IDENTIFICAÇÃO: 1 Título da Experiência: Das aventuras contadas por Kratos á descoberta de leitores/contadores mirins na Biblioteca João XXIII 2 Local da Experiência: Biblioteca João XXIII, em Pau dos Ferros/RN 3. Período em que a experiência ocorreu: As experiências de mediação de leitura vem sendo desenvolvida desde 22/11/2013 até os dias atuais. 4. Categoria na qual se deu a experiência: Pedagogia da Criança e do Adolescente 5. Instituições envolvidas: Escola Estadual João Escolástico e o Programa Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas BALE, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN. 6. Função que exerce no trabalho: Gilton Júnior como Kratos (Contador de histórias mirim), Auxiliadora Rego (Bibliotecária) e Claudia Magna (Fotógrafa); (i) Resumo/Introdução: O trabalho aqui relatado advém do Projeto Mirins Leitores e Grandes Mediadores: experiência exitosa entre o BALE e a Biblioteca João XXIII (SAMPAIO, 2013), que vem sendo realizado na E. E. João Escolástico, localizada na cidade de Pau dos Ferros, RN, no período de 2013 a 2014, a experiência desenvolvida é através da contação com os contadores mirins e as crianças, tendo a mediação da Bibliotecária, que desde então vem conseguindo mudar a realidade desses jovens e crianças, obtendo assim um resultado muito bom. O objetivo deste trabalho é inserir as práticas de leitura em suas vidas e melhorar o desempenho dos alunos em sala de aula. A contação partiu da iniciativa de um mediador denominado Kratos e a partir deste surge o interesse de cada aluno para participar das rodas de leitura, a Bibliotecária como parte atuante no projeto, participa com a mediação da leitura após a contação de Kratos e das demais crianças da turma e a fotógrafa registra e acompanha todas as sessões de leitura. O resultado é que essa experiência se ampliou e hoje não apenas Kratos, mas as crianças e adolescente da escola que ante não gostavam de ler passaram também a serem contadores e, para isso, isto estão lendo grandes obras literárias e se formando leitores. 1
(ii) Relato da experiência O Projeto maior do qual emerge esta experiência vem sendo desenvolvido desde 2007 na E. E. João Escolástico. Trata-se do Programa BALE (Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas), que já realiza um trabalho de contação de histórias, com o lúdico, por meio do desenvolvimento de brincadeiras, músicas, teatro, rodas de leitura e reconto com as crianças e jovens de toda a escola, por meio de visitas semanais, alternando o atendimento com outras escolas atendidas pelo Programa. Desta forma, o projeto Mirins Leitores se estruturou e se solidificou em 2013, com o auxílio da Bibliotecária da escola, a qual deu continuidade ao trabalho do BALE e começou a desenvolver as contações de histórias, com cada turma, a partir da formação de um repertório de leitura, com a ajuda de Kratos, como Contador e a assistente de gravação e filmagens, que apoiou com todos o registros. Tudo teve início com a chegada da Bibliotecária Auxiliadora, que foi lotada na Biblioteca João XXIII, da Escola Estadual João Escolástico. A mesma vinha da instituição de ensino UERN, onde trabalhava na Biblioteca Pe. Sátiro, desenvolvendo um trabalho técnico. Em 2012 foi transferida para trabalhar junto ao programa BALE, atuando em uma das Coordenações do Programa, especificamente, no Ponto de Leitura; a mesma já tinha como experiência atividades nas primeiras edições do programa BALE como voluntária. Chegando, então, à Biblioteca João XXIII, deparou-se com uma realidade difícil, pois contava apenas com um pequeno acervo, contando aproximadamente com uns mil livros, e mesmo assim era de difícil acesso por ser misturado, pois eram muitas informações e objetos em um mesmo espaço: armários, mesas, cadeiras, carteiras, televisões e outros; tudo desoganizado, em forma de depósito. As atividades da Biblioteca foram se desenvolvendo a partir de processos técnicos como: catalogação, registro e tombamento. Tais procedimentos levaram um ano para ser concluídos, devido à falta de auxiliares, por isso a Bibliotecária precisou se transferir momentaneamente de um turno para outro, o que dificultou seu rápido desenvolvimeto das atividades pedagógicas. Como no início houve uma rejeição por parte da Direção da escola e de alguns docentes, por não acreditarem no trabalho da Bibliotecária, a mesma decidiu buscar apoio e parceria com o programa BALE da UERN, para juntos 2
desenvolverem um Projeto de leitura com a Biblioteca João XXIII da E. E. João Escolástico. A partir daí iniciou-se a experiência de Kratos como leitor mirim nas atividades de contação de histórias de contos literários infanto-juvenil, com o apoio de uma voluntária (aluna de letras) e da bibliotecária como mediadora nas atividades: Com isso, vêm sendo desenvolvidas as contações de história através do contador mirim Kratos, com a partipação de outros contadores que foram se formando com o desenrolar da experiência de Kratos e o apoio de alguns professores. Diante disso, os resultados positivos foram se ampliando e se desenvolvendo nas outras salas como: do quarto ano, turma A e do quarto ano turma B. Neste momento, a Direção da escola passou a acreditar no projeto de leitura e resolveu estruturar a biblioteca, melhorando o espaço e fornecendo melhores condições de trabalhos. Deste modo, a Bibliotecária foi convidada pela Direção