IDENTIDADE DE MODELOS PARA ESTIMAR O VOLUME DE ÁRVORES DE Pinus oocarpa E DE Pinus caribaea var. hondurensis

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Transcrição:

IDENTIDADE DE MODELOS PARA ESTIMAR O VOLUME DE ÁRVORES DE Pinus oocarpa E DE Pinus caribaea var. hondurensis Mariana de Aquino Aragão 1, Patrícia Anjos Bittencout Barreto 2, Marcos Vinícius Santana Leite 3, Flávia Ferreira de Carvalho 1, Aline Pereira das Virgens 1 (1) Graduanda em Engenharia Florestal; Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, Bahia; mariana.aragao06@gmail.com; carvalho.f.flavia@gmail.com; apereira.aline@hotmail.com; (2) Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Agrícola e Solos; Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; Vitória da Conquista, Bahia; patriciabarreto@uesb.edu.br; (3) Mestrando em Ciências Florestais; Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, Bahia; santanav.marcos@gmail.com. RESUMO Esse trabalho teve como objetivo ajustar modelos volumétricos individuais para as espécies Pinus oocarpa e Pinus caribaea e avaliar a possibilidade de ajustar uma equação comum para estimar o volume das espécies em conjunto. O estudo foi realizado em um povoamento de 13 anos de idade. Foram cubados 80 indivíduos e ajustados modelos volumétricos de simples e dupla entrada. A escolha do melhor modelo foi baseada no coeficiente de determinação ajustado em porcentagem (R² %), erro padrão residual em porcentagem (Syx%) e na análise gráfica de resíduos. Foi testada a identidade destes modelos, com variáveis dummy, através de análise de covariância. O modelo de Schumacher e Hall Log foi o que apresentou melhores resultados para as duas espécies. O teste de identidade indicou que não é possível a utilização de uma equação comum para estimar com precisão o volume das espécies em conjunto. Palavras-chave: variáveis dummy, inventário florestal, cubagem rigorosa. INTRODUÇÃO No Brasil, as áreas de plantios florestais vêm expandindo significativamente ao longo dos últimos anos. A implantação de florestas para suprir as necessidades de consumo e abastecimento das indústrias florestais fomentou a utilização de espécies do gênero Pinus em programas de reflorestamento, inclusive em regiões mais quentes (MACHADO et al., 2002). O bom estabelecimento do gênero pode ser atribuído à ampla variação de condições ambientais em sua distribuição original, que propiciou alta variabilidade genética e, como consequência, a adaptação a diversas condições ecológicas (SHIMIZU, 2006). A mensuração do volume de madeira constitui uma das principais informações sobre o potencial produtivo de uma floresta. Comumente, para a determinação dessa variável, utiliza-se o método de equações volumétricas, ajustadas a partir da relação funcional entre a variável dependente (volume) e uma ou mais variáveis independentes, como diâmetro à altura de 1,30 metros do nível do solo (DAP) e/ou altura total ou comercial das árvores (SOARES et al., 2011). A introdução de variáveis qualitativas dummy constitui-se em um importante instrumento para ampliar o poder de análise de regressão, já que permite incorporar aos modelos variáveis importantes que se pretende analisar (como espécie, idade, sítio, espaçamento, etc.) e que não podem ser medidas quantitativamente (MISSIO & JACOBI, 2007). A possibilidade de utilizar uma equação geral, que agrupe parâmetros ajustados para grupos distintos de dados, pode ser avaliada

