Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012: análise dos principais resultados de Goiás
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- Lavínia Brezinski Rocha
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1 Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012: análise dos principais resultados de Goiás A 5ª edição do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa é um dos produtos elaborados por meio da parceria entre o SEBRAE e o DIEESE. Foi elaborada com o objetivo de disponibilizar a todos os interessados um conjunto de dados sobre o perfil e a dinâmica do segmento dos micro e pequenos empreendimentos no país, destacando seu desempenho no período 2000/2011 em termos do número de estabelecimentos e de empregos formais, bem comoo a evolução do número de empregadores e trabalhadores por conta própria no país. Com a organização e sistematização dessas informações, espera-se apropriar e subsidiar gestores na constituição de políticas públicas voltadas para o setor. Estabelecimentos e empregos formais nas MPEs No período , as micro e pequenas empresas derrubaram a barreira dos 194 mil estabelecimentos. Nesse período, o crescimento médio do número de MPE foi de 4,8% a.a., com crescimento médio mais intenso no período de 2000 e 2005 (6,3% a.a.), enquanto o ritmo de crescimento entre os anos de 2005 e 2011 foi de 3,6% a.a. Em 2000, havia 116,2 mil estabelecimentos, enquanto 2011 contava com um total de 194,4 mil estabelecimentos em atividade, de um modo que, em todo o período, houve a criação de aproximadamente 78,2 mil novos estabelecimentos (Gráfico 1). GRÁFICO 1 Evolução do número de estabelecimentos por porte Goiás (em mil) Fonte: MTE. RAIS As micro e pequenas empresas criaram 253,1 mil empregos com carteira assinada, entre 2000 e 2011, elevando o total de empregos nessas empresas de 223,7 mil postos de
2 trabalho em 2000 para 476,8 mil em 2011 (Gráfico 2). No mesmo período, o crescimento médio do número de empregados nas MPEs foi de 7,1% a.a. No período , foram gerados 93,0 mil de postos de trabalho nas MPEs, um crescimento médio anual de 7,2% a.a.. Entre 2005 e 2011, esse movimento permaneceu intenso, o que resultou na geração de 160,1 mil novos postos de trabalho, um crescimento médio anual da ordem de 7,1% a.a. (Gráfico 2). GRÁFICO 2 Evolução do número de empregos por porte Goiás (em mil) Fonte: MTE. RAIS O bom desempenho das MPEs no período analisado confirmou a sua importância para a economia em Goiás. Em 2011, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 99,2% dos estabelecimentos, 57,7% dos empregos privados não agrícolas formais no estado e por 50% da massa de salários. Entre 2000 e 2011, de cada R$ 1000 pagos aos trabalhadores no setor privado não agrícola, cerca de R$ 50, em média, foram pagos por micro e pequenas empresas (Gráfico 3).
3 GRÁFICO 3 Participação relativa das MPEs no total de estabelecimentos, empregos e massa de remuneração paga aos empregados formais nas empresas privadas não agrícolas. Goiás (em %) Fonte: MTE. RAIS Em relação à distribuição das micro e pequenas empresas por setores de atividade, nota- se que o setor do comércio manteve-se como a atividade com maior número de MPEs, ao responder por mais da metade do total das MPEs do estado. No entanto, a participação relativa do comércio caiu de 59,5% em 2000 para 55,8% do total das MPEs em Em 2011, havia cerca de 108,4 mil MPE no comércio. Por sua vez, o setor de Serviços não apenas se manteve como o segundo setor mais expressivo em número de MPE, como teve sua participação elevada de 24,5% do total de MPE em 2000 para 27,1% do total de MPE em Nesse último ano, havia cerca de 53 mil MPE no setor de serviços. A indústria apresentou ligeira queda na sua participação relativa, saindo de 12,7% do total das MPEs em 2000 paraa 12,0% em A indústria possuía 23,4 mil MPEs em No sentido inverso, o setor da construção apresentou ligeiro crescimento, tendo sua participação relativa subido de 3,3% do total de MPE em 2000 para 5,1% do total de MPE em O setor da construção tinha 9,9 mil estabelecimentos de MPE em A queda das participações relativas do comércio e da indústria se deve ao fato do ritmo de expansão das MPEs nesses setores ter sido inferior à média das MPEs. Os setores comércio e indústria apresentaram taxas de crescimento anuais, da ordem de 4,2% a.a. e 4,3% a.a., contra 3,7% a.a. na média nacional. Já o crescimento das participações relativas do setor de serviços e da construção está associado ao ritmo mais acelerado de
4 criação de novas empresas nesses setores, com taxas de crescimento anual de 5,8% a.a. e 8,9% a.a., respectivamente. GRÁFICO 4 Distribuição das micro e pequenas empresas por setor de atividade Goiás. Brasil (em %) Fonte: MTE. RAIS A remuneração média real dos empregados formais nas micro e pequenas empresas cresceu 3,2% a.a., entre 2000 e 2011, passando de R$ 744, em 2000, para R$ 1.057, em Este resultado foi superior tanto ao crescimento da renda média real de todos os trabalhadores do mercado formal (2,9 % a.a), quanto daqueles alocados nas médias e grandes empresas goianas (2, 3% a.a). A renda média real dos trabalhadores nas MPEs mostrou melhor desempenho entre 2005 e 2011, com ampliação de 4,6% a.a.., enquanto que na primeira metade do período analisado foi de 1,7% a.a (Gráfico 5).
