RELATO FINANCEIRO DAS FUNDAÇÕES Factos e Reflexões



Documentos relacionados
Efeito do Sistema de Normalização Contabilística

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

Introdução à Contabilidade 2014/2015. Financeira

Impostos Diferidos e o SNC

INFORMAÇÃO TÉCNICA N.º 20/2013. Entidades do Sector Não lucrativo ESNL Associações, Clubes Desportivos, IPSS (Oficio Circulado n.

Paula Gomes dos Santos 1

O futuro da normalização contabilística para o sector público João Baptista da Costa Carvalho

CURSO SECTOR NÃO LUCRATIVO REGIME FISCAL E CONTABILÍSTICO (ESFL)

Microentidades passam a integrar o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) a partir de 2016

Fundação Denise Lester


Diário da República, 1.ª série N.º de Março de c) Quantia de qualquer reembolso de subsídio que tenha sido reconhecido como um gasto.

Trabalho de Grupo. Contabilidade Geral 1. Ano lectivo 2007/2008 1º Semestre

PASSAPORTE PARA ANGOLA

CONTABILIDADE. Docente: José Eduardo Gonçalves. Elementos Patrimoniais

SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESPONSABILIDADE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO: NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NO SECTOR NÃO LUCRATIVO

Capítulo VI. Gestão Financeira e Patrimonial. Artigo 18.º. Princípios de Gestão

Obrigações declarativas das entidades que não exercem a título principal atividades comerciais, industriais ou agrícolas

Novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC) Assumir a mudança. PricewaterhouseCoopers

- Reforma do Tesouro Público

PE ENQUADRAMENTO HISTÓRICO- -CONTABILÍSTICO E PERSPECTIVAS FUTURAS

C O N T A B I L I D A D E

CURSO FINANÇAS PARA NÃO FINANCEIROS

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PERSPECTIVA DOS UTILIZADORES (DGCI)

Relatório e Parecer da Comissão de Execução Orçamental

Freguesia de Tabuadelo e São Faustino. Concelho de Guimarães

DC24 - Empreendimentos Conjuntos (1) Directriz Contabilística nº 24

CAPÍTULO II - A CONTABILIZAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE OS LUCROS SITUAÇÃO INTERNACIONAL

MANUAL DE APOIO AOS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

ITG 2002: Os principais desafios na implementação das novas práticas na visão da Auditoria Independente.

newsletter Nº 82 NOVEMBRO / 2013

1º Semestre Relatório e Contas 2010

Contabilidade Financeira I

I B 1:) CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS. Introdução

II Congresso de Direito Fiscal

2.28. Benefícios dos Empregados

Enquadramento Fiscal

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro NCRF

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES

ORA newsletter. Nº 62 MARÇO/2012 (circulação limitada) Assuntos LEGISLAÇÃO FISCAL/LEGAL FEVEREIRO DE 2012

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA

Novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC) Conferência "Assumir a Mudança" 4 de Junho 2009

Associação Orquestras Sinfónicas Juvenis Sistema Portugal AOSJSP

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PRJ - CONTABILIDADE, FISCAL. E CONSULT. GESTÃO, LDA.

Noções de Contabilidade

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO: SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC) 5ª Edição

REGULAMENTO INTERNO DE FUNCIONAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE GUIMARÃES

Contabilização e divulgação das despesas de I & D pelas empresas. Domingos Cravo Comissão Executiva da Comissão de Normalização Contabilística

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007

GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2006 e de 2005 e parecer dos auditores independentes

Normas de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Sines

ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa

Regulamento de Horário de Funcionamento e de Atendimento e Horário de Trabalho da Secretaria-Geral da Presidência da República

Impacto fiscal das normas IAS/IFRS Especial ênfase no sector não financeiro e não segurador. Domingos Cravo GETOC ISCA UA Out2007

O MEP nos Investimentos em Associadas e Subsidiárias

IMPARIDADE DE ACTIVOS FINANCEIROS

DC20 - Demonstração dos Resultados por Funções (1) Directriz Contabilística nº 20

DINÂMICA DO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO A BOLONHA

CÂMARA MUNICIPAL MONCHIQUE. Preâmbulo

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 200XI/1ª. Isenção de obrigações contabilísticas gerais por parte das Microentidades

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 15 INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E CONSOLIDAÇÃO

LICENCIATURA EM ECONOMIA CONTABILIDADE II. Contabilidade II. Resultados. O Relatório de Gestão e a. Certificação Legal de Contas

