BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA Novembro 2016 ABRIL PAINEL DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA ISAE DE 24 A 28 DE ABRIL ª EDIÇÃO

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Transcrição:

BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA ABRIL 2017 PAINEL DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA ISAE DE 24 A 28 DE ABRIL - 2017-18ª EDIÇÃO

Atento ao quadro de instabilidade econômica e com o intuito de auxiliar nas tomadas de decisões do mercado, o ISAE reuniu profissionais das áreas financeira e econômica e criou o Comitê Macroeconômico, com o objetivo de agregar valor à sociedade por meio de pesquisas, análises e interpretações de dados macroeconômicos. O Comitê Macroeconômico é coordenado por Rodrigo Casagrande, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE, e Fabio Alves da Silva, executivo de finanças da Renault. É composto por profissionais que possuem competências complementares, provenientes de diferentes instituições, como ISAE, Banco Central do Brasil, Renault e SEBRAE. O comitê também conta com a participação de alunos do CFO Strategic, programa do ISAE em parceria com o IBEF (lnstituto Brasileiro de Executivos de Finanças), que capacita o profissional de finanças com foco nas pessoas que impulsionam as ações e potencializam os resultados, além de alunos do Programa de Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE. Equipe Técnica André Alves Adriano Bazzo Christian A. Geronasso Christian Bundt Luciano De Zotti Jefferson Marcondes Patrick Silva Coordenação Técnica Fabio Alves da Silva Coordenação Geral Rodrigo Casagrande 01

PIB 2017: IBC-Br de fevereiro aponta para cima. Preço e Juros: Inflação procurando um limite (inferior). Selic: Convergência harmônica. Balança Comercial e Cambio Balança comercial até a terceira semana de abril superávit de US$ 5.189 bilhões. Câmbio: dólar abriu a semana com PTAX de R$/US$ 3,11. Mercado de Trabalho Paraná termina o primeiro trimestre de 2017 com saldo positivo na geração de empregos segundo o CAGED. Tecnologia Blockchain parte 2: O começo do fim. Opinião A retomada da economia requer reformas: Vamos conversar um pouco mais sobre trabalho? 02

AGENDA DA SEMANA Dia Indicador / Evento 24/04 Boletim Focus (BCB) 24/04 IPC(S) (FGV) 24/04 Balança Comercial (MDIC) 26/04 Sondagem do Consumidor (FGV) 26/04 Fluxo Cambial (BCB) 26/04 IPC - (Fipe) 27/04 IGPM (FGV) 28/04 PNAD Contínua (IBGE) PIB 2017: IBC-Br de fevereiro aponta para cima O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou, na última semana, o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que antecipa o comportamento do PIB. Em fevereiro de 2017, o IBC-Br ficou 1,31% acima do indicador de janeiro de 2017 e 0,48% acima do de fevereiro de 2016 (dados dessazonalizados). Na observação original, o aumento neste ano foi inferior e o índice ficou menor que em fevereiro de 2016. Observe na tabela a seguir. 03

O IBC-Br registrou alta de 0,76% no acumulado do trimestre encerrado em fevereiro de 2017, se comparado com o trimestre anterior (setembro a novembro), pela série ajustada do Banco Central. Já na comparação do trimestre até fevereiro de 2017 com o mesmo período de 2016, o índice caiu 0,88% pela série originalmente observada. Apesar de ter apresentado crescimento no curto prazo e também na comparação do último trimestre, ainda carrega o peso da recessão e indica possibilidade de pequeno aumento do PIB neste começo de ano. Esperemos para ver a qualidade do IBC-Br quando os números do PIB forem apresentados. O Boletim Focus de 20 de abril de 2017, divulgado pelo BCB, aponta pequeno ajuste positivo para a expectativa de comportamento do PIB em 2017, subindo de 0,40%, na edição de 13/04/17, para 0,43% de crescimento para este ano. A estimativa para a Produção Industrial teve o segundo aumento consecutivo para 2017, que foi de 1,26% para 1,36%. Já a expectativa desse indicador para 2018 subiu pela terceira semana consecutiva, de 2,28% para 2,50%. Preço e Juros Inflação: procurando um limite (inferior). O relatório de mercado Focus continua demonstrando recuo nas expectativas para o IPCA. A aposta pela Mediana Agregado do relatório, mostra 2017 terminando com o índice em 4,04%, e, 2018 em 4,32%. Já pela média das expectativas das Top 5, as instituições que mais acertam entre as pesquisadas, em 2017 a inflação atingiria 3,53% e 4,22% em 2018. 04

