CIRURGIA PEDIÁTRICA da CABEÇA e PESCOÇO



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Transcrição:

1 Curso de Medicina da ULBRA 2004/01 Disciplina de Pediatria Área Cirurgia Pediátrica - Prof. Lionel Leitzke CIRURGIA PEDIÁTRICA da CABEÇA e PESCOÇO Afecções prevalentes LINFADENITES CERVICAIS CRÔNICAS Definição Aumento de volume dos gânglios linfáticos. Aproximadamente 300 gânglios (30% de todos nossos linfonodos) situam-se na cabeça e pescoço. E, praticamente, todas as crianças nalgum momento de sua infância terão uma benigna Hiperplasia Linfóide Inespecífica cervical ou submandibular, secundária a infecções naso-orofaríngeas. Etiopatogênia - muito variada (de vírus, bactérias, fungos, parasitas à neoplasias). Hiperplasia linfóide inespecífica (+ comum e > nas viroses repiratórias) Linfadenite aguda supurativa (Streptococus hemoliticus e Staphylococus aureus) Linfadenite tuberculosa ou por micobactérias atípicas Doença da arranhadura do gato ( Cat-scracht disease por bactérias do genero Rochalimaea) -> início 3-5 dias após arranhadura, involui em até 90 dias, mas supura e tem febre em 25 % Paracoccidiomicose (Blastomicose sul-americana) Linfomas de Hodgkin e não-hodgkin Neuroblastoma Metástases Aumento progressivo e crônico de 1 gânglio ou de 1 massa ganglionar Cadeias ganglionares cranio-cervicais - Pré-auricular drena região dos olhos e ½ anterior do couro cabeludo - Retroauricular drena ½ posterior do couro cabeludo e região cervical posterior - Submandibular, cervical anterior e jugular drenam boca, dentes, gengiva, faringe, nasofaringe, seios da face e cadeia pré-auricular - Supraclavicular e cervical posterior drena cadeia cervical superficial mediastino, pulmões e trato digestivo superior Diagnóstico e diagnósticos diferenciais Avaliar características do gânglio (localização, tamanho, consistência, mobilidade, confluência, flutuação, sinais flogísticos, aderencias ) SUPERCÍLIO de neonatos e lactentes Extremidade lateral = CISTO DERMÓIDE => exérese cirúrgica Extremidade medial (junto ao nariz) => Encefalocele (?) 1

2 Exames complementares Exames de laboratório Hemograma, PPD, PPD-B, Mononucleose, Toxoplasmose, Rubéola, Intradermoreação para Arranhadura do gato,... Rx de tórax na suspeita de Linfadenite tuberculosa Ecografia com Doppler colorido vascularização anormal em 98% dos malignos T.C. x R.M. x Biópsia por agulha fina x Exérese do gânglio Expectante (normas abaixo) Antibióticoterapia + Drenagem nas formas supurativas Biópsia por ressecção 1 aria. do(s) gânglio(s) (Anátomo-patológico + imprinting ) Fatores indicadores de malignidade - Idade do paciente (+) velho - Localização supraclavicular - Tamanho > 2 3 cm. de diâmetro - Aderidos a planos profundos - Gânglios em + de 3 regiões cervicais - Alterações no Rx de tórax Indicações cirúrgicas - Gânglios > 2 cm. e com + 6 semanas de evolução - Gânglios < 2 cm. e que estão crescendo após 8 semanas de evolução - Massas ganglionares, com gânglios duros, indolores, coalescentes - Ganglios supra-claviculares e cervicais posteriores baixos - Abscesso grande com flutuação -> drenagem Recursos preventivos - para as doenças de base - não involução da massa ganglionar - cirurgicas não cicatrização da drenagem (Tuberculose e micobactérias) Prognóstico variável conforme a etiologia ANGIODISPLASIAS Definições ANGIODISPLASIAS defeitos no desenvolvimento ou organização (hamartomas) do tecido vascular sangüineo ( = HEMANGIOMAS), linfático ( = LINFANGIOMAS) ou misto ( = LINFOEMANGIOMA) 1 : 20 nascimentos (5%) 15 % - múltiplos 3 femininos : 1 masculino 60 % localizam-se na cabeça e pescoço HEMANGIOMAS (HM) 2

