o tema e uma pesquisa junto à APABB Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade utilizando um questionário com 21 (vinte e uma) questões abertas. A forma de coleta de dados foi indireta. Os questionários foram enviados aos Núcleos Regionais da APABB localizados em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Foi realizado contato prévio com a Instituição e com os responsáveis pelo Programa de Capacitação e Qualificação Profissional para que os mesmos compreendessem o objetivo da pesquisa e a importância das respostas. O autor principal escolhido foi Romeu Kazumi Sassaki, - consultor e autor de livros sobre inclusão social que aborda questões relevantes para o trabalho com pessoas com deficiência como: autonomia, trabalho, nomenclatura, preconceitos, evolução, dentre outros. Tem uma visão contemporânea da deficiência e consegue fazer uma ponte entre questões passadas, presentes e futuras. Além disso, foram utilizadas diversas outras referências com o intuito de conhecer os direitos da pessoa com deficiência e a legislação que os regulamenta. O artigo foi realizado obedecendo três eixos: a trajetória histórica da pessoa com deficiência em busca de sua autonomia; A ações públicas, empresariais e outras instituições na inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho; e a Lei nº. 8213/91.

6 2 REFERENCIAL TEÓRICO A Organização Mundial de Saúde a deficiência (OMS) divide as limitações humanas em três classes: 1. Impedimento: alguma perda ou anormalidade das funções ou da estrutura anatômica, fisiológica ou psicológica do corpo humano; 2. Deficiência (ou inabilidade): alguma restrição ou perda, resultante do impedimento, para desenvolver habilidades consideradas normais para o ser humano; 3. Incapacidade: uma desvantagem individual, resultante do impedimento ou da deficiência, que limita ou impede o cumprimento ou desempenho de um papel social, dependendo da idade, sexo e fatores sociais e culturais. (DEFICIÊNCIA..., 2002, p. 23). De acordo com a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (1993) deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividades dentro do padrão considerado normal para o ser humano. A deficiência assumiu vários significados ao longo da história: pessoas inúteis, incapacitados, defeituosos, pessoas portadoras de deficiência, pessoas com necessidades especiais, etc. Alguns termos técnicos são usados para referir-se à pessoa com deficiência. A terminologia torna-se muito importante, principalmente pelo fato de estarmos lidando com um assunto cheio de preconceitos e esteriótipos. Os termos utilizados nesta pesquisa serão orientados pelos trabalhos de Romeu Kazumi Sassaki, consultor e autor de vários livros na área da inclusão social. Os termos são considerados corretos em função de certos valores e conceitos vigentes em cada sociedade e em cada época. Assim, eles passam a ser incorretos quando esses valores e conceitos vão sendo substituídos por outros, o que exige o uso de outras palavras. Estas outras palavras podem já existir na língua falada e escrita, mas, neste caso, passam a ter novos significados. Ou então são construídas especificamente para designar conceitos novos. O maior problema decorrente do uso de termos incorretos reside no fato de os conceitos obsoletos, as idéias equivocadas e as informações inexatas serem inadvertidamente reforçados e perpetuados. (SASSAKI, 2003, p. 1)

