Panorama do Mercado de Trabalho. Centro de Políticas Públicas do Insper

Documentos relacionados
Panorama do Mercado de Trabalho Brasileiro

Panorama Mercado de Trabalho

Panorama do Mercado de Trabalho PNAD Contínua. Centro de Políticas Públicas do Insper

Panorama Educacional Brasileiro

Panorama Educacional Brasileiro

Panorama Educacional Brasileiro

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO NORTE. Relatório 2: O Mercado de Trabalho Formal no Rio Grande do Norte

MERCADO DE TRABALHO NO RJ: uma análise da PNAD de 2012

25/11/2016 IBGE sala de imprensa notícias PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução

Pesquisa Mensal de Emprego Maio 2004

SOCIAL MERCADO DE TRABALHO: ESTAMOS DIANTE DA RETOMADA?

ESTUDO TÉCNICO N.º 11/2015

Boletim PNAD Resultados da PNAD 2011 Mercado de trabalho Janeiro de 2013

Uma análise do período sob a ótica do Índice da Condição do Trabalho (ICT DIEESE)

Tendências Recentes do Mercado de Trabalho Brasileiro

PERFIL DO MICROEMPREENDEDOR

RELATÓRIO MENSAL SOBRE O MERCADO DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE OSASCO - Dez Anos -

PME registra menor taxa de desemprego da série histórica para o mês de fevereiro, mas indica acomodação no mercado de trabalho.

Crise e Mercado de Trabalho: uma comparação entre recessões. Stefanno Ruiz Manni, Naercio Menezes Filho, Bruno Kawaoka Komatsu

PESQUISA MENSAL DE EMPREGO

Mercado de Trabalho da Grande Vitória: Principais Características da Última Década ( ) RELATÓRIO DE SETEMBRO/2008

MENOR TAXA DE DESEMPREGO DA SÉRIE HISTÓRICA DA PESQUISA

OS PEQUENOS NEGÓCIOS NO RIO DE JANEIRO

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23

Estabelecimentos e Empregos nas Micro e Pequenas Empresas 1

TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE

A presença feminina no mercado de trabalho do Distrito Federal 2016

TERRITORIAL DESEMPREGO DE LONGA DURAÇÃO NUNCA FOI TÃO ALTO NO BRASIL

Série Estudo das Desigualdades Regionais

Como superar a precariedade do emprego feminino

COMO ANDA O RIO DE JANEIRO?

DESEMPENHO DO MERCADO DE TRABALHO DE PORTO ALEGRE EM

Diretoria de Pesquisas - DPE Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS Gerência de Indicadores Sociais - GEISO 17/12/2014

Participação da mulher no mercado de trabalho

Indicadores Industriais do Espírito Santo

A Condição Nem-nem entre os Jovens é Permanente?

PESQUISA DO EMPREGO BANCÁRIO

PNAD TIC: em 2014, pela primeira vez, celulares superaram microcomputadores no acesso domiciliar à Internet

Mercado de Trabalho: Ligeira Melhora com Informalização

Meta 1 Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola

Desempenho da Economia de Caxias do Sul Abril de 2016

Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012: análise dos principais resultados de Goiás

ESTUDO TÉCNICO N.º 23/2014

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DE DIADEMA

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011

GÊNERO E RAÇA NO ACESSO AOS CARGOS DE CHEFIA NO BRASIL 2007

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO NORTE

Candidatos enfrentam a maior concorrência por vagas de trabalho em três anos

1 Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal//SUPLAV

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua. Mercado de Trabalho Brasileiro 1º trimestre de de maio de 2018

Indicadores Industriais do Espírito Santo

IBGE divulga a Síntese de Indicadores Sociais Publicação traz dados sobre trabalho, rendimento, condições de moradia, pobreza e educação

INDICADORES INDUSTRIAIS

O Macro no Detalhe. Taxa de desemprego diminui 0,2% no trimestre. Série de curtas análises econômicas do nosso Economista-Chefe, Adauto Lima.