3 Etiopatogênia - defeitos na embriogênese dos vasos sangüineos. Classificação de Mulliken (1982) Hemangiomas proliferativos causados pela proliferação anormal do endotélio vascular. São os hemangiomas fragiformes e tuberosos. Caracterizam-se por crescimento rápido, seguido geralmente de lenta involução. Malformações vasculares etiologia desconhecidas São os Hemangiomas cavernosos, planos e os linfangiomas. PLANOS = capilares ou manchas de vinho do Porto manchas róseas (+ superficiais) a vinhosas (+ profundas), irregulares, limites precisos, áreas variáveis, existentes desde o nascimento e durante a vida persistem inalterados ou com leve hipertrofia e nódulos. - Anátomo Patológico só rede vascular aumentada, com predomínio capilar. TUMORAIS FRAGIFORMES ou TUBEROSOS= tipo framboesa ou morango. Seu estudo histológico mostra hiperplasia endotelial. São a imensa maioria dos casos (+80%) e sua evolução é: - RN surge o ponto vermelho - Até 3 meses crescimento rápido em volume e extensão - 3-6 meses crescimento lento e só em volume - 6-12 meses estaciona - 1-2 anos diminui volume e epiteliza até 50 % da superfície - 2-10 anos epitelização final, permanecendo a pele discrômica, irregular e com cicatrizes, tipo Peau D Orange CAVERNOSOS = violáceos (pele e mucosa), depressíveis, > com calor, postura, Valsalva, menarca e gravidez. Estão presentes ao nascer, evoluem lentamente e não involuem. Seu estudo histológico mostra vasos ectásicos, lagos venosos, endotélio com escasso estroma fibroso TODOS podem ter sangramentos, ulceras, infecções, invadir orifícios corporais Há necessidade de pesquisar síndromes nos seguintes casos : Maffuci = HM. cavernosos + discondroplasias de extremidades. 20 % malignizam em Condrosarcomas Beckwith-Wiedmann = HM. plano de face + macroglossia + Nesidioblastose + malformações renais e hepáticas + defeito umbilical, e alto risco de desenvolver neoplasias embrionárias Klippel-Trenaunay = HM. plano + veias varicosas (tromboflebites, celulites) com hipertrofia progressiva do membro Parkes-Weber = Klippel-Trenaunay + fístula artériovenosa comprovada Sturge-Weber = HM. plano região do nervo trigêmio + angiodisplasias neurológicas e oculares Kasabach-Merrit = Extenso HM. tuberoso e Púrpura Trombocitopênica, + em RN Blue rubber bleb nevus múltiplos hemangiomas cavernosos, pequenos, purpúreos, que ao serem comprimidos parecem ser de borracha. São freqüentes também no sistema digestivo, provocando sangramentos. 3

4 Planos = laser de luz amarela ou exérese cirurgica Fragiformes - Expectante na maioria dos casos, respeitando a evolução natural - Corticóide ou Interferon nos primeiros meses de vida se crescimento alarmante - Compressivo - Cirurgia com exérese da lesão na fase inicial, ou com correção das sequelas após a atrofia. - Laser para as teleangiectasias residuais Cavernosos - Expectante se assintomático, estacionado, - Escleroterapia, se predominância venosa - Artériografia com embolização, se predominância arterial - Meias elásticas, se ectasia acentuada nos membros - Cirurgia, com remoção total ou em etapas Estéticas tumor, mancha avermelhada, cicatriz,... Infecções Sangramentos Seromas, Hematomas LINFANGIOMAS (LF) ou Higromas císticos 1 : 12.000 nascimentos e + 50% é evidente no período neonatal 75 % localizam-se na cabeça e pescoço e 20% são axilares 30 a 70 % dos pacientes tem alterações cromossômicas. Ex.: Turner, Down Etiopatogênia - defeitos na embriogênese dos vasos linfáticos Classificação de Mulliken (1982) Hemangiomas proliferativos causados pela proliferação anormal do endotélio vascular. São os hemangiomas fragiformes e tuberosos. Caracterizam-se por crescimento rápido, seguido geralmente de lenta involução. Malformações vasculares etiologia desconhecidas São os Hemangiomas cavernosos, planos e os linfangiomas Capilar = pequenas vesículas superficiais na mucosa/pele Cavernoso = canais linfáticos dilatados, mais profundos, com musculatura lisa na parede Cístico ou Higroma cístico = múltiplos cistos coalescentes, limites imprecisos, invasão de planos profundos (língua, tórax, vias aéreas,...) TODOS podem ter sangramentos, infecções, drenagem, acúmulo líquido e dor Pré-natal ecografia no 3 º trimestre da gestação 4

