Transportes no Brasil

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Transcrição:

TRANSPORTES 1

Transportes no Brasil Até a década de 1950, a economia brasileira se fundava na exportação de produtos primários, e com isso o sistema de transportes limitou-se aos transportes fluvial e ferroviário. Com a aceleração do processo industrial na segunda metade do século XX, a política concentrou os recursos no setor rodoviário, com prejuízo para as ferrovias, especialmente na área da indústria pesada e extração mineral. Como resultado, o setor rodoviário,o mais caro depois do aéreo, movimentava no final do século mais de sessenta por cento das cargas. Transportes no Brasil Origens O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial de Getulio Vargas e Juscelino Kubitscheck. Naquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção dos citados governantes na construção de estradas. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário. 2

Transporte rodoviário As primeiras rodovias brasileiras datam do século XIX, mas a ampliação da malha rodoviária ocorreu no governo Vargas, com a criação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) em 1937. Em 1973 passou a vigorar o Plano Nacional de Viação, que modificou e definiu o sistema rodoviário federal. As dificuldades económicas do país a partir do final da década de 1970 causaram uma progressiva degradação da rede rodoviária. A construção de novas estradas foi praticamente paralisada ou se manteve apenas sectorialmente e em ritmo muito lento e a manutenção deixou de obedecer a requisitos elementares. Transporte em Curitiba. Paradas de ônibus tubulares. (VER FIGURA) Este é o principal meio de transporte no Brasil tanto em relação ao transporte de cargas quanto o de pessoas, embora não seja o mais indicado para todos os fins devido a seu custo e poluição ambiental. Primeiras iniciativas nacionais, relativas à construção de ferrovias remontam ao ano de 1828, quando o Governo Imperial autorizou por Carta de Lei a construção e exploração de estradas em geral. O propósito era a interligação das diversas regiões do País. É importante destacar que, até a chegada das ferrovias no Brasil, o transporte terrestre de mercadorias se processava no lombo dos burros em estradas carroçáveis. O grande empreendedor brasileiro, Irineu Evangelista de Souza, (1813-1889), mais tarde Barão de Mauá, recebeu em 1852, a concessão do Governo Imperial para a construção e exploração de uma linha férrea. É conveniente salientar que em São Paulo, as estradas de ferro foram decorrência natural das exportações agrícolas. As rodovias tem sofrido um processo de desestatização devido a dificuldade do governo em manter as ferrovias brasileiras e explorá-las devidamente. Dentre as ferrovias citadas, salienta-se a implantação da Paranaguá Curitiba, que se constituiu um marco de excelência da engenharia ferroviária brasileira, considerado, à época, por muitos técnicos europeus, como irrealizável. A sua construção durou menos de 5 anos, apesar das dificuldades enfrentadas nos seus 110 km de extensão. (VER FIGURA) A malha ferroviária do Brasil tem pequena participação no transporte nacional. Investimentos do governo poderiam aumentar sua importância no cenário brasileiro a fim de diminuir a dependência em relação ao transporte rodoviário. 3

