Ambiente Alimentar Disciplina 0060014 - Necessidades Sociais de Alimentação Elaborado a partir de apresentações de Sabrina Daniela Lopes Viana e Lúcia Dias da Silva Guerra
Fatores que influenciam na alimentação Identidade cultural / Religião / Memória Familiar Preferências pessoais Presença de alguma patologia Tempo Recursos financeiros Locais disponíveis para se alimentar Local e periodicidade das compras Outros
Séc. XVI, XVII, XVIII (vida urbana, difusão cultural, novos modelos alimentares, introdução dos talheres, novos alimentos das Américas milho, agrião, mandioca, batata doce, abacaxi, caju; da Ásia: cana de açúcar, laranja, chás, tangerina, porcelana; da África: banana, inhame, dendê), uso de talheres, boas maneiras à mesa (renascimento)
Século XIX - Rápido desenvolvimento demográfico - Aumento da disponibilidade e consumo de alimentos (domínio da produção e dos meios de transportes) - Mudanças dos hábitos alimentares (alimentos tradicionais x alimentos processados) - Acesso anovas plantas alimentícias, sobretudo o milho e a batata - Revolução Agrícola, Revolução Industrial (mudança no sistema econômico: agricultura de subsistência x agricultura voltada p/ o mercado variação dos preços, flutuação das safras locais) - Além da monocultura, observa-se um aumento do consumo de carnes, leites e derivados, gorduras animal e vegetal, açúcar e alimentos adoçados - Verduras e frutas eram cultivados em pequenas hortas e nos domicílios (sazonalidade local) - Reorganização do ambiente alimentar (local globalizado)
Século XX - Expansão da indústria alimentar: técnicas de produção, preparo, refino, conservação e transformação dos gêneros alimentícios - Aumento da produção de bebidas adoçadas: refrigerantes, sucos de frutas, águas minerais etc - A alimentação torna-se um mercado de consumo de massa, concebidos e comercializados com o apoio das modernas técnicas do marketing e publicidade - Os alimentos são distribuídos por redes comerciais, com destaque da sua própria marca nos produtos - A indústria se propõe a ofertar comodidade (congelados, ligths) - Nos últimos anos há uma tendência de normatização e universalização dos modelos alimentares, resultando em ambientes alimentares homogêneos
Alimentação pode ser pensada como um complexo, em que o social/cultural, o biológico e o ecológico se interagem. Poulain e Proença (2003) propõem o conceito de espaço social alimentar para assinalar a conexão bioantropológica de um grupamento humano ao seu meio. Nesse espaço, destacam-se seis dimensões principais: Espaço do comestível Produção alimentar Espaço culinário Hábitos de consumo alimentar, Temporalidade Diferenciações sociais
POULAIN E PROENÇA, 2003 Interação: cultura, ambiente/espaço, biológico e fisiológico Espaço Social Alimentar
O espaço do comestível: a escolha que é operada pelo grupo humano no interior do conjunto de produtos vegetais e animais colocados à sua disposição.
O sistema alimentar: constitui o sistema de ação que permite a um alimento chegar ao consumidor: cultivo, colheita, distribuição, compras...
O espaço do culinário A cozinha é uma linguagem na qual cada sociedade codifica as mensagens que lhe permitem significar ao menos uma parte do que essa sociedade é. Lévi-Strauss, 1968
O espaço dos hábitos de consumo - envolve o conjunto de rituais que rodeiam o ato alimentar no seu sentido estrito: Definição de uma refeição; Organização estrutural; Jornada alimentar (número de refeições, formas, horários, contextos sociais); Modalidades de consumo (comer com garfo e faca, com a mão, com o pão); Localização das refeições; Regras de localização dos comensais; Outros aspectos variam de uma cultura à outra e no interior de uma mesma cultura, de acordo com os grupos sociais.
A temporalidade alimentar - série de ciclos temporais socialmente determinados: A cada etapa correspondem: estilos alimentares, alimentos autorizados e proibidos, os ritmos das refeições, os status dos comensais, os papéis, as condicionantes, as obrigações e os direitos.
O espaço de diferenciação social: Comer marca as fronteiras de identidade entre os grupos humanos de uma cultura e de outra, mas também no interior de uma mesma cultura, entre os membros que a constituem.
Ao analisar o Ambiente Alimentar, pensar na interação entre o social, o ecológico e o biológico.
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Referências Diez-Garcia, RW. Práticas e comportamento alimentar no meio urbano: um estudo no centro da cidade de São Paulo. Cad. Saúde Públ. 1997; 13(3):455-467. Diez-Garcia, RW. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações sobre mudanças na alimentação urbana. Rev Nutr. 2003; 16(3): 483-492. Poulain, JP; Proença, RP da C. O espaço social alimentar: um instrumento para o estudo dos modelos alimentares.rev Nutr. 2003;16(3): 245-256.