Novamente o índice é retido por queda nos preços dos grupos de alimentação e saúde e cuidados pessoais, demonstrando o quadro grave de recessão da economia brasileira que espera os ajustes políticos. Um pequeno ajuste para cima nas expectativas do PIB talvez indique o início da reversão deste quadro, sendo necessário que as reformas e as condições de investimento sejam rapidamente melhoradas e consolidadas. SELIC: Convergência harmônica. O mercado ancorou as expectativas da taxa Selic, em 2017 e 2018, para 8,50%. O momento agora é marcado pelas especulações quanto à aceleração do ritmo de corte da taxa básica, dado que condições que antes se nominavam favoráveis, agora já quase se tornam impõem cogentes do ajuste. O COPOM reduziu a meta da taxa básica de juros para 11,25% a.a. com o corte de 1 ponto percentual na 206ª reunião em 11 e 12 de abril. A inflação continua sendo puxada pelos alimentos. Enquanto isso as reformas aguardam os acertos políticos, a economia não se move e o desemprego acena com a continuidade do seu crescimento. Embora o BC acredite na força do controle da taxa básica e na capacidade de permitir um crescimento econômico com a flexibilização monetária, o novo Indicador de Custo de Crédito (ICC), lançado pelo BC na última quinta-feira (20) e que faz parte das ações da Agenda BC+ na bandeira do Crédito Mais Barato, demonstra que o estímulo não tem chegado ao mercado, dado que houve crescimento nas taxas praticadas pelo mercado de crédito nos últimos doze meses, enquanto a taxa básica estava estabilizada e se iniciava a flexibilização. 05

Balança comercial Resultado Parcial Até a 3ª semana do mês de abril de 2017 a balança comercial apresentou um superávit de US$ 5,189 bilhões. As exportações apresentaram um crescimento de 30,9% em relação ao mesmo período de 2016, atingindo o volume de US$13,078 Bilhões. O crescimento se deu em razão do aumento nas vendas de produtos básicos em 30,7%, manufaturados em 30,3% e os semimanufaturados em 32,7%. As importações atingiram US$7,889 Bilhões, 15,5% acima da média de abril/2016. Este resultado reflete uma elevação nas compras, principalmente com combustíveis e lubrificantes em 51,2%, seguido de aparelhos eletrônicos em 46,6% e plásticos em 29%, entre outros. No ano as exportações somam US$63,540 Bilhões e as importações US$43,934 Bilhões, resultando num superávit de US$19,606 Bilhões. 06

Câmbio A cotação do dólar iniciou a semana cotada a US$/R$ 3,11. O tema da vez no mercado externo é a eleição francesa para o cargo de primeiro ministro. O temor da vitória da extrema direta trazia tensão ao mercado em razão dos riscos de uma saída da França da União Européia seguida de um forte protecionismo. Após o primeiro turno as pesquisas apontam para uma vitória do candidato de centro. Esta nova expectativa acalmou o mercado e trouxe a cotação para baixo. No mercado interno a cena política e a reforma da previdência ainda ganham espaço e podem afetar a cotação de forma tímida. Estes acontecimentos já estão precificados. Num evento mais isolado, a ação de venda do Banco Central de swap cambial reverso, o que equivale a venda de dólares no mercado futuro, deve trazer próximo ao vencimento um pequeno ajuste artificial na cotação. Mercado de Trabalho: Paraná termina o primeiro trimestre de 2017 com saldo positivo na geração de empregos. De acordo com dados informados pelo CAGED, o Paraná terminou o primeiro trimestre de 2017 com saldo positivo na geração de empregos formais. Foram 16.518 empregos formais que colocam o estado na 4ª colocação no ranking nacional, atrás apenas de Rio Grande do Sul (25 mil), Santa Catarina (22 mil) e Goiás (17 mil). Trata-se do primeiro trimestre com saldo positivo desde o início de 2016, o que indica que atividade econômica no estado está apresentando sinais de recuperação, sobretudo quando comparado ao resultado ruim do último trimestre de 2016, quando o estado contabilizou saldo negativo de (38.311) de empregos, conforme gráfico a seguir. 07

Com relação aos setores de atividades econômicas, a comparação com o mesmo período do ano anterior mostra que o saldo positivo no trimestre deve-se ao setor de serviços que terminou o período com um saldo de 8.715 vagas contra 3.259 vagas no primeiro trimestre de 2016 (com destaque para ensino, serviços de alojamento e comércio e administração de imóveis), seguido pelo setor da Indústria de transformação com 7.640 (com destaque a indústria de produtos alimentícios, indústria têxtil) e pelo setor de construção civil com 2.244 vagas. As sequências de saldos positivos na geração de emprego do Paraná nos primeiros três meses de 2017 demonstra que a retomada do crescimento na geração de vagas no mercado de trabalho está se estruturando e tende a ser mais rápida do que na maioria das regiões do país. Apenas os estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás tiveram melhor desempenho. 08

