Comunicação, Política e Juventude: O Acesso à Informação influenciando na Participação Política dos jovens do Brasil 1

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Transcrição:

Comunicação, Política e Juventude: O Acesso à Informação influenciando na Participação Política dos jovens do Brasil 1 Mariana BITENCOURT 2 Liziane GUAZINA 3 Universidade de Brasília (UnB) Resumo Este artigo tem por objetivo analisar a influência direta do acesso à informação no desenvolvimento do interesse político dos jovens do Brasil. A análise será feita a partir de conceitos de participação política e democrática, assim como reflexões a respeito da relação entre juventude, política e mídia. A partir disso, para exemplificar o quanto o acesso à informação é primordial para a motivação política da juventude, será desenvolvido um estudo do fenômeno caso do Deputado Federal Jair Bolsonaro e seu sucesso com os mais de três milhões de seguidores no Facebook, número que, em sua maioria, é composto primordialmente por jovens. Palavras-chave Comunicação; Participação Política; Joventude Brasileira; Jair Bolsonaro. 1. Introdução Pensar política no Brasil depois de sua redemocratização sem pensar no poder da juventude é inevitável, a partir disso, a principal provocação desenvolvida foi: como a comunicação é capaz de engajar politicamente os jovens brasileiros? Com base nesse principal questionamento, essa pesquisa foi escrita como trabalho final para a disciplina de Comunicação e Democracia da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, seguindo como base a bibliografia recomendada pelo curso, como Aldé (2004), Dahlgren (2009) e Moisés (2013), assim como sua análise para o desenvolvimento de referenciais teóricos, além da análise qualitativa de dados. De acordo com uma pesquisa promovida pelo instituto Data Popular em 2014 e divulgada pelo portal online da Revista Istoé 4, cidadãos de 16 a 33 anos corresponderam 1 Trabalho apresentado no GP Políticas e Estratégias de Comunicação, XVII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Mariana Bitencourt Santos, estudante do 5º semestre de Comunicação Social da Universidade de Brasília (UnB), e-mail: mariana.bitencourt.s@gmail.com 3 Liziane Soares Guazina, orientadora do estudo e professora do curso de Comunicação Organizacional da Universidade de Brasília (UnB), e-mail: liziane.g@uol.com.br 4 Disponível em: http://istoe.com.br/380009_o+que+os+jovens+pensam+sobre+a+politica/

a mais de 30% do eleitorado nas Eleições de 2014. São esses jovens que aproveitaram e continuam aproveitando o processo de democratização da educação implantados na última década por governos de esquerda, a própria pesquisa destaca que é uma juventude impactada por programas de distribuição de renda, redução da pobreza, oportunidades de emprego e melhorias no ingresso em universidades. Acompanhando o pensamento de José Álvaro Moisés (2013) e sua interpretação sobre o interesse do brasileiro em valorizar o sistema democrático que se vive, é interessante aprofundar a ideia de que são as representações de estereótipos produzidos pela mídia que carregam o interesse político dessa grande e atuante juventude brasileira. Considerando que Afonso Albuquerque (2010) aponta que o papel da mídia em sistemas democrático é caracterizado como um quarto poder, além de ser uma instituição política formadora de opinião e influenciadora de condutas políticas dos indivíduos, vale pensar que essa geração, nascida na década de 1990, tem maior acesso à informação, pela grande conexão com as redes sociais ligadas à internet e por estar online na maior parte do tempo. Os estudos sobre cultura política brasileira, particularmente aqueles relacionados à avaliação da qualidade da democracia, reconhecem que a mídia tradicional tem jogado um papel importante nas últimas décadas na manutenção ou mudança dos valores políticos e que pode reforçar determinadas atitudes e comportamentos. E a mídia tradicional ainda ocupa um lugar de destaque nestas interações, uma vez que oferece não somente uma homogeneidade discursiva como uma diversidade limitada de enquadramentos (ALDÉ apud GUAZINA, 2014, p.3). Segundo Alessandra Aldé (2004, p. 26), a mídia exerce o máximo de informação sobre o máximo de assuntos, no mínimo de tempo e essa informação é mais e melhor consumida por esse novo perfil de juventude encontrado no Brasil. Porém, como concluiu a própria Aldé (2004), é importante ter em mente que o grande acesso à informação não significa ter grande interesse por política ou que o jovem participa ativamente da, então chamada pela autora, Construção da Política. Peter Dahlgren (2009, p. 81) ainda lembra a importância da mídia na construção do conhecimento: Vivemos em uma grande sociedade midiática, e grande parte de nosso conhecimento civil deriva da mídia. Em certo sentido, a mídia assume certa responsabilidade pelo nosso envolvimento político: o bom jornalismo deve, em algum nível, nos engajar a esse mundo que ela mesma nos apresenta. 5 5 Tradução livre da autora para o trecho original em inglês: We live in highly mediated societies, and much of our civic knowledge derives from the media. In a sense, the media bear some responsibility for our political involvement: good journalism must at some level engage us in the world it presents to us (DAHLGREN, 2009, p. 81)

