A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: UMA VISÃO PSICOLÓGICA

Documentos relacionados
Curso: Pedagogia Componente Curricular: Psicologia da Educação Carga Horária: 50 horas. Semestre letivo/ Módulo. Professor(es):

LUDICIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ESTÁGIO CURRICULAR DE GESTÃO EM AMBIENTE ESCOLAR: FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

TRABALHOS COMPLETOS APROVADOS (16/06/2015)

- estabelecer um ambiente de relações interpessoais que possibilitem e potencializem

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Vygotsky ( ) Vygotsky e a construção sóciohistórica. desenvolvimento. Prof. Daniel Abud Seabra Matos

DIALOGANDO SOBRE O ESTÁGIO COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL E EXPRESSÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO

JOGOS DE TABULEIRO: ferramenta pedagógica utilizada na construção do conhecimento químico

PLANO DE CURSO CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

O OLHAR DA PSICOLOGIA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR

Faculdade Adventista da Bahia Curso de Pedagogia. Psicologia da Educação II

PROGRAMA DE DISCIPLINA

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR E O SUCESSO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

APRENDIZAGEM CONHECENDO SEU PROCESSO PARA COMPREENDER O SEU DESENVOLVIMENTO

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO: UM ESTUDO SOBRE A AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 1 Nayanna Quaresma Neponocena

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE

O JOGO COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIVERSIDADE JUSTIFICATIVA DA OFERTA DO CURSO

No entanto, não podemos esquecer que estes são espaços pedagógicos, onde o processo de ensino e aprendizagem é desenvolvido de uma forma mais lúdica,

A IMPORTÂNCIA DA FAMILIA NA ESCOLA. DIOGO MARIANO HILDEFONSO¹ COLORADO DO OESTE RO BRASIL

Iris Maciel Pantoja

INDISCIPLINA E AGRESSIVIDADE NO ÂMBITO ESCOLAR E FAMILIAR

O CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA PROFA. DRA. PATRICIA COLAVITTI BRAGA DISTASSI - DB CONSULTORIA EDUCACIONAL

A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES: CONCEPÇÕES SOBRE A ESCOLARIZAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL

PLANO DE AÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO

Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Enf. Psiquiátrica e Ciências Humanas. Profa. Karina de M. Conte

82 TCC em Re-vista 2012

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE NA SUPERAÇÃO DE DIFICULDADES ESCOLARES REFERENTES A LEITURA E ESCRITA.

ENTRE ESCOLA, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E SOCIEDADE, organizados na seguinte sequência: LIVRO 1 DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO NA RELAÇÃO COM A ESCOLA

AS CONTRIBUIÇÕES DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA (3 A 5 ANOS) NA PERSPECTIVA DE HENRY WALLON.

PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR DE UM ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DE REMÍGIO.

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O PAPEL DA ESCOLA E DA FAMILIA JUNTO AO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM

PREPARAÇÃO DE PROJETOS, FORMAS DE REGISTRO E AVALIAÇÃO

VMSIMULADOS QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS PÚBLICOS CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS CE EA FP PE PP 1

A ESCRITA DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN: REGULARIDADES E ESPECIFICIDADES

REGULAMENTO DOS PROJETOS INTEGRADORES

O PAPEL DAS INTERAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA: ATUAÇÃO DO PROFESSOR E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO

EDUCAÇÃO NO CAMPO: A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO PERFIL DO ALUNO COM ALTO RENDIMENTO ESCOLAR Janaína Da Silva Rosa

Palavras-chave: Responsabilidade Social. Professor de Educação Física. Ética. Valores.

