Conferência: Floresta e Território Riscos, Economia e Políticas. A Economia da Fileira Florestal. 21 de março de 2015 Proença-a-Nova

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Transcrição:

Conferência: Floresta e Território Riscos, Economia e Políticas A Economia da Fileira Florestal 21 de março de 2015 Proença-a-Nova

Futuro em 25 min Os nossos números 35% - Enquadramento Nacional 38% -Enquadramento Europeu Desafios e Oportunidades A Visão AIFF

Os nossos números A balança comercial referente às indústrias da fileira florestal apresentou um saldo positivo de 2.474 milhões de euros em 2013, representando 9,1% do total das exportações nacionais de bens e 3,4% do total das importações. Crescimento das exportações 41% (entre 2004 e 2011). A fileira florestal representa 12,1% do número total de pessoas ao serviço nas empresas das indústrias transformadoras, 2,2% do total de pessoas ao serviço das empresas em Portugal e 1,7% da população empregada total. A análise à distribuição do número de empresas, relativamente ao total da fileira florestal, evidencia que, cerca de 91%, das empresas possui menos de 10 trabalhadores.

Os nossos números A análise ao investimento florestal direcionado para a produção florestal realizado através de programas de apoio no período 2000-2013 revela um total de 901.389.910 euros. Cerca de 50% foi realizado através do PRODER. Relativamente aos programas de apoio ao investimento à indústria da fileira florestal no período 2000-2014 estes totalizaram um investimento global de 2.473.154.136 euros, do qual cerca de 50% foi executado através do QREN. A análise por subfileira revela que o maior volume de investimento foi realizado pela subfileira da pasta e papel (47% do total), seguindo-se a subfileira da madeira e mobiliário (32%) e a subfileira da cortiça (21%).

35% - Enquadramento Nacional Portugal desde meados da década de 90 que iniciou um processo de desindustrialização. A primeira consequência foi a perda de quotas de mercado da exportação que foi permanente e continuada até 2007. A quase estagnação económica que se verificou na última década. A economia tem de se re-industrializar, inovando

35% - Enquadramento Nacional Indústrias de base florestal têm um elevado valor acrescentado nacional, assumindo o 2º lugar nesta matéria dentro dos sectores industriais; Fileira onde existem empresas e grupos que são lideres mundiais ou europeus nas respetivas áreas de negócio; Indústrias altamente inovadoras que têm demonstrado saber incorporar crescentemente, na sua atividade produtiva resultados de investigação e desenvolvimento tecnológico;

38% -Enquadramento Europeu Para além das medidas levadas a cabo diretamente pelas instituições e organismos da UE, no contexto da inovação e investigação e da necessidade de novos produtos no mercado, existe um especial enfoque europeu no desenvolvimento de projetos de relevo para as fileiras florestais. Neste contexto, surgem programas de financiamento (como o Horizonte 2020) que atribuem subvenções aos atores do setor para a conceção, desenvolvimento e execução de projetos que venham dar resposta aos desafios colocados às florestas europeias.

38% - Enquadramento Europeu A Nova Estratégia Europeia para as Florestas inclui um conjunto de princípios positivos como é o caso da gestão e do consumo sustentável dos produtos provenientes das florestas. Por outro lado, apresenta não só a perspetiva do lado da procura e do seu aumento mas do lado da oferta seguindo o princípio da utilização em cascata, os recursos florestais deverão ser utilizados segundo uma ordem de prioridades estabelecida de acordo com o valor acrescentado que a sua utilização pode provocar: produtos à base dos mesmos, prolongamento da sua vida útil, reutilização, reciclagem, bioenergia e eliminação.

38% - Enquadramento Europeu Complementar à Estratégia há ainda um documento de trabalho europeu (A Blue Print for the EU Forest Based Industries) que defende uma abordagem de forma a aumentar a competitividade global das indústrias europeias de base florestal: a) estimulando a procura por produtos inovadores (novos e existentes); b) promovendo a eficiência de recursos e energia em processos de fabrico e ao longo do ciclo de vida dos produtos; c) acrescendo ao valor dos produtos através da redução dos custos de produção e comercialização.

