TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 9 de março de 2017.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores TORRES DE CARVALHO (Presidente) e ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores OCTAVIO MACHADO DE BARROS (Presidente) e HENRIQUE HARRIS JÚNIOR.

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Transcrição:

Registro: 2017.0000362496 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053, da Comarca de, em que é apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO e Recorrente JUIZO EX OFFICIO, são apelados CLARICE SAMPAIO AZEVEDO, ANTÔNIO JOSÉ AZEVEDO, JOAQUIM AUGUSTO AZEVEDO, LOURDES SAMPAIO AZEVEDO ROLDON e ALZIRA DA CONCEIÇÃO SAMPAIO AZEVEDO MARIOTO. ACORDAM, em 8ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento aos recursos. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LEONEL COSTA (Presidente), BANDEIRA LINS E ANTONIO CELSO FARIA., 24 de maio de 2017. LEONEL COSTA RELATOR Assinatura Eletrônica

Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 Apelante: Fazenda do Estado de Recorrente: Juizo Ex Officio Apelados: Clarice Sampaio Azevedo, Antônio José Azevedo, Joaquim Augusto Azevedo, Lourdes Sampaio Azevedo Roldon e Alzira da Conceição Sampaio Azevedo Marioto Interessado: Inspetor Fiscal Secretaria da Fazenda do Estado de Comarca: PROCESSO ELETRÔNICO - MANDADO DE SEGURANÇA REEXAME NECESSÁRIO APELAÇÃO: 1008812-59.2017.8.26.0053 RECORRENTE: JUÍZO EX-OFFÍCIO APELANTE: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO APELADO: CLARICE SAMPAIO AZEVEDO E OUTROS Juiz 1ª Instância: Maria Fernanda de Toledo Rodovalho VOTO 26890 APELAÇÃO E REEXAME NECESSÁRIO MANDADO DE SEGURANÇA ITCMD (IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO) ALTERAÇÃO DA SUA BASE DE CÁLCULO DO ITCMD DE BEM IMÓVEL VALOR VENAL DO IPTU E NÃO VALOR VENAL DE REFERÊNCIA DO ITBI Artigo 13 da Lei n.º 10.705/2000 determina que a base de cálculo do imposto é o valor venal do imóvel A alteração da base de cálculo, para que seja o valor de referência do imóvel do ITBI por Decreto 55.002/2009, ofende o princípio da legalidade tributária Normatização inferior contraria expressamente o disposto no artigo 150, inciso I, da Constituição Federal e artigo 97, incisos II e IV do Código Tributário Nacional Regra geral determina a impossibilidade de criar ou majorar tributos senão por lei Precedentes desta C. Câmara Sentença mantida. Reexame necessário e recurso Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 -Voto nº 2

voluntário não providos. Vistos. Trata-se de mandado de segurança impetrado por Clarice Sampaio Azevedo e outros contra ato do Inspetor Fiscal Secretaria da Fazenda do Estado de, buscando seja autorizado o recolhimento do ITCMD com base nos valores venais dos imóveis lançados nos carnês do IPTU, afastando-se a utilização do valor de referência. A r. sentença de fls. 284/289 concedeu a segurança, para afastar a utilização do valor venal de referência e determinar o recolhimento do ITCMD utilizando como base de cálculo o valor venal estabelecido para fins de IPTU. Sem condenação em honorários de sucumbência, nos termos do artigo 25, da Lei nº 12.016/09. Apela a Fazenda Pública do Estado de a fls. 294/305. Alega que nos termos da lei a base de cálculo do ITCMD é o valor de mercado do bem. Afirma que não houve excesso do administrador na regulamentação da lei estadual. Aduz que só ao legislador estadual compete a fixação de regras sobre impostos cuja instituição seja de sua competência, desde que respeitadas as limitações ao poder de tributar e os limites gerais. Ressalta que a Lei Estadual nº 10.705/00 dispõe sobre o imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos, estabelecendo que a base de cálculo do ITCMD é o valor venal do bem ou direito. Realça que se deve observar que a lei em questão considera o valor venal o valor de mercado do bem ou direito na abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação. Sustenta que, quanto à fixação do valor do bem imóvel a ser usado como base de cálculo do ITCMD, a atribuição do valor ao bem pelo contribuinte está sujeita à anuência pela Fazenda. Colaciona jurisprudência a seu favor. Pleiteia a denegação da segurança. Recurso tempestivo, isento de preparo e respondido (fls. 311/315). É o relatório do necessário. Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 -Voto nº 3