2. O acesso à informação na internet Carvalho e Kaniski (2000) destacam a importância da informação como um marco na tentativa de libertar o homem dos limites impostos pela ignorância e pelo não acesso ao saber. Dessa forma, a informação entra no ser humano como elemento emancipatório e é de responsabilidade da população discutir se as instituições de comunicação cumprem a sua função de provedoras do acesso à informação. Nesse sentido, as tecnologias da informação representam a possibilidade mais concreta para expandir a cooperação interinstitucional e, com isso, ampliar e diversificar os pontos de acesso à informação (CARVALHO E KANISKI, 2000, p. 37). Tendo em vista a importância dos meios de comunicação virtuais como uma forte influência no desenvolvimento do interesse político dos cidadãos, Aldé (2012) separa a população em perfis de receptores de informação. São eles: ávidos, assíduos, consumidores de escândalos, frustrados e desinformados. Essas categorias foram divididas não só a partir do nível de acesso à informação, mas, também, a partir do nível de interesse dos indivíduos em consumirem a informação que recebem. O trabalho da autora analisa como os hábitos de procura da informação mudaram com o decorrer dos anos, assim como o perfil dos consumidores de informação. Agora, as pessoas buscam se informar sobre política dentro de casa através da internet. São as novas redes sociais e a facilidade de acesso à informação promovida pela internet que usuários conseguem desenvolver comunicação política de extrema importância para a circulação de informação e opinião (ALDÉ, 2012). Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular e divulgada pela Revista Istoé, os jovens têm mais acesso à informação virtual do que as gerações de pais ou avós, resultando em um número de 93% dos jovens entrevistados serem conectados ao mundo virtual. Para este tipo de internauta, relativamente informado e interessado, o acesso possibilitado pela internet a uma multiplicidade de conteúdos, versões e comentários enriquece a situação de comunicação, reforçando sua abordagem comparativa quase obsessiva: a insatisfação permanente dos usuários ávidos encontra um ambiente perfeito na internet (ALDÉ, 2012, p. 374). Em outra pesquisa, ao interpretar o perfil dos internautas, Alessandra Aldé (2011) defende a ideia de que apenas por estar conectado à internet, o usuário já se torna um cidadão com mais acesso à informação política do que outros que não compartilham

