Rodada #1 Direito Processual Penal Militar

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Transcrição:

Rodada #1 Direito Processual Penal Militar Professor Bruno Schettini Assuntos da Rodada IX DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR: 1 Processo Penal Militar e sua aplicação. 2 Polícia judiciária militar. 3 Inquérito policial militar. 4 Ação penal militar e seu exercício. 5 Processo. 6 Juiz, auxiliares e partes do processo. 7 Denúncia. 8 Competência da Justiça Militar da União.

a. Introdução Olá! Iniciamos hoje a nossa preparação na disciplina de Direito Processual Penal Militar visando à sua aprovação no próximo concurso do MPU. Para preparar este material que irá servir de suporte nessa matéria, analisei detidamente o programa do último concurso e também a última prova realizada. Feita essa análise, decidi introduzir o ponto Introdução ao Direito Processual Penal Militar em razão de ter a convicção de que compreender certas peculiaridades desta disciplina ANTES de iniciarmos o estudo dos pontos propriamente constantes no edital irá lhe proporcionar um estudo muito mais completo e EFICIENTE. Sejamos francos, na nossa vida de concurseiro, algumas vezes só nos resta decorar conceitos e dispositivos legais que podem ser cobrados na prova. MAS, se tivermos condições de ENTENDER aquilo que estamos estudando, tenha certeza de que sua assimilação e (por conseguinte) seu sucesso no dia da prova será muito maior. Minha proposta de abordagem é justamente nessa segunda linha de ação. Por isso, ANTES de nos debruçarmos sobre temas como Inquérito Policial Militar, Denúncia, Competência etc. vamos, ainda que de forma breve, conhecer o conceito, a finalidade, as características e outros aspectos do Direito Processual Penal Militar, pavimentando assim a estrada que iremos trilhar juntos até seu pleno êxito nas questões que versarem sobre essa matéria. Peço que você procure solidificar os conceitos aqui expostos, pois tal conhecimento será fundamental para melhor compreender a nossa próxima aula que tratará de Inquérito Policial. Estamos prontos? Aperte o cinto e vamos em frente! 2

b. Teoria I. Conceito e Finalidade 1. O Direito, como ramo do conhecimento humano, é uno, indivisível. Por razões didáticas visando a facilitar seu estudo é dividido em dois ramos básicos: o Direito Público e o Direito Privado. O Direito Privado ocupa-se de regulamentar as relações privadas, regendo os interesses particulares colocados em pé de igualdade, prevalecendo neste ramo a autonomia da vontade entre as partes (sendo o Direito Civil e o Direito Empresarial suas principais expressões). Assim, a compra e venda de um imóvel, os contratos celebrados entre particulares, as relações de fusão e aquisição entre empresas privadas etc. são objetos do Direito Privado. 2. Já o Direito Público caracteriza-se, por óbvio, pela presença do interesse público, havendo neste caso uma relação de sujeição ou imposição, tendo em vista o interesse do Estado. Desta forma a relação entre o cidadão e a Administração Pública e o pagamento de tributos são exemplos em que o cidadão muitas vezes tem de se submeter às regras impostas pelo Estado, sendo portanto objeto do Direito Público. 3. Ocorrido um crime, não havendo mais espaço na nossa época para a vingança privada (nos primórdios, o próprio ofendido fazia a justiça com as próprias mãos ), surge a necessidade de responsabilização e punição do autor do fato, conforme sansões definidas pelo Direito Penal (chamado Direito material, ao passo que o Processo Penal é o direito intrumental ). Tais tarefas de investigar, processar e julgar (persecução penal) são atualmente exercidas exclusivamente pelo Estado, titular do jus 3

puniendi, que deve seguir uma série de procedimentos para tal, respeitando os direitos e garantias constitucionais. 4. Como ensina Hélio Tornaghi, o processo seria então Um caminhar para frente (pro cedere); é uma sequência ordenada de atos que se encadeiam numa sucessão lógica e com um fim: o de possibilitar, ao juiz, o julgamento. II. Processo Penal Militar 5. O Direito Processual Penal Militar é um ramo especializado do direito que tem por objetivo permitir a aplicação da legislação penal militar por meio de regras processuais (que de forma semelhante cuidam do processo penal) e proteger a ordem jurídica militar, fomentando o salutar desenvolver das missões precípuas atribuídas às Forças Armadas e às Forças Auxiliares. A constatação dos valores de hierarquia e disciplina, como regentes da carreira militar, confere legitimidade à existência do direito penal e processual penal militar, além da Justiça Militar (arts. 122 ao 124, da CF). 6. A especialidade do Direito Processual Penal Militar evidencia-se pelo órgão especial que o aplica: as Justiças Militares. Entretanto, a especialidade (ius singulari), que não se confunde com excepcionalidade (privilegium), por esse critério, advém das normas constitucionais (arts. 124 e 125, 4º, da CF), que definem a competência da Justiça Militar. 7. Assim, podemos concluir que: 4