Voto. Considera-se interposto o reexame necessário, cumprindo o duplo grau de jurisdição determinado pelo artigo 14, 1º, da Lei nº 12.016/2009, pois houve a concessão da ordem. O recurso e a remessa oficial não comportam provimento. A Lei Estadual nº 10.705/2000, ao instituir a base de cálculo do ITCMD Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos, dispôs sobre a base de cálculo do valor do imposto: Artigo 9.º - A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito transmitido, expresso em moeda nacional ou em UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de ). 1.º - Para os fins de que trata esta lei, considera-se valor venal o valor de mercado do bem ou direito na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação. (...) Artigo 13 - No caso de imóvel, o valor da base de cálculo não será inferior: I - em se tratando de imóvel urbano ou direito a ele relativo, ao fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU; O regulamento do ITCMD foi determinado pelo Decreto nº 46.655/2002, que previu que o valor da base de cálculo do tributo incidente sobre o bem imóvel urbano não será inferior ao fixado para lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, IPTU, nos termos do artigo 16, inciso I, alínea a : Artigo 16 - O valor da base de cálculo, no caso de bem imóvel ou direito a ele relativo será (Lei 10.705/00, art.13): I - em se tratando de: Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 -Voto nº 4

a) urbano, não inferior ao fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU; b) rural, não inferior ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para o efeito de lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Ruarl - ITR; II - o valor pago pelo "de cujus" até a data da abertura da sucessão, quando em construção; III - o valor do crédito existente à data da abertura da sucessão, quando compromissado à venda pelo "de cujus". Parágrafo único - Em se tratando de imóvel rural, poderão ser adotados os valores médicos da terra-nua e das benfeitorias divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de ou por outro órgão de reconhecida idoneidade, vigentes à data da ocorrência do fato gerador, quando for constatado que o valor declarado pelo interessado é incompatível com o de mercado. Contudo, posteriormente, o Decreto nº 55.002/2009 alterou o regulamento do ITCMD, passando a redação do parágrafo único do artigo 16 acima mencionado a permitir a adoção do valor de referencia do ITBI para cálculo do imposto: Artigo 1º - Passa a vigorar com a redação que se segue o parágrafo único do artigo 16 do Regulamento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - RITCMD, aprovado pelo Decreto 46.655, de 1º de abril de 2002: Parágrafo único - Poderá ser adotado, em se tratando de imóvel: 1 - rural, o valor médio da terra-nua e das benfeitorias divulgado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de ou por outro órgão de reconhecida idoneidade, vigente à data da ocorrência do fato gerador, Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 -Voto nº 5

quando for constatado que o valor declarado pelo interessado é incompatível com o de mercado; 2 - urbano, o valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI divulgado ou utilizado pelo município, vigente à data da ocorrência do fato gerador, nos termos da respectiva legislação, desde que não inferior ao valor referido na alínea a do inciso I, sem prejuízo da instauração de procedimento administrativo de arbitramento da base de cálculo, se for o caso. (NR). Assim, ocorre que houve, por Decreto, alteração de base de cálculo de imposto, com aumento substancial do imposto exigido do contribuinte. É certo que a adoção do valor venal de referência do ITBI para cálculo do ITCMD fere o princípio da legalidade tributária, segundo o qual, em linhas gerais, determina que somente a lei pode criar ou majorar tributos. Em que pese a competência dos Estados em instituir imposto sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (artigo 155, inciso I, da Constituição Federal), é necessário que sua majoração observe o preconizado no artigo 97 do Código Tributário Nacional, que assim disciplina: Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 -Voto nº 6

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. É a mesma lógica a previsão do artigo 150, inciso I, da Constituição Federal, nos sentido de que é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Sendo assim, alterada a base de cálculo do ITCMD por Decreto, normatização inferior, é patente a inobservância do princípio da legalidade tributária. Nesse sentido entende esta C. 8ª Câmara: APELAÇÃO MANDADO DE SEGURANÇA. ITCMD. Base de cálculo que deve corresponder ao valor venal para fins de cobrança do IPTU. Inteligência do art. 38, do Código Tributário Nacional e arts. 9º e 13, da Lei Estadual nº 10.705/00. Impossibilidade de se majorar tributo por meio de decreto. Legalidade tributária (art. 150, inciso I, da Constituição Federal, c.c. art. 97, incisos II e IV, 1º, do Código Tributário Nacional). Recursos oficial e voluntário desprovidos. (Apelação 1026788-27.2016.8.26.0114; Relator Desembargador Bandeira Lins; j. 26/04/2017). APELAÇÃO CÍVEL Mandado de Segurança Determinação de valor venal de imóvel para cobrança de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos ITCMD, Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 -Voto nº 7

com adoção de base de cálculo de ITBI, nos termos do que dispõe o Decreto Estadual n 55.002/09 Alteração de base de cálculo e subsequente majoração de tributo que só pode ser realizada por meio de lei Ofensa ao princípio da Legalidade, violação ao art. 150, inciso I, da Constituição Federal e art. 97, II, 1º, do Código Tributário Nacional Sentença que julgou procedente o pedido Manutenção Recursos oficial e voluntário não providos. (Apelação 1026885-50.2015.8.26.0053; Relator Desembargador Antônio Celso Faria; j. 18/11/2015). voluntário. Diante do exposto, nego provimento ao reexame necessário e ao recurso Descabe em mandado de segurança a condenação em honorários advocatícios (art.25 da Lei 12.016/2009). Leonel Costa Relator Apelação / Reexame Necessário nº 1008812-59.2017.8.26.0053 -Voto nº 8