da mesma disponibilidade. Isso pode ser explicado pois esse tipo de usuário tem, com os benefícios da internet, condições de procurar e comparar mais fontes de informação. A autora também lembra que a utilização da internet oferece a esses internautas a possibilidade de seguir fluxos informativos mais autônomos, o que acaba gerando uma valorização da internet como instrumento de cidadania. Sendo, este último benefício, uma importante característica para o desenvolvimento do pensamento democrático (ALDÉ, 2011, p. 40), justamente por ter essa autonomia de interpretação na maneira como consome informação. 3. A participação política na democracia Antes de desenvolver reflexões a respeito da participação, é importante migrar para buscar o entendimento sobre a apatia política. Tentar justificar o motivo de tantas pessoas serem desinteressadas no consumo da informação política - mesmo detentoras de meios de comunicação que garantem o acesso à informação - que a autora Alessandra Aldé encontrou em suas pesquisas. Entende-se apatia política como o comportamento caracterizado não só por elevadas taxas de abstenção eleitoral nos casos onde o voto não é obrigatório, como também pela baixa participação em ações políticas não estritamente circunscritas a interesses locais ou profissionais (MARTORANO, 2007, p. 37). Segundo Moisés (2013), um dos motivos causadores da apatia política é a desconfiança política que os cidadãos desenvolvem pelas instituições deliberativas. O autor defende a ideia de que em países mais pobres ou em desenvolvimento, os indivíduos estão mais preocupados com suas necessidades econômicas e sociais do que com as virtudes e características democráticas, mesmo sabendo que as mudanças que esperam virão através de meios democráticos e através da política (MOISÉS, 2013). Portanto, é possível interpretar esse pensamento para a falta de acesso à informação igualitária entre as comunidades de baixa renda e, assim, pensar que a carência de informação também resulta no desinteresse político da população. A partir do raciocínio iniciado acima, começamos a pensar que a construção de uma cultura política democrática e de uma cidadania plena decorre de um debate em torno da chamada participação política. Trata-se de uma participação ativa dos cidadãos nos processos políticos, sociais e comunitários e tem como objetivo influenciar as decisões que contemplem os interesses coletivos e o exercício da cidadania (AMORIM, 2007, p. 369).

Maria Amorim (2007) defende o pensamento de que participar ativamente de deliberações, reivindicações ou mobilizações políticas faz parte do exercício da cidadania - política e social - em ambientes democráticos. Porém, a confiança nas instituições (nesse momento, a autora relembra Moisés) é imprescindível para o desenvolver de atitudes de participação. A autora ainda apresenta o Índice de Participação Cidadã, um mecanismo que busca sistematizar os níveis de participação política na América Latina a partir de três indicadores: 1) participação através de canais formais e informais de política, incluindo partidos políticos, reuniões políticas, entidades sindicais, religiosas ou comunitárias; 2) participação através da opinião pública, que envolve envio de artigos ou cartas a meios de comunicação a fim de expressar opiniões e reivindicações, fazer denúncias ou tentar solucionar problemas individuais ou coletivos; 3) participação eleitoral, avaliada pela predisposição dos cidadãos em participar de eleições e referendos, de partidos políticos e audiências públicas (AMORIM, 2007, p. 369). A partir dessa sistematização trazida por Amorim (2007) a respeito de mecanismos de participação, podemos trazer o item 2 para a realidade da relação desenvolvida por usuários de internet e nas mídias sociais com a participação política. Segundo a pesquisa do Data Popular, dos 3500 jovens entrevistados, 85% tem acesso à internet. A cada dia, os jovens se distanciam mais de meios tradicionais de comunicação, como televisão e rádio, e se aproximam das novas tecnologias que geram maior participação global e conexão entre jovens do mundo todo, podendo, dessa nova experiência de socialização, que é diferente da tradicional experiência familiar ou escolar, desenvolver novos tipos de participação e engajamento político. 4. Os jovens do Brasil Para cada pesquisa, uma definição diferente do que é ser jovem e do que é ser jovem no Brasil. Utilizaremos a ideia contida no Estatuto da Juventude, aprovado em 2013 pelo Senado Federal e sancionado pela então presidente Dilma Rousseff, como indivíduos brasileiros que estão na faixa etária entre 15 e 29 anos. Ademais, esse conceito não pode ser restringido apenas de acordo com a faixa etária, são condições de gênero, regionais, familiares, sociais, entre outras, que fazem com que o ideal seja imaginar a figura do jovem como o indivíduo que está no período da vida que se dá entre a infância e a maturidade.