a. O Processo Penal Militar (direito instrumental) existe para conferir efetividade ao Direito Penal Militar (direito material), fornecendo o caminho (seguro e conforme o respeito aos Direitos e Garantias Individuais) a ser percorrido para que o Estado possa punir aquele que comete um crime militar; e b. O Direito Processual Penal Militar constitui ramo do Direito Público, uma vez que um dos sujeitos da relação jurídica que se estabelece é o Estado, titular único do jus puniendi. 8. Curiosidade Histórica Em agosto de 1969, o General Arthur da Costa e Silva, Presidente da República, sofre um derrame, devendo ser sucedido, nos termos do que consignava a Constituição, pelo Vice-Presidente, Pedro Aleixo. Entretanto, uma Junta Militar composta por oficiais generais das três Forças Armadas, decretou, em 14 de outubro de 1969, o Ato Institucional nº 16, declarando vagos os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República e assumindo a chefia do Poder Executivo. Foi durante o governo dessa Junta que, em 21 de outubro de 1969, nasceu, pelo Decreto-Lei nº 1.002, o Código de Processo Penal Militar, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1970, sobrevivendo até os dias atuais com poucas alterações. 9. A interpretação da lei penal é a atividade de identificar o alcance e o significado da norma penal, podendo ser classificada quanto ao sujeito, ao modo e o resultado. a. Sujeito - Quanto ao sujeito a interpretação pode ser autêntica, doutrinária ou jurisprudencial. i. A interpretação autêntica é aquela que emana do próprio órgão encarregado da elaboração do texto legal, podendo ser contextual, feita no bojo do próprio texto interpretado; ou não contextual, quando feita por outra lei posterior. 5

ii. A interpretação doutrinária é aquela feita pelos mestres, especialistas e juristas, sendo encontrada em livros, teses, monografias, artigos etc. iii. A interpretação jurisprudencial, também chamada judicial, é aquela dada pelos tribunais, mediante a reiteração de seus julgamentos. b. Modo Quanto ao modo a interpretação pode ser gramatical ou lógica. i. A interpretação gramatical é aquela fundada nas regras gramáticas, levando em consideração o sentido literal das palavras. ii. A interpretação lógica (teleológica) é aquela que procura descobrir a vontade do legislador. c. Resultado Quanto ao resultado a interpretação pode ser declarativa, restritiva e extensiva. i. A interpretação declarativa é a que dá à lei o seu sentido literal. ii. A extensiva é cabível quando for manifesto que a expressão da lei é mais estrita do que sua intenção. iii. A restritiva quando for manifesto que a expressão da lei é mais ampla do que sua intenção. 6

c. Mapas Mentais 7

d. Revisão 1 QUESTÃO 1 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A interpretação literal importa na conformidade com o significado das palavras segundo a intenção do legislador. QUESTÃO 2 - PROFESSOR 2017 No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões e, a não ser que evidentemente empregados com outro significado, os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial. QUESTÃO 3 - CESPE PROMOTOR MPE/ES 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar: Se, na aplicação da lei processual penal militar a caso concreto, houver divergência entre essa norma e os dispositivos constantes em convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerá a regra especial da primeira, salvo em matéria de direitos humanos. QUESTÃO 4 - PROFESSOR 2017 8

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) foi promulgada no Brasil em 6 de novembro de 1992, por meio do Decreto nº 678. No tocante às divergências entre essa convenção e a interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: Prevalece o conteúdo normativo da referida convenção sobre a norma prevista no CPPM. QUESTÃO 5 - CESPE PROMOTOR MPE/ES 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar: Os casos omissos na lei processual penal militar serão supridos pelo direito processual penal comum, sem prejuízo da peculiaridade do processo penal castrense. Nesses casos, o CPPM impõe que haja a declaração expressa de omissão pela corte militar competente, com quórum qualificado. QUESTÃO 6 - PROFESSOR 2017 Com base no direito processual penal militar: A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões, mesmo se desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. QUESTÃO 7 - PROFESSOR 2017 9