7 O termo pessoa com deficiência o mais correto atualmente vem substituir pessoa portadora de deficiência. A palavra portadora dá o sentido de que a pessoa porta algo. Portanto, parece que a pessoa porta uma deficiência e não que esta deficiência faz parte dela, algo de que ela não pode se desfazer. A luta pela inclusão da pessoa com deficiência, principalmente no mercado de trabalho é uma forma de garantir o direito de desenvolver-se, de comunicar-se com a sociedade em que se está inserido e com o mundo, é oferecer oportunidade de conhecer o novo, de testar limites e desenvolver potencialidades e habilidades produtivas. Em uma sociedade em que o valor do ser humano está pautado principalmente em sua capacidade produtiva é desumano impedir alguém que desenvolva esta capacidade e se sinta incluído. A inclusão torna-se viável somente quando, através da participação em ações coletivas, os excluídos são capazes de recuperar sua dignidade e conseguem - além de emprego e renda - acesso à moradia decente, facilidades culturais e serviços sociais, como educação e saúde (RATTNER, 2002, p. 1) O termo inclusão é utilizado neste artigo em detrimento do termo inserção, pois o primeiro é mais do que estar no meio, é compartilhar, é sentir-se parte integrante de um todo. Segundo Mantoan (2003, p. 34) É preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. A palavra inclusão significa compreender, abranger, conter em si, envolver 2. Portanto, pensar a inclusão da pessoa com deficiência significa reconhecer o cidadão, onde a sociedade e não a pessoa deve mudar. Para tanto, é preciso que a sociedade esteja aberta a dialogar e reconhecer o potencial de todo cidadão. Segundo a Organização Internacional do Trabalho OIT (1997), em seu artigo I, descreve que o termo pessoa com deficiência designa toda pessoa cujas perspectivas de conseguir e manter um emprego conveniente e de progredir 2 Minidicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 2001, p. 380.

8 profissionalmente são sensivelmente reduzidas em virtude de uma deficiência física ou mental devidamente comprovada. A inclusão social é o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. Cabe, portanto, às empresas eliminar todas as barreiras físicas, programáticas e atitudinais para que as pessoas com necessidades especiais possam ter acesso ao mundo do trabalho e assim desenvolver-se pessoal, social, educacional e profissionalmente. (SASSAKI, 2003, p. 41) O cenário econômico e social está marcado pelo desemprego, pela precarização das condições de trabalho (baixos salários, redução de benefícios, ambientes que propiciam ao stress e baixa auto-estima, etc) e pela grande exigência de especialização e preparo para um mercado de trabalho que não cria condições de crescimento profissional. Os baixos salários ou a ausência deles provocam a pauperização da população e cria vários outros problemas sociais. Dentro deste contexto está também a pessoa com deficiência, marcada pelo preconceito, que precisa de meios legais que garantam o seu direito de buscar o seu sustento e sua independência perante a família e à sociedade. Nesse sentido, algumas leis foram criadas para garantir à pessoa com deficiência acesso e dignidade no mercado de trabalho. Dentre as leis mais importantes e que norteou este artigo está a Lei nº 8213/1991, que torna obrigatória a contratação de pessoas com deficiência a partir de um número específico de funcionários na empresa. Além disso, torna também obrigatória a reserva de vagas para pessoas com deficiência em concursos. 3 PESSOA COM DEFICIÊNCIA E MERCADO DE TRABALHO A Lei 8213, a chamada Lei de cotas para deficientes foi instituída no ano de 1991 e, desde então enfrenta dificuldades para ser de fato efetivada.

9 A Lei prevê a obrigatoriedade das empresas em cumprirem uma porcentagem como cota de pessoas com deficiência em relação ao total de trabalhadores que possui. Desta forma empresas com 100 ou mais colaboradores tornam-se obrigadas a inserir pessoas com algum tipo de deficiência em seu efetivo, cumprindo cota mínima previamente estabelecida pela legislação em vigor. O não cumprimento da lei acarreta à empresa o pagamento de multa, que variam conforme o número de colaboradores que possui (PORTARIA MPS, nº. 142, 2007). O acesso ao mercado de trabalho representa para a pessoa com deficiência uma forma de incluir-se na sociedade, abrindo-lhes espaços de participação social e de exercício pleno da cidadania. A inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho formal esbarra em diversas dificuldades, uma delas é o preconceito, um dilema que acompanha a pessoa com deficiência e que dificulta seu acesso aos serviços e sua inclusão social. Outro ponto crucial para a não contratação da pessoa com deficiência alegada pelas empresas é a falta de qualificação profissional e baixa ou nenhuma escolaridade. Este ponto é ainda mais complexo, pois se o preconceito ainda existe por pura falta de conhecimento e interesse, a inexistência de qualificação profissional está diretamente ligada à falta de um conjunto de ações integradas, por parte dos órgãos governamentais, que deveria iniciar-se ainda na infância. Neste caso, deve-se ressaltar que os órgãos governamentais, em suas diversas instâncias, devem integrar ações de saúde, educação, transporte, obras urbanas, a fim de garantir o acesso das pessoas com deficiência à formação escolar e profissional. Muitas vezes, o que dificulta a garantia do direito à matrícula no ensino regular é o transporte ou as vias que não são acessíveis, a falta de estimulação precoce e de tratamento médico adequado ou o acesso às tecnologias assistivas 3. Se a pessoa com deficiência já encontra diversos obstáculos para inserir-se no sistema de 3 Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social" (ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas - CAT).