Por iniciativa da Câmara dos Deputados, é apresentado o projeto do Estatuto da Juventude, que marca o fim de um processo de reconhecimento tardio dos jovens enquanto sujeitos de direitos, mas que, inicia uma outra fase: o reconhecimento, o debate e a promoção de tal lei com vistas ao seu fortalecimento (SEVERO, 2014, p. 4). Para iniciar a interpretação a respeito do perfil político do jovem brasileiro, é interessante ter em mente a histórica pouca representatividade política nos meios de debate e à margem dos processos decisórios (MAIA, 2011), mesmo representando cerca de um terço dos eleitores, em torno de 45 milhões de pessoas, das últimas eleições de 2014. Esses dados apresentados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular em 2014 realizada com mais de 3500 jovens de 16 a 33 anos de todo o Brasil e idealizada pelo publicitário Renato Meirelles, presidente do Data Popular. Segundo a pesquisa, 72% dos entrevistados consideram ter melhorado de vida nos últimos anos e 80% deles reconhecem o papel determinante da política no cotidiano brasileiro. Esses jovens já nasceram inseridos em um ambiente já desenvolvido de tecnologias digitais e em um período histórico brasileiro de estabilidade econômica e democrática. Por isso, é importante entender que estamos tratando de uma geração que não aceita retrocessos sociais e econômicos, mas anseia mudanças eficazes em qualidade de vida e representação política. Figura 1 Engajamento dos jovens com a política Extraído de: RODRIGUES, 2014. O que os jovens pensam sobre a política, 2014. Disponível em: http://istoe.com.br/380009_o+que+os+jovens+pensam+sobre+a+politica/

A partir da falta de representatividade e de políticas públicas elaboradas pelo governo direcionadas à população mais jovem é que se inicia o interesse do jovem em aprender e participar da construção da política ao desenvolver nova formas de ocupação dos espaços de representatividade. O contato do segmento jovem com a dimensão política da vida em sociedade e, seu eventual engajamento, acaba se dando de forma alternativa, em outros espaços, como grêmios, diretórios estudantis, partidos políticos ou grupos ligados a movimentos sociais de proximidade, que dizem respeito a questões transversais e que interessam a grupos específicos de jovens (MAIA, 2011, p. 170). É interessante refletir que o vocábulo juventude é mais utilizado em meios em que os profissionais são historiadores, estatísticos ou sociólogos, meios que o mais levado em consideração são as etapas de conhecimento e desenvolvimento do jovem. Nesse contexto, entende-se que esse é o grande período de inquietude, aspirações e esperança por mudanças que o ser humano chega a desenvolver. Partindo dessa ideia de que os jovens são importantes atores no processo de transformação social como indivíduos potencialmente críticos e contestadores (FREITAS, 2005), podemos entender sua importante necessidade na esfera social na dedicação em reivindicar de direitos no Brasil. Tendo em vista o ciclo de gerações em que vivemos, vale pensar que, enquanto houver juventude, haverá militância e luta por direitos, mas, claro, com atitudes proporcionais a mudanças políticas do contexto histórico vivido. Esta visão acarreta o risco de se ater a um modelo específico de atuação e participação (realizando diagnósticos pessimistas quanto à capacidade de engajamento dos jovens das gerações atuais e oferecendo canais pouco amplos de participação efetiva), embora nos últimos anos tenha crescido a percepção da multiplicidade de formas de atuação que os jovens apresentam na contemporaneidade e a busca de inovar nos canais para abarcar uma participação mais diversificada (FREITAS, 2005, p. 22). É interessante analisar o movimento estudantil como a forma encontrada pelo ator juvenil de institucionalizar suas reivindicações mais direcionadas para questões de juventude e educação. Por outro lado, quem está por trás desse tipo de mobilização jovem são partidos de esquerda (FREITAS, 2005) que, por questões ideológicas, puxam para a juventude a esperança de maior participação democrática e transformação social, trazendo para esses jovens o papel de mobilizadores da política no país. 5. Jair Bolsonaro e o sucesso com a juventude

