Licenciatura em Medicina DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA



Documentos relacionados
FUNDAMENTOS DE UMA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO

CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento

Universidade Nova de Lisboa ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO As Normas da família ISO 9000

ÍNDICE ENQUADRAMENTO CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4

CURSO DE FORMAÇÃO EM CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

PROGRAMA DO INTERNATO MÉDICO DE SAÚDE PÚBLICA

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

Programa de Parcerias e Submissão de Propostas 2014/15

Vigilância Epidemiológica. Meio Ambiente e Saúde Pública Prof. Adriano Silva

INICIAÇÃO À INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA I E II

O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)?

PÓS-GRADUAÇÃO EM CUIDADOS FARMACÊUTICOS

Escola Secundária da Baixa da Banheira Departamento de Matemática e Ciências Experimentais CLUBE DA CIÊNCIA ANO LECTIVO 2010/2011

- Critérios- 1. Introdução. 2. Procedimentos da Prova de Discussão Curricular

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular MÉTODOS QUALITATIVOS Ano Lectivo 2012/2013

Matemática Aplicada às Ciências Sociais

NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

; joao.tedim@sensocomum.pt; joanaviveiro@ordemfarmaceuticos.pt; joaomartinho@ordemfarmaceuticos.pt Assunto:

11. ORGANIZAÇÃO DE UM PLANO DE FORMAÇÃO PARA

Formação Pedagógica Inicial de Formadores

REGULAMENTO DO XLV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

Avaliação do Projecto Curricular

Componente de Formação Técnica. Disciplina de

PLANIFICAÇÃO MODULAR ANO LECTIVO 2015 / 2016

REGULAMENTO ESPECIFICO DO CURSO DE MESTRADO EM DESPORTO 2009 REGULAMENTO

PEDIDO DE ACREDITAÇÃO PRÉVIA DE NOVO CICLO DE ESTUDOS (PAPNCE) (Ensino Universitário e Politécnico) Guião de apresentação

REGULAMENTO INTERNO CENTRO COMUNITÁRIO

NCE/11/01396 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

XI Mestrado em Gestão do Desporto

Rede de Produção de Plantas Medicinais, Aromáticas e Fitoterápicos

PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013

NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

REGULAMENTO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR 2013 / 2015

Website disponível em: Nome de Utilizador: Palavra-chave: *aluno*

Proposta de Metodologia na Elaboração de Projectos

Instituto de Educação

ANEXO I ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS FIA Cada projeto deve conter no máximo 20 páginas

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

Diagnóstico das Necessidades de Formação

GABINETE DA MINISTRA DESPACHO

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TIC 10º C. Planificação de. Curso Profissional de Técnico de Secretariado

PERFIL PROFISSIONAL TÉCNICO/A DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

DECLARAÇÕES EUROPEIAS DA FARMÁCIA HOSPITALAR

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PESQUISA QUANTITATIVA e QUALITATIVA

LEARNING MENTOR. Leonardo da Vinci DE/09/LLP-LdV/TOI/ Perfil do Learning Mentor. Módulos da acção de formação

ESTÁGIO DE INTEGRAÇÃO À VIDA PROFISSIONAL II 4.º ANO - ANO LECTIVO 2008/2009

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004)

NCE/10/00116 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO FISCAL Ano Lectivo 2014/2015

Instituto de Educação

Escola Superior de Educação João de Deus

IHMT-UNL INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA MESTRADO. Epidemiologia.

A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA EDUCAÇÃO BIOLÓGICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Índice: Introdução 3. Princípios Orientadores 3. Definição do projecto 4. Considerações Finais 8. Actividades a desenvolver 9.