10 ensino, que poderá aumentar suas chances de empregabilidade, quem dirá ter acesso ao mercado de trabalho. Às pessoas com deficiência também não foram dadas iguais oportunidades de acesso à escolarização. Entretanto, muitas vezes, apesar de não terem a certificação, tiveram acesso ao conhecimento por meio do apoio da família ou da comunidade local. De outro lado, muitas vezes é exigido, de forma generalizada, um patamar de escolaridade que não é compatível com as exigências de fato necessárias para o exercício das funções. Assim sendo, ao candidato deve ser dada a oportunidade de fazer um teste para revelar suas reais condições de realizar o trabalho. (OIT, ART.. 36, alínea "c", da Recomendação nº 168) As empresas também alegam a dificuldade de adequação do candidato ao perfil da empresa. Dificuldade esta que pode ser sanada com treinamento adequado dos funcionários, desenvolvendo habilidades para o trabalho em conformidade com o que a empresa necessita. Além das dificuldades já citadas acima, ainda existem outras, como a falta de acessibilidade física dentro das empresas e muitas vezes, a resistência da própria família. Com a justificativa de não possuir condições de acessibilidade estrutural as empresas colocam obstáculos para a contratação de pessoas com deficiência, principalmente as com deficiência visual e dificuldade de locomoção, como as pessoas que dependem da cadeira de rodas. As barreiras arquitetônicas passam a indicar que tipo de deficiência pode-se aceitar ou não. Muitas vezes, é uma questão de adaptação do espaço, de re-organização de móveis e de adaptações simples na construção. Mas o que está por trás desta alegação é a dificuldade de lidar com situações novas ou a acomodação. A família, por outro lado, também podem dificultar a inclusão de seu ente no mercado de trabalho, por não acreditar em suas potencialidades, por ações de super-proteção ou para não perderem o Benefício da Prestação Continuada BPC 4, 4 Benefício que garante 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de te-la provida pela própria família (LOAS, 1993, cap. I, art. 2.º)

11 embora já se tenha garantido que com a perda do emprego o benefício será reestabelecido. Observa-se que a Lei de Cotas, após 19 anos de sua existência, não foi ainda capaz de resolver todos os problemas relacionados à inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. Mas representou um avanço significativo quanto à abertura de oportunidades de trabalho, embora algumas vezes elas não se concretizem. A obrigatoriedade de cotas de vagas destinadas à pessoa com deficiência que a lei prevê para as empresas tem colaborado para que as mesmas passem a ser co-responsáveis para a solução de um problema antes ignorado. Costuma-se dizer que diante das dificuldades a criatividade aflora. Percebidos os entraves para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho surgem ações de empresas, Ong s e Instituições voltadas ao atendimento à pessoa com deficiência que vão em busca de parcerias entre si ou com o poder público para possibilitarem condições de acesso da pessoa com deficiência ao sistema produtivo do país. Por um lado, algumas empresas passaram a investir na qualificação de pessoas com deficiência para ocupar os cargos oferecidos por ela. Há uma mudança de postura da empresa, pois a mesma deixa de esperar que o mercado ofereça o profissional com o perfil que ela deseja para qualificar seus futuros colaboradores. Neste caso, observa-se que há muitos ganhos, pois ao mesmo tempo, a empresa cumpre sua responsabilidade exigida por lei e também tem a possibilidade de capacitar seu futuro colaborador dentro dos preceitos da empresa. Além disso, ganha também a pessoa com deficiência que terá sua mão-de-obra, agora especializada, absorvida pelo mercado. Por outro lado, num esforço de preencher lacunas ou cobrir as falhas deixadas pelo poder público, várias instituições não-governamentais estão direcionando ações à inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, que vão desde a orientação e qualificação profissional para o mercado até o acompanhamento deste dentro das empresas e a sensibilização de seus