FORMALIZAÇÃO DOS EMPREENDEDORES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Indicadores Industriais do Espírito Santo

Mercado de trabalho. Sumário SEÇÃO VIII

EVOLUÇÃO DO EMPREGO DA CONSTRUÇÃO PESADA. Base dados: Novembro 2018 (RAIS/CAGED) 3º Trimestre 2018 (PNAD Contínua) Atualizados em: 21/12/2018

PESQUISA MENSAL DE EMPREGO

A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

TRABALHO ASSALARIADO NA AGRICULTURA NORDESTINA NO PERÍODO

2. Características sociodemográficas da população residente ocupada no Ceará

-0,2% +2,6% -1,5% +0,2% +0,7% 82,3% +1,1p.p. +1,8% Outubro de Atividade da indústria gaúcha caiu 0,2%

Uma estimativa do produto potencial no Brasil

2 MERCADO DE TRABALHO

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

Algumas características da inserção das mulheres no mercado de trabalho

Indicadores Industriais do Espírito Santo

ESTUDO TÉCNICO N.º 12/2014

O Crescimento da Renda dos Adultos e as Escolhas dos Jovens entre Estudo e Trabalho. Pedro Cabanas, Bruno Komatsu, Naercio Menezes Filho

6. EXEMPLOS DE ESTUDOS RECENTES QUE UTILIZARAM INDICADORES SOCIAIS

Empoderando vidas. Fortalecendo nações.

Fatores associados à participação do idoso no. mercado de trabalho brasileiro

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL MARÇO DE Em comportamento típico para o período, taxa de desemprego assinala aumento

A Evolução dos Contribuintes Para a Previdência Social no Brasil

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC)

EFEITOS DA CRISE ECONÔMICA NA SITUAÇÃO DO TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO EM SÃO PAULO

CARACTERÍSTICAS DA EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE 2002 E

OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013

REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Especial 8 de Março Dia Internacional da Mulher

Gasto Social Federal: prioridade macroeconômica no período

0,0% -0,3% +0,1% -1,4% -2,2% 76,4% -0,8% +4,8% Janeiro de Sem sinais de reação

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL JANEIRO DE 2007

taxa Indicadores IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Janeiro de 2017 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

+1,2% +1,5% +0,1% -0,3% -0,7% 79,8% +2,4% +4,6% Fevereiro de Atividade volta a crescer em fevereiro

taxa Indicadores IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Março de 2017 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

BOLETIM. TRABALHO CRIATIVO EM FOCO Mercado de trabalho da Economia Criativa e da Economia da Cultura. n. 01 (julho/2016)

PESQUISA DE INADIMPLÊNCIA Assessoria Econômica Semesp

EVOLUÇÃO DO EMPREGO DA CONSTRUÇÃO PESADA. Base dados: Março 2018 (RAIS/CAGED) 4º Trimestre 2017 (PNAD Contínua) Atualizados em: 23/04/2018

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

Indicadores IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 4º trimestre de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

INDICADORES INDUSTRIAIS RIO GRANDE DO SUL

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços Junho de 2016

Política Fiscal CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA. Consultoria Desenvolvendo soluções, alavancando resultados!

LABORATÓRIO DE ESTUDOS DA POBREZA - LEP. Distribuição da Renda Pessoal nas Áreas Censitárias do Estado do Ceará na Década de 2000

AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

DESIGUALDADE DE RENDA NAS REGIÕES NAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO

Transcrição:

Panorama do Mercado de Trabalho Centro de Políticas Públicas do Insper Março de 2017

Apresentação Com o objetivo de ampliar o debate sobre a economia brasileira e o mercado de trabalho e difundir informações para subsidiar o mesmo, o Centro de Políticas Públicas do Insper divulga o Panorama do Mercado de Trabalho. Nessa apresentação, utilizamos informações sobre taxas de inatividade e desemprego, salários médios e horas trabalhadas para mostrar as tendências mais gerais do que vem ocorrendo no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos.

Notas Metodológicas Os dados a seguir mostram o panorama do mercado de trabalho no Brasil. O período analisado foi de 1992 até 2015, utilizando os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a qual é realizada anualmente pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Vale ressaltar que nos anos de 1994, 2000 e 2010 não foram realizadas PNADs e, por esse motivo, nesses anos os valores observados nos gráficos são as médias dos valores imediatamente adjacentes. Além disso, até 2003 a PNAD não abrange as áreas rurais dos estados da Região Norte, exceto o Tocantins.

Notas Metodológicas Salários médios Os valores apresentados para os salários correspondem às médias dos salários do trabalho principal, para todas as pessoas ocupadas com salários positivos e 10 anos ou mais de idade. Fizemos cálculos, em primeiro lugar, para 5 faixas educacionais que correspondem aos seguintes graus, completos ou incompletos: primeiro ciclo do Ensino Fundamental (até 4 anos de estudo), o segundo ciclo do Ensino Fundamental (de 5 a 8 anos de estudo), Ensino Médio (de 9 a 11 anos de estudo), o Ensino Superior (de 12 a 16 anos de estudo) e pós-graduação (17 a 18 anos de estudo). Para manter a comparabilidade ao longo do tempo, os valores foram deflacionados para 1º de Outubro de 2015, utilizando-se a série histórica do INPC com as modificações sugeridas por Corseuil e Foguel (2002). CORSEUIL, C. H. e FOGUEL, M. N. Uma sugestão de Deflatores para Rendas Obtidas a Partir de Algumas Pesquisas do IBGE. Rio de Janeiro, Ipea, Texto para Discussão nº 897, 2002.

