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Transcrição:

AgRg nos EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP (2010/0048449-1) Nº 1.036.396 - MG RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES AGRAVANTE : CAMARGO CORREA CIMENTOS S.A ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) AGRAVADO : ESTADO DE MINAS GERAIS PROCURADOR : CARLOS JOSÉ DA ROCHA E OUTRO(S) EMENTA TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ICMS. IMPORTAÇÃO INDIRETA. TRIBUTO DEVIDO AO ESTADO ONDE SE LOCALIZA O DESTINATÁRIO FINAL DA MERCADORIA. ACÓRDÃO EMBARGADO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 168/STJ. 1. Agravo regimental contra decisão que indeferiu liminarmente os embargos de divergência, nos termos da Súmula 168/STJ. 2. A Primeira Seção firmou o entendimento de que, nos casos de importação indireta, o ICMS deve ser recolhido no Estado onde se localiza o destinatário final da mercadoria, ou seja, o real destinatário do bem importado, sendo irrelevante o fato de a internalização ter ocorrido por estabelecimento intermediário situado em outra Unidade da Federação. Precedentes: EREsp 835.537/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 30/11/2009; EDcl no AgRg no Ag 825.553/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/8/2009; AgRg nos EDcl no REsp 1046148/MG, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, DJe 25/8/2008. 3. O acórdão que julgou o recurso especial, ora recorrido, foi claro ao consignar que "o Tribunal de origem entendeu, mediante análise das provas dos autos, que houve importação indireta e que o destinatário final da mercadoria se localizava no Estado de Minas Gerais". 4. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Eliana Calmon, Castro Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux. Brasília (DF), 26 de maio de 2010(Data do Julgamento) MINISTRO BENEDITO GONÇALVES Relator Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 1 de 9

AgRg nos EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP Nº 1.036.396 - MG (2010/0048449-1) RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES AGRAVANTE : CAMARGO CORREA CIMENTOS S.A ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) AGRAVADO : ESTADO DE MINAS GERAIS PROCURADOR : CARLOS JOSÉ DA ROCHA E OUTRO(S) RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto por Camargo Corrêa Cimentos S/A contra decisão que indeferiu liminarmente os embargos de divergência, assim ementada (fl. 837): PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ICMS. IMPORTAÇÃO INDIRETA. TRIBUTO DEVIDO AO ESTADO ONDE SE LOCALIZA O DESTINATÁRIO FINAL DA MERCADORIA. ACÓRDÃO EMBARGADO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 168/STJ. RECURSO INDEFERIDO LIMINARMENTE. Nesta oportunidade, aduz a contribuinte: É o relatório. [...] a pretensão da Agravante e a divergência por ela apontada não se referem ao recolhimento do ICMS ao Estado no qual ocorreu o desembaraço aduaneiro. Deveras, tal como demonstrado nos Embargos de Divergência, o dissídio jurisprudencial concernente ao "destinatário final" - se este seria o meramente físico, ou seja, aquele para o qual as mercadorias foram posteriormente repassadas, ou o jurídico, isto é, aquele que possui liame jurídico com a importação (importador), em nada importando o desembaraço aduaneiro. [...] Reitere-se, que, da interpretação conjugada do art. 11, inciso I, alínea d c/c o art. 12, IX, da Lei Complementar nº 87/96 (vigente à época do fato imponível), extrai-se que o sujeito passivo da obrigação tributária derivada da operação de importação é o destinatário da mercadoria afeto à mesma (importador). Ademais, prestigiando o ordenamento jurídico o princípio do destino para delimitação da sujeição ativa, o imposto será devido ao Estado onde se encontra localizado o importador, de nada intervindo, para incidência do ICMS sobre a importação, o fato da mercadoria adquirida ser posteriormente objeto de venda em operação interestadual. Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 2 de 9