12 colaboradores. O trabalho é pautado no triplé pessoa com deficiência, família e empregador. A Associação de pais, amigos e pessoas com deficiência, de funcionários do Banco do Brasil e da comunidade Apabb é uma destas instituições que visam à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e, uma de suas ações é incluí-la no mercado de trabalho como forma de promover sua autonomia e elevar sua auto-estima. Fundada em 1987 a Apabb visa promover a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e sua família. Fizeram parte da pesquisa 04 (quatro) de seus 13 Núcleos Regionais. Os núcleos de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo foram escolhidos por apresentarem um trabalho mais efetivo dentro do Programa de Capacitação e Qualificação Profissional da Apabb. As ações de orientação, qualificação, encaminhamento e acompanhamento da pessoa com deficiência dentro deste Programa tiveram início a partir de 2005. São coordenadas por assistentes sociais com o auxílio de profissionais das empresas e de outros parceiros como outras instituições e poder público. Observa-se que a preocupação com a qualificação é grande, uma vez que ela representa o maior entrave e não é acessível a todos, diminuindo as possibilidades de inclusão no processo produtivo. O trabalho de inclusão da pessoa com deficiência não se encerra com usa inserção em uma empresa. Na pesquisa realizada, das 38 (trinta e oito) pessoas com deficiência que ocuparam cargos em empresas 27 (vinte e sete) permaneceram empregadas. Torna-se necessário não só o acompanhamento do processo anterior à contratação, mas também a sensibilização da empresa e demais colaboradores para uma melhor adaptação da pessoa com deficiência à equipe e, vice-versa. Atitudes de super-proteção não são aconselhadas, pois não favorecem ao desenvolvimento da pessoa com deficiência e ao sucesso da equipe.

13 A inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho traz muitos benefícios. Em primeiro lugar, para a própria pessoa com deficiência, que tem a oportunidade de desenvolver sua independência e autonomia, melhorar sua autoestima e sua qualidade de vida, aumentar seu ciclo de amizades e de ser valorizado pela família, tendo suas potencialidades reconhecidas. Em segundo lugar, para as empresas, pois há o relato de que algumas tiveram o trabalho em equipe renovado e com resultados otimizados, uma vez que a superação diária da pessoa com deficiência estimulou os demais membros da equipe e incentivou o trabalho cooperativo. Além disso, ter pessoas com deficiência em seu quadro de colaboradores contribui para uma imagem positiva da empresa junto ao mercado e a sociedade. E em terceiro lugar, mas não menos importante, ganha toda a sociedade com a mudança de paradigma de que este segmento social é improdutivo e incapaz, tendo a oportunidade de conviver com pessoas que têm muitas histórias de superação para nos fazer refletir sobre nossas vidas e que podem contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Este é o sonho de quem já compreendeu que todos somos iguais e que, todos merecem oportunidades, observando suas diferenças. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os problemas que dificultam a inclusão da pessoa com deficiência não estão velados. É possível identificar quando a resistência se dá por puro preconceito ou por dificuldades concretas. Estas últimas podem ser sanadas com ações integradas entre poder público, empresas e sociedade. Mas no caso de preconceito existe uma lei e sanções para prever seu descumprimento. Não se pode mais admitir posturas de acomodação por puro desconhecimento e falta de interesse. A cada exigência nova no mercado as empresas precisam se adequar para continuarem capaz de competir com as demais e conquistar seus consumidores, sejam de bens ou serviços. Investe-se em máquinas, tecnologias e equipamentos para desenvolvimento de produtos e novos