As normas previstas no CPPM são utilizadas, em tempo de guerra, aos mesmos casos previstos para o tempo de paz. QUESTÃO 8 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelas normas do Código de Processo Penal comum, sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da especialidade. QUESTÃO 9 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Com o início da vigência do CPPM, as provas testemunhais que já tiverem sido iniciadas, o interrogatório do acusado será realizado de acordo com as normas da lei anterior. QUESTÃO 10 - PROFESSOR 2017 As normas do CPPM poderão ser aplicadas de forma subsidiária aos processos regulados em leis especiais. 10

e. Revisão 2 QUESTÃO 11 - CESPE PROMOTOR MPE/ES 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar: Segundo a lei processual penal militar, o princípio da imediatidade é aplicado aos processos cuja tramitação esteja em curso, ressalvados os atos praticados na forma da lei processual anterior. Caso a norma processual penal militar posterior seja, de qualquer forma, mais favorável ao réu, deverá retroagir, ainda que a sentença penal condenatória tenha transitado em julgado. QUESTÃO 12 - PROFESSOR 2017 No que tange ao CPPM, o uso da interpretação literal é considerado inadmissível quando prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza. QUESTÃO 13 - PROFESSOR 2017 O art. 1º, 1º, do CPPM, apresenta o seguinte texto: Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas. Nesse caso, um tratado internacional que se refira a direitos humanos, ao ser promulgado pelo Executivo, ganha status de Emenda Constitucional. 11

QUESTÃO 14 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelos princípios gerais de direito e pela analogia. QUESTÃO 15 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) De acordo com o Código de Processo Penal Militar, os casos nele omissos poderão ser supridos pela analogia e pelos usos e costumes militares estabelecidos pelos respectivos regulamentos. QUESTÃO 16 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Com o início da vigência do CPPM, as perícias já iniciadas, bem como os recursos já interpostos, continuarão a reger-se pela lei anterior. QUESTÃO 17 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar, suas normas se aplicam, em tempo de guerra, em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional. QUESTÃO 18 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: 12

A interpretação extensiva ocorre quando manifesto que a expressão da lei é mais ampla que sua intenção: vg. ao dizer acusado abrange homens e mulheres. QUESTÃO 19 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: As medidas de segurança regem-se pela lei processual vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução. QUESTÃO 20 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares. 13

f. Revisão 3 QUESTÃO 21 - PROFESSOR 2017 A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Entretanto, admitir-se-á a interpretação expansiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção. QUESTÃO 22 - PROFESSOR 2017 A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) foi promulgada no Brasil em 6 de novembro de 1992, por meio do Decreto nº 678. No tocante às divergências entre essa convenção e a interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: Sendo uma convenção internacional da qual o Brasil é signatário, e já tendo sido promulgada no país, a mesma prevalece sobre a norma do CPPM. Devido ao tema tratado na convenção em tela, a mesma possui status supralegal em nosso ordenamento jurídico. QUESTÃO 23 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: Os termos técnicos são entendidos exclusivamente em sua acepção especial, não se admitindo que sejam empregados com outra significação, salvo disposto em lei. 14

QUESTÃO 24 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Aplicam- se, subsidiariamente, as normas do CPPM aos processos regulados em tratados internacionais. QUESTÃO 25 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) De acordo com o Código de Processo Penal Militar, os casos nele omissos poderão ser supridos, em tempo de guerra ou de conflito armado, pelas normas do Estatuto de Roma e pelas Convenções de Genebra. QUESTÃO 26 - PROFESSOR 2017 No que tange ao CPPM, o uso da interpretação extensiva, ou da interpretação restritiva, não será admitido quando cercear a defesa pessoal do acusado. QUESTÃO 27 - PROFESSOR 2017 Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas do CPPM, em tempo de paz, a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada. QUESTÃO 28 - PROFESSOR 2017 15

