CONCEPÇÕES DE ALUNOS DO 1 ANO DO ENSINO MÉDIO ACERCA DA CARREIRA DOCENTE. Apresentação: Pôster

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Transcrição:

CONCEPÇÕES DE ALUNOS DO 1 ANO DO ENSINO MÉDIO ACERCA DA CARREIRA DOCENTE Apresentação: Pôster Maria Tatiana da Silva Santos 11 ; Cintia de Abreu Arruda 22 ; Kilma da Silva Lima Viana 34 Introdução O desinteresse em atuar nas salas de aulas como um professor é algo preocupante que se tem discutido nos últimos anos. Os jovens não se sentem atraídos em seguir a profissão de professor, mesmo reconhecendo a importância da mesma, optam por não ingressar nessa área. Nota-se que a carreira docente é uma das menos atraentes para os jovens de ensino médio, sendo muitos fatores apontados como causas desse desinteresse em seguir tal carreira, dentre as principais estão à desvalorização social, baixa remuneração e péssimas condições de trabalho na educação básica. De acordo com dados de um estudo encomendado pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) apenas 2% dos estudantes do Ensino Médio têm como primeira opção nos vestibulares graduações como pedagogia ou outra alguma licenciatura. Embora haja, em escala internacional, inúmeros estudos sobre como tornar a atividade 1 Licenciatura Plena em Química/IFPE/GEPEC/mariatatiana015@hotmail.com 2 Licenciatura Plena em Química /IFPE/GEPEC/ cintiarruda@outlook.com 3 Doutoranda em Ensino das Ciências - (Física e Química) /UFRPE/GEPEC/ kilma.viana@vitoria.ifpe.edu.br

docente atrativa, (OCDE, 2006; Vaillant, 2009), no Brasil, essa temática ainda é rudimentar, visto que, a procura pelos cursos de licenciaturas está cada vez menor, fazendo com que sobrem vagas nos cursos de formação de professores. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi compreender as concepções de alunos do 1 ano do ensino médio acerca da carreira docente. Fundamentação Teórica A literatura aponta como características principais para a escolha profissional, o contexto histórico e sociocultural que o jovem está inserido. Portanto, a escolha profissional está relacionada com as transformações que ocorrem ao longo do tempo, com a vivência e as experiências do indivíduo com o meio em que vive. Além disso, a sociedade vem passando por transformações econômicas, políticas, sociais e tecnológicas que modificam as formas de trabalho em várias áreas profissionais. O trabalho tornou-se um desafio para o reconhecimento de si, um tempo de incerteza e grande implicação social, que exige investimento pessoal cada vez maior (Dubar, 2006). Com isso, a atuação profissional requer cada vez mais responsabilidades relacionadas à valorização social e a busca por melhores condições de vida. A profissão de professor possui aspectos específicos que precisam ser analisados para entender a motivação para a carreira docente na atualidade. Analisar o contexto social em que o professor exerce a sua atividade, é essencial para compreender a sua motivação e realização no processo de ensino-aprendizagem. (ESTEVE, 1992; MCLAUGHLIN, 1998). Embora, no passado, os professores do ensino primário e os párocos fossem os principais agentes culturais nas aldeias e vilas e os professores do ensino secundário pertencessem á elite social das cidades, esta situação não ocorre atualmente. (NÓVOA, 1991) A visão da carreira docente está em declínio, pois não há o mesmo prestígio que se havia antes. Vários fatores são apontados como causa dessa diminuição do prestígio da profissão docente, dente os quais, destacam-se à baixa remuneração, a massificação do ensino, e as condições precárias do ensino. O desgaste do trabalho docente pode ser explicado como decorrência das mudanças globais, do contexto do trabalho, das reformas do sistema educacional e das condições de trabalho propriamente ditas. Do contexto global destacam-se as mudanças aceleradas impostas pela vida moderna [...] geradoras de tensões e de desorientações (POCINHO; CAPELO, 2009, p. 354).

Associadas a elas estão as reformas educativas, que criam novas demandas e atribuições, mudanças, raramente acompanhadas de formação, estrutura e gestão para implantá-las. Nas últimas décadas, essas situações têm conduzido à intensificação e à precarização da docência (RODRÍGUEZ, 2008; SILVA, 2008). Metodologia A pesquisa foi conduzida a partir da aplicação de questionários com perguntas objetivas e discursivas a alunos do 1 ano do ensino médio de uma escola da Rede Estadual de Ensino do município de Vitória de Santo Antão-PE. Participaram da pesquisa 30 (trinta) alunos, sendo 14 (quatorze) do sexo masculino e 16 (dezesseis) do sexo feminino, respondendo as seguintes questões: Qual a sua percepção sobre a carreira docente? Você tem interesse pela carreira docente? Você é incentivado a seguir a carreira docente? Se sim, por quem?. O objetivo dessas perguntas era fazer um levantamento sobre as concepções dos sujeitos acerca da carreira docente. Resultados e Discussões A partir da aplicação dos questionários, foi possível identificar que os alunos possuem uma visão negativa à profissão do professor, a grande maioria respondeu que é uma profissão estressante, que exige muito trabalho, mas não é valorizada socialmente. Dos 30 (trinta) alunos que participaram da pesquisa, todos responderam que não têm interesse em seguir a carreira docente. Muitos fatores estão relacionados ao desinteresse em seguir a carreira de professor, sendo muitos deles identificados nas respostas dadas pelos alunos: Acho muito importante para a formação dos jovens, pena que muitos professores não recebem o reconhecimento que merecem. Na resposta dada por essa aluna, nota-se que a mesma reconhece a importância da carreira docente, porém alega que há falta de valorização por parte da sociedade. Em outra resposta, o aluno diz: Acho muito importante, pena que não recebem o seu devido valor, como melhores salários e boas qualidades de trabalho. Nessa resposta, o aluno deixa claro que, o professor, além de não receber um bom salário, encontra-se em um meio de trabalho não favorável para exercer a sua profissão. Muitos alunos demonstraram também que, de maneira alguma, gostaria de seguir a carreira