Transporte hidroviário As hidrovias, uma alternativa sempre lembrada dadas as condições privilegiadas da rede fluvial nacional, pouco se desenvolveram. A navegação fluvial nunca foi bem aproveitada para o transporte de cargas. Em 1994, a malha hidroviária participava com apenas 1% do transporte de cargas. Entre os fatos de maior repercussão no transporte marítimo no século XX destacamse: a substituição do carvão pelo petróleo como combustível. Falta de abertura de canais e interligação com outros modais. O litoral é de 9.198 km e possui uma rede hidroviária enorme e ainda não explora adequadamente o transporte marítimo. O modal aquaviário é fundamental para promover e integrar o país interna e externamente. Afinal, são oito bacias com 48 mil km de rios navegáveis, reunindo, pelo menos, 16 hidrovias e 20 portos fluviais. Porto de Paranaguá, segundo maior do país. Grande exportação de soja. (VER FIGURA) O transporte marítimo tem grande importância na exportação de alimentos, minérios e madeira por seu alto volume de transporte. Transporte aéreo A aviação iniciou-se no Brasil com um vôo de Edmond Plauchut, a 22 de Outubro de 1911. O aviador, que fora mecânico de Santos Dumont em Paris, decolou da praça Mauá, voou sobre a avenida Central e caiu no mar, de uma altura de 80 metros, ao chegar à Ilha do Governador. Era então bem grande o entusiasmo pela aviação. A extensão do país e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviação comercial tivesse uma expansão excepcional no Brasil. Em 1960, o país tinha a maior rede comercial do mundo em volume de tráfego depois dos Estados Unidos. Iniciou-se a aviação comercial brasileira em 1927. A crise e o estímulo do governo federal às fusões de empresas reduziram esse número para apenas quatro grandes empresas comerciais. Avião 14 Bis, o primeiro avião pilotado por Santos Dumont. (VER FIGURA) O transporte aéreo tem importância pelo fato do Brasil ser um país extenso, há vôos que podem durar mais de 4 horas ao se viajar para cidades distantes. 4

Bases da globalização Mercado Transporte eficiente, permanente, tecnologicamente evolutivo Produção Nossa história Ineficiente, precário, atrasado Transportes Modernos Desenvolvidos após a revolução industrial Ferrovias Rodovias Aerovias Redução da distância em função do tempo 5

Transporte Ferroviário Surgimento no final do século XVIII Expansão da malha ao longo do século XIX Transporte de pessoas e carga Desenvolvidos Rede ordenada, densa e integrada Subdesenvolvidos Traçado periférico com ligação entre áreas produtoras e exportadoras Última etapa - privatizações Trem bala japonês 6

Transporte rodoviário Flexibilidade Menor dependência do relevo Baixo custo para pequenas distâncias Dependência do petróleo Pressão das transnacionais ( rodoviarismo) Alto custo de manutenção Grandes eixos rodoviários: Grande sobrecarga 10 entre o S-SE e o Norte Ao longo da ferrovia Norte-Sul Milhões de t/a 5 entre o Centro Oeste e o SE Ao longo da Ferronorte 1000 t/ano 25 entre o S-SE e o NE Por terra e a beira mar Cargas de cabotagem 7

Tipos de rodovias Radiais Longitudinais Latitudinais Transversais Transporte aquaviário Longo curso Petroleiros Graneleiros Navegação interior Hidrovias Cabotagem JAPÃO Ideal para longas distâncias Baixo consumo de energia Menor custo de manutenção Necessidade de modernização dos portos 8

Hidrovias BRASILEIRAS Tietê Paraná Madeira Tapajós São Francisco Amazonas Araguaia - Tocantins NO MUNDO Mississipi São Lourenço Volga Reno Tâmisa Volga Aerovias Transporte de passageiros Cargas delicadas Alto custo Crise após os atentados de 11 de setembro Alto custo do petróleo Atinge áreas isoladas Caso VARIG 9

Distribuição do Transporte no Brasil Ton x km média de 1994 a 2000 Distribuição do Transporte nos USA Ton x km 1994 Aeroviario 0% Dutoviario 4% Agua 12% Dutoviario 18% Aeroviario 0% Rodoviario 24% Ferroviario 21% Rodoviario 63% Agua 21% Minério de ferro responde por parcela substancial, distorcendo a comparação J. Leopoldo Cunha e Silva Ferroviario 37% Introduction to Transportation Systems Sussman MELHOR TIPO DE TRANSPORTE INTERMODAL (PORTO A PORTO E PORTA A PORTA ) 10

Chuva Sol Cargas Rodovia Leito asfáltico: alta manutenção Alta ondulação: alto consumo energético Ferrovia Leito de aço: baixa manutenção Baixa ondulação: médio consumo energético Aquavia Leito líquido: baixissima manutenção Plano horizontal: baixo consumo energético 11