CONTABILIDADE ANALÍTICA

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DEFIR ANGOLA

CUMPRIMENTO DOS PRINCIPIOS DE BOM GOVERNO DAS EMPRESAS DO SEE

Desafios da Gestão Financeira

Anexo ao balanço e à Demonstração de Resultados

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EM

Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de Fevereiro - 41 SÉRIE I, 1º SUPLEMENTO

Portaria n.º 104/2011, de 14 de Março, n.º 51 - Série I

ANEXO RELATIVO AO ANO DE 2014

Contabilidade Financeira II 2008/2009

Valores estimados PAF. Justificação em PAF (acumulado) total

SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE ÁGUA E SANEAMENTO DE VISEU Rua Conselheiro Afonso de Melo VISEU N.º de Identificação Fiscal

MODELOS DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBSERVAÇÕES E LIGAÇÃO ÀS NCRF. 1. Conjunto completo de demonstrações financeiras

1. Os AFT devem ser contabilisticamente mensurados no reconhecimento inicial pelo seu custo.

CPC 15. Combinações de Negócios. Conselho Regional de Contabilidade - CE AUDIT

CNC CNC COMISSÃO DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA CONTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA INTRODUÇÃO DO EURO DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº21 1. INTRODUÇÃO DO EURO

REGULAMENTO SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELO REVISOR OFICIAL DE CONTAS E PELO AUDITOR EXTERNO DOS CTT-CORREIOS DE PORTUGAL, S.A. I.

Medidas legislativas de Combate à Fraude e Evasão Fiscais concretizadas até Novembro de 2006

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE ALENQUER

Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social

Regulamento de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Viana do Alentejo

Decreto Legislativo Regional nº. 003/2001

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

CURSO CONTABILIDADE E FINANÇAS PARA JURISTAS

NCRF 2 Demonstração de fluxos de caixa

Novas Regras de Faturação Esclarecimento de dúvidas da sessão do dia 7 de Fevereiro de 2013

FTAD - Formação técnica em Administração de Empresas FTAD Contabilidade e Finanças. Prof. Moab Aurélio

Obrigações declarativas das entidades que não exercem a título principal

SPMS, E.P.E. Índice. 1. Enquadramento Orçamento de Exploração Orçamento de Tesouraria Orçamento de Investimentos...

PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 138/2015 de 15 de Setembro de 2015

CENTRO DE CARIDADE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO:

NCRF 3 Adopção pela primeira vez das normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF)

DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 872

Transcrição:

RELATO FINANCEIRO DAS FUNDAÇÕES Factos e Reflexões Lisboa, Dezembro 2010 Leonor Fernandes Ferreira

Agenda 2 I. Enquadramento II. Práticas de Relato Financeiro das Fundações III. Contributo do Centro Português de Fundações IV. Projecto de Diploma Legal V. Ainda a Tempo: Sugestões

I. Enquadramento

Introdução 4 Importância crescente das fundações na economia portuguesa A importância, a dimensão de cada uma é variável e as actividades diversas A informaçãodisponíveléescassa, dispersae essencialmente qualitativa

5 Organizações sem Fins Lucrativos vs com Fins Lucrativos Finalidade Sem fins lucrativos Servir a comunidade Com fins lucrativos Criar valor para os sócios Fonte de rendimento Donativos e subsídios Recebimento por serviços prestados e bens vendidos Responsibilidade perante Doadores (responsabilidade fiduciária) Sócios Fonte: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira (2010) Financial Reporting by Portuguese Foundations Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Enquadramento Legal 6 Regime legal: Código Civil e Código Administrativo São instituiçõesparticulares de solidariedadesocial (IPSS) ou não Algumas têm estatuto de utilidade pública Destas, um subgrupo beneficia de isenção de IRC. ControloexercidopeloConselhoFiscal, InspecçãoGeneral de Finanças e Tribunal de Contas Obrigaçõesde relatofinanceiro: IPSS adoptamo PCIPSS (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social); as outras fundaçõespodiamadoptaro POC ouas IAS /IFRS

Enquadramento Contabilístico 7 Entidades abrangidas O Sistema de Normalização Contabilística (SNC) é obrigatoriamente aplicável às (...) cooperativas (...) No caso das entidades sem fins lucrativos e atéque sejam publicadas normas para estas entidades, são abrangidas pelo SNC, tal como anteriormente se se encontravam sujeitas ao Plano Oficial de Contabilidade (Cf. Decreto-Lei n.º 158/2009)