«CIÊNCIA NA ESCOLA» REGULAMENTO DO PRÉMIO. 9ª Edição 2010/11

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade:

III PROGRAMA DE ESTÁGIOS DE VERÃO AEFFUL

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança)

Gestão dos Níveis de Serviço

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular NUTRIÇÃO DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR Ano Lectivo 2014/2015

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Índice. 1. Nota Introdutória Actividades a desenvolver Notas Finais...5

UNIVERSIDADE DO PORTO GLOSSÁRIO DA ÁREA DA EDUCAÇÃO CONTÍNUA

Valor do sector do Diagnóstico in vitro, em Portugal. Principais conclusões APIFARMA CEMD. Outubro 2014

AGRUPAMENTO DE CENTROS DE SAÚDE

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ DO SUL

PEDIDO DE ACREDITAÇÃO PRÉVIA DE NOVO CICLO DE ESTUDOS (PAPNCE) (Ensino Universitário e Politécnico) Guião de apresentação

MANUAL DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES PARA O CURSO DE FISIOTERAPIA

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE

ESTÁ ao serviço das pessoas, das famílias e das comunidades, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do bem estar das populações.

Banca, Seguros e Mercados Financeiros

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

Controlo da Qualidade Aula 05

Escola Superior de Educação João de Deus

O que é a ciência de dados (data science). Discussão do conceito. Luís Borges Gouveia Universidade Fernando Pessoa Versão 1.

QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO DE ESCOLAS E AGRUPAMENTOS

PAUTAS NEGOCIADORAS DA RED

PEDIDO DE ACREDITAÇÃO PRÉVIA DE NOVO CICLO DE ESTUDOS (PAPNCE) (Ensino Universitário e Politécnico) Guião de apresentação

AVALIAÇÃO DO MESTRADO EM EDUCAÇÃO MUSICAL NO ENSINO BÁSICO

AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

Gestão da Formação. > Formação Pedagógica Inicial de Formadores 101. > Formação Pedagógica Contínua de Formadores 102

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET

Empreendedorismo De uma Boa Ideia a um Bom Negócio

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva

Sistema de Certificação de Competências TIC

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO. Sumário I) OBJETIVO 02. 1) Público alvo 02. 2) Metodologia 02. 3) Monografia / Trabalho final 02

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular PSICOLOGIA DA SAÚDE E CLÍNICA Ano Lectivo 2014/2015

INSTITUTO SUPERIOR DA MAIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS LICENCIATURA EM SEGURANÇA NO TRABALHO REGULAMENTO INTERNO

Transcrição:

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR Licenciatura em Medicina DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA Ano Lectivo de 2003/2004 INTRODUÇÃO Através do ensino da Epidemiologia pretende-se contribuir para que o futuro médico venha a ser capaz de exercer a sua actividade, em qualquer domínio da prática profissional, utilizando instrumentos essenciais a essa mesma prática e criando instrumentos de aprendizagem ao longo de toda a vida profissional. Os objectivos gerais e específicos abaixo enunciados, são ilustrativos de questões que emergem da actividade profissional diária e que requerem o seu exercício integrado, interrelacionando as perspectivas individual e colectiva assim como as da medicina curativa e preventiva. Do ponto de vista pedagógico, há muito que as escolas, efectivamente atentas à formação dos futuros médicos, abandonaram o ensino discursivo, optando por proporcionar um ensino interactivo com uma forte participação / responsabilização do estudante. Neste contexto, os docentes mais não deverão ser que facilitadores desse mesmo processo. É esta a perspectiva que pretendemos imprimir ao processo de ensino / aprendizagem da Epidemiologia, apesar de estarmos conscientes das inúmeras carências com que se debate o nosso Instituto e que nos impedem de desenvolver modelos de formação, actualmente disponíveis em outras Faculdades do País. Contudo, as mesmas não poderão servir de atenuante para o retorno a modelos tradicionais de ensino há muito abandonados. Assim, as aulas teóricas, ainda previstas no calendário escolar, deverão ser consideradas como actividades orientadoras para o indispensável estudo pessoal subsquente. Quanto às sessões práticas ou de trabalho de grupo, elas deverão ser encaradas como uma oportunidade de aprendizagem orientada dos conceitos e métodos próprios da Epidemiologia, incluindo o recurso às fontes de informação disponíveis ou o desenvolvimento das mesmas. Possibilitam, ainda, o debate e troca de conhecimentos sobre temas bem definidos. Como se depreende a participação de todos é indispensável ao adequado funcionamento das sessões. Para além dos sumários regulamentares, serão definidos, sempre que possível, para cada uma das sessões (teóricas e práticas), os respectivos objectivos pedagógicos e os conhecimentos / aptidões indispensáveis a adquirir.