AgRg nos EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP Nº 1.036.396 - MG (2010/0048449-1) EMENTA TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ICMS. IMPORTAÇÃO INDIRETA. TRIBUTO DEVIDO AO ESTADO ONDE SE LOCALIZA O DESTINATÁRIO FINAL DA MERCADORIA. ACÓRDÃO EMBARGADO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 168/STJ. 1. Agravo regimental contra decisão que indeferiu liminarmente os embargos de divergência, nos termos da Súmula 168/STJ. 2. A Primeira Seção firmou o entendimento de que, nos casos de importação indireta, o ICMS deve ser recolhido no Estado onde se localiza o destinatário final da mercadoria, ou seja, o real destinatário do bem importado, sendo irrelevante o fato de a internalização ter ocorrido por estabelecimento intermediário situado em outra Unidade da Federação. Precedentes: EREsp 835.537/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 30/11/2009; EDcl no AgRg no Ag 825.553/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/8/2009; AgRg nos EDcl no REsp 1046148/MG, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, DJe 25/8/2008. 3. O acórdão que julgou o recurso especial, ora recorrido, foi claro ao consignar que "o Tribunal de origem entendeu, mediante análise das provas dos autos, que houve importação indireta e que o destinatário final da mercadoria se localizava no Estado de Minas Gerais". 4. Agravo regimental não provido. VOTO O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Os argumentos ora ventilados não infirmam a decisão agravada, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos: Trata-se de embargos de divergência em recurso especial interpostos por Camargo Correa Cimentos S.A. contra acórdão prolatado pela Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, assim ementado (fl. 797): TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. ICMS. IMPORTAÇÃO INDIRETA. COMPETÊNCIA. DESTINATÁRIO FINAL DA MERCADORIA. SÚMULA 7/STJ. 1. Consoante entendimento desta Corte, nos termos do art. 155, IX, "a", da CF/88, na importação de mercadoria do exterior, o sujeito passivo do ICMS é o seu destinatário final. 2. Na espécie, o Tribunal estadual entendeu, mediante a análise das provas dos autos, que houve importação indireta e que o destinatário final da mercadoria se localizava no Estado de Minas Gerais. Alterar as conclusões significa adentrar no contexto fático-probatório. Incidência da Súmula 7/STJ. 3. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento. Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 3 de 9

Rejeitados os aclaratórios (fl. 813). A embargante sustenta que o acórdão ora impugnado divergiu do entendimento adotado pela Primeira Turma nos autos do REsp 282.262/RJ, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 6/11/2001 e resumido nos termos da seguinte ementa: TRIBUTÁRIO. ICMS. IMPORTAÇÃO DE ÁLCOOL CARBURANTE. ENTRADA DA MERCADORIA EM ESTADO DIVERSO DAQUELE DO ESTABELECIMENTO DO IMPORTADOR. SUJEITO ATIVO. ESTADO EM QUE LOCALIZADO O ADQUIRENTE IMPORTADOR. LEI COMPLEMENTAR 87/96, ART. 11, INC. I, ALÍNEAS 'D' E 'E'. - O sujeito ativo do ICMS é o Estado onde estiver situado o estabelecimento importador, sendo irrelevante se o produto ingressou em Estado diverso ou se a empresa do destino final do produto esteja localizada no Estado em que houve o desembaraço aduaneiro. - Mesmo sem que tenha a mercadoria ingressado em estabelecimento do adquirente, tendo sua circulação ocorrido inteiramente no Estado onde ocorreu sua chegada do exterior, ainda sim, por imposição legal, o Estado importador é que tem direito ao ICMS, pois, apesar de fisicamente interna, a operação deve ser considerada, por ficção, como interestadual. Nesse diapasão o ICMS incidente sobre a saída do produto em razão da venda subsequente feita para a Petrobrás é igualmente devido àqueles mesmos Estados importadores. - Precedente (RESP 256.814/RJ, Relatora MINISTRA NANCY ANDRIGHI, DJ de 11.09.2000, pg. 248). - Recurso especial provido. Defende a contribuinte que (fl. 822): [...] no que se refere às operações de importação, o ICMS será devido no momento do desembaraço aduaneiro da mercadoria pelo importador (destinatário do bem) ao Estado onde o mesmo se localiza. A partir daí, se esta mercadoria foi objeto de venda para outro Estado da Federação, configurar-se-á uma operação interestadual de circulação de mercadoria, sujeita, obviamente, a uma nova incidência do ICMS, completamente desvinculada da operação de importação, a qual, como visto, detém incidência específica (aspecto material: importar mercadoria). É o relatório. Decido. O presente recurso não merece prosperar, haja vista que o acórdão embargado observou a orientação jurisprudencial da Primeira Seção sobre a matéria, ratificada, recentemente, por ocasião do julgamento do EREsp 835.537/SP, de minha relatoria, publicado no DJ de 30/11/2009. Eis a ementa desse julgado: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ICMS. IMPORTAÇÃO INDIRETA. TRIBUTO DEVIDO AO ESTADO ONDE SE LOCALIZA O DESTINATÁRIO FINAL DA MERCADORIA. 1. Nos casos de importação indireta, o ICMS deverá ser recolhido no Estado onde se localiza o destinatário final da mercadoria, a despeito de ter sido esta desembaraçada por estabelecimento intermediário sediado em outra Unidade da Federação. Precedentes: EDcl no REsp 1036396/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 19/8/2009; EDcl no AgRg no Ag 825.553/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/8/2009; REsp 835.537/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 17/2/2009; AgRg nos EDcl no REsp 1046148/MG, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 4 de 9