docente pelo fato de observar a vivência cotidiana dos professores. Pelo o que eu vejo o professor passar, eu acho uma carreia difícil que não quero seguir de forma alguma. Em relação ao incentivo em seguir a carreira docente, 27 (vinte e sete) dos 30 (trinta) alunos não são incentivados, e apenas 3 (três) são incentivados. Isso demonstra que o não optar em seguir a carreira de professor, muitas vezes está relacionado com a falta de incentivo e falta de programas que busquem despertar o interesse dos alunos para as licenciaturas. O Instituto Federal de Pernambuco, desenvolve um programa denominado Programa Internacional Despertando Vocações para Licenciatura (PDVL), em parceria com os Institutos Federais de Alagoas e Paraíba e com a Universidad de La Plata, que vai nessa direção, pois tem o objetivo de despertar o interesse de estudantes do Ensino Médio para a carreira docente, entretanto, observa-se o grande esforço que deve ser realizado pelo PDVL para superar a realidade dessa carreira no Brasil. Estudo encomendado pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) (2009), visto que, apenas 2% (31 em 1.501 sujeitos) indicaram como primeira opção de ingresso à faculdade, o curso de Pedagogia ou alguma outra licenciatura. A pesquisa, contou com a participação de 1.501 alunos de 3º ano em 18 escolas públicas e privadas de oito cidades, e contou ainda com grupos de discussão para compreender as razões da baixa atratividade da carreira docente. Esse estudo vem ao encontro dos resultados da pesquisa e apresenta uma realidade alarmante, principalmente se cruzarmos esses dados com a falta de professores no país. Os alunos entrevistados, apesar de reconhecerem a importância do professor, afirmaram que não querem seguir essa carreira, pois em suas concepções, essa profissão é desvalorizada socialmente, possui baixa remuneração e exige muito trabalho. Nota-se, portanto, que a baixa atratividade pela carreira docente é algo comum nos estudos realizados. Conclusões De acordo com a pesquisa, foi possível identificar que à atratividade pela carreira docente está relacionada há vários fatores que permeiam a realidade, tanto do professor, quanto da sociedade em geral. Portanto, mais pesquisas são necessárias a fim de compreender as concepções dos jovens acerca da carreira docente, buscando promover o incentivo e o despertar para as licenciaturas. Observamos também, a partir dessa pesquisa, que essa falta de interesse já está presente

desde o Primeiro Ano do Ensino Médio, chegando até o Terceiro Ano e consequentemente, à opção no Vestibular, como mostrou a pesquisa. Muito ainda preciso ser feito para mudar essa realidade. Passar de 2% de interesse para um número significativo, diante da realidade de deficit de professores no país é uma tarefa árdua. Consideramos que o PDVL pode ser um dos caminhos, principalmente se ele ganhar a cada dia, como tem acontecido, mais e mais reconhecimento e adesão de outras instituições. Referências ALMEIDA, P. A.; NUNES, M. M. R.; TARTUCE, G. L. B. P. Atratividade da carreira docente no Brasil. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 2009. (Relatório de pesquisa). Disponível em: <www.fvc.org.br/estudos>. Acesso em: out. 2014. DUBAR, C. A Crise das identidades: a interpretação de uma mutação. Porto: Afrontamento, 2006. ESTEVE, J.M. Mudanças sociais e função docente. In: Nóvoa, A. (ED). Profissão professor. Porto: Porto Editora, 1991,p. 93-124. GATTI, B. A. et al. Atratividade da carreira docente no Brasil. In: Fundação Victor Civita. Estudos e pesquisas educacionais. São Paulo: FVC, 2010, v. 1, n. 1. NÓVOA, A. Os professores: Quem são? Donde vêm? Para onde vão? Lisboa: ISEF/UTL,1998. OCDE. Professores são importantes: atraindo, desenvolvendo e retendo professores eficazes. São Paulo: Moderna, 2006. POCINHO, M.; CAPELO, M. R. Vulnerabilidade ao stress, estratégias de coping e autoeficácia em professores portugueses. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 351-367, maio/ago. 2009. RODRÍGUEZ, M. V. Reformas educacionais e proletarização do trabalho docente. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, Maringá, v. 30, n. 1, p. 45-56, 2008. SILVA, M. Trabalho e educação: aportes da linha de pesquisa para o estudo do trabalho escolar. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 17, n. 1, p. 167-180, 2008. VAILLANT, D. A Profissão docente. In: SCHWARTZMAN, S.; COX, C. (Org.). Políticas educacionais e coesão social: uma agenda latino-americana. Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: ifhc, 2009. p. 125-169.