2 A monografia prevista neste processo de ensino/aprendizagem constitui uma oportunidade de os alunos demostrarem que dominam os métodos de pesquisa, interpretação e elaboração de documentos científicos, tarefas que os irão acompanhar ao longo de toda a sua actividade profissional diária, desenvolvendo práticas de aprendizagem duradouras. Como se depreende, a indispensável avaliação procura ter em devida conta o modelo de formação desenvolvido. Por último, uma nota sobre a bibliografia. Também há muito que a prática profissional deixou de se centrar sobre os conhecimentos de um livro de texto único, o qual, frequentemente, na altura da sua edição já se encontra desactualizado. Hoje em dia, a principal fonte são as revistas científicas e/ou os documentos electrónicos disponíveis em inúmeros sites em constante actualização. Importa conhecer e saber utilizar estes meios. Os docentes da Saúde Comunitária e das Disciplinas interligadas de Epidemiologia (2º ano) e Saúde Comunitária (3º ano) tudo farão para que, em estreita colaboração com os alunos e os orgãos próprios do ICBAS, sejam proporcionadas as melhores condições tendo em vista que o processo de ensino/aprendizagem seja estimulante e enriquecedor para todos. Os alunos poderão, sempre que necessário, contactar o coordenador da disciplina ou o coordenador das monografias pelo seus endereços electrónicos pessoais. Bom trabalho! 1. CORPO DOCENTE E RESPECTIVAS FUNÇÕES Prof. Doutor José Manuel Calheiros (Professor Catedrático) Coordenador j.m.calheiros@mail.telepac.pt Prof. Doutor Amílcar Augusto (Professor Associado Convidado/Médico de Família - Clínico Geral) - Coordenador dos trabalhos das Monografias. amilcaraugusto@netcabo.pt Dr. Rui Maio (Assistente) - Coordenador das Aulas Práticas ruimaio@netcabo.pt Drª Maria Eduarda Matos (Mestre em Saúde Pública / Técnica Superior)

3 2. OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS 2. 1 - Objectivos gerais: a) explicar os princípios etiológicos dando particular importância aos factores ambientais susceptíveis de modificação; b) promover a aplicação da epidemiologia na prevenção da doença e promoção da saúde; c) promover uma prática clínica e de saúde pública de qualidade através da introdução dos conceitos da epidemiologia; d) demonstrar a importância da aplicação dos métodos epidemiológicos ao diagnóstico da situação de saúde das comunidades e à elaboração de hipóteses alternativas para a resolução dos problemas detectados; e) estimular um interesse contínuo pela epidemiologia. 2.2 - Objectivos específicos: 2.2.1 - Os alunos devem ser capazes de demonstrar que conhecem: a) a natureza e os usos da epidemiologia; b) a abordagem epidemiológica para caracterizar e medir a ocorrência de estados relacionados com a saúde/doença em populações humanas; c) as possibilidades e limitações dos diversos estudos epidemiológicos; d) as formas de estudar a causalidade (etiologia); e) os contributos da epidemiologia na prevenção da doença, promoção da saúde e no desenvolvimento de políticas de saúde; f) o contributo da epidemiologia na prática clínica incluindo a análise crítica desta; g) o papel da epidemiologia na avaliação da eficiência e eficácia dos cuidados de saúde. 2.2.2 - Os alunos devem adquirir uma variedade de aptidões que incluem a capacidade de: a) descrever as principais causas de morte e incapacidade na comunidade; b) indicar o tipo de estudo adequado a dar resposta a questões específicas relativas à etiologia, história natural, prognóstico, prevenção e avaliação de terapêuticas; c) analisar, criticamente, a literatura científica. d) integrar e aplicar os conhecimentos e métodos da epidemiologia com os de bioestatística e tecnologias da informação.