utilizando o teste de identidade de modelos, por meio de análise de covariância empregando variáveis dummy (SCOLFORO, 1993). Diversos modelos volumétricos foram ajustados para o gênero Pinus em diferentes regiões do Brasil (ARAÚJO et al., 2012; MACHADO et al., 2002; THOMAS et al., 2006; SILVESTRE et al., 2014), inclusive para a região Sudoeste da Bahia (MELO et al., 2013). Todavia, até o presente não se verifica registros na literatura de modelos que descrevem volumetria para o consórcio entre as espécies Pinus oocarpa e Pinus caribaea. Dessa forma, este estudo teve por objetivo: ajustar equações volumétricas para estimar o volume de madeira em povoamento florestal misto, composto pelas espécies Pinus oocarpa e Pinus caribaea var. hondurensis, bem como avaliar a possibilidade de agrupamento de dados a fim de ajustar um modelo comum para as espécies, adotando-se o teste de identidade de modelos utilizando variáveis dummy. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização da área de estudo Os dados utilizados foram obtidos de indivíduos arbóreos de Pinus oocarpa Shiede e Pinus caribaea Morelet var. hondurensis Barr. e Golf. Thumbnail, estabelecidos em um povoamento misto, com 13 anos de idade e espaçamento de 3 m x 3 m, localizado na área experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, município de Vitória da Conquista (BA), cujas coordenadas geográficas são 14º53 S e 40º48 W. Segundo Almeida Filho et al. (2015), o clima é semiárido e considerado ameno, em função da altitude (850 m). A precipitação pluviométrica varia de 700 a 1100 mm anuais, distribuídas nos meses de novembro a março, com um período seco de quatro a cinco meses. A temperatura média anual é de 21 ºC. A vegetação predominante na região é classificada como Floresta Estacional Decidual Montana, conhecida regionalmente como mata de cipó. Volumetria Com propósito de obter medidas de diâmetro à altura de 1,3 m (DAP) de todos os indivíduos da população e identificar as diferentes classes dessa variável, foi realizado um levantamento prévio, onde foram medidos os diâmetros de todos os fustes do povoamento. Foram selecionadas e abatidas 80 árvores (40 árvores de Pinus oocarpa e 40 árvores de Pinus caribaea), distribuídas em diferentes classes diamétricas considerando uma amplitude de 5 cm. Os diâmetros e as alturas das árvores foram medidos com auxílio de suta e trena, respectivamente. Para os indivíduos bifurcados, os DAP s dos fustes foram utilizados para obtenção do diâmetro equivalente à altura de 1,30 m da árvore, empregando-se a altura do maior fuste como altura total. De posse dos dados da cubagem, foi calculado o volume das seções e, pelo somatório das seções, o volume total com casca de cada árvore cubada. Para estimativa da variável volume, foram testados 10 modelos matemáticos, selecionados na literatura. Os melhores modelos foram selecionados com base nas seguintes estatísticas: coeficiente de determinação ajustado em porcentagem (R 2 aj) e erro padrão da estimativa em sua forma percentual (Syx). Sugiro mudança para evitar repetição dos tempos verbais marcados acima!!! Ex: Em vez de utilizar foi calculado o volume. Substituir por. calculou-se o volume das seções. Teste de identidade