14 serviços. É hora de investir no desenvolvimento das potencialidades humanas, com o estimulo ao trabalho cooperativo, à criatividade, à melhoria do relacionamento inter-pessoal e valorizar o conhecimento de cada indivíduo de forma a aprimorar suas capacidades. Torna-se necessário e urgente a construção e aplicação de políticas públicas eficazes, capazes de garantir o acesso às tecnologias assistivas, aos procedimentos de habilitação e reabilitação, à uma educação de qualidade, à programas de capacitação e qualificação profissional para que a pessoa com deficiência seja não só incluída no mercado de trabalho, mas também em todos os âmbitos da vida social. Quanto às famílias lhes cabe o incentivo à autonomia desde a infância. È necessário abandonar posturas de super-proteção e enxergar a pessoa com deficiência como capaz desenvolver suas habilidades com o auxílio de serviços adequados e continuados. Não resta dúvida de que a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho e na própria sociedade só se concretizará através de esforços conjuntos de defesa dos direitos já conquistados legalmente pelos segmentos da pessoa com deficiência nas mais diversas áreas como educação, saúde, transporte, dentre outras. Cabe a toda a sociedade fiscalizar o cumprimento das leis e denunciar abusos, negligências ou ações discriminatórias, que só colaboram para dar continuidade a uma sociedade para poucos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei de cotas nº. 8213, de 24 de Julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm >. Acesso em: 01 Out. 2009.

15 BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social, de 07 de Dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência social e dá outras providências. Disponível em: <http://www.assistenciasocial.al.gov.br/legislacao/legislacao-federal/loas.pdf/view. Acesso em: 28 Dez. 2010. BRASIL. Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Decreto Nº. 914, de 06 de Setembro de 1993. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d0914.htm. Acesso em: 10 Ago. 2010. Comitê de Ajudas Técnicas CAT. Tecnologia Assistiva. Ata VII. Disponível em:<http://www.acessobrasil.org.br/cms08/seo-conceito-19.htm. Acesso em: 10 de Nov. 2010. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948-2008. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm#23. Acesso em: 28 Dez. 2010. DEFICIÊNCIA. In: FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. DEFICIÊNCIA e competência: programa de inclusão de pessoas portadoras de deficiência nas ações educacionais do Senac. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2002. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2000: características gerais da população. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/default.shtm. Acesso em: 10 Out. 2010. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. O Direito Á Diferença Na Igualdade Dos Direitos Questões sobre a inclusão escolar de pessoas com e sem deficiências. In: BATISTA, Cristina Abranches Mota. (Org). Ética da Inclusão. Belo Horizonte: Armazém de Idéias, 2004.. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. NERI, Marcelo...[et al.]. Retratos da deficiência no Brasil (PPD). Rio de Janeiro: FGV/IBRE, CPS, 2003.

16 Organização Internacional do Trabalho (OIT). Normas Internacionais do trabalho sobre a reabilitação profissional e emprego de pessoas portadoras de deficiência. Artigo I e 36. Brasília: CORDE, 1997, 49 P. RATTNER, Henrique. Sobre exclusão social e políticas de inclusão. In: Revista Espaço Acadêmico. Ano II, nº. 18, novembro de 2002. SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Agência de Notícias dos Direitos da Infância e da Fundação Banco do Brasil. Brasília, 2003. Disponível em: <: <http://www.fiemg.com.br/ead/pne/terminologias. pdf. Acesso em: 04 Jul. 2010.. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. 5.ª ed., Rio de Janeiro: WVA, 2003.