Parlamentar na Câmara dos Deputados desde 1991, Jair Bolsonaro é um político de 61 anos e capitão reformado do Exército. Depois de 11 anos defendendo a bancada do Partido Progressista (PP), em 2016, o deputado migrou para o Partido Social Cristão para anunciar sua pré-candidatura à Presidência nas próximas eleições de 2018. Nas eleições de 2014, Bolsonaro recebeu 464 mil votos, sendo o Deputado Federal mais votado do Rio de Janeiro. Entretanto, a escolha de se falar desse fenômeno não foi exclusivamente a quantidade de votos que conquistou nas últimas eleições, mas, sim, o sucesso que o Deputado Jair Bolsonaro faz com as redes sociais e, principalmente, com o alvo desse artigo: os jovens do Brasil. Segundo o Datafolha, ele se sai bem entre os jovens - 65% dos que o apoiam têm entre 16 e 34 anos. Ciente disso, o deputado faz uso ostensivo das redes sociais. Grava diariamente um ou dois vídeos de poucos minutos e coloca para circular na internet. Embora conte com a ajuda de um auxiliar na parte técnica da produção, ele é quem controla tudo. Imagina se eu vou deixar fazer qualquer coisa sem a minha aprovação. Uma coisa errada pode me arrebentar, comentou, com a ênfase costumeira. Os números que ele alcança, de fato, arrebentam. Alguns vídeos chegam a superar 1 milhão de visualizações (DIEGUEZ, 2016, p. 20). A reportagem explica (DIEGUEZ, 2016) que o deputado só conseguiu ter uma vitória tão destoante dos outros candidatos em 2014 devido ao seu bom aproveitamento das redes sociais como ambiente de campanha, visto que, devido ao seu envolvimento com tantos temas polêmicos, Bolsonaro não tem espaço cativo em meios de comunicação tradicionais. Segundo um levantamento realizado pela Medialogue, agência digital de pesquisa em mídia, que analisou o site oficial de congressistas e seus respectivos perfis em quatro mídias sociais da internet (Facebook, Twitter, Instagram e YouTube), nos últimos anos, com o desenvolvimento da internet e, consequentemente, com a democratização das redes sociais, 48 milhões de eleitores começaram a acompanhar seus parlamentares nas redes. A pesquisa ainda aponta que, no Facebook, por exemplo, 18% dos usuários costumam receber respostas dos congressistas. A análise, que mediu a interação com os eleitores, a audiência dos perfis e a diversidade de redes utilizadas, listou Eduardo Bolsonaro (PSC/SP) e seu pai, Jair Bolsonaro (PSC/RJ) como os dois deputados federais mais influentes das redes sociais.

Figura 2 A influência de parlamentares na internet Extraído de: BRETAS, 2016. Quem são os políticos mais e menos influentes nas redes sociais, 2016. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/quem-sao-os-politicos-mais-e-menos-influentes-nas-redes-sociais/ No Facebook, o deputado Federal Jair Bolsonaro, em sua página oficial, até julho de 2017, tem mais de 4 milhões e 400 mil seguidores, 1 milhão e 200 mil curtidas a mais que a Ex-Presidente da República, Dilma Rousseff, com cerca de 3 milhões e 200 mil seguidores. Ao acompanhar o conteúdo das postagens de Bolsonaro, é interessante notar que ele, de fato, consegue aproveitar de todas os artifícios virtuais que o Facebook oferece ao atingir seus seguidores em uma velocidade incrível, com linguagem fácil e informal, abordagem popular e pautas polêmicas de interesse ao seu eleitorado. Assim, Bolsonaro consegue, com um discurso direcionado à parcela conservadora da juventude, alcançar o jovem que não acompanha mais televisão como seus pais e que pertence a um novo tipo de juventude: digital e conectada.