da escola para aprensentar o resultado dos trabalhos para a coordenadora do programa BALE, a Profa Maria Lucia Pessoa Sampaio. Foi neste momento que a coordenadora geral do programa BALE passou a participar diretamente junto aos professores e à direção da escola, mostrando os resultados e sucessos. Temos como exemplo as participações de novos leitores mirins e que os mesmo já estão como membros efetivos do programa BALE. Com os resultados positivos do projeto na Escola Estadual João Escolástico, junto à Biblioteca João XXIII mesmo com as dificuldades encontradas, atualmente se torna nítido o interesse dos alunos nas consultas dos livros e o gosto pela leitura. Hoje a bibliotecária tem o prazer de ouvir depoimentos dos alunos e dos pais, quando eles conseguem contar histórias diante dos trabalhos de leitura desenvolvido na referida Biblioteca e na sala de aula. Partindo disso, surgiu o interesse de educadores de outros municípios em implantar o projeto mediadores mirins nas escolas que trabalham. (iii) Referências: SAMPAIO, Maria Lucia Pessoa. Programa BALE: mediadores de leitura em processos de (auto)formação. Pau dos Ferros, 2014.. Projeto mirins leitores e grandes mediadores: experiência exitosa entre o BALE e a Biblioteca João XXIII. Pau dos Ferros, 2013. 3
(iv) Depoimento por Kratos 1 Quando eu cheguei o primeiro dia na escola, queria desistir. Não parecia que ia dar certo. Achei que eu não teria muito jeito para contação, pois no BALE eu contava historias, através de dramatizacões, com figurino e tal, então eu achava que de cara limpa não ia despertar a atenção dos alunos. Mas, a Bibliotecåria me disse que daria certo sim que eu lia livros de gente grande (adultos) que não tem na Biblioteca e que talvez interessasse aos alunos repetentes fora de faixa. Topei tentar. Na minha primeira impressão da escola, percebi que os alunos não estavam com interesse na leitura mesmo assim resolvi ir outras vezes a convite da Bibliotecária. Eu também tive informações e escutei na escola que os alunos não gostavam de leitura, que antes algumas professoras não colaboravam com o projeto e não sabiam como ajudarem os alunos com dificuldades de ler juntando palavras, bem devagar e que antes do projeto Mirins Leitores algumas das professoras colocavam os alunos de castigo na Biblioteca, mas não sei se é verdade porque eu mesmo nunca vi. Mas, para minha surpresa após a minha primeira contacão as crianças já começaram a contar historias curtas que eles já sabiam porque ouviram alguém contanto. O bom disso tudo é que atualmente eles fazem boas contações e agora muitos alunos estão lendo livros de 100 páginas e sonham em ler de 700 páginas como eu li a obra As Crônicas de Nárnia e contei pra eles com o livro fechado. As professoras que antes recusavam o projeto hoje já o querem e me convidam para sala de aula delas toda semana. A contribuição do projeto Mirins leitores e grandes mediadores é valiosa para várias crianças da Escola Estadual João Escolástico, principalmente porque projeto surgiu a partir do incentivo da Bibliotecária da escola com parceria do programa BALE. O certo é que no primeiro momento na escola, vi que os alunos não tinham familiaridade com a leitura, no primeiro momento de contação de história, mas após a primeira contação de cada um deles foi ficando menos inibidos e começaram a contar também. Fiquei muito contente com isso. No projeto Mirins Leitores, algumas vezes, nós vamos até as suas salas e fazemos a contação, então logo em seguida eles também começam a querer mostrar o que leram. Outras vezes vamos ate a Biblioteca da escola e fazemos uma roda de leitura. Isso ocorre, geralmente, em até três 1 Grafia original do autor (Gilton Jr/Kratos), portanto, sem revisão gramatical e textual. 4
visitas minhas semanais com Claudia que me leva de moto, no horário da tarde no intervalo entre a minha escola, pois curso o 6 o ano do Ensino Fundamental pela manhã. E vou realizar esse trabalho no horário da tarde antes do meu curso de ingiês ou da natação, dependendo do dia dessas atividades. Quando chego em casa é que vou colocar as minhas tarefas do dia a dia em ordem. Acho cansativo, mas sou muito feliz em contribuir com o projeto, junto com a Bibliotecária, Claudia Magna. Como voluntário do BALE faço esse trabalho á parte, acompanhado pela Bibliotecária que faz a mediação com cada contador e Claudia registra tudo. Por isso, soube desse prêmio cultural que estava sendo divulgado no VI FORUM INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA, na Universidade Federal de Santa Maria/RS, quando acompanhava meus pais nesse evento, então conversei pessoalmente com a Senhora que estava divulgando e disse que eu poderia me inscrever, então resolvi pedir ajuda a Bibliotecária, como também a Claudia e também a outras pessoas para eu me inscrever. Agora, assim como todos os garotos de minha idade já estou é sonhando em conquistar esse prêmio e poder dar continuidade a esse trabalho, pois pretendo sei lá, dividi-lo ou transformá-lo em bolsas de incentivo å leitura para a equipe e para outros leitores mirins que se esforçaram como eu. Mas, o que eu pretendo mesmo é comprar livros assim como os que meus pais me deram e a minha irmã me emprestou para doar a Biblioteca João XXIII, dando continuidade a um trabalho bonito e gratificante como esse de formar leitores (Gilton Junior, como Kratos, 11 anos). 5