Após o ajuste e escolha das equações de maior desempenho entre as espécies, as informações foram tabuladas em um único banco de dados e, com isso, foram introduzidas variáveis dummy (Di), que assumiram valores 0 e 1 (para cada espécie e para as possíveis combinações do produto entre as variáveis independentes) e dummy (Xn, Di), conforme descrito a seguir e no Quadro 1: Di = 1, se os dados correspondem à espécie i; Di = 0, se os dados não correspondem à espécie i. Após a inclusão das variáveis dummy, foram ajustados os novos modelos e calculados: soma dos quadrados (SQ) da regressão, quadrados médios (QM) da diferença e dos resíduos para os dados de cada espécie separados pelas variáveis dummy (modelo completo); para os dados ajustados com as variáveis dummy juntamente com as combinações entre estas e as variáveis independentes (modelo conjugado) e para os dados agrupados (modelo hipótese). De posse destas informações, procedeu-se a análise de covariância para verificar se as equações ajustadas apresentavam a mesma forma e nível simultaneamente e, portanto, para avaliar a possibilidade de ajustar uma única regressão para as duas espécies estudadas. Assim, primeiro testou-se a igualdade entre as formas e, em seguida, a igualdade entre os níveis. Diante disso, sendo a probabilidade (p) maior que o nível de significância α=0,05 para forma e nível, o teste é tido como não significativo, então a equação ajustada para as espécies em conjunto poderá ser utilizada. Dessa forma, os modelos assumiram as seguintes configurações ao testar o agrupamento dos dados das duas espécies: Modelo hipótese (ajustado para todas as espécies em conjunto): Y = β0 + β1x1 + β2x2 Modelo completo (dados separados, com variáveis dummy para cada espécie): Y = β1x1 + β2x2 + β3x3 + β4x4 Modelo conjugado (ajustado com as variáveis dummy e combinações entre estas e as variáveis independentes): Y = β3x3 + β4x4 + β5x5 + β6x6 + β7x7 + β8x8 Os modelos, completo e conjugado, são ajustados sem o parâmetro β0. Em que: Y = volume total da árvore i; βn = parâmetros do modelo; Xn = 1, se a árvore pertencer a espécie i e 0 caso contrário; βni = parâmetro n do modelo para a espécie i. Para o modelo hipótese, uma nova soma de quadrados foi calculada. As hipóteses consideradas no teste de identidade foram: H0 - βi(e1)= βi(e2), ou seja, os h parâmetros são idênticos e pode ser utilizada uma única equação para ambas as espécies; H1- βi(e1) βi(e2), ou seja, os modelos apresentam parâmetros estatisticamente distintos e as equações devem ser usadas de forma independente. Em que: βi - Parâmetros de ajuste do modelo; En- Espécies. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ajustes de modelos volumétricos

Dentre os dez modelos volumétricos ajustados, verificou-se maior eficiência do modelo Schumacher & Hall log, que apresentou valores de coeficiente de determinação acima de 94,0% e de erro padrão da estimativa abaixo de 12% (9,2%, para P. oocarpa, e 11,2%, para P. caribaea) (Tabela 1). Segundo Campos e Leite (2009), o modelo de Schumacher & Hall tem sido o mais difundido por apresentar, normalmente, melhores ajustes com estimativas não tendenciosas. Tabela 1 - Medidas de precisão e coeficientes dos ajustes do modelo de Schumacher e Hall Logarítmico para as espécies estudadas. Espécies β1 β2 β3 R 2 (%) Syx (%) P. oocarpa -8,7425 1,7320 0,7535 94,84 9,24 P. caribaea -9,2134 1,4768 1,2716 95,83 11,24 Melo et al. (2013),avaliando equações volumétricas para um povoamento de Pinus caribaea var hondurensis, na mesma região onde foi realizado o presente estudo, verificaram melhor ajuste do modelo Schumacher & Hall log, apresentando R²aj de 97,9% e Syx de 16,9% para volume total sem casca. Teste de identidade de modelos A análise de covariância, representada na Tabela 2, demonstra que não houve semelhança no teste de forma entre as espécies estudadas, onde o valor da probabilidade p é inferior ao nível de significância α=0,05, ou seja, há diferença significativa em relação a inclinação das curvas das equações geradas pelas duas espécies. Tabela 6. Análise de covariância para o teste de forma entre as duas espécies. TESTE DE FORMA FV GL SQ QM F P Modelo conjugado 6 270,05 Modelo completo 4 269,98 Diferença para o teste de hipótese 2 0,0700 0,0350 4,21 0,0185 Resíduo (modelo conjugado) 74 0,6149 0,0083 Total (modelo conjugado) 80 270,67 Onde: FV - Fontes de variação; GL - Grau de liberdade; SQ - Soma de Quadrado; QM Quadrado Médio; GL Grau de Liberdade; F - estatística F calculada; p - Probabilidade estatística F tabelada. Considerando que para a utilização de uma equação comum seria necessário encontrar semelhança no teste de forma para prosseguir ao teste de nível, pode-se inferir que, no caso do povoamento estudado, são necessárias equações individuais para a estimativa do volume das espécies P. oocarpa e P. caribaea. Tais equações estão descritas a seguir: Ln(V)= -8,7425 + 1,7320Ln(DAP) + 0,7535Ln(HT) (Pinus oocarpa) Ln(V)= -9,2134 + 1,4768Ln(DAP) + 1,2716Ln(HT) (Pinus caribaea) Lachini (2012),empregando teste de identidade em povoamentos puros de Pinus caribaea var. hondurensis e Pinus oocarpa, verificou que, em ambos povoamentos, é viável a utilização de