As normas previstas no CPPM se aplicam somente aos processos iniciados após a vigência do referido código. QUESTÃO 29 - PROFESSOR 2017 No momento em que o Brasil se torna signatário de um tratado internacional, o mesmo passa a prevalecer sobre as normas contidas no CPPM. QUESTÃO 30 - PROFESSOR 2017 As convenções e tratados internacionais relativos a direitos humanos de que o Brasil seja signatário podem adquirir status de Emenda Constitucional, caso aprovados de acordo com as regras em vigor para emendas constitucionais. Ou seja, aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. 16

g. Normas comentadas CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR (art. 1º ao 6º) Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste Código, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for estritamente aplicável. Divergência de normas 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas. Havendo divergência entre o CPPM e uma convenção ou um tratado que o Brasil figure como signatário, as normas internacionais prevalecem. Entretanto, para ter validade no país os tratados internacionais necessitam ser aprovados pelo congresso e promulgados pelo executivo. Após a promulgação, ganham status de lei, revogando as leis anteriores incompatíveis. Caso tratado se refira a direitos humanos, o mesmo adquire status de norma supralegal (se anterior à EC 45/04, entendimento atual do STF - súmula vinculante de nº. 25) ou de emenda constitucional (neste caso se aprovado de acordo com as regras em vigor para emendas constitucionais: aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros art. 5º, 3º, da CF, conforme EC 45/04). Aplicação subsidiária 2º Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Código aos processos regulados em leis especiais. Interpretação literal 17

Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação. Interpretação extensiva ou restritiva 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção. Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando: a) cercear a defesa pessoal do acusado; b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. O CPPM dispõe expressamente que a interpretação extensiva e a restritiva são admitidas, como formas de interpretação não literal. A interpretação não literal, entretanto, deve ser condicional. Suprimento dos casos omissos Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos: a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar; b) pela jurisprudência; c) pelos usos e costumes militares; (observem que não há obrigatoriedade de norma escrita) 18

d) pelos princípios gerais de Direito; e) pela analogia. Aplicação no espaço e no tempo Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicamse as normas deste Código: Tempo de paz I em tempo de paz: a) em todo o território nacional; b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira; c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força militar brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de missão de caráter internacional ou extraterritorial; d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente; e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional; Tempo de guerra II em tempo de guerra: 19

a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz; b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações; c) em território estrangeiro militarmente ocupado. Aplicação intertemporal Art. 5º As normas deste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Art. 711. Nos processos pendentes na data da entrada em vigor deste Código, observar-se-á o seguinte: a) aplicar-se-ão à prisão provisória as disposições que forem mais favoráveis ao indiciado ou acusado; b) o prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta não estatuir prazo menor do que o fixado neste Código; c) se a produção da prova testemunhal tiver sido iniciada, o interrogatório do acusado far-se-á de acordo com as normas da lei anterior; d) as perícias já iniciadas, bem como os recursos já interpostos, continuarão a regerse pela lei anterior. Aplicação à Justiça Militar Estadual 20

Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares. 21

h. Gabarito 1 2 3 4 5 E C E C E 6 7 8 9 10 C C E C C 11 12 13 14 15 E E E C E 16 17 18 19 20 C E E E C 21 22 23 24 25 E C E E E 26 27 28 29 30 C E E E C 22

i. Breves comentários às questões QUESTÃO 1 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A interpretação literal importa na conformidade com o significado das palavras segundo a intenção do legislador. Errado. Interpretação literal é aquela fundada nas regras gramáticas, levando em consideração o sentido literal das palavras. Interpretação lógica é aquela que procura descobrir a vontade do legislador, assim como a finalidade com a qual a lei foi editada. QUESTÃO 2 - PROFESSOR 2017 No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões e, a não ser que evidentemente empregados com outro significado, os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial. Correta. Texto similar ao art. 2º, do CPPM. QUESTÃO 3 - CESPE PROMOTOR MPE/ES 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar: Se, na aplicação da lei processual penal militar a caso concreto, houver divergência entre essa norma e os dispositivos constantes em convenção ou tratado de que o 23