Notas Metodológicas Taxas de desemprego e inatividade As taxas de desemprego e inatividade foram calculadas usando informações sobre População Economicamente Ativa (PEA), População Não Economicamente Ativa (PNEA) e População Desocupada (PD), considerando todos os indivíduos com 10 anos ou mais de idade. A taxa de inatividade foi calculada como a razão entre a PNEA e o total de pessoas com 10 anos ou mais. A taxa de desemprego foi calculada como a razão entre a PD e a PEA. Para verificarmos o comportamento do mercado de trabalho para diferentes grupos de idade, calculamos estatísticas para as seguintes faixas etárias: maiores de 10 anos, pessoas com entre 10 e 22 anos, entre 22 e 50 anos e maiores de 50 anos.

Salário Médio

Salário Médio Mensal por Faixa de Escolaridade O gráfico 1 nos mostra que o salário médio do trabalho principal apresentou crescimento geral entre 1992 e 2015, com oscilações relevantes. Há dois períodos de crescimento, entre 1992 e 1995 e entre 2004 e 2014. Entre eles houve um período de estagnação do salário entre 1995 e 1998, seguido de redução entre 1998 e 2004. Entre 2014 e 2015 também se verifica uma redução da média salarial. No gráfico 2, observa-se o salário médio do trabalho principal por faixa de escolaridade da população brasileira. Há uma forte correlação entre o grau de escolaridade e os salários médios. Os valores médios do período como um todo foram de, respectivamente, R$ 1001,24, R$ 1213,48, R$ 1505,08, R$ 3375,83 e R$ 7025,32. Um fato que se destaca no gráfico é o aumento, entre 2004 e 2014, dos ganhos médios dos brasileiros com algum ano concluído na pós-graduação (17 ou 18 anos de estudo), além do aumento persistente dos salários para aqueles com até o Ensino Fundamental concluído.

R$ Gráfico 1 2.000 1.900 1.800 1.700 1.600 1.500 1.400 1.300 1.200 1.100 1.000 900 800 700 600 Salário Médio Mensal Salário médio

R$ Mil Gráfico 2 9 Salário Médio Mensal por Anos de Estudo 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

Salário Médio Mensal por Anos de Estudo O gráfico 3 fixa o ano de 1992 igual a um, de maneira que pode-se comparar a evolução dos salários médios de todas as faixas educacionais em uma mesma escala. O que se observa no gráfico, grosso modo, são tendências de crescimento em todas as faixas de escolaridade até o ano de 1995, mais acentuadas nas duas faixas de maior escolaridade, seguidas de queda até 2004. A partir de então, houve relativa estabilidade dos salários para a população que completou algum ano da graduação (o que provavelmente possui relação com a expansão desse grau de ensino), enquanto para as demais faixas educacionais houve aumentos mais expressivos. Vale chamar a atenção para o fato de que aqueles com Ensino Médio incompleto até Superior completo apresentaram decréscimo real da renda no período como um todo. Além disso, houve forte tendência de aumento dos salários para população com até 4 anos de estudo ou com algum ano de estudo na pós-graduação, respectivamente a partir de 2003 e 2004. No entanto, no ano de 2015 vemos uma forte queda na evolução dos salários médios para todas as faixas educacionais selecionadas.

1992=1 Gráfico 3 1,5 Evolução do Salário Médio Mensal por Anos de Estudo 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

Horas Trabalhadas e Salário Horário O salário mensal pode variar devido às mudanças nas horas trabalhadas ou no salário recebido por hora de trabalho. O gráfico 4 mostra essas duas variáveis, referentes ao trabalho principal. É possível observar que houve redução das horas trabalhadas no período como um todo, 41 horas em 1992 para 38 horas em 2015 (-7,2%). O salário horário, por sua vez, apresentou crescimento de R$ 7,07 para R$ 15,12 no mesmo período (114%). Entre 1992 e 1995 as horas de trabalho foram reduzidas, enquanto que o salário horário cresceu fortemente. Entre 1995 e 2004 as duas variáveis tiveram decréscimo, enquanto que de 2005 a 2011 as horas de trabalho se mantiveram estáveis. Observa-se redução do salário horário em 2008, possivelmente devido aos efeitos da crise internacional. Entre 2011 e 2014, as horas de trabalho se reduziram expressivamente. O salário horário teve crescimento substancial entre 2005 e 2015 (78%), sendo notável o decréscimo dessa variável entre 2013 e 2014.