4 3. PLANO DE AULAS 3.1 Sessões Teóricas 1. O que é a Epidemiologia Saúde Pública e Saúde Comunitária. O papel integrador da Epidemiologia. Contexto histórico; definição e âmbito; contributos da Epidemiologia. Epidemiologia Clínica. 2. Diagnóstico Comunitário Problemas globais, nacionais, regionais e locais; tendências; grupos de alto risco; definição de prioridades. 3. Medir saúde e doença Definições de saúde e doença, medidas de frequência de doença; utilização da informação disponível; como comparar frequências de ocorrência de doença. Números e taxas; prevalência e incidência; distribuições geográficas (incluindo padronização de taxas por idade/sexo); distribuição no tempo (tendências seculares e cíclicas); características dos indivíduos (idade, sexo, nível socio-económico, profissão/ocupação). 4. Fontes de Informação (I): Estatísticas de Rotina a) Estatísticas populacionais (demográficas); estatísticas de mortalidade (geral e ocupacional); estatísticas de morbilidade (hospitalares, da clínica geral, da segurança social, notificações, registos, outras fontes); interligação da informação. Referência às fontes existentes. b) Os registos de cancro. Sistemas de garantia da qualidade. Os registos de cancro e a investigação epidemiológica e clínica. 5. Fontes de Informação (II): Estudos/Inquéritos Definição de caso; controlo da qualidade (reprodutibilidade e validade); tipos de estudos (simples descritivos, transversais e estudos populacionais longitudinais). 6. A causalidade em epidemiologia. O conceito de causa; o estabelecimento das causas de doença. Estudos descritivos (distribuições etárias, temporais e geográficas); estudos analíticos (caso-controlo e de coorte; selecção do grupo testemunha; interpretação dos dados; correlação; testes de significância; interacção de causas). Os três eixos da investigação epidemiológica.

5 7. Epidemiologia e prevenção. O âmbito da prevenção; níveis de prevenção. Necessidade de avaliação objectiva da eficácia; estudos de observação com e sem grupos de controlo; estudos experimentais; experiências para testar hipóteses etiológicas. Os rastreios na prática clínica; rastreios de massa; validação dos exames de rastreio; avaliação de um serviço de rastreio. 8. A epidemiologia das doenças transmissíveis. As epidemias e as doenças endémicas; a cadeia da infeção; a investigação e controlo das epidemias por doenças transmissíveis. 9. Epidemiologia clínica. As definições de normalidade e anormalidade; os testes diagnósticos; a história natural e o prognóstico; a eficácia de um tratamento; a prevenção na prática clínica. 10. A epidemiologia ambiental e ocupacional. O ambiente e a saúde; exposição e dose; as relações dose-efeito; a avaliação do risco e o seu controlo; características especiais da epidemiologia ambiental e ocupacional. 11. História Natural e Prognóstico Limitações da experiência clínica (selecção dos casos, seguimento incompleto); estudos clínicos de "follow-up" (selecção dos casos e sua comprovação; estudos piloto; registo dos dados; seguimento dos casos). Métodos de descrição do prognóstico (taxas de letalidade e de sobrevida). Interligação de registos. As fases pré-clínicas da doença. 12. Epidemiologia, serviços de saúde e política de saúde. O planeamento de saúde e a sua avaliação; o ciclo do planeamento; epidemiologia, política pública e política de saúde; a política da saúde na prática. 13. A educação contínua em epidemiologia. O conhecimento da epidemiologia de doenças específicas; a leitura crítica de artigos científicos; o planeamento de um projecto; como saber mais; oportunidades de formação.