Turma, DJe 25/8/2008; REsp 749.364/RJ, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 21/6/2007). 2. Embargos de divergência não providos. No mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: REsp 1.125.417/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJ 5/4/2010; Ag 1.274.945/MG, Rel. Min. Castro Meira, DJ 24/2/2010. Incide, pois, na espécie, a Súmula 168/STJ: "Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado." Ante o exposto, indefiro liminarmente o recurso (art. 266, 3º, do RISTJ). Cabe, ainda, por oportuno, tecer as seguintes considerações. No caso, conforme consignado no julgamento do recurso especial, "a recorrente alega que a operação de importação foi realizada em nome do próprio do estabelecimento da agravante em São Paulo, sendo que, posteriormente, as mercadorias importadas foram remetidas ao seu estabelecimento em Minas Gerais. Afirma que o imposto é cabível ao Estado de São Paulo" (fl. 794). Entretanto, o acórdão ora embargado foi claro ao consignar que "o Tribunal de origem entendeu, mediante análise das provas dos autos, que houve importação indireta e que o destinatário final da mercadoria se localizava no Estado de Minas Gerais" (fl. 794). Pois bem, reitera-se que a jurisprudência do STJ firmou o entendimento de que, nos casos de importação indireta, o ICMS deve ser recolhido no Estado onde se localiza o destinatário final da mercadoria, ou seja, o real destinatário do bem importado, sendo irrelevante o fato de a internalização ter ocorrido por estabelecimento intermediário situado em outra Unidade da Federação. A esse respeito: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ERRO MATERIAL. NÃO-OCORRÊNCIA. ICMS. IMPORTAÇÃO INDIRETA. TRIBUTO DEVIDO NO LOCAL DO DESTINATÁRIO. ART. 535 DO CPC. OFENSA NÃO CARACTERIZADA. 1. Hipótese em que as instâncias de origem, com base na prova dos autos, aferiram que houve a chamada importação indireta, realizada pela empresa estabelecida em Minas Gerais (Cenibra) por intermediária localizada em São Paulo (a recorrente). 2. A sentença consigna que há "farta prova documental, juntada aos autos, em que se comprova a simulação de operação mercantil, caracterizando a importação indireta" (fl. 128). Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 5 de 9

