CENÁRIO E MERCADO RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 1T2017 O começo do ano de 2017 apresentou uma ligeira melhora em relação ao mesmo período de 2016. Esse resultado foi conduzido principalmente por uma retomada das expectativas, com sinais favoráveis de recuperação da atividade econômica e pela desaceleração acentuada da inflação que abriu espaço para uma queda mais forte da taxa de juros. De modo geral, os índices de confiança de diversos agentes do mercado apresentaram melhora no período, todavia, as incertezas do ambiente político do país continuam a apresentar impacto em diversos segmentos da economia. A Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) apontou uma ligeira retomada na demanda por painéis de madeira. Segundo os dados apurados pela associação, a demanda doméstica de painéis de madeira cresceu 3% no acumulado até março de 2017, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Houve ainda no trimestre uma expansão das exportações do setor da ordem de 39%. No segmento de materiais de construção, percebeu-se um mercado ainda em retração, porém com um ritmo de queda mais lento. O índice ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) sinalizou queda de 6,3% do faturamento deflacionado dessa indústria e de 6,7% dos empregos do setor em relação ao mesmo período do ano passado. GESTÃO ESTRATÉGICA E INVESTIMENTOS Os investimentos consolidados da Duratex no primeiro trimestre do ano foram de R$ 98,4 milhões. Desse montante, R$ 43,9 milhões foram destinados para manutenção fabril e R$ 54,5 milhões de OPEX florestal. Para o ano de 2017, os investimentos da Companhia estão focados na sustentação das operações atuais, e devem representar R$ 420,0 milhões. O ano de 2017 deve ainda ser um ano de recuperação e ajustes para Duratex. Após três anos de retração das operações e, consequentemente, do resultado, a expectativa é que o ano presente seja de mais estabilidade e o início de uma retomada da atividade. Portanto, a continuidade dos projetos que permeiam a Agenda Interna da Companhia e a inclusão de outros temas como prioridade no Sistema de Gestão Duratex são o foco da Organização para o ano. As iniciativas que compõe o Sistema de Gestão Duratex continuarão voltadas para: (i) redução dos custos de insumo e ganhos de produtividade industrial e florestal; (ii) o programa de Orçamento Base Zero e Gerenciamento Matricial de Despesas com foco em custos e despesas fixas; (iii) melhoria do sistema logístico, para otimizar o nível de serviço e custo de frete; (iv) redução do investimento em capital de giro da Companhia, com foco em redução dos estoques e alongamento do prazo de pagamento a fornecedores. Está em operação um novo processo de S&OP (Sales and Operations Planning) para aprimorar a gestão de estoques, melhorar o nível de atendimento e incrementar a produtividade industrial. Esse processo consiste em um planejamento de produção mais aderente à demanda. No contexto de sistemas, a Duratex permanece atuando na otimização dos seus sistemas de informação. Para 2017, continua a implementação de uma nova ferramenta comercial, que irá tornar mais dinâmico e efetivo o processo de vendas, e uma revitalização dos controles de estoques e de apontamento de produção, com o intuito de deixar esses processos mais eficientes. Em complemento a essas iniciativas, estamos iniciando o desenvolvimento de projetos ligados a negócios digitais, de forma a antecipar tendências de mercado. Todos esses movimentos permeiam um contexto de renovação cultural da Duratex. Desde o último trimestre de 2015, com o apoio da BTA Consultoria, a Companhia está desenvolvendo e implementando um ambicioso projeto de transformação cultural. O propósito dessas mudanças é tornar a Duratex mais forte, competitiva e eficiente. 1
SUMÁRIO FINANCEIRO CONSOLIDADO (1) EBITDA (Earnings Before Interest,Taxes, Depreciation and Amortization): medida de desempenho operacional de acordo com a Instrução CVM527/12. (2) EBITDA ajustado por eventos não caixa advindos da variação do valor justo dos ativos biológicos e combinação de negócios, além de eventos extraordinários. (3) Liquidez Corrente: Ativo Circulante dividido pelo Passivo Circulante. Indica a disponibilidade em R$ para fazer frente a cada R$ de obrigações no curto prazo. (4) Endividamento Líquido: Dívida Financeira Total ( ) Caixa. (5) Alavancagem financeira calculada sobre o EBITDA recorrente dos últimos 12 meses, ajustado pelos eventos de natureza contábil e não caixa. (6) ROE (Return on Equity): medida de desempenho dado pelo Lucro Líquido do período, anualizado, pelo Patrimônio Líquido médio. (7) Lucro Líquido por Ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da Companhia pela quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o período, excluindo as ações ordinárias mantidas em tesouraria. VALOR ADICIONADO O Valor Adicionado no trimestre totalizou R$ 371,6 milhões. Desse montante, R$ 102,4 milhões, equivalentes a 27,5% do Valor Adicionado total, foram destinados aos governos federal, estadual e municipal na forma de impostos e contribuições. 2
