Programa Curricular ESTUDOS TECNOLÓGICOS DE MEDALHÍSTICA III Docente Responsável Prof. Associado com Agregação António Matos Assistente Andreia Pereira Ano Lectivo 2013-2014 Ciclo de Estudos Licenciatura Período Lectivo 1º Semestre Horas semanais de aulas 6 Horas ECTS 6 ECTS 1.> CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS O programa curricular de Estudos Tecnológicos de Medalhística visa dotar os alunos das competências necessárias à execução de medalha e troféu, implicando o recurso a uma diversidade de conhecimentos, desde os de ordem tecnológica aos de âmbito artístico, industrial, histórico, social e económico. Divide-se em quatro níveis de conhecimento com uma componente teórico-prática, alicerçando-se em duas fases de progressão: iniciação (níveis I e II) e desenvolvimento (níveis III e IV). Se na produção industrial, o projecto medalhístico está a cargo de artífices e técnicos especializados, os quais, conjugando as suas intervenções parciais, realizam um determinado produto em série, aqui pretende-se que o aluno tome consciência de todas as fases de trabalho envolvidas na concretização de um projecto medalhístico, adquirindo as competências necessárias para a sua execução, desde a ideia inicial à conclusão de um modelo final apto para cunhagem, fundição ou construção. Se a actividade industrial, inerente à tecnologia da Medalhística, tem como objectivo principal a rentabilidade da produção, estando esta condicionada por factores operacionais, estéticos e económicos programados conforme as solicitações do mercado, a actividade promovida dentro do plano curricular de Estudos Tecnológicos de Medalhística realiza-se tendo por objectivo quer a aquisição de conhecimentos tecnológicos tradicionais, quer a experimentação de processos particulares de construção, geralmente inviáveis à prática medalhística pela impossibilidade de reprodução ou pelos elevados custos de produção envolvidos. Pretende-se assim que o aluno consiga aliar a capacidade criativa ao saber técnico através do qual terá de se expressar, tornando-se autónomo no domínio dos materiais e processos medalhísticos e gerando resultados ocasionais potencialmente relevantes para o desenvolvimento da sua investigação pessoal.
2> OBJECTIVOS DA UNIDADE CURRICULAR E COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR O plano curricular de Estudos Tecnológicos de Medalhística III estabelece o desenvolvimento dos conteúdos apreendidos nos níveis de iniciação anteriormente leccionados, com o intuito de proporcionar novos conhecimentos e consolidar os conhecimentos adquiridos sobre as operações tradicionais e potencialidades técnicas e expressivas contemporâneas, através do desenvolvimento dos seguintes conteúdos: DESENVOLVIMENTO Nível III Fases de concepção e execução do projecto medalhístico: relação de anverso e reverso, condicionantes de encomenda, prioridades hierárquicas (imagem/texto). Desenho e função na criação de medalhas. Relevo: consolidação dos ensaios realizados nos níveis anteriores. Composição: organização formal e espacial do campo da medalha. Condicionantes técnicas aplicadas ao projecto. Reprodução dos modelos em diversos materiais. Tecnologias existentes para o fabrico da medalha (construção, fundição e cunhagem). Retrato: medalha directa; medalha cunhada. Matrizes de execução: escalas de redução/ampliação. Percepção do volume. Adição / Subtracção. EXERCÍCIOS Nível III Concepção e execução do projecto medalhístico subordinado ao tema 500 Anos da Embaixada de D. Manuel I ao Papa Leão X (exercício a entregar até 20 de Novembro de 2013). Modelação de retrato: realização de três esbocetos de retrato (anverso), obedecendo, obrigatoriamente, a uma representação de frente, a uma representação a três quartos e a uma representação de perfil. Cada um dos modelos deverá ser realizado de acordo com a técnica de medalha directa. Modelação de retrato: realização de um modelo de retrato (anverso/reverso), obedecendo, obrigatoriamente, a uma das três representações: frente, três quartos ou perfil. O modelo será realizado de acordo com as matrizes de ampliação para cunhagem. Projecto pessoal: exploração de materiais (metais, madeiras, pedras, plásticos, têxteis, papéis, vidros, pastas cerâmicas, etc.) e técnicas de construção de modelos, tendo por base a escolha de um referente de investigação pessoal apropriado à tecnologia.