3. O acórdão ratifica o entendimento, já que "os produtos importados, antes mesmo da ocorrência da operação de importação, tinham como destinatário final o Estado de Minas Gerais, sem entrarem fisicamente no estabelecimento da importadora, localizado no Estado de São Paulo, configurando, pois, importação indireta." (fl. 216). 4. Não se discute que o ICMS é devido "ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço", nos termos do art. 155, 2º, IX, "a", da CF. Ademais, o egrégio STF ratifica o entendimento de que, na importação indireta ou por intermédia pessoa, o ICMS é devido no local da destinatária efetiva (Cenibra-MG), e não no da intermediária (Voith-SP). 5. Tampouco há controvérsia quanto ao produto ter sido formalmente importado pela embargante (Voith). 6. A pretensão é de reexame do fato constatado pelas instâncias de origem: houve importação indireta, ou seja, o destinatário efetivo do bem é a empresa Cenibra, que realizou a importação por intermédio da Voith (embargante). 7. Incide, na hipótese, o disposto na Súmula 7/STJ. Precedentes do STJ. 8. A alegada inexistência de má-fé por parte da embargante, que teria recolhido o ICMS em São Paulo em valor equivalente ao devido a Minas Gerais, não tem o condão de alterar a sujeição passiva do ICMS, sem prejuízo do direito de restituição daquilo que foi indevidamente pago, observados o prazo e os requisitos legais. 9. Embargos de Declaração rejeitados (EDcl no AgRg no Ag 825.553/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 19/5/2009, DJe 20/8/2009). TRIBUTÁRIO EMBARGOS À EXECUÇÃO ICMS IMPORTAÇÃO DE VEÍCULOS VIOLAÇÃO DOS ARTS. 131, 458, II, E 535, I E II, DO CPC: INEXISTÊNCIA 1. Inexiste ofensa aos arts. 131 e 458, II, do CPC quando a sentença e o acórdão recorrido encontram-se suficientemente fundamentados. Tampouco pode-se reputar omisso ou contraditório o acórdão que deixa de atender à pretensão da recorrente. Violação do art. 535, I e II, do CPC que também se afasta. 2. Acórdão recorrido que, a partir da análise da prova e dos contratos juntados aos autos, concluiu que ocorreu importação indireta, ou seja, que a importação foi realizada pela recorrente e que a empresa situada no Espírito Santo figurou como mera intermediária; portanto, o ICMS é devido ao Estado de Minas Gerais, onde se situa a importadora. 3. A jurisprudência desta Corte firmou-se no mesmo sentido do acórdão recorrido. Constatação de ofensa à lei federal que esbarra no óbice das Súmulas 5 e 7/STJ. 4. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, não provido (REsp 835.537/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 16/12/2008, DJe 17/2/2009). TRIBUTÁRIO. ICMS. ESTADO EM QUE SE SITUA O IMPORTADOR. I - O voto-vencedor do acórdão a quo é no sentido de que ocorreu "importação indireta", sendo o verdadeiro importador das mercadorias a empresa situada em Minas Gerais, tendo em vista se enquadrar esta como o "real destinatário ou destinatário final", bem como indicar a prova dos autos que as mercadorias foram importadas já com o intuito de serem enviados (sic) ao estabelecimento da ora apelante situado em Contagem, vez que foram remetidos a este, sem (sic) sua totalidade, incontinenti a sua chegada ao outro estabelecimento localizado no Estado Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 6 de 9

de São Paulo (fl. 428). II - A jurisprudência desta Corte já se manifestou no sentido de que é devido o ICMS no Estado onde localizado o estabelecimento do importador, não importando que o desembaraço aduaneiro tenha se dado em outro Estado. Sendo assim, cobra-se o referido tributo de quem realizou a importação, ou seja, quem efetivou a circulação jurídica da mercadoria. Precedentes: REsp nº 226.134/RJ, Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 01/08/2005; EDcl no AgRg no REsp nº 282.262/RJ, Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO, DJ de 08/04/2002 e REsp nº 256.814/RJ, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, DJ de 11/09/2000. III - Agravo regimental improvido (AgRg nos EDcl no REsp 1046148/MG, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 12/8/2008, DJe 25/8/2008). Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 7 de 9

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA SEÇÃO AgRg nos Número Registro: 2010/0048449-1 [PROCESSO_ELETRONICO] EREsp 1036396 / MG Números Origem: 100240444943180 10024044494318003 10024044494318004 10024044494318005 10024044494318006 10024044494318007 200800470462 PAUTA: 26/05/2010 JULGADO: 26/05/2010 Relator Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. FLAVIO GIRON Secretária Bela. Carolina Véras AUTUAÇÃO EMBARGANTE : CAMARGO CORREA CIMENTOS S.A ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) EMBARGADO : ESTADO DE MINAS GERAIS PROCURADOR : CARLOS JOSÉ DA ROCHA E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - ICMS/ Imposto sobre Circulação de Mercadorias AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : CAMARGO CORREA CIMENTOS S.A ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) AGRAVADO : ESTADO DE MINAS GERAIS PROCURADOR : CARLOS JOSÉ DA ROCHA E OUTRO(S) CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Seção, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator." Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Eliana Calmon, Castro Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux. Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 8 de 9

Brasília, 26 de maio de 2010 Carolina Véras Secretária Documento: 976725 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/06/2010 Página 9 de 9