O SABER DA MATEMÁTICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA: A interdisciplinaridade como método de aproximação pedagógica

A APRENDIZAGEM COOPERATIVA E UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM VALORES PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA

A Prática Profissional terá carga horária mínima de 400 horas distribuídas como informado

Geane Apolinário Oliveira UEPB Senyra Martins Cavalcanti UEPB (Orientadora) INTRODUÇÃO

MÉTODOS INTERDISCIPLINARES APROXIMANDO SABERES MATEMÁTICOS E GEOGRÁFICOS

FAMÍLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA DE SUCESSO

EXPERIMENTANDO A PRÁTICA E A APLICAÇÃO DE JOGOS NO UNIVERSO INFANTIL NO MÊS DA CRIANÇA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

ENSINO MÉDIO: INOVAÇÃO E MATERIALIDADE PEDAGÓGICA EM SALA DE AULA 1. Palavras-Chave: Ensino Médio. Inovação Pedagógica. Pensamento docente.

DESENVOLVIMENTO, APRENDIZAGEM E AFETIVIDADE: RELAÇÕES INTERPESSOAIS, AUTO-ESTIMA E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

PROGRAMA DE DISCIPLINA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: AMBIENTES E PRÁTICAS MOTIVADORAS NO ENSINO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Apresentação: Pôster

PROGRAMA DE DISCIPLINA

RESENHA. Pró-Discente: Caderno de Prod. Acad.-Cient. Progr. Pós-Grad. Educação Vitória v. 16 n. 2 Jul./dez. 2010

Psicologia Educacional I. O Desenvolvimento Moral e a Educação moral e nas escolas

CONHECENDO SUA PROFISSÃO III

A ATUAÇÃO DO PROFESSOR-PSICOPEDAGOGO EM DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO DE PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM.

PIAGET, VYGOTSKY E WALLON

Centro de Estudos Avançados em Pós Graduação e Pesquisa

09/2011. Formação de Educadores. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

FORMAÇÃO DO PEDAGOGO: VIVÊNCIAS EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES NO ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA/EAD.

EXPERIÊNCIA COMO ORIENTADORA DO PACTO NACIONAL PELA IDADE CERTA EM CATALÃO-GO.

A Informática na Educação Infantil

Mostra do CAEM a 21 de outubro, IME-USP UMA INVESTIGAÇÃO MATEMÁTICA COM PENTAMINÓS

Acessibilidade: mediação pedagógica. Prof. Blaise Duarte Keniel da Cruz Prof. Célia Diva Renck Hoefelmann

FACULDADE CENTRO PAULISTANO PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO RELIGIOSO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA DOCENTE

PRÁTICAS DE ORALIDADE NA SALA DE AULA

Aproximação e Afastamento na Relação entre Crianças e as Práticas de Leitura: o papel da mediação pedagógica

A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE DA CRIANÇA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA 1

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

ETNOMATEMÁTICA E LETRAMENTO: UM OLHAR SOBRE O CONHECIMENTO MATEMÁTICO EM UMA FEIRA LIVRE

Fundamentos e Práticas de Braille II

PLANO DE CURSO. 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: Curso: Bacharelado em Psicologia Disciplina: Fundamentos da Psicologia Escolar/Educacional II Professor:

Indisciplina na Escola: Desafio para a Escola e para a Família

Repensando o Ensino do Português nas Universidades. Prof. Oscar Tadeu de Assunção

PLANO DE APRENDIZAGEM

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGÓGICO (NAP)

REFLEXÕES ACERCA DA AFETIVIDADE E ENSINO- APRENDIZAGEM COMO PROCESSOS INDISSOCIÁVEIS

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Habilidades Cognitivas. Prof (a) Responsável: Maria Francisca Vilas Boas Leffer

Projeto Wi-Fi para alunos da Escola Padre Afonso Braz

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICÊNCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA UNIVERSITÁRIOS: UMA PORTA PARA O CONHECER

EDUCAÇÃO COM AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: ELEMENTO SIGNIFICATIVO PARA A APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL

Recurso: Solicita-se a alteração do gabarito para CERTO. Na obra de Ilma Passos Alencastro Veiga, autora que é tida como referência máxima

O ENSINO DE BOTÂNICA COM O RECURSO DO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS.

