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REAL É A 2 MOEDA QUE MAIS DESVALORIZOU NO MUNDO

Curva de Juros volta a cair ajudada por Copom e dados da economia americana;

Fundo (1) -0.99% 6.64% CDI 0.49% 3.17% % CDI %

Transcrição:

Nos últimos dois meses, os preços em alguns mercados moveram-se rapidamente no sentido oposto ao que imaginávamos. Nossos principais erros foram: primeiro, acreditar que o Ibovespa próximo a 53.000 propiciava uma grande oportunidade de compra (tanto no absoluto quanto no relativo contra índices de ações de outros países) e, segundo, confiar que o Banco Central delimitaria um intervalo relativamente estreito para a oscilação do câmbio reais/dólares. Também falhamos ao não antecipar a grande liquidação de ativos de países emergentes provocada pela possibilidade de uma política menos expansiva pelo Fed e suas conseqüências para o já fragilizado mercado brasileiro. Postulada a mea culpa, cabe aqui avaliar como os preços atuais se traduzem em oportunidades para os próximos meses. Para isso, é necessário avaliar se a turbulência recente dos mercados representa alguma mudança de paradigma ou trata-se de ruído em torno de tendências seculares inalteradas. Listamos abaixo alguns temas que parecem ser dominantes nas discussões e na formação de preços atuais, dividindo-os em globais e brasileiros / idiossincráticos e fornecendo nossa avaliação para cada um deles: 1. Temas globais i) Alta de juros nos Estados Unidos no topo da lista atual de preocupações dos mercados parece estar a recente alta nos juros longos dos EUA, justificada por uma percebida disposição do Fed de reduzir seu peso na ponta compradora dos títulos. Porém, nos parece improvável que o Fed induziria um novo crash em mercados sustentados por fundamentos econômicos ainda relativamente frágeis, de forma que o ajuste dos juros parece apenas determinar um novo intervalo (com mais volatilidade potencial, há de se reconhecer) e reconhecer uma leve melhora nas perspectivas de crescimento americanas. ii) Fuga de emergentes aqui o tema é tanto de uma desalavancagem catalisada pelo item anterior quanto uma possível piora de fundamentos ou deterioração do ambiente político. Acreditamos em uma possível reversão de fluxo de capitais e fuga generalizada para o dólar americano, mas ainda não vemos evidências nessa direção. A piora de fundamentos / ambiente político é clara em alguns casos e talvez tenha se intensificado nos últimos meses. Entretanto, ainda não apareceram sinais de parada súbita no crescimento chinês, ainda que a sinalização dos preços de commodities metálicas aumente a preocupação nessa direção. iii) Crise na Europa os dois itens anteriores parecem ter minimizado os problemas da União Europeia, mas eles seguem sem resolução definitiva ainda não há um plano claro de recapitalização dos bancos, e os fundamentos na periferia seguem se deteriorando.

2. Temas brasileiros / idiossincráticos i) Grupo EBX parte da queda do Ibovespa pode ser atribuída a uma reprecificação do caso dessas empresas, com o mercado passando a incorporar risco de quebra e menor probabilidade de ajuda estatal. Parece distante a possibilidade de aportes significativos por investidores privados. Do ponto de vista técnico, segue o posicionamento vendido do mercado a preços com baixíssima margem de segurança e taxas de aluguel muito altas. ii) Compressão de lucros segue o mesmo tema do ano passado, com mercado de trabalho apertado, empresas com dificuldades de repassar aumentos de custos e conseqüente piora nas margens de lucro. Ainda assim, o mercado opera com múltiplos altos para determinados setores, o que torna possível uma distinção entre a bolsa cara (varejo, consumo, etc) e barata (energia, mineração, etc). iii) Inflação e política monetária tem feito com que o banco central brasileiro tenha sido o primeiro no mundo a iniciar um ciclo de aperto monetário. O mercado de renda fixa estava precificado para um longo período de BC atrás da curva, o que justifica as grandes perdas em títulos pré e indexados. Um ciclo de alta de juros agressivo já está embutido na curva futura, o que nos faz acreditar que, salvo por uma grande surpresa na inflação, uma correção seja provável nos próximos meses. iv) Crise política, convulsão social é cedo e difícil avaliar o impacto da onda de protestos na atividade, mas certamente não é positivo, em momento que previsões de crescimento para este ano já começam a ser revisadas para baixo. Trabalhamos com um cenário base relativamente otimista para o mundo (sem choque de juros nos EUA, com algum crescimento e espaço para aumento de múltiplos em ações; na Europa, acreditamos em passos construtivos na direção de recapitalização do sistema bancário). No Brasil, ainda que seja difícil enxergar uma saída para a situação atual antes de uma reprecificação mais profunda, que envolva um ajuste grande na taxa de câmbio e possivelmente uma volta a juros básicos de dois dígitos, acreditamos que os preços de ações são de liquidação forçada, embutindo um pessimismo exagerado e posicionamento especulativo quase consensual. Levando em conta o custo de oportunidade (CDI), o Ibovespa está a preços similares aos do auge da crise de 2008. No relativo contra o S&P500 (em dólares), o nível é o mais baixo desde 2006; contra o IPC mexicano, desde 1994. Nos parece fazer sentido um otimismo tático, ainda acreditando que os ajustes macroeconômicos recessivos serão adiados para depois das eleições presidenciais do ano que vem.

Acreditamos que evitar perdas em períodos de turbulência é parte importante do nosso mandato, assim como aproveitar esses períodos para identificar ativos subvalorizados. Falhamos recentemente em antecipar a turbulência recente; acreditamos, porém, que a recuperação de nossas cotas virá, em alguma medida, de uma correção em tendências que nos parecem com claros sinais de esgotamento.

Frequência Carta do Gestor Maio e Junho 2013 Amundsen Atribuição de Performance Amundsen FIC Maio Junho Principais perdas foram em posições compradas em Ibovespa e vendidas em USD/BRL. 0,02% -3,21% Moedas -1,29% -0,90% Dólar -1,29% -0,90% Bolsa 0,27% -1,99% Local 0,27% -1,99% Juros 0,68% -0,59% Inflação -0,30% -0,37% Cupom Cambial -0,04% 0,09% Pré 1,04% -0,31% Internacional -0,02% - Relative Value -0,15% 0,05% Commodities -0,06% - Macro 0,17% -0,35% Carregamento 0,59% 0,77% Custos -0,19% -0,19% Histograma de Retornos - Amundsen FIC 30% (Janela Móvel 12 Meses) 25% 20% 15% 10% 5% 0% 0 a 25% 25 a 50% 50 a 75% 75 a 100% 100 a 125% 125 a 150% > 150% Retorno em % CDI

Frequência Carta do Gestor Maio e Junho 2013 Nansen Principais perdas foram nas posições compradas em Ibovespa e na abertura do cupom da NTN-A. Atribuição de Performance Nansen FIC Maio Junho -0,43% -1,62% Moedas -0,64% -1,38% Dólar -0,64% -1,38% Bolsa -0,25% -0,73% Local -0,25% -0,73% Juros 0,03% 0,03% Pré 0,10% 0,04% Inflação -0,03% -0,01% Cupom Cambial -0,04% 0,00% Carregamento 0,58% 0,60% Custos -0,14% -0,13% Histograma de Retornos - Nansen FIC 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% (Janela Móvel 12 Meses) 0 a 80% 80 a 90% 90 a 95% 95 a 100% 100 a 120% > 120% Retorno em % CDI