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Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

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AGRAVO DE INSTRUMENTO INVERSÃO ÔNUS DA PROVA REGRA DE JULGAMENTO A C Ó R D Ã O

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 598.620 - MG (2003/0183199-4) RELATOR : MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO RECORRENTE : DENER FRAGA FONSECA ADVOGADO : GILSON ALVES RAMOS E OUTRO RECORRIDO : UNIBANCO UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/A ADVOGADO : ROBINSON NEVES FILHO ADVOGADOS : CRISTIANA RODRIGUES GONTIJO AFFONSO JOSÉ TONELLI E OUTROS EMENTA Inversão do ônus da prova. Art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Momento processual. 1. É possível ao Magistrado deferir a inversão do ônus da prova no momento da dilação probatória, não sendo necessário aguardar o oferecimento da prova e sua valoração, uma vez presentes os requisitos do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, que depende de circunstâncias concretas apuradas pelo Juiz no contexto da facilitação da defesa dos direitos do consumidor. 2. Recurso especial conhecido e provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso especial e dar-lhe provimento. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Castro Filho, Antônio de Pádua Ribeiro e Humberto Gomes de Barros votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 7 de dezembro de 2004 (data do julgamento). MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Relator Documento: 518361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 18/04/2005 Página 1 de 6

RECURSO ESPECIAL Nº 598.620 - MG (2003/0183199-4) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO : Dener Fraga Fonseca interpõe recurso especial, com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional, contra acórdão da Terceira Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais, assim ementado: "AGRAVO DE INSTRUMENTO - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - REGRA DE JULGAMENTO - SENTENÇA - MOMENTO OPORTUNO - VOTO VENCIDO. A inversão do ônus da prova, que visa proteger a parte processual mais fraca na relação de consumo, é regra de julgamento, e não de procedimento. Desta forma, não pode ser aplicada senão após o oferecimento e a valoração da prova, se e quando o julgador estiver em dúvida após analisar o conjunto probatório. É dispensável caso o magistrado forme sua convicção com as provas efetivamente produzidas no feito. Se a inversão do ônus da prova não fosse regra de julgamento, a decisão do magistrado de primeiro grau, anterior à sentença, deferindo-a ou indeferindo-a, não poderia ser revista e modificada no julgamento de eventual apelação, se o Tribunal ad quem entendesse de forma diferente, o que seria inaceitável por constituir ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição. V.v.: Verificando ser verossímil a alegação do consumidor ou sendo este hipossuficiente, deve o juiz, segundo as regras ordinárias de experiência, inverter o ônus da prova, nos termos do inc. VIII do art. 6º do CDC. Visando assegurar a ampla defesa e o contraditório às partes, a inversão do ônus probante deve ser fixada na fase instrutória, por ser regra de procedimento, permitindo que se saiba a qual delas toca o respectivo ônus" (fl. 123). Sustenta o recorrente violação do artigo 6º, inciso VIII, 38, 42, caput, e 51, inciso VI, da Lei nº 8.078/90, haja vista que "a inversão do ônus da prova deve ser decretada pelo juiz antes da sentença, pois se configura regra de procedimento, cuja finalidade é de possibilitar que as partes saibam se conduzir no processo, especialmente para que saibam a qual delas toca o respectivo ônus" (fl. 144). Aponta dissídio jurisprudencial, trazendo à colação julgados, também, desta Corte. Documento: 518361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 18/04/2005 Página 2 de 6

admitido (fls. 167 a 169). Contra-arrazoado (fls. 154 a 165), o recurso especial (fls. 139 a 152) foi É o relatório. Documento: 518361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 18/04/2005 Página 3 de 6