Blockchain Parte 2: O começo do fim Estamos cercados de oligopólios. Historicamente poder e o dinheiro migram para o controle de poucos. Segmentos como Automobilístico, Aeroespacial e Farmacêutico, além de oligopolizados, oferecem grandes barreiras de entrada e qualquer tentativa, sem capacidade de escala, seria taxativamente considerada como loucura. Entretanto, investidas arriscadas têm se demonstrado lucrativas. Em 2015 nos Estados Unidos, em Phoenix, no Arizona, a empresa Local Motors, utilizando uma linha de montagem formada por impressoras 3D, imprimiu o primeiro carro em apenas 44 horas. Recentemente, em 3 de abril de 2017, a Tesla, montadora de automóveis elétricos de alta performance fundada em 2003 por Elon Musk, atingiu valor de mercado de $48.7 bilhões de dólares, superior a Ford com valor de $45.6 bilhões de dólares. 09

Também é fato que apenas mais convidados estão se sentando à mesa para dividir a torta de mercado, não descaracterizando a concentração de oferta por poucos fornecedores. Então a importância da arquitetura blockchain que viabiliza transações confiáveis sem a necessidade de autoridades reguladoras. Startups como OpenBazaar oferecem plataformas seguras para conectar compradores e vendedores, sem a cobrança de taxas - uma grande ameaça para empresas como Mercado Livre. Em breve sistemas paralelos estarão conectando passageiros/motoristas e locatários/locadores, suprimindo a necessidade de aplicativos das bilionárias Uber e Airbnb. Blockchain permite que grandes volumes monetários sejam arrecadados, sem taxas ou desvios e em tempo real. Será possível que Associações, como Médicos sem Fronteiras, realizem campanhas mundiais solicitando doações de centavos que, no volume, poderão mudar drasticamente cenários de calamidade e, da mesma forma, grandes veiculadoras de mídia poderão passar a pagar milésimos de centavos para o consumo de suas propagandas. Seja qual for o oligopólio nenhum está livre da eminente modificação, total ou em partes, do seu modelo de negócio. Referências: https://www.nytimes.com/2017/04/03/business/tesla-ford-general-motors-st ock-market.html?_r=0 https://hbr.org/2017/03/what-blockchain-means-for-the-sharing-economy Opinião A retomada da economia requer reformas: Vamos conversar um pouco mais sobre trabalho? O Estadão de 25.04 traz uma entrevista com o vice-diretor-gerente do FMI desde 2011, David Lipton, o qual foi diretor de Assuntos Econômicos Internacionais do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, no primeiro mandato de Barack Obama. Lipton enaltece que a redução da inflação é um sucesso notável que reflete a credibilidade do governo e do Banco Central. Em sua opinião, há espaço para redução dos juros no Brasil, mas o processo deve ser cauteloso para assegurar o declínio do índice de preços ao nível desejado. 10

O executivo entende que a recuperação da economia brasileira deverá ser lenta. Vai levar um bom tempo até que a renda per capita volte ao patamar de 2013. O sucesso obtido no combate à inflação é positivo mas há muitas incertezas em relação ao ritmo de recuperação da economia, que deve passar pelo ajuste fiscal do governo. E ajuste fiscal tem que passar pelas reformas. Vale frisar que Lipton vive em um país em que não há limitações à terceirização do trabalho nem de atividades meio, nem de atividades fim; onde os funcionários têm de negociar com os patrões quanto tempo terão de férias e se elas são remuneradas ou não. Adicional de férias não existe por lá; 13º salário também não existe. Há a possibilidade de os patrões negociarem com os empregados se eles vão trabalhar em finais de semanas ou feriados nacionais. Um país onde ninguém tem estabilidade no emprego, nem os funcionários públicos; não existe FGTS, muito menos adicional de 40% em caso de demissão sem justa causa; não existe carteira de trabalho, nem Justiça Trabalhista. Ricardo Amorim nos deixa a seguinte indagação: Por que, então, Trump está se esforçando para impedir a entrada de milhões e milhões de trabalhadores de outros países que a cada ano querem ir trabalhar lá. Não deveria ser um lugar para fugir? Fontes: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,sem-reformas-recuperacao-d o-brasil-sofrera-danos,70001750661 https://www.linkedin.com/pulse/talvez-ricardo-amorim 11