Data: 02 de maio de 2017 Tema: Projeto de Lei 6787/16 Reforma Trabalhista Autor: Tiago Valadares