Brasil seja signatário, prevalecerá a regra especial da primeira, salvo em matéria de direitos humanos. Errado. Vide art. 1º, 1º. QUESTÃO 4 - PROFESSOR 2017 A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) foi promulgada no Brasil em 6 de novembro de 1992, por meio do Decreto nº 678. No tocante às divergências entre essa convenção e a interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: Prevalece o conteúdo normativo da referida convenção sobre a norma prevista no CPPM. Correta. Vide art. 1º, 1º, do CPPM. QUESTÃO 5 - CESPE PROMOTOR MPE/ES 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar: Os casos omissos na lei processual penal militar serão supridos pelo direito processual penal comum, sem prejuízo da peculiaridade do processo penal castrense. Nesses casos, o CPPM impõe que haja a declaração expressa de omissão pela corte militar competente, com quórum qualificado. Errado. Não há imposição de que haja a declaração expressa de omissão pela corte militar competente, com quórum qualificado. Pode ser aplicado em casos omissos, independente de declaração alguma. 24

QUESTÃO 6 - PROFESSOR 2017 Com base no direito processual penal militar: A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões, mesmo se desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. Correta. A consideração extra apresentada ( mesmo que desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo ) serve apenas para confundir, ao utilizar restrição a interpretação não literal (art.2º, 2º, c, do CPPM). QUESTÃO 7 - PROFESSOR 2017 As normas previstas no CPPM são utilizadas, em tempo de guerra, aos mesmos casos previstos para o tempo de paz. Correta. Vide art. 4º, inciso II, a). QUESTÃO 8 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelas normas do Código de Processo Penal comum, sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da especialidade. Errada. Art. 3º, alínea a, aborda as normas do CPP, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar. Não há menção a sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da especialidade. 25

QUESTÃO 9 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Com o início da vigência do CPPM, as provas testemunhais que já tiverem sido iniciadas, o interrogatório do acusado será realizado de acordo com as normas da lei anterior. Correta. Vide art. 5º, do CPPM: As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711 (onde a hipótese da questão está referenciada no inciso III), e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. QUESTÃO 10 - PROFESSOR 2017 As normas do CPPM poderão ser aplicadas de forma subsidiária aos processos regulados em leis especiais. Correta. Vide contido no art. 1º, 2º, do CPPM. QUESTÃO 11 - CESPE PROMOTOR MPE/ES 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar: Segundo a lei processual penal militar, o princípio da imediatidade é aplicado aos processos cuja tramitação esteja em curso, ressalvados os atos praticados na forma da lei processual anterior. Caso a norma processual penal militar posterior seja, de qualquer forma, mais favorável ao réu, deverá retroagir, ainda que a sentença penal condenatória tenha transitado em julgado. 26

Errado. Quando uma norma penal posterior é mais favorável ao réu, ela retroage. Entretanto, a questão trata de norma processual penal, que é imediata (não retroage), mesmo que em benefício do réu. QUESTÃO 12 - PROFESSOR 2017 No que tange ao CPPM, o uso da interpretação literal é considerado inadmissível quando prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza. Errada. A inadmissibilidade em tela diz respeito à interpretação extensiva ou à interpretação restritiva. Vide art.2º, 2º, b), do CPPM. QUESTÃO 13 - PROFESSOR 2017 O art. 1º, 1º, do CPPM, apresenta o seguinte texto: Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas. Nesse caso, um tratado internacional que se refira a direitos humanos, ao ser promulgado pelo Executivo, ganha status de Emenda Constitucional. Errada. Para uma lei ser promulgada pelo Executivo, deve antes ser aprovada pelo Congresso. Mesmo se tratando do tema de direitos humanos, o tratado deve seguir o rito da Emenda Constitucional para ser considerado como tal. Como a questão apresenta que a promulgação foi feita pelo Executivo, logo entende-se que o rito não foi seguido, visto que EC são promulgadas são promulgadas pelas Mesas da Câmara e do Senado, em sessão solene do Congresso. 27

QUESTÃO 14 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelos princípios gerais de direito e pela analogia. Correta. Conforme alíneas b) e e) do art. 3º do CPPM QUESTÃO 15 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) De acordo com o Código de Processo Penal Militar, os casos nele omissos poderão ser supridos pela analogia e pelos usos e costumes militares estabelecidos pelos respectivos regulamentos. Errada. Não há necessidade de estar estabelecido em regulamentos respectivos, conforme art. 3º, c), do CPPM QUESTÃO 16 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Com o início da vigência do CPPM, as perícias já iniciadas, bem como os recursos já interpostos, continuarão a reger-se pela lei anterior. Correta. Vide art. 5º, do CPPM: As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711 (onde a hipótese da questão está referenciada no inciso IV), e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. QUESTÃO 17 - PROFESSOR 2017 28