NOTA: A unidade curricular de Estudos Tecnológicos de Medalhística potencia aos alunos a possibilidade de adequação dos exercícios ao seu plano de estudos individualizado, desde que nele se enquadrem os conteúdos estipulados para a fase de progressão frequentada. EXERCÍCIOS PARALELOS Nível III Anualmente, a unidade curricular de Estudos Tecnológicos de Medalhística III estabelece parcerias nacionais e internacionais que permitem o intercâmbio e divulgação do trabalho realizado pelos alunos. No presente ano lectivo estão agendados alguns exercícios, de cáracter não obrigatório, que visam dar seguimento a essas parcerias e consistem na realização de modelos subordinados a temas previamente estipulados. MSSS Project (Medallic Sculpture Studio Sofia) [em parceria com a Academia de Belas Artes de Sofia, Bulgária] Até 13 de Outubro: desenvolvimento de medalha subordinada ao tema The Birds Até 13 de Novembro: desenvolvimento de medalha subordinada ao tema The Humans Até 13 de Dezembro: desenvolvimento de medalha subordinada ao tema The Extraterrestrials 3.> METODOLOGIA DE ENSINO A unidade curricular de Estudos Tecnológicos de Medalhística III é uma unidade curricular de cariz técnico especializado, pelo que a metodologia de ensino se encontra destinada a reforçar competências específicas na área científica do curso de Escultura. O programa, não sendo estritamente tecnológico, abrange problemas de formulação e entendimento do projecto estético medalhístico, a par com a abordagem teórica e prática de processos técnicos e experimentais que, desenvolvidos em regime de autonomia, permitam ao aluno a aquisição de competências transversais, que se prendem com a capacidade de resolução de problemas no âmbito da sua área de formação e fundamentação da sua investigação pessoal. 4.> AVALIAÇÃO 4. 1. A avaliação desenvolve-se em três fases: contínua, periódica e final. Avaliação Contínua Realiza-se ao longo do semestre, enquanto meio de percepção, diagnóstico e análise de problemas na aprendizagem, procedendo-se à recolha de indicadores que revelem se esta é ou não eficaz, procurando contribuir para a obtenção de resultados por parte do aluno.
Avaliação Periódica Realiza-se em datas a agendar pelo professor, tendo por principais critérios: o grau de aquisição de conhecimentos inerentes à tecnologia; domínio das técnicas e materiais; cumprimentos da calendarização; qualidade de aplicação dos estudos realizados em conformidade com os respectivos objectivos; nível de integração no processo escolar; assiduidade às aulas. 1º semestre: 2º semestre: 29 e 30 de Outubro de 2013 25 e 26 de Março de 2014 10 e 11 de Dezembro de 2013 20 e 21 de Maio de 2013 Avaliação Final Realiza-se, tendo em consideração os resultados das avaliações contínuas e periódicas, de acordo com o nível global dos conhecimentos adquiridos; qualidade das respostas dadas aos respectivos programas; evolução das capacidades tecnológica, criativa e experimental; grau de integração no processo escolar; assiduidade às aulas. 1º semestre: data a definir (entre 6 e 31 de Janeiro de 2014) 2º semestre: data a definir (entre 2 e 30 de Junho de 2014). 5. > BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL (A BIBLIOGRAFIA É CEDIDA AO LONGO DO SEMESTRE) BABELON, Jean L`art dans la médaille. In FIDEM Premier Congrès Internationale de la Médaille. Compte Rendu des Travaux. Paris : FIDEM, 1937. pp. 9-20. BATISTA, Hélder O Sentido e os limites da medalha contemporânea. Seixal: FIDEM, 2004. [Em linha]. Disponível em WWW: <http://www.escultor.com.pt/helderbaptista/texto_fidem.htm>. BEGEER, C.-J.-A. Quelques questions d`intérêt pour le fabricant-éditeur de médailles. In FIDEM Premier Congrès Internationale de la Médaille. Compte Rendu des Travaux. Paris : FIDEM, 1937. pp. 67-78. CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E DE ESTUDOS VOLTE FACE MEDALHA CONTEMPORÂNEA Um percurso na Medalha em Portugal. Lisboa: Reitoria da Universidade de Lisboa, 2005. FIGUEIREDO, Maria Rosa Medalhas e Plaquetes Colecção Calouste Gulbenkian. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. ISBN: 972-8848-10-2. FÜLLER, Josef Elementos de Modelação de Ornato e Figura. Lisboa : Bibliotheca de Instrução Profissional, [s.d.]. HIPÓLITO, Mário C. Moedas Gregas Antigas Ouro / Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. ISBN: 972-8128-19-3. HUGUENIN, Paul La Médaille: tentative de définition. In ATTWOOD, Philip ; JONES, Mark (Ed.) The Medal. Nº 23. London : FIDEM/British Art Medal Trust, 1993. ISSN 0263-7707. p. 85. INCM A Medalha em Portugal de 1960 até aos nossos dias: Visão Retrospectiva e Antológica. Lisboa : Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1999.
JONES, Mark. The Art of the Medal. London : British Museum, 1979. ISBN: 071408502. LAMAS, Arthur Medalhas Portuguesas e Estrangeiras Referentes a Portugal: memória histórica e descritiva baseada na colecção iniciada por José Lamas. Vol. I, Parte I: Medalhas Comemorativas. Lisboa : Ed. Autor, 1916. MULLALY, Terence The Medal Today FIDEM 1996. In ATTWOOD, Philip ; JONES, Mark (Ed.) The Medal. Nº 29. London : FIDEM/British Art Medal Trust, 1996. ISSN 0263-7707. pp. 104-114. PINHEIRO, Thomaz Bordallo Manual do Formador e Estucador. Lisboa : Bertrand, [s.d.]. PINTO, A. Marques Notas de Medalhística. Porto : Ed. Autor, 1971. Vol.I. Notas de Medalhística. Porto : Ed. Autor, 1972. Vol.II. TEIXEIRA, Pedro Anjos Tecnologias da Escultura. Sintra: Câmara Municipal de Sintra, 2006. VASCONCELLOS, José Leite de Nomenclatura Numismática. Lisboa : Ulmeiro, 1994. [Ed. Facsimilada do texto homónimo In O Archeologo Português, Vol. XXX. 1938. pp.126-149]. Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 18 de Junho de 2013