uma equação comum para estimar o volume em diferentes idades, o que dispensa o esforço de ter que ajustar uma equação para cada idade individualmente. CONCLUSÕES O modelo Shumacher & Hall log estimou o volume das espécies estudadas com maior precisão, apresentando melhores resultados estatísticos. O teste de identidade realizado entre as espécies P. oocarpa e P. caribaea var. hondurensis, mostrou que, apesar das espécies estarem em consórcio em uma mesma área e do plantio ter ocorrido em uma mesma época, a estimativa do volume do povoamento deve ser realizado a partir de equações individuais para cada espécie. (melhorar o contexto desse ultimo parágrafo!!!) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA FILHO, R. L. S.; PAULA, A.; BARRETO, P. A. B.; SOARES FILHO, A. O.; AMORIM, C. H. F.; NOVAIS, D. B.. Distribuição espacial de Pseudo piptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima (Fabaceae/Mimosoideae) em uma Floresta Estacional Decidual em Vitória da Conquista, BA, Brasil. R. Bras. Bioci, 13:49-53, 2015. ARAÚJO, E. J. G.; PELISSARI, A. L.; DAVID, H. C.;MIRANDA, R. O. V.; NETTO, S. P.; MORAIS, V. A.; SCOLFORO, J. R. S. Relações dendrométricas em fragmentos de povoamentos de pinus em Minas Gerais. Pesquisa Florestal Brasileira, 32:355-366, 2012. CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G. Mensuração florestal: perguntas e respostas. 3.ed. Viçosa, MG: UFV, 2009.548 p. LACHINI, E. Efeito da idade na estimativa do volume de árvores de Pinus caribaea var. hondurensis e Pinus oocarpa. 2012. 47 p. Jerônimo Monteiro: Universidade Federal do Espírito Santo (Trabalho de conclusão de curso) MACHADO, S. A.; CONCEIÇÃO, M. B.; FIGUEIREDO, D. J. Modelagem do volume individual para diferentes idades e regimes de desbaste em plantações de Pinus oocarpa. Revista Ciências Exatas e Naturais, 4:185-197, 2002. MELO, L. C.; BARRETO, P. A. B.; OLIVEIRA, F. G. R. B.; NOVAES, A. B. Estimativas volumétricas em povoamento de Pinus caribaea var. hondurensis no Sudoeste da Bahia. Pesquisa Florestal Brasileira, 33:379-386, 2013. MISSIO, F. JACOBI, L. F. Variáveis dummy: especificações de modelos com parâmetros variáveis. Ciência e Natura, 29: 111-135, 2007. SHIMIZU, J. Y. Pinus na silvicultura brasileira. Revista da Madeira, 16:4-14, 2006. SOARES, C. P. B.; PAULA NETO, F.; SOUZA, A. L. Dendrometria e Inventário Florestal. 2 ed. Viçosa. 2011, 272 p.

SCOLFORO, J. R. Mensuração Florestal 3: Relações quantitativas em volume, peso e a relação hipsométrica. Lavras: ESAL/FAEPE, 1993.292 p. SILVESTRE, R.; BONAZZA, M.; STANG, M.; LIMA, G. C. P.; KOEPSEL, D. A.; MARCO, F. T.; CIARNOSCHI, L. D.; SCARIOT, R.; MORAES, D. F. Equações volumétricas em povoamentos de Pinus taeda L. no município de Lages - SC. Pesquisas Agrárias e Ambientais, 2:01-05, 2014. THOMAS, C.; ANDRADE, C. M.; SCHNEIDER, P. R.; FINGER, C. A. G. Comparação de equações volumétricas ajustadas com dados de cubagem e análise de tronco. Ciência Florestal,. 16:319-327, 2006.