De acordo com o Código de Processo Penal Militar, suas normas se aplicam, em tempo de guerra, em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional. Errada. Apesar da questão retratar quase que a integralidade do art. 4º, inciso II, b), a mesma exclui o conceito de aliada para força militar estrangeira, dessa forma invalidando a questão. QUESTÃO 18 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A interpretação extensiva ocorre quando manifesto que a expressão da lei é mais ampla que sua intenção: vg. ao dizer acusado abrange homens e mulheres. Errado. Invertida a definição de extensiva com restritiva, conforme se observa no art. 2º 1º do CPPM. QUESTÃO 19 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: As medidas de segurança regem-se pela lei processual vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução. Errada. A questão não possui previsão no CPPM, conforme demanda o enunciado. O texto reflete, aproximadamente, o art. 3º do CPM: Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução. 29

QUESTÃO 20 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares. Correta. Texto idêntico ao art. 6º, do CPPM. QUESTÃO 21 - PROFESSOR 2017 A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Entretanto, admitir-se-á a interpretação expansiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção. Errada. A questão apresenta a transcrição de parte do art. 2º, do CPPM. Entretanto, a parte relativa ao 1º, do mesmo artigo, troca a palavra extensiva por expansiva. QUESTÃO 22 - PROFESSOR 2017 A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) foi promulgada no Brasil em 6 de novembro de 1992, por meio do Decreto nº 678. No tocante às divergências entre essa convenção e a interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: 30

Sendo uma convenção internacional da qual o Brasil é signatário, e já tendo sido promulgada no país, a mesma prevalece sobre a norma do CPPM. Devido ao tema tratado na convenção em tela, a mesma possui status supralegal em nosso ordenamento jurídico. Correta. Vide art. 1º, 1º, do CPPM e súmula vinculante de nº. 25 do STF. QUESTÃO 23 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: Os termos técnicos são entendidos exclusivamente em sua acepção especial, não se admitindo que sejam empregados com outra significação, salvo disposto em lei. Errado. Conforme art. 2º do CPPM, os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação. Logo, não se admitindo está errado. QUESTÃO 24 - PROFESSOR 2017 De acordo com o Código de Processo Penal Militar: Aplicam- se, subsidiariamente, as normas do CPPM aos processos regulados em tratados internacionais. Errada. Vide art. 1º, 2º, do CPPM. QUESTÃO 25 - MPM PROMOTOR MPM 2013 (Adaptada) 31

De acordo com o Código de Processo Penal Militar, os casos nele omissos poderão ser supridos, em tempo de guerra ou de conflito armado, pelas normas do Estatuto de Roma e pelas Convenções de Genebra. Errada. Não previsão dessas restrições específicas no CPPM. QUESTÃO 26 - PROFESSOR 2017 No que tange ao CPPM, o uso da interpretação extensiva, ou da interpretação restritiva, não será admitido quando cercear a defesa pessoal do acusado. Correta. Vide art.2º, 2º, a), do CPPM: Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando: a) cercear a defesa pessoal do acusado. QUESTÃO 27 - PROFESSOR 2017 Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas do CPPM, em tempo de paz, a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada. Errada. O art. 4º, I, d), apresenta a ressalva desde que estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente, a qual não aparece na questão. QUESTÃO 28 - PROFESSOR 2017 As normas previstas no CPPM se aplicam somente aos processos iniciados após a vigência do referido código. 32

Errado. Conforme art. 5º, do CPPM, as normas se aplicam inclusive aos processos pendentes: Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. QUESTÃO 29 - PROFESSOR 2017 No momento em que o Brasil se torna signatário de um tratado internacional, o mesmo passa a prevalecer sobre as normas contidas no CPPM. Errada. Os tratados devem ser validados pelo Congresso Nacional e sancionados pelo Executivo para ganharem eficácia. Ou seja, a prevalência não ocorre no momento da assinatura do tratado. QUESTÃO 30 - PROFESSOR 2017 As convenções e tratados internacionais relativos a direitos humanos de que o Brasil seja signatário podem adquirir status de Emenda Constitucional, caso aprovados de acordo com as regras em vigor para emendas constitucionais. Ou seja, aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. Correta. Vide art. 5º, 3º, da CF. 33