Vamos brincar de reinventar histórias

Prática Acadêmica. A interdisciplinaridade

LABQUÍMICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO USO DE UM JOGO DE COMPUTADOR PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO

O ENSINO DA MATEMÁTICA EM SALA DE AULA: UM ESTUDO DIDÁTICO-REFLEXIVO COM UMA TURMA DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

TRABALHANDO O LIVRO DIDÁTICO: Com produção de maquetes no Ensino de História Medieval

Formação Inicial 1ª etapa Projovem Urbano Recife AVALIAÇÃO Candidato (a) : Turma INSTRUÇÕES

ENSINO INTEGRAL: MELHORIAS E PERSPECTIVAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

ARTIGO. As concepções de desenvolvimento e aprendizagem na teoria psicogenética de Jean Piaget.

Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: UMA VISÃO PSICOLÓGICA Iamara da Silva Pereira, Fernanda Laleska da Silva Fernandes, Letícia Maria Palitó Diniz, Maria Edimaria Alexandre Diniz Faculdade Santa Maria Iamara.bsf@gmail.com RESUMO: O presente estudo aborda o processo interativo na relação professor-aluno, visando as contribuições e implicações que acontecem no espaço da sala de aula, e para isso é preciso formar cidadãos crítico e conscientes nesse processo. Neste sentido, o professor deve proporcionar um espaço de trocas para que sejam desenvolvidas suas potencialidades, é preciso também, que seja estabelecido um clima empático nessa relação. Com o objetivo de analisar a relação professor-aluno, realizou-se um estágio no âmbito escolar pelos alunos de Psicologia, em Cajazeiras, na Paraíba. O estágio ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Mozart Rodrigues, no 1 ano, no período de março à maio de 2015, foram utilizadas entrevistas com a professora além da observação sistemática em sala de aula. Diante do que foi coletado, percebeu-se uma dicotomia entre teoria e prática, o que caracteriza um ensino tradicional enfadado, implicando assim, na relação afetiva e de aprendizagem dos protagonistas desse espaço. PALAVRA-CHAVES: Relação Professor-Aluno; Processo Ensino-Aprendizagem; Afetividade. INTRODUÇÃO A atuação do psicólogo no contexto escolar, tem como objetivo ampliar através de aplicações de conhecimentos psicológicos, a qualidade e eficiência do processo de ensino-aprendizagem. O sistema escolar é um sistema aberto que tem por objetivo proporcionar a educação. A rigor, o sistema educacional cuida de um aspecto especial da educação, a que se poderia chamar escolarização. A educação proporcionada pela escola assume um caráter intencional e sistemático, que dá especial relevo ao desenvolvimento intelectual, sem contudo descuidar de outros aspectos, tais como o físico, o emocional, o moral e o social. (PATTO, 1997). Segundo Braga e Morais (2007), verificou-se que a escola tende a psicologizar ou a biologizar o fracasso ou desajuste escolar, atribuindo a classificação de dificuldades de aprendizagem como

