Certificação compulsória para sistemas de aquecimento solar de água 22-12-2014 São Paulo/SP Por que certificar Sistemas de Aquecimento Solar (SAS)? Todo equipamento certificado por um Organismo de Certificação de Produto, acreditado pelo Inmetro, demonstra ao consumidor e à sociedade que ele foi aprovado em diversos ensaios que exigem o máximo de suas características técnicas - por exemplo, se todos os materiais empregados apresentam o desempenho necessário e se o equipamento foi produzido em uma fábrica que possui um sistema de qualidade confiável, de acordo com exigentes regras de mercado e das entidades regulamentadoras do governo. Assim comprovamos que o produto atende às recomendações das normas aplicáveis quanto à segurança, desempenho ou meio ambiente, entre outras. As Portarias Inmetro 352 de 06/07/2012 (RAC) e 301 de 14/06/2012 (RTQ) regulamentam a certificação de Sistemas de Aquecimento Solar de Água no Brasil. Os requisitos se aplicam a coletores solares, reservatórios térmicos fechados e sistemas acoplados de aquecedor com reservatório, ambos até 1.000 litros. Essas portarias determinavam o prazo máximo de 24 meses após a sua
publicação para a certificação do produto, mas esse prazo foi prorrogado pela Portaria Inmetro 358 de 01/08/2014, passando a 38 meses da publicação anterior (Portaria 352/2012). Ou seja, a nova data limite para a certificação é 06/09/2015. O que acontece se a indústria não certificar o produto no prazo estipulado pelo Inmetro? Os produtos estão sujeitos à fiscalização do Inmetro e as empresas fabricantes ou os importadores que não tiverem seus produtos certificados podem ser autuados com onerosas multas ou até mesmo ter suas atividades suspensas. Quais são as etapas e o prazo no processo de certificação? O processo é composto de duas etapas: a certificação inicial (registro) e as etapas de manutenção. A certificação inicial é composta de avaliação da documentação do produto, uma auditoria de fábrica e/ou importador (para modelo 5) e/ou lacre de amostras e a realização de ensaios em laboratório acreditado. O certificado é emitido após a aprovação em todas as instâncias. O prazo para certificação inicial é estimado, pois depende de diversos fatores, como quantidade de produtos e disponibilidade de agenda do laboratório, transportes e custos envolvidos, podendo levar de 4 a 6 meses. Quais são os modelos de certificação permitidos para SAS? Para produtos como coletores solares, reservatórios térmicos ou sistemas acoplados, a portaria permite utilizar somente os modelos 3 ou 5.
O modelo 5 consiste na realização de ensaios no produto e auditoria de fábrica na etapa inicial, atividades repetidas a cada 24 meses nas etapas de manutenção. No modelo 3 são realizados apenas ensaios nos produtos, porem são repetidos anualmente. Qual a função da auditoria de fábrica? É um processo sistemático, independente e documentado para evidenciar registros ou outras informações pertinentes ao processo produtivo de um produto e seu sistema de qualidade diretamente na fábrica e, assim, avaliar como o produto é fabricado e se atende às necessidades das normas ou regulamentos da base normativa. A auditoria propicia um adequado grau de confiança de que aquele produto atende a requisitos pré-estabelecidos. O importador também deve ser avaliado sobre as mesmas condições. Durante a auditoria inicial na fábrica, as PETs (Planilhas de Especificação Técnica) são verificadas com relação ao produto e as amostras são lacradas para a realização dos ensaios. Por que os ensaios devem ser realizados em laboratórios acreditados pelo Inmetro? Quando o laboratório é acreditado em uma determinada norma, significa que foi avaliado pelo próprio Inmetro para realizar os ensaios específicos de cada produto, que possui capacidade instalada para tal e também que foi avaliado se o sistema de qualidade do laboratório está implementado e funcionando, atendendo à norma ISO/IEC 17025. Como exemplo, podemos citar se há procedimentos
adequados e documentados, registros armazenados dos ensaios e garantia de confidencialidade, entre outros. Caso não haja laboratório acreditado pelo Inmetro, o organismo acreditado para certificar o produto deve validar a capacidade do laboratório em realizar os ensaios, conforme anexo A da Portaria 361/2011 do Inmetro e, se necessário, avaliar através de um comparativo de normas quando se tratar de escopo similar. No caso de laboratório estrangeiro, deve ser membro do ILAC (International Laboratory Accreditation Cooperation) ou IAAC (Inter American Accreditation Cooperation). Caso ocorram não conformidades, o que deve ser feito? Durante a realização da auditoria ou dos ensaios, podem ocorrer não conformidades, ou seja, resultados diferentes dos permitidos ou necessários pelo regulamento. No caso da auditoria, o solicitante deve avaliar criticamente a não conformidade, providenciar as correções necessárias no processo de produção e ser submetido a reavaliação. Se a não conformidade for apresentada na amostra prova, o solicitante pode repetir os ensaios em amostras de contraprova e testemunha, e ambas devem ser aprovadas. Caso não sejam aprovadas, o produto é considerado reprovado e o processo de certificação inicial é cancelado. Em que consiste a manutenção do certificado? A manutenção de um certificado deve ser realizada de tempos em tempos, a fim de verificar se o produto está sendo produzido conforme as regras vigentes. As atividades são definidas pelas Portarias citadas e
consistem basicamente em uma nova auditoria e realização de ensaios, que foram executados quando da certificação inicial. Para a manutenção do certificado, as amostras devem ser retiradas no comércio e na indústria alternadamente e submetidas a ensaios em período de até 12 ou 24 meses dependendo do modelo de certificação adotado. Existe a possibilidade de ensaios realizados no passado serem aceitos para a certificação? A Portaria Inmetro 352/2012 permite que os ensaios realizados no antigo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) sejam aproveitados, desde que realizados até 36 meses antes da data da publicação da portaria, ou seja, a partir de 10/07/2009. Uma indústria pode trocar de OCP? Sim, desde que atenda às exigências das portarias vigentes. Gerson Allegretti é formado em Engenharia Mecânica Plena pela FEI Faculdade de Engenharia Industrial com especialização em Administração Industrial pela Fundação Vanzolini. Telefone: +55 11 3514 5700 E-Mail: info@br.tuv.com