II. Práticasde RelatoFinanceiro Énecessário, dentro do próprio sector não lucrativo, haver um sentido mais empenhado na divulgação de dados, na prestação de contas e na utilização de instrumentos que assegurem a transparência, visto que estão em causa recursos afectos a fins altruísticos [Dr. RUI VILAR]

Amostrae Dados 9 Amostra: 25 fundações Fontede dados: Website das fundações(19), CPF (15), Centro de Documentação da FCGulbenkian(5) Períodosde análise: 2006, 2007 e 2008

Análise dos Dados -Financiamento 10 16 fundações recebem subsídios à exploração Média dos subsídios operacionais: 2.131.897 Mediana éapenas 12,8 milhares Reconhecimentodos subsídiosaoinvestmento(balanço): Acréscimos de rendimentos(5 fundações) Rendimentosdiferidos(9 fundações) Reservas(3 fundações). Tipologia das Fundações IPSS Não IPSS Total Com Estatuto de Utilidade Pública 4 (16%) 18 (72%) 22 (88%) Sem Estatuto de Utilidade Pública 2 (8%) 1 (4%) 3 (12%) Total 6 (24%) 19 (76%) 25 (100%) Percentagen de Subsídios à Exploração nos Proveitos Totais Média Fonte: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira (2010), Financial Reporting by Portuguese Foundations Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Análise dos Dados -Investimento 11 Activo Total Activo Total Média Fonte: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira (2010), Financial Reporting by Portuguese Foundations Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Análise dos Dados -Investimento 12 Activos totais sem Fundação Calouste Gulbenkian Média Fonte: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira (2010), Financial Reporting by Portuguese Foundations Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Que normas contabilísticas adoptam? 13 Normas Adoptadas Fonte: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira (2010), Financial Reporting by Portuguese Foundations Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Quais as características gerais do relato? 14 Idioma de relato: português (2 também em inglês) Moeda de relato: Euro Tipo de contas: em geral, contas individuais Milhares 16% Moeda Moeda de de relato relato Nível Nível de de Precisão Número de Páginas dos Relatórios e Contas Média Fonts: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira, Financial Reporting by Portuguese Foundations (2010), Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Que demonstrações financeiras apresentam? 15 Balanço D.Result. Natureza D.Result. Funções Dem. Fluxos de Caixa D. Alter. Capital Próprio Anexo Nº. Fundações 4 8 1 6 5 1 Fonte: Ana Filipa Coelho sob a orientação de Leonor Ferreira, Financial Reporting by Portuguese Foundations (2010), Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Que terminologia adoptam? 16 Fonts: Ana FilipaCoelho sob a orientaçãode Leonor Ferreira, Financial Reporting by Portuguese Foundations (2010), Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Desvios da terminologia legal 17 Terminologia legal Demonstração dos Resultados Terminologia divergente Demonstração de Variações Patrimoniais (3); Demonstração de Receitas e Despesas (1); Demonstração de Despesas e Receitas (1); Variação de Despesas e Receitas (1); Demonstração Individual das Operações(1); Demonstrações das Operações e Movimentos no Fundo de Capital (1)

Desvios da terminologia legal 18 Terminologia legal Resultado Líquido do Exercício Terminologia divergente Variação Patrimonial do Exercício (2); Variações Patrimoniais do Exercício (1); Resultado do Exercício (1); Saldo das Receitas e Despesas do Período (1); Transferência para o Fundo de Capital (1); Aumento (Redução) ao Fundo de Capital durante o Exercício (1)

Desvios da terminologia legal 19 Terminologia legal Capital Próprio Terminologia divergente Património Líquido (2); Fundo de Capital (2); Situação Líquida (2); Fundo Social (1); Fundos Próprios (1); Património (1)

Desvios da terminologia legal 20 Terminologia legal Capital Terminologia divergente Fundo Social(3); Dotação Inicial(3); Património Social(1); Património (1); Fundo Inicial Próprio(1); Fundo Inicial e Contribuições Fixas(1); Capital Recebido do Fundador(1); Dotação do Fundador(1)

Quem éresponsável pela contas? 21 Responsabilidade pelas Contas Tipo de Certificação Legal 6% Sem Reservas=0 36% TOC Contabilista Conselho Fiscal 25% S/ Reservas(com ênfase)=1 Com Reservas=2 C/ Reservas(com ênfase) =3 4% 4% 56% Desconhecido 13% Certificação Legal de Contas 56% Não 36% Sim 64% Fonte: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira (2010), Financial Reporting by Portuguese Foundations Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Embuscade associaçõescom significado 22 CORRELAÇÃO (ρ) Número de Dem. Financ. Número de páginas Existência de ROC Divulgação de notas Activo Total Estatuto de Utilidade Pública Peso dos Subsídios 0.23-0.13 0.10 0.86 0.14-0.17 0.15-0.28 0.11 0.04-0.16 0.20 As relações encontradas não são significativas!! Fonte: Ana Filipa Coelho, sob a orientação de Leonor Ferreira, Financial Reporting by Portuguese Foundations (2010) Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa

Conclui-se... 23 Háfalta de harmonização nas práticas de relato das fundações As Fundações apresentam, por vezes, informação contabilística simples, baseada numa óptica financeira de receitas e despesas que quase se confina àgestão de tesouraria. As particularidades observadas justificam que se elabore um sistema de contas específico para o sector e tente aumentar a transparência do relato financeiro.

III. O Contributo do CPF O CentroPortuguês de Fundações éuma associação que visa a cooperação e solidariedade entre os seus Membros e a defesa dos seus interesses comuns [art. 3º, Estatutos do CPF]

Fase 1: Diagnóstico preliminar Ponderou-se... 25 Plano geral versus planos especiais atender às necessidades especiais de informação de uma entidade sem fins lucrativos. pôr a tónica no desaparecimento dos POC sectoriais Grandes fundações versus pequenas fundações aliviar as pequenas fundações de preparar certos elementos de prestação de informação contabilística; Possibilitar que apliquem um sistema de contas abreviado. recomendar a existência de técnico oficial de contas nas fundações de maior dimensão

Fase 1: Diagnóstico preliminar Ponderou-se... 26 Prestação de contas versusplaneamento de actividades Seria de limitar a proposta àprestação de contas ou alargá-la àinformação previsional, e sugerir modelos de mapas orçamentais para as Fundações? Contabilidade financeira versuscontabilidade de gestão Deveria o documento incluir o desenvolvimento de aspectos de contabilidade de gestão? Apenas com carácter orientativo?

Traços Gerais de um Sistema de Contas 27 A aplicação das normas contabilísticas deve servir para dar cumprimento à lei Deveráainda permitir oconhecimento da realidade económico-financeira das entidades sem fins lucrativos e, logo, possibilitar melhor informação de apoio àdecisão. As tendências que no País ultimamente se desenham não serão uma radical abolição dos planos de contas e sim uma mudança de modelo de normalização.

Fase 2: A Proposta de Sistema de Contas 28 O Sistema de Contas para as Fundações (SCF) Partiu do SNC, tendo adaptado... a estrutura conceptual a lista de códigos de contas os modelos de demonstrações financeiras as normas contabilísticas de relato financeiro

29 Estrutura Conceptual do SCF OBJECTIVOS DAS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Características Qualitativas Compreensibilidade Relevância Fiabilidade Comparabilidade Elementos das das Demonstrações Financeiras (EDF) (EDF) Activo Passivo Fundo de de Capital Rendimento Gasto PRESSUPOSTOS PRESSUPOSTOS Reconhecimento Reconhecimento e e Mensuração Mensuração dos dos EDF EDF RESTRIÇÕES RESTRIÇÕES Conceitos Conceitos de de Capital Capital e e Manutenção Manutenção de de Capital Capital

Objectivos do SCF 30 Numa Fundação, são objectivos da contabilidade: reflectir o financiamento obtido num período económico e o emprego que dele se faça para a consecução dos fins programados observar se a Fundação se encontra em condições de responder a todos os compromissos assumidos, tanto de carácter económico como de tipo social.

Elementos das Demonstrações Financeiras (I) 31 Nas fundações distinguem-se várias categorias de activos: activos com limitações quanto ao destino ou ao seu investimento obrigatório activos com restrições temporárias no presente e no futuro activos sem restrições de utilização. Háainda os bens do património histórico, artístico e culturala preservar, sendo um dos seus traços característicos o facto de não poderem ser substituídos.

Elementos das Demonstrações Financeiras (II) 32 No Fundo de capital inclui-se: o Fundo inicial, compostopelas entradas realizadas pelos fundadores. os fundos acumulados, os ajustamentos por variações de valor e os subsídios, doações e legados de capital, as reservas e os excedentes do exercício (positivo ou negativo) em separado do fundo de capital, figuram as entradas voluntárias realizadas a título gratuito.

Elementos das demonstrações financeiras (III) 33 Nas fundações, parte das actividadesrealizam-se sem contraprestação: apenas uma minoria dos serviços que prestam são rendimentos contabilizáveis no resultado económico. Assim, ao contrário das empresas com fins lucrativos, não pode estabelecer-se uma relação directa entre rendimentos e gastos incorridos pela Fundação para a prestação dos seus serviços.

34 Quadro de Contas do SCF Adaptações Terminológicas 26 Fundadores / patrocinadores/ doadores/ beneméritos/ associados / membros 47 Bens de património histórico 51 Fundo inicial 52 Fundos acumulados 54 Subsídios, doações e legados 61 Custos com inventários, ajudas monetárias e outros gastos de actividades 75 Subsídios, doações e legados à exploração

Em traços gerais, a Proposta do CPF... 35 Considerando o amplo espectro das entidades sem fins lucrativos, quanto ao tipo de actividade, a dimensão, montante dos fundos movimentados e número de pessoas ao serviço: admitiu que as entidades de menor dimensão não possam reunir os recursos ou a capacidade para adoptar um conjunto completo de normas. atendeu àcircunstância de actualmente algumas entidades sem fins lucrativos não divulgarem informação financeira nem terem práticas de relato financeiro estabelecidas e com a nova norma, passarem a ter de elaborar e prestar informação. teve a preocupação de que as obrigações de relato não se afastassem do IES e do SNC se adaptasse o mínimo necessário.

IV. Projecto de Diploma Legal Umcorrecto enquadramento contabilístico se mostra indispensável àgestão transparente das entidades sem fins Conclusão lucrativos, ao seu relacionamento são com o Estado e a um combate eficaz da evasão e fraude fiscal no terceiro sector [DESPACHO N.º 9292-A/2010, SEAF]

37 O Grupo de Trabalho... nomeado em 25de Maio de 2010 Missão: estudar e preparar a edição de normas contabilísticas aplicáveis às entidades sem fins lucrativos e formular propostas em matéria de fiscalidade. Composição: presidente da CNC coordena os membros: 2 da CNC, 2 da DGCI, 1 do CEF, 1 da DS do IRC e 1 do Gabinete do SEAF. Acção: apresentar propostas no prazo de noventa dias a contar da data de publicação do despacho de nomeação. Funcionamento na dependência do Gabinete do SEAF Despacho n.º 9292-A/2010, do SEAF - Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Publicado no Diário da República, 2ª Série, N.º 105, 31.de Maio de 2010

Apresenta uma Proposta de Normalização Contabilística para as ESFL... 38 O modelo de contabilidade e relato proposto comporta o seguinte: Bases para a apresentação de demonstrações financeiras; Modelos de demonstrações financeiras; Códigos de contas; Norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) única para as ESFL. Apêndice àncrf, acerca do processo de transição e Normas interpretativas.

39...e um Modelo de Relato Simplificado para Pequenas ESFL Modelo de relato para entidades de pequena dimensão baseado em registos em base de caixa, no final do período sintetizados em três mapas: Pagamentos e recebimentos Património fixo Direitos e compromissos futuros

V. Ainda a Tempo... As fundaçõesdevemguiar-se porvaloresde transparência, auto-regulação e relato financeiro [CENTRO PORTUGUÊS DE FUNDAÇÕES]

Sugestões ainda a tempo... 41 Aproximação ao IES: aproximaros modelos de mapas do sistema de contas das ESFL e do IES, para não complicar demasiado os trabalhos de reporte. Reforço das divulgações no anexo às contas: informação sobre o trabalho voluntário éútil, pois estes voluntários podem gerar custos que devem poder ser dedutíveis. Dispensa de apresentação de comparativos: análise que os comparativos das demonstrações financeiras permitem nem sempre éessencial nas ESFL, mais importante parece ser comparar os planos de actividade com as concretizações

Sugestões ainda a tempo... 42 Exigência de TOC: garantir que as contas das ESFL não abrangidas pelo regime simples de caixa passem a ser elaboradas por um TOC Obrigatoriedade de obter anualmente uma certificação legal das contas das ESFL pode ser secundária (estatuto exige?) Data de entrada em vigor: Necessidade de adiar devido a adaptação dos programas informáticos (talvez não seja problema de monta) Possibilidade de antecipar a adopçãoda lista de contas do regime específico das ESFL pode ser vantajoso.

Transição para o novo Sistema de Contas 43 Eventuais dificuldades na adopção do novo sistema recomendam reforço de formação profissional Na fase de implantação do sistema contabilístico, exigir-se-áa cooperaçãoentre informáticos, membros das entidades abrangidas e técnicos de contabilidade, quando existam.

MUITO OBRIGADA! Lisboa, Dezembro 2010 Leonor Ferreira