causa de aspectos intrapsíquicos e orgânico da criança, sem levar em consideração todo o contexto em que a criança está envolvido, encaminhando assim, ao atendimento psicológico. Percebe-se que a psicologia pautada no modelo clínico tradicional tende a reproduzir esse discurso simplista e patologizante e essa prática segundo Brasil (2012), iludem, desrespeitam e silenciam alunos, familiares e educadores. Para tanto, uma psicologia crítica deve ser pautada e impulsionada pelo desafio de ir além do aparente, conhecendo assim, a essência da realidade concreta que engloba os indivíduos determinados historicamente. No que se refere ao processo educativo o que se espera dos discentes no âmbito escolar é que sejam cooperativos, harmônicos entre si, obedecendo ao professor, para ater-se a suas tarefas escolares. Portanto, adaptar-se ao ambiente escolar exige um domínio do conjunto de habilidades, não apenas o domínio de conteúdos acadêmicos, o objetivo maior é a apreensão do conhecimento que, em séries iniciais, se resume à leitura, cálculo e a escrita. Entretanto, esse processo de escolarização para muita das crianças que ingressam no ensino regular, é marcado por muitos obstáculos (FUNAYAMA, 2008). Corroborando, Coll, Marchesi, Palacio & Cols, (2004), afirma que as representações no contato inicial é fundamental para que se estabeleça a relação professor-aluno, que com a observação continuada tais informações se confirmam ou se refutam e que a partir das experiências construídas em sala de aula vai se destacando o papel que cada um desenvolve neste contexto e essas experiências faz com que, se construa o perfil do professor ideal e do aluno ideal respectivamente, tendendo aos mesmos, a atuarem de acordo com o que esperam um do outro. Segundo Tacca & Branco (2008), Vygotsky apresentava a seguinte contribuição sobre as relações sociais: A condição humana da pessoa tem origem nas relações sociais, pois são a partir destas que as funções psíquicas superiores são inauguradas. A participação do outro social é crucial na apropriação do conhecimento que possibilita o desencadear dessas funções. Na aprendizagem escolar, inserem-se, de forma deliberada e sistemática, as ferramentas simbólicas e culturais que criam as condições para apropriações e reelaborações do conhecimento pelo sujeito. Este aprende interativamente, e com isto surgem novas possibilidades em seu desenvolvimento. Não há dúvida, portanto, sobre o caráter fundamental das relações estabelecidas entre professores e alunos (TACCA & BRANCO, 2008, p. 40).

Segundo Mahoney & Almeida (2005), sob a teoria psicogenética de Henri Wallon, a relação em que o professor estabelece com o aluno reflete nas relações e reações frente ao conhecimento, sendo ele mediador na resolução de conflitos, responsáveis por proporcionar uma relação crítica, competente e ativa do conhecimento. METODOLOGIA A metodologia utilizada na realização deste estudo, partiu de um Estágio Básico do componente curricular Processos Educacionais, o estágio foi realizado na Escola Municipal Professor Mozart Rodrigues em Bonito de Santa Fé, Paraíba. O estudo tem caráter qualitativo, pois buscou coletar informações por meio de observações e entrevistas aplicada a professora responsável pela turma observada. Nesta perspectiva, a pesquisa qualitativa segundo Godoy (1995) é quando um fenômeno pode ser estudado e aprofundado no meio em que acontece, sendo assim, o pesquisador vai a campo para registrar os fenômenos que estão sendo estudados, a partir da percepção das pessoas envolvidas. Este estágio buscou proporcionar aos discentes de Psicologia a experiência de um estágio voltado para a educação pública, permitindo os mesmos a estarem em sala de aula conhecendo todo o seu contexto, em todos os aspectos, seja nas necessidades, fragilidades e nas relações interpessoais estabelecidas no cotidiano escolar entre professores, famílias e sobretudo dos alunos. Neste sentido, foi realizado o estágio com oito encontros, em dias alternados, afim de ter conhecimento a partir da observação em sala de aula sobre os comportamentos adotados por alunos da turma em questão. A turma escolhida foi o 1 ano do ensino fundamental I. Assim, no primeiro momento foi observado o espaço institucional, levando em consideração as necessidades de seu espaço físico em comparação com as afirmações que constam em seu Projeto Político Pedagógico (PPP), ao passo em que as observações se davam foram aplicadas entrevistas com a professora com o intuito de conhecer a relações interpessoais entre professor-aluno, família e escola, como também a metodologia usada pela professora. Foram percebidas também, as demandas em sala de aula, para que ao final do estágio os discentes realizassem o feedback como forma de intervenção do que foi observado.