38% - Enquadramento Europeu Para tal, são necessários progressos radicais no campo da inovação, investigação e desenvolvimento de processos e produtos, juntamente, com a educação, formação e desenvolvimento de competências de forma a caminhar-se de forma sólida para a economia de 2050. A este respeito, os nanomateriais são uma área promissora permitindo o desenvolvimento de diversas aplicações para produtos do quotidiano, como é o caso, por exemplo, dos produtos de higiene, componentes de veículos automóveis, etc. Por exemplo, alteração da estrutura da madeira e dos seus derivados a um nível microscópico.

Desafios e Oportunidades Expansão / diversificação de mercados; Parcerias de ID&I: qualidade da matéria-prima, novos materiais, processos ou produtos, e Centros de Competências; Aumento da reutilização e reciclagem; Sistemas de qualificação e certificação da qualidade dos produtos; Fundos florestais, fundos de carbono e mercado financeiro; Perceção da sociedade para a contribuição positiva de uma vasto conjunto de serviços de ecossistemas (destaque mitigação de efeitos das alterações climáticas).

Reciclagem 21 de março 2015 Reciclagem A Visão AIFF FLORESTA ACÇÕES COMUNS SOBRE A FLORESTA Sobreiro Eucalipto Pinho ACÇÕES COMUNS DE COMPATIBILIDADE DAS FILEIRAS FLORESTAIS Cortiça Pasta e Papel Madeira e Mobiliário ACÇÕES ESTRUTURAIS PÚBLICAS COMUNS ACÇÕES: ESTRUTURAIS CONJUNTURAIS ACÇÕES: ESTRUTURAIS CONJUNTURAIS ACÇÕES: ESTRUTURAIS CONJUNTURAIS ACÇÕES COMUNS SOBRE O MERCADO MERCADO

A Visão AIFF A Indústria de Base Florestal assenta na matéria-prima nacional, isto é dos recursos que existem na floresta em Portugal. Nos últimos anos, o valor destas importações tem variado entre os 20 e 30%. A política energética da UE, promove nos espaços florestais, crescentes pressões, nomeadamente as relacionadas com a produção de energia, seja esta sob a forma térmica (substituição de combustíveis fósseis, pellets, entre outras) ou elétrica (centrais térmicas de biomassa, cocombustão, entre outras). Esta realidade torna maior o desafio que se coloca à qualidade da gestão da floresta, para que esta possa ser ordenada e projetada para suportar todas as necessidades, sem descurar o princípio básico da otimização do valor do recurso florestal, respeitando uma cadeia de valor que maximize o contributo da floresta para a criação de riqueza.

A Visão AIFF 4 Reformas Estruturais necessárias: 1) Promover e capacitar formas de gestão florestal agrupada, profissional e certificada: Contratos programa plurianuais; Atribuição de capacidade jurídica às entidades gestoras de organizações de gestão agrupada (ZIFs e outras); Isenção de IMI, IMT e Imposto de Selo; Realização do cadastro florestal; Certificação da gestão florestal e da cadeia de responsabilidade.

A Visão AIFF 2) Desenvolver a investigação, a formação e a extensão: Programas que agreguem investigação, formação e extensão.

A Visão AIFF 3) Tornar positiva a rentabilidade individual da produção florestal, através de incentivos ao investimento: Apoio financeiro público a projetos florestais e agroflorestais; Incentivos fiscais para o investimento; Normativo único de ordenamento; Limites às taxas de licenciamentos de projetos florestais; Financiamento público a projetos de prevenção de riscos bióticos e abióticos; Vigilância policial dos espaços florestais; Mecanismos de internalização dos serviços ambientais produzidos pelos espaços florestais.

A Visão AIFF 4) Modo de governação do setor florestal: Publicitação dos financiamentos públicos; Produção e publicação de relatórios de execução e de impacto; Conselhos Consultivos Florestais (Nacional e Regionais); Informação pública de apoio à decisão; Relatório sobre o estado do Setor Florestal; Programa de comunicação e educação cívica.

Sara Pereira sara.pereira@aiff.pt Muito obrigada pela atenção