Pós-natal Rx tórax & Ecografia & Ressonância Magnética 5 Ressecção cirúrgica completa em todos os casos, em vários tempos cirúrgicos, s/n. Se envolver o nervo facial ou nervos cranianos, deve ser feito após os 6 meses de idade, e com o uso de estimulador de nervo. Traqueostomias & Gastrostomias nos casos inoperáveis. Experimental -> injeções esclerosantes do imunoestimulante OK-432 Estéticas tumor, mancha avermelhada, cicatriz,... Infecções Sangramentos LF -> Seromas, Hematomas em + 50% -> Recidiva = 12 a 50 % -> Lesão de nervos importantes = 17 % -> Óbito = 3,4 a 5,7 % CISTOS E FÍSTULAS CERVICAIS Definições FISTULA são comunicações anômalas entre ectoderma e endoderma. CISTOS são tecidos isolados sem comunicação externa SINUS (Seio) só há comunicação para um lado ( ectoderma ou endoderma) APÊNDICES são restos cartilaginosos recobertos por plicoma cutâneo Anomalias do ducto tireoglosso ocorrem em 7% da população, e são 2 3 vezes + frequentes que as anomalias branquiais Entre as branquiais, as do 2 º arco branquial são 6 x mais frequentes, e em 10 a 30 % são bilaterais. Etiopatogênia REMANESCENTES BRANQUIAIS -> Entre 4 ª e 6 ª semanas de vida do embrião surgem de 4 5 evaginações (Branquiais = guelras dos peixes) - 1 º arco -> O trajeto da fístula vai da região submandibular ao conduto auditivo externo. - 2 º arco -> O trajeto da fístula vai da borda anterior do esternocleidomastóideo até a fossa tonsilar, passando pela bifurcação da carótida comum e anterior aos nervos hipoglosso e glossofaríngeo. - 3 º arco -> O trajeto da fístula vai da porção clavicular do músculo esternocleidomastóideo, passando posterior a carótida até o seio piriforme. (Próximo aos nervos vago, hipoglosso e laríngeo superior) - 4 o. arco -> semelhante ao terceiro, só acaba na porção caudal do seio piriforme. REMANESCENTES do TIREOGLOSSO -> Na 4 ª semana de vida embrionária, no assoalho da faringe primitiva surge um broto endodérmico que migra no sentido caudal, passando posterior ou através do futuro osso hióide, e dando origem ao ducto tireoglosso, o qual bifurca para formar a glândula tireóide. Após a 7 ª 5

6 semana o ducto tireoglosso deve obliterar e atrofiar, restando somente o lobo piramidal da tireóide. Fístulas = saída de material mucoso ou purulento (comum na 1 ª década de vida) Cistos = tumores císticos (+ comum na 2 ª década de vida) LATERAIS = BRANQUIAIS -> Fïstulas, cistos (infectados ou não), sinus surgem desde anteriores ao pavilhão auricular, passando pela borda da mandíbula até a borda medial do músculo esternocleidomastóide na sua inserção clavicular. OBS.: Apêndices e sinus pré-auriculares são considerados anomalias do broto mesenquimal responsável pela formação do pavilhão auricular (nunca tem comunicação com conduto auditivo). A maioria tem antecedentes familiares e são bilaterais. LINHA MÉDIA = TIREOGLOSSO -> Fístulas, cistos (infectados ou não) móveis à deglutição ou à protusão da lingua Linfoadenomegalia, Cisto dermóide, Higroma cístico, Linfoma, Tireóide ectópica,... Exames complementares BRANQUIAIS - > 15% casos (Ecografia, TC, RNM) x Biópsia com agulha fina -> 3 º arco - Esofagograma TIREOGLOSSO -> Ecografia e/ou Cintilografia da tireóide Infectados -> Drenagem local + antibióticoterapia V.O. Não infectados -> Ressecção cirúrgica completa (+ breve possível) Apêndices pré-auriculares por motivos estéticos Sinus pré-auriculares pelo risco de infecções Branquiais - c/ estimulador de nervo Tireoglosso com retirada obrigatória do terço médio do osso hióide. Abscessos ( diagnóstico tardio) Lesão do nervo facial nas anomalias do 1 º arco branquial Recidivas Ex.: Cisto tireoglosso ocorre em 3 a 5 % se retirar o osso hióide, e em 50 % se deixar o osso hióide. Malignização do tireoglosso Prevenção desconhecida TORCICOLO CONGÊNITO Conceito - É a fibrose, o encurtamento do músculo esternocleiodomastóide, podendo causar assimetria craniofacial com hipoplasia hemifacial. (Plagiocefalia). 6

- em ± 20 % dos partos pélvicos 7 Etiopatogênia - desconhecida Ruptura do músculo durante o trabalho de parto Seqüela de uma isquemia muscular no período fetal COM NÓDULO muscular duro, indolor, e cabeça virada para o mesmo lado (rotação homolateral). É a forma mais comum, típica em RN e lactentes. SEM NÓDULO - anomalia de postura, com rotação da cabeça para o lado afetado, c/ ou s/ assimetria facial provocada por fibrose muscular e retração cervical. Ocorre em crianças maiores. Exames complementares Rx de cranio e coluna cervical -> pesquisar fratura de clavículas / subluxação C 1 /C 2 Ecografia cervical -> avaliar fibrose e tamanho da área comprometida Cisto branquial Linfadenopatia cervical Linfangioma cístico CLÍNICAS Fisioterapia precoce, com alongamento passivo do músculo afetado (15 a 20 movimentos 3 x ao dia por no mínimo 3 meses) Incentivo a rotação cervical ativa contralateral (aleitamento, luz, sons, cores,...) CIRÚRGICAS Após os 6 9 meses de idade, em caso de insucesso no tratamento clínico, realizase a secção transversal do músculo e de todo tecido fibroso (nódulo), ou na união dos feixes esternal e clavicular do músculo. Prevenção - evitar estiramento cervical excessivo nas manobras obstétricas Estéticas hipoplasia hemifacial / assimetria facial de lenta recuperação Recidiva por tratamento inadequado Prognóstico + 80 % tem excelente resposta ao tratamento clínico 7