6 3.2 - Sessões Práticas 1. Novas e Velhas Epidemias. A Epidemiologia da SIDA e da Tuberculose. 2. Epidemiologia das zoonoses - Surto de Febre Q 3. Tendências Demográficas 4. Cálculo de Taxas 5. Indicadores de Saúde 6. Tipos de Estudos Epidemiológicos 7. Medidas Epidemiológicas 8. Avaliação dos Meios de Diagnóstico (I) 9. Epidemiologia Ocupacional: O Cancro do Nariz 10. Epidemiologia Ambiental: O Nevoeiro de Londres 11. Padronização de Taxas 12. Análise do Risco 13. Avaliação dos Meios de Diagnóstico (II) 14. Viés 15. Causalidade 16. Revisões 3.3 Monografia No presente ano lectivo os alunos deverão elaborar pequenas monografias de revisão de um tema epidemiológico entre aqueles que, dada a sua actualidade e importância, a seguir se indicam: 1. A epidemiologia dos riscos associados às ondas de calor. 2. Terapia hormonal de substituição A epidemiologia na avaliação dos benefícios e inconvenientes. 3. A epidemiologia na avaliação dos riscos associados aos fogos florestais. 4. A epidemiologia da exposição na infância ao chumbo. 5. A epidemiologia do tabagismo passivo. Os alunos poderão trabalhar individualmente ou constituir-se em grupos de trabalho, os quais não poderão exceder 4 alunos. O trabalho elaborado é obrigatoriamente apresentado por escrito, até ao dia 21 de Maio, devendo ser sucinto e claro e não ultrapassar as 2500 palavras (cerca de 5-6 páginas A4 dactilografadas a um espaço). Nota importante: A indicação do tema escolhido e a constituição dos respectivos grupos, deve ser feita, por escrito ou correio electrónico ao coordenador das monografias e ao regente, até 26 de Março. O trabalho consiste, essencialmente, na revisão da bibliografia mais relevante da epidemiologia e

7 implicações práticas de um dos temas propostos. Uma boa revisão deverá responder sempre a uma boa questão, a qual deve ser formulada claramente no início do trabalho. Actualmente, uma das bases para uma boa revisão é a utilização criteriosa dos meios automáticos de pesquisa bibliográfica, disponíveis em algumas bibliotecas, em serviços de apoio da indústria farmacêutica ou, ainda na Internet. De acordo com os temas seleccionados, são partes fundamentais da monografia - a definição do problema em estudo; os trabalhos mais relevantes, incluindo a literatura científica mais recente; a análise crítica e discussão de metodologias, resultados e conclusões dos estudos seleccionados, bem como, quando disponíveis, os dados de estatísticas nacionais e internacionais. No final do trabalho os alunos devem demostrar que ficaram a saber "tudo" sobre o problema epidemiológico que estudaram, ao mesmo tempo que são capazes de identificar as principais falhas de informação existentes e apresentar propostas de futura correção das mesmas. 4 - BIBLIOGRAFIA 4.1 - Livros de texto recomendados: Beaglehole R, Bonita R, Kjellstrom T. Basic Epidemiology. World Health Organization. Geneva, 1993. Beaglehole R, Bonita R, Kjellstrom T. Epidemiologia Básica. World Health Organization. Geneva, 1993. Edição da Escola Nacional de Saúde Pública. Stone DB, Armstrong RW, Macrina DM, Pankau JW. Introdução à Epidemiologia. McGraw- Hill, 1996. Tradução portuguesa do Prof. Henrique de Barros, McGraw-Hill, 1999. Barker DJP, Rose G. Epidemiology in Medical Practice (4ª edição). Churchill Livingstone, Edinburgh, 1990. 4.2 - Outros livros de texto: Hennekens, Charles et al: Epidemiology in Medicine. Lippincott, Williams and Wilkins, 1987. Rothman, Kenneth: Epidemiology: An Introduction. Oxford University Press, 2002. Jekel JF, et al. Epidemiology, Biostatistics and Preventive Medicine. WB Sanders (2 nd edition), 2001 4.3 - Outra bibliografia de leitura aconselhada: será indicada conjuntamente com cada sumário.

8 5 - AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS A avaliação final resulta das classificações obtidas nas seguintes componentes: 1. Prova de avaliação de conhecimentos - exame final (A) 2. Monografia (B) 1. Componente-A Nos períodos previstos no calendário escolar, realizar-se-á um exame escrito englobando toda a matéria, com secções tipo resposta múltipla e de desenvolvimento de temas. Nesta componente é exigida a nota mínima de dez valores. 2. Monografia (componente-b) (ver secção 3.3) A monografia será classificada de 0 a 20 valores. Nesta componente é exigida a nota mínima de dez valores. Classificação final A classificação final é a média das classificações obtidas nas componentes A e B. 6 - HORÁRIO DE ATENDIMENTO 6ª feira - 10-11.00 horas com confirmação prévia. Qualquer outro horário previamente acordado ou por correio electrónico. Porto, 26 de Fevereiro de 2004 O Coordenador Prof. Doutor José Manuel Calheiros