RECURSO ESPECIAL Nº 598.620 - MG (2003/0183199-4) EMENTA Inversão do ônus da prova. Art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Momento processual. 1. É possível ao Magistrado deferir a inversão do ônus da prova no momento da dilação probatória, não sendo necessário aguardar o oferecimento da prova e sua valoração, uma vez presentes os requisitos do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, que depende de circunstâncias concretas apuradas pelo Juiz no contexto da facilitação da defesa dos direitos do consumidor. 2. Recurso especial conhecido e provido. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO: A instituição financeira recorrida interpôs agravo de instrumento nos autos de ação ordinária proposta pelo recorrente que deferiu a inversão do ônus da prova, não dispensando o autor do pagamento dos honorários periciais, entendendo inaplicável o Código de Defesa do Consumidor e, ainda, porque, no caso não se vislumbra qualquer verossimilhança na questão controvertida e porque a hipossuficiência não é de ser considerada pelo lado meramente econômico. O Tribunal de Alçada de Minas Gerais, por maioria, proveu o agravo. Afirmou que a inversão do ônus é regra de julgamento e não de procedimento, daí que não pode ser aplicada senão após o oferecimento e a valoração da prova, se e quando o julgador estiver em dúvida após analisar o conjunto probatório. É dispensável caso o magistrado forme sua convicção com as provas efetivamente produzidas no feito (fl. 123). Com razão o recorrente. Primeiro, destaco que o acórdão não cuidou do tema relativo à incidência do Código de Defesa do Consumidor, verificando, apenas, o momento processual para o deferimento do pedido de inversão. Ocorre que somente possível a inversão se incidente o Código de Defesa do Consumidor. E, como se sabe, já está assentada Documento: 518361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 18/04/2005 Página 4 de 6

jurisprudência no sentido de que a relação entre o cliente e o banco está subordinada aos ditames do Código de Defesa do Consumidor (Súmula nº 294 da Corte). Segundo, entendo sem fundamento a interpretação oferecida pelo voto majoritário com relação ao art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor. De fato, como já assinalei em outra oportunidade, não tem nenhum sentido o juiz deixar para apreciar na sentença o pedido de inversão do ônus da prova. Como é curial, a decisão alterará todo o sistema de provas no curso do processo (REsp nº 195.760/PR, Relator o Ministro Eduardo Ribeiro, DJ de 23/8/1999), o que reiterei quando do julgamento do REsp nº 442.854/SP, Relatora a Ministra Nancy Andrighy, DJ de 7/4/03, afirmando que é própria a inversão no momento da dilação probatória. Como posto no voto vencido da Juíza Albergaria Costa, ante a ausência de regra específica que determine a fase do procedimento adequada ao ato judicial de fixação do ônus da prova, deve o juiz utilizar o poder instrutório, conferido pelo art. 130 do CPC, visando assegurar um tratamento igualitário às partes. E, verificando a necessidade da referida inversão nos termos do inciso VIII do art. 6º do CDC, cabe a ele determiná-la durante a instrução processual, visando garantir a ampla defesa e o contraditório para as partes (fl. 131). Segundo o voto vencido, a inversão do ônus da prova deve ser decretada pelo juiz antes da sentença, pois se configura regra de procedimento, cuja finalidade é de possibilitar que as partes saibam se conduzir no processo, especialmente para que saibam a qual delas toca o respectivo ônus (fl. 132). Na verdade, o que não pode ser admitido é impedir que o Juiz, presentes os requisitos do dispositivo de regência, defira a inversão no momento da dilação probatória, para fazê-lo em outro, após a produção da prova. Anoto, mais uma vez, que não se está discutindo a questão da presença dos requisitos, porque o próprio acórdão estabeleceu que examinava apenas a questão do momento processual para tanto. E quanto a isso esta Corte entende que a inversão depende de circunstâncias concretas que devem ser apreciadas pelas instâncias ordinárias (REsp nº 122.505/SP, de minha relatoria, DJ de 24/8/98). Conheço do especial e lhe dou provimento para restabelecer a decisão agravada. Documento: 518361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 18/04/2005 Página 5 de 6

CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA Número Registro: 2003/0183199-4 RESP 598620 / MG Número Origem: 4020633 PAUTA: 02/12/2004 JULGADO: 07/12/2004 Relator Exmo. Sr. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Presidenta da Sessão Exma. Sra. Ministra NANCY ANDRIGHI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. PEDRO HENRIQUE TÁVORA NIESS Secretário Bel. MARCELO FREITAS DIAS AUTUAÇÃO RECORRENTE : DENER FRAGA FONSECA ADVOGADO : GILSON ALVES RAMOS E OUTRO RECORRIDO : UNIBANCO UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/A ADVOGADO : ROBINSON NEVES FILHO ADVOGADOS : CRISTIANA RODRIGUES GONTIJO AFFONSO JOSÉ TONELLI E OUTROS ASSUNTO: Civil - Contrato - Bancário - Abertura de Crédito - Cartão de Crédito CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso especial e deu-lhe provimento." Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Castro Filho, Antônio de Pádua Ribeiro e Humberto Gomes de Barros votaram com o Sr. Ministro Relator. O referido é verdade. Dou fé. Brasília, 07 de dezembro de 2004 MARCELO FREITAS DIAS Secretário Documento: 518361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 18/04/2005 Página 6 de 6