Além da página oficial do deputado, seus fãs também desenvolveram novas páginas de apoio a Jair Bolsonaro, como os perfis: antigo Bolsonaro Zuero 3.0 e atual Direita Vive 3.0, com mais de 680 mil curtidas; Bolsonaro Opressor 2.0, com mais de 800 mil curtidas e Jair Bolsonaro Presidente 2018, com mais de 500 mil curtidas. A partir das tendências conservadoras da maioria das páginas virtuais que exaltam a figura de Jair Bolsonaro, Ribeiro, Lasaitis e Gurgel (2016) desenvolveram uma pesquisa para identificar qual é a nova direita brasileira que atinge as redes sociais vinculadas à internet. É possível assumir que o ambiente social online enriquece a diversidade de opiniões propagadas em público, uma vez que "os sinais comunicados pelo ambiente social do indivíduo parecem ter se tornado mais fortes e mais plurais, ou pelo menos mais visíveis que antes, devido às opiniões da comunicação mediada por computador (SCHULTZ e ROESSLER apud RIBEIRO, LASAITIS e GURGEL, 2012, p. 9). Os pesquisadores argumentam ainda que uma página como o Bolsonaro Zuero 3.0 (RIBEIRO, LASAITIS e GURGEL, 2012) só poderá desenvolver influência direta no contexto político brasileiro quando esse tipo de discurso for incorporado na agenda de grandes veículos tradicionais de jornalismo. Por enquanto, estamos tratando de uma nova atividade midiática ainda em análise pelo mundo das comunicações: o meio virtual. 6. Considerações Finais Segundo a pesquisa do Data Popular, dos 3500 jovens entrevistados, 85% tem acesso à internet. A cada dia, os jovens se distanciam mais de meios tradicionais de comunicação, como televisão e rádio, e se aproximam das novas tecnologias que geram maior participação global e conexão entre jovens do mundo todo, podendo, dessa nova experiência de socialização, que é diferente da tradicional experiência familiar ou escolar, desenvolver novos tipos de participação e engajamento político. Devido às mudanças dos meios de comunicação, especialmente o crescimento progressivo das redes sociais, observa-se uma transformação na dinâmica da opinião pública e, portanto, na forma como grupos minoritários articulam seu discurso e reafirmam sua identidade ideológica (RIBEIRO, LASAITIS e GURGEL, 2012, p. 15). Hoje, os jovens são grandes formadores de opinião dentro e fora de casa. Isso se dá pelo maior acesso à informação que a nova geração da juventude brasileira tem, assim como pelo maior nível de escolaridade que seus pais - segundo a pesquisa do Instituto Data Popular, 70% dos jovens brasileiros estudaram mais que os pais. Nesse universo de interatividade vivido, a juventude aproveita disso para assimilar como as transformações tecnológicas interferem no próprio modo de agir, pensar e viver, além de usufruir das

possibilidades oferecidas pela internet e pelas redes sociais para utilizá-la como palco de debates políticos Alessandra Aldé (2012) concluiu que a participação política através de internet também é possível. Na verdade, o mundo virtual abre total espaço para isso. Através desse mundo, então leitor vira circulador e produtor de informações através das chamadas práticas de interatividade a partir da possibilidade de interação e dos baixos custos de publicação, gerando, assim, um caráter múltiplo de engajamento comunicativo. Vimos com o Deputado Bolsonaro que quanto mais os políticos utilizam de redes sociais, mais eles conseguem alcançar o apoio e a publicidade dos jovens. Mesmo utilizando de páginas de Facebook provedoras de pensamentos conservadores e opressores como o Bolsonaro Zuero 3.0 (RIBEIRO, LASAITIS e GURGEL, 2012), essa não deixa de ser uma prática da cultura participativa através da produção e ressignificação de conteúdo. Ribeiro, Lasaitis e Gurgel (2012), em sua pesquisa, referindo-se à página de Facebook Bolsonaro Zuero 3.0, trouxeram a mesma pergunta que proponho com esse texto: Ainda dentro dessa discussão, levanta-se a questão das relações entre participação e a nova realidade medial. Em que medida a criação de fotomontagens para fins humorísticos em uma página do Facebook pode ser considerada uma atitude política?. Podemos pensar que a página propõe, além de entretenimento, um certo engajamento político no âmbito das atitudes de comunicação defendidas por Dahlgren (2009) como também formas de participação política e engajamento. Por fim, vale ficar com a reflexão que Dahlgren (2009) nos traz de que apenas acompanhar jornais só faz do indivíduo um cidadão em potencial, mas não um cidadão de verdade. E a participação política pode, sim, se dar através de atitudes comunicacionais que são desenvolvidas pela própria juventude do século XXI. 7. Referências ALBUQUERQUE, A. As três faces do Quarto Poder. In MIGUEL, L. F. e BIROLI, F. Mídia: representação e democracia. São Paulo, 2010. ALDÉ, A. A construção da política. Rio de Janeiro, 2004. ALDÉ, A. Cidadãos na Rede: Tipos de internautas e sua relação com a informação política online. Contemporânea: Revista de Comunicação e Cultura, 2012.

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