OPERAÇÕES Divisão Madeira (1) Trata-se do EBITDA, de acordo com a sistemática da Instrução CVM 527/12. A partir deste resultado, e de forma a melhor transmitir a geração operacional de caixa da Companhia, dois ajustes são realizados: expurgo de eventos de caráter contábil e não caixa do EBITDA e desconsideração de eventos de natureza extraordinária. Desta forma, e alinhada às melhores práticas, segue o cálculo do indicador que melhor reflete a geração de caixa da Companhia. (2) Eventos de natureza extraordinária, a saber: 1T17: resultado apurado da venda de terras da controlada Duratex Florestal (-) R$ 2.672 mil; 4T16: (i) resultado apurado da venda de terras da controlada Duratex Florestal (-) R$ 30.939 mil; (ii) resultado apurado da venda da linha de móveis da Tablemac (+) R$ 2.793 mil. O início do ano de 2017 permaneceu adverso para Divisão Madeira. Todavia, apesar desse cenário, o resultado verificado no trimestre foi melhor que o mesmo trimestre do ano passado, mostrando uma tendência positiva. Mesmo com menores volumes expedidos, a margem EBITDA ampliou de 11,6% apurado no mesmo período de 2016 para 15,0% nesse trimestre. A demanda ainda baixa pressionou os preços no final de 2016 e no começo do ano, prejudicando a rentabilidade da Divisão. Além disso, principalmente nos dois primeiros meses do ano, a concentração de venda de painéis foi para a indústria moveleira, em que os produtos vendidos apresentam menor valor agregado, refletindo em um mix de produtos menos rentável no trimestre. Vale ressaltar que, já no mês de março, o aumento de preço implementado nesse mix produtos, aliado a um aumento de volume nas linhas de revestimento mais nobres, impactaram positivamente o desempenho da Divisão Madeira. No âmbito de custos, o principal impacto foi um aumento oriundo da parada programada para manutenção em algumas linhas de painéis de madeira, evento que é comum no início do ano. Conjuntamente, os menores volumes no trimestre tiveram impacto negativo na diluição de custos fixos da Divisão. Por fim, seguindo a estratégia de desmobilização de ativos excedentes da Duratex, houve no trimestre a venda de fazendas da controlada Duratex Florestal, cujo resultado apurado foi de R$ 2,7 milhões. Essa operação não prejudica a capacidade de suprimento das unidades industriais da Companhia. Para efeitos de EBITDA recorrente, esse evento extraordinário foi desconsiderado. 3
Divisão Deca (1) EBITDA (Earnings Before Interest,Taxes, Depreciation and Amortization): medida de desempenho operacional de acordo com a Instrução CVM527/12. O setor de materiais da construção civil, em que a Deca está inserida, continua retraído em função das condições de mercado adversas dos períodos anteriores que permanecem. Porém, ainda em um cenário desfavorável, a Divisão Deca apresentou no trimestre uma robusta evolução de seu resultado operacional. Os volumes da divisão cresceram substancialmente em comparação com os dois períodos de referência, acumulando um aumento de 14,5% em relação ao trimestre anterior e 25,5% contra os três primeiros meses de 2016. Apesar de um mix levemente menos favorável que nos períodos anteriores, o resultado da divisão subiu de 12,2% de margem EBITDA no primeiro trimestre de 2016 para 16,5% de margem no início desse ano. Portanto, o EBITDA apurado no trimestre foi de R$ 56,6 milhões. As principais alavancas dessa melhora de resultado foram uma base de custos mais enxuta e maiores volumes. Logo, esse fator corrobora com as iniciativas do Sistema de Gestão Duratex e com os ajustes de capacidades realizados ainda no segundo semestre do ano passado. Novamente, a Deca apresentou resultado superior à média de mercado, pois apresentou volumes e receita crescentes em um cenário em que a ABRAMAT mostrou uma retração no setor de 6,3%. As projeções da Associação apontam para uma estabilidade no ano de 2017 em relação a 2016, o que é compatível com a desaceleração da queda do indicador percebida nos últimos meses. MERCADO DE CAPITAIS E GOVERNANÇA CORPORATIVA Ao final do primeiro trimestre de 2017, a Duratex apresentava um valor de mercado equivalente a R$ 6.341,5 milhões, tendo como base a cotação final da ação de R$ 9,20. Foram realizados no trimestre 311,3 mil negócios com as ações da Duratex no mercado à vista da BM&FBovespa, que representou um giro financeiro equivalente a R$ 895,9 milhões ou uma média diária de negociação de R$ 14,4 milhões. As ações da Duratex estão listadas no Novo Mercado, segmento da BM&FBovespa que reúne companhias com o mais elevado padrão de governança corporativa. A Companhia também possui uma política diferenciada de distribuição de dividendos, equivalente a 30% do lucro líquido ajustado e aderiu ao Código Abrasca de Autorregulação e Boas Práticas das Companhias Abertas. 4
DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL Apesar do aumento pontual do quadro de colaboradores no início do ano, para ajustar a capacidade de produção de algumas unidades da Companhia, o montante destinado a título de remuneração reduziu nominalmente em relação aos períodos de comparação. Isso reafirma o programa de Orçamento Base Zero da Duratex e o compromisso de adequar as despesas com pessoal ao contexto de mercado. No primeiro trimestre desse ano, foram destinados R$ 102,7 milhões a remuneração de pessoal. AUDITORES INDEPENDENTES A política de atuação da Companhia na contratação de serviços não relacionados à auditoria externa junto aos nossos auditores independentes se fundamenta nos princípios internacionalmente aceitos que preservam a independência desses auditores e consistem em: (a) o auditor não deve auditar o seu próprio trabalho, (b) o auditor não deve exercer funções gerenciais no seu cliente e (c) o auditor não deve promover os interesses de seu cliente. Em atendimento à Instrução CVM nº 381, de 14.01.2003, e ao Ofício-Circular CVM/SNC/SEP nº 002/2006, de 28.12.2006, a Duratex e suas controladas informam que no período de janeiro a março de 2017 não contrataram outros serviços, que não sejam relacionados aos de auditoria da empresa Ernst & Young Auditores Independentes S.S., responsáveis pela auditoria externa da Companhia. AGRADECIMENTOS Agradecemos o apoio recebido de acionistas, a dedicação e o comprometimento de nossos colaboradores, a parceria com fornecedores e a confiança em nós depositada por clientes e consumidores. A Administração 5