5 GRÁFICO 5 Evolução da remuneração média real (1) dos empregados por porte do estabelecimento. Goiás (em R$) Fonte: MTE. Rais Nota (1) Refere-se à remuneração média real em dezembro dos vínculos ativos em 31/12 de cada ano, a preços do INPC/IBGE em dez/2011. Para seu cálculo são excluídos os empregados com remuneração ignorada Os empregadores e os trabalhadores ocupados por conta própria Em relação ao número de empregadores no estado de Goiás, nota-se que a taxa média anual de crescimento do total de empregadores no estado apresentou pequena oscilação negativa, da ordem de -0,5% a.a., nos anos de 2001 a 2011, estabilizando-se num patamar aproximado de 108,9 mil pessoas (Gráfico 6). Entretanto, houve uma expansão de 139,0 mil novos conta própria, o que representou para o período uma taxa média de crescimento da ordem de 2,4% a.a. (Gráfico 6). Nesse mesmo período, o total dos conta própria passou de 513,8 mil para 652,8 mil pessoas. Se tomarmos o contingente de empregadores e conta própria como uma aproximação do total de empreendedores em Goiás, verifica-se que esse total passou de 627,9 mil para 761,8 mil empreendedores no estado, ou seja, uma expansão de 133,9 mil novos empreendedores, entre 2001 e Conjuntamente, empregadores e conta própria apresentaram uma taxa média de expansão de 2,0 % a.a. 1 (Gráfico 6). 1 Por ter maior peso no total, o crescimento registrado dos conta própria influenciou no resultado positivo da taxa média anual de crescimento do conjunto dos empreendedores, visto que os conta própria representam, em média, mais de 80% do conjunto dos empreendedores.
6 GRÁFICO 6 Evolução do número de empregadores e conta própria Goiás (em n os absolutos) b) Em 2000 e 2010, a Pnad não foi realizada Os homens predominaram entre os empregadores e indivíduos que trabalham por conta própria, embora a participação das mulheres em ambas as ocupações tenha crescido no período compreendido de 2001 a Entre os empregadores, a proporção de mulheres passou de 21,8% para 28,6%,, entre 2001 e 2011 (Gráfico 7). No mesmo período, entre os trabalhadores por conta própria, a proporção de mulheres passou de 29,9% para 31,8% (Gráfico 8). GRÁFICO 7 Distribuição dos empregadores por sexo Fonte: IBGE. PNAD
7 b) Em 2000 e 2010, a Pnad não foi realizada GRÁFICO 8 Distribuição dos conta própria segundo sexo b) Em 2000 e 2010, a Pnad não foi realizada Entre os empregadores, houve ligeira expansão na faixa etária considerada mais velha, entre 2001 a Aqueles empregadores com 40 anos ou mais de idade, que representavam 54,8% em 2001, cresceram até atingir a proporção de 57,9% em 2011 (Gráfico 9). Entre os trabalhadores por conta própria, houve expansão semelhante dos mais velhos. Em 2001, 50,4% deles possuíam 40 anos ou mais, proporçãoo que subiu para 57,6% do total em (Gráfico 10). Em termos comparativos, os conta própria apresentaram proporções mais elevadas que os empregadores nos extremos das faixas etárias, seja nas mais velhas (60 anos ou mais) ou nas mais novas (até 24 anos de idade).
8 GRÁFICO 9 Distribuição dos empregadores por faixa etária b) Foram excluídas as pessoas sem declaração de idade c) Em 2000 e 2010, a Pnad não foi realizada GRÁFICO 10 Distribuição dos conta própria por faixa etária b) Foram excluídas as pessoas sem declaração de idade c) Em 2000 e 2010, a Pnad não foi realizada De acordo com os gráficos 11 e 12 abaixo, houve uma elevação significativa da escolaridade dos empreendedores no período analisado. Em 2001, 45,1% dos empregadores e 19% dos conta própria possuíam, ao menos, o ensino médio completo. Em 2011, 61,8% dos empregadores e 34,3% dos conta própria alcançaram essa
9 escolaridade mínima. A despeito da melhora no nível de escolaridadee tanto de empregadores quanto dos conta própria, é menor a escolaridade neste último grupo. GRÁFICO 11 Distribuição dos empregadores por escolaridade Nota: (1) Inclui os alfabetizados sem escolarização b) Em 2000 e 2010, a Pnad não foi realizada c) Exclui os empregadores com escolaridade não determinada ou sem declaração GRÁFICO 12 Distribuição dos conta própria segundo escolaridade
10 Nota: (1) Inclui os alfabetizados sem escolarização Obs.: a) Em 2000 e 2010, a Pnad não foi realizada b) Exclui os empregadores com escolaridade não determinada ou sem declaração
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