Horas Trabalhadas Salário Horario (R$) 42 Gráfico 4 Horas Trabalhadas e Salário Horário 17 41 15 40 13 39 11 38 9 37 7 36 5 Horas Salário horário

Salário Horário por Anos de Estudo O gráfico 5 representa as horas trabalhadas em média no trabalho principal por faixa de escolaridade. Em todo o período, as médias são maiores entre aqueles com graus intermediários de ensino (2º ciclo do Fundamental e Ensino Médio). Além disso, parece haver certo paralelismo entre as trajetórias dos dois maiores graus de escolaridade e entre os dois menores. A redução das horas trabalhadas entre 1996 e 2005 (período com as maiores taxas de desemprego) parecem ser puxadas especialmente pela faixas de escolaridade menor, com até 8 anos de estudo. A partir de 2011 nota-se um novo período de redução das horas de trabalho. O gráfico 6, do salário horário no trabalho principal por faixa educacional, reproduz a disparidade dos salários mensais por escolaridade. Já sem os efeitos da redução das horas trabalhadas, o crescimento proporcional do salário horário (gráfico 7) nos últimos anos foi mais intenso do que o do salário mensal em todas as faixas de escolaridade. Os ganhos foram relativamente maiores entre as faixas de 17 a 18 anos de estudo. É importante indicar que esse grupo também teve grande queda no número de horas trabalhadas. Também chama a atenção os ganhos das faixas de 0 a 4 anos de estudo com crescimento de 92%, no período analisado, porém com patamar inicial muito baixo (R$ 4,03/hora em 1992). É notável a sensível queda no salário horário entre 2013 e 2014 para todas as faixas educacionais, sendo o efeito mais forte na faixa de maior grau de escolaridade.

Horas Gráfico 5 45 Horas Trabalhadas 43 41 39 37 35 33 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo

R$ Gráfico 6 90 Salário Horário por Anos de Estudo 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

1992=1 Gráfico 7 2,6 Evolução do Salário Horário por Anos de Estudo 2,4 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

Diferencial Salarial por Anos de Estudo O gráfico 8 mostra a evolução do diferencial salarial por anos de estudo. Desde 1992, o diferencial entre aqueles com algum ano completo no Ensino Superior em relação àqueles com Ensino Médio completo era grande e aumentou 25% até 2002. Isso indica a importância da graduação no mercado de trabalho brasileiro, porém também se deve em parte ao crescimento da proporção de pessoas com o Ensino Médio completo na força de trabalho. A redução posterior do diferencial provavelmente teve influência da expansão das matrículas no Ensino Superior desde o final dos anos 1990. O diferencial do nível de escolaridade seguinte, entre aqueles que possuem ao menos um ano de pós-graduação em relação aos graduados no ensino superior, aumentou ao longo de quase todo o período, de modo que em 2015 esse diferencial era 40% superior ao nível de 1992 (de cerca de 1,3 em 1992 para 1,8 em 2014).

1992=1 Gráfico 8 1,5 Evolução do Diferencial Salarial por Anos de Estudo 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 8/4 anos de estudo 11/8 anos de estudo 15,16/11 anos de estudo 17,18/15,16 anos de estudo

Desemprego e Inatividade

Taxa de Desemprego e Inatividade O gráfico 9 mostra as taxas de desemprego por faixas etárias. A taxa geral, daqueles com 10 anos ou mais, apresentou crescimento no final dos anos 1990, após período de relativa estabilidade e com os menores níveis até 1995. Entre 1999 e 2003 ela se estabilizou em patamar mais elevado (em torno de 9,5%) e posteriormente teve uma queda consistente, interrompida entre 2008 e 2009, provavelmente devido aos efeitos da crise econômica internacional. Em 2015 podemos observar a escalada da taxa de desemprego, um aumento acentuado e que atingiu todas as faixas etárias. A recessão pela qual o Brasil passa fez a taxa dos mais jovens atingir o nível de 25% em 2015. Note que a taxa dos mais jovens não retorna aos níveis do início dos anos 1990 em 2012, como as demais faixas etárias. A taxa de inatividade daqueles com 10 anos ou mais, mostrada no gráfico 10, exibe estabilidade em torno de 39%, com crescimento entre 2005 e 2015 (de 37% para 41%). Por faixas de idade, os mais jovens e os mais velhos apresentaram níveis maiores, devido respectivamente aos estudos e às aposentadorias.

Gráfico 9 30% Taxa de Desemprego por Faixa Etária 25% 20% 15% 10% 5% 0% 10 anos ou mais 10 a 22 anos 22 a 50 anos 50 anos ou mais

Gráfico 10 75% Taxa de Inatividade por Faixa Etária 65% 55% 45% 35% 25% 15% 10 anos ou mais 10 a 22 anos 22 a 50 anos 50 anos ou mais

Taxa de Desemprego e Inatividade Analisando os gráficos 11, 13, 15 e 17, referentes às taxas de desemprego por escolaridade, nota-se que todas as faixas de escolaridade apresentaram tendências semelhantes de decréscimo a partir de meados dos anos 2000. As taxas foram menores entre os mais escolarizados, com algum ano da graduação ou pós-graduação, e entre os menos escolarizados, com até 4 anos de estudo. É importante apontar que as taxas de desemprego vêm crescendo desde 2012 em praticamente todas as idades e escolaridades, atingindo em 2015 o maior da última década. As taxas de inatividade apresentaram tendências bastante variadas de acordo com a idade e escolaridade. No geral, na população com 10 anos ou mais, foram mais inativos os indivíduos das menores faixas de escolaridade, como vemos no gráfico 12. Além disso, as taxas dos menos escolarizados (com até 8 anos de estudo) tiveram aumento ao longo dos anos, enquanto os demais graus de instrução apresentaram relativa estabilidade.

Gráfico 11 16% Taxa de desemprego (10 anos ou mais) 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

Gráfico 12 70% Taxa de Inatividade (10 anos ou mais) 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

Taxa de Desemprego e Inatividade Entre os jovens com até 22 anos (gráfico 13) as taxas de desemprego foram mais baixas entre aqueles com que possuíam entre 12 a 16 anos de estudo. Em relação às taxas de inatividade, houve crescimento acentuado no período como um todo entre indivíduos com 5 a 8 anos de estudo (24 pontos percentuais, chegando a 74% em 2015) e com até 4 anos de estudo (32 p.p., chegando a 90% em 2015). Esses movimentos provavelmente se devem à maior permanência das crianças e adolescentes nas escolas, sem trabalhar. Entre os adultos com 22 a 50 anos (gráfico 15) a taxa de desemprego foi menor entre as pessoas com mais de 12 anos de estudo, enquanto a taxa de inatividade teve decréscimo geral até 2009, quando passou a aumentar. Entre indivíduos com 50 anos ou mais (gráfico 17), a taxa de desemprego se manteve relativamente baixa, inferior a 6,5% desde 2004 para todas as faixas educacionais, enquanto que a taxa de inatividade seguiu alta (48% em média). Aqueles que concluíram ao menos um ano no ensino superior mantiveram taxas de inatividade expressivamente mais baixas do que o restante dos graus de ensino, cujos percentuais nos anos 1990 estavam entre 50% e 55%. A partir de 2000, a taxa daqueles com até 4 anos de estudo se manteve no mesmo nível até 2008, quando passou a aumentar, enquanto que os graus de ensino intermediários apresentaram redução até 2008, com pequeno crescimento posterior. Chama a atenção a forte queda na taxa de inatividade para todas as faixas de escolaridade entre 2013 e 2014 para os indivíduos mais velhos (50 anos ou mais). De forma geral, para todos os grupos de idade, nota-se que houve aumento na taxa de desemprego e diminuição da taxa de inatividade entre 2013 e 2014. Em 2015, em contraste, parece haver aumento da taxa de desemprego simultânea a um aumento da inatividade.

Gráfico 13 30% Taxa de Desemprego (10 a 22 anos) 25% 20% 15% 10% 5% 0% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo

Gráfico 14 100% Taxa de Inatividade (10 a 22 anos) 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo

Gráfico 15 12% Taxa de Desemprego (22 a 50 anos) 10% 8% 6% 4% 2% 0% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

Gráfico 16 30% Taxa de inatividade (22 a 50 anos) 25% 20% 15% 10% 5% 0% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo 17 a 18 anos de estudo

Gráfico 17 10% Taxa de Desemprego (50 anos ou mais) 9% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo

Gráfico 18 60% Taxa de Inatividade (50 anos ou mais) 55% 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 0 a 4 anos de estudo 5 a 8 anos de estudo 9 a 11 anos de estudo 12 a 16 anos de estudo

Panorama do Mercado de Trabalho Centro de Políticas Públicas do Insper Contato: http://www.insper.edu.br/cpp/ http://www.insper.edu.br/blogdocpp/ e-mail: cpp@insper.edu.br