RESULTADOS E DISCUSÃO Analisou-se a partir das observações em sala de aula e da entrevista semiestruturada com a professora os dados a seguir. No que se refere a relação das crianças em sala de aula, a professora relatou que Se relacionam bem né assim, se relacionam bem. Neste sentido, sobre a perspectiva da aprendizagem social, segundo Michener, Delamater & Myers (2005) essa, se dá através do ambiente, onde a criança nesse processo deve adquirir o máximo de informações do mundo, ou seja, informações a respeito do meio social, da língua utilizada pelas pessoas ao seu redor, levando-os a comunicar suas necessidades assim como, aprender os comportamentos dos outros e esperar a expectativa do outro em relação aos seus comportamentos, e esse comportamento sofre influencias tanto pela natureza como pela educação. Outro ponto em destaque, diz respeito ao questionamento à professora se em sua turma havia algum aluno com dificuldade de aprendizagem. Sim. Na leitura, na escrita, escrever com o caderno de cabeça para baixo, escrever como espelho das letras. Estou trabalhando coordenação motora. Assim, o professor ao testar esses conhecimentos passa a assumir uma sensibilidade, atenção, curiosidade, questionamento e habilidade por meio da observação do que se passa no processo de ensino-aprendizagem. Na perspectiva de Mahoney & Almeida (2005), a respeito do desenvolvimento da criança é um importante instrumento que possibilita ao professor ampliar as possibilidades do aluno, proporcionando ao mesmo, pontos para orientar e testar atividades de acordo com desempenho de cada aluno. No que se refere a avaliação das crianças a mesma relatou que se dá Pelos níveis, pelos níveis de letramento e conhecimento. Isso pode levar ao desenvolvimento da expectativa do professor em relação ao desempenho do aluno e vice-versa, levando a cada um se comportar de acordo com a expectativa do outro, sendo classificada como profecia de autocumprimento, assim, o professor pode transmitir um comportamento diferente em função de um aspecto positivo ou negativo no desempenho escolar de cada criança, esse aspecto acaba intervindo na qualidade da aprendizagem dos alunos que se sentem atingidos pelo comportamento diferenciado dado ao aluno que tenha um

bom desempenho, pois o professor tende a proporcionar oportunidades aos alunos nos quais ele desenvolveu uma expectativa de êxito acadêmico (COLL, MARCHESI, PALACIO & COLS, 2004). Segundo Braga, Salum & Morais (2007), quando se fala em queixas escolares as demandas mais enfatizadas são inadequação à escola e as dificuldades de aprendizagem, assim ao responder sobre essas queixas a professora relata que (...) sim é feito, feito no registros de ocorrência e os pais são, os pais são informados e advertidos. Mal comportamento, brigas, não realização das atividades. Neste sentido, segundo os mesmos autores as formas pelas quais se abordam as dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento e ajustamento à escola, há uma tendência a culpabilizar o indivíduo devido aos conflitos vividos internamente decorrentes da pobreza, carência afetiva, família desestruturada, sem levar em consideração o que se passa na escola, levando-os a avaliar esses desajustes há fatores orgânicos e psíquicos da criança, ao invés de rever e reformular suas práticas educacionais. Partindo do relato e da concepção acerca da aprendizagem É quando a criança aprende a ler, escrever e compreender o que está sendo lido. Campos (2010), afirma que a aprendizagem não deve ser entendida por meio de uma concepção estreita, ou seja, a aprendizagem não é apenas a aquisição de habilidades em escrita, leitura, nem tão pouco a aquisição de conhecimentos dos conteúdos dos livros ou apenas um processo de memorização, ela deve ser compreendida como a junção das suas capacidades e potencialidades tanto físicas, como mentais e afetivas. Nesta perspectiva, foi observado que a relação se constitui, mais de forma fragmentada. A professora estimula os seus alunos nos diversos aspectos, tais como participação, valorização em relação a partilha, cooperação, entre outros, constituindo assim, um processo mediador na construção de conhecimentos, ao mesmo tempo ela apresenta características importantes que promovem essa construção como comunicativa, criativa, dinâmica, espontânea, etc. Contudo, no decorrer da aula alguns alunos se manifestam, conversam, correm pela sala, provocam uns aos outros em particular os meninos, e quando a professora sai da sala, reforça esse comportamento e isso faz com que a professora reclame utilizando expressões desocupado, no intervalo, vão ficar em sala para deixar de ser metido, no fim da aula vou falar como os pais, vou chamar o

conselho tutelar, isso pode fazer com que a expectativa criada pelo aluno em relação ao professor e a aprendizagem se deteriore. CONCLUSÃO No processo educativo é importante que o professor desenvolva um autoconhecimento, certo controle emocional e desempenhe um bom relacionamento para que haja a mediação do conhecimento. E para isso, é preciso que o profissional seja capacitado para aguçar os conhecimento dos seus educandos (SILVA & NAVARO, 2012). Corroborando com a literatura e as observações em sala, é preciso construir um processo produtivo, levando em consideração os processos mediadores por parte dos professores e as significações por parte dos alunos, ou seja, nem tudo o que o professor ensina o aluno aprende de maneira significativa. É preciso levar em consideração a unidade cognição-afeto na aprendizagem que conceda ao aluno um desenvolvimento pleno e integral e a sentir-se competente, pois não há pensamento sem motivação e vice-versa. É preciso conhecer o processo de significação que movimentam o processo de aprendizagem, para que haja mobilizações positivas na direção de atividades e objetivos educacionais. Isso permitirá que os processos de significação não canalizem para outra direção e não afaste seus sujeitos do compromisso com a aprendizagem e conhecimento (TACCA & BRANCO, 2008). Vale salientar que, diante do que foi observado a relação professor-aluno e vice-versa, encontrase parcialmente enfadada, pois há uma falta de estimulação em alguns momentos por meio da troca de conhecimento e respeito que é de fundamental importância nesse processo, pois há momentos em que a professora perde um pouco de seu controle diante da sala e isso torna o processo ensinoaprendizagem difícil de ser construído. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA, S. G.; MORAIS, M. L. S. Queixa escolar: atuação do psicólogo e interfaces com a educação. Psicol. Usp, São Paulo 2007. p. 33-51. BRASIL, R. T. Psicologia escolar: o desafio da crítica em tempos de cinismo. Psicol. Esc. Educ.

Maringá. 2012. V.16 disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s141385572012000200004&lng=pt&nrm= iso CAMPOS, D, M. Psicologia da aprendizagem. 38 ed. Petrópolis, Vozes, 2010. COLL, C.; MARCHESI, Á.; PALACIOS, J. Desenvolvimento psicológico e educação. Artmed 2004. FUNAYAMA, C. A. R. Problemas de aprendizagem: enfoque multidisciplinar. Campinas, SP: Editora Alínea, 2008. p. 95-97. GODOY, A. S. (1995). Introdução à pesquisa qualitativa em suas possibilidades. São Paulo v. 35. N. 2 p. 57-63. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n2/a08v35n2.pdf. MAHONEY, A. A. ALMEIDA, L. R. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuição de Henri Wallon. Psic. dá Ed, São Paulo. 2005. p. 11-33. PATTO, M. H. S. Introdução à psicologia escolar. Recurso eletrônico 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo. 1997. SILVA, O. G.; NAVARO, E. C. A relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem. Interdisciplinar: Revista Eletrônica Univar. N 8. v.3. p.95 100.http://www.univar.edu.br/revista/index.php/interdisciplinar/article/view/82 TACCA, M. C. V.; BRANCO, A. V. Processos de significação na relação professor-alunos: uma perspectiva sociocultural construtivista. Natal, 2008, v. 13. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s002175572013000100011&lng=pt&nrm VSCONCELOS, A. A.; SILVA, A. C. G.; MARTINS, J. S.; SOARES, J. L. A presença do diálogo na relação professor aluno. Recife. 2005. Disponível em: http://educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espacovirtual/espacopraxispedagogicas/rela %C3%87%C3%83O%20PROFESSORALUNO/a%20presenca%20do%20dialogo%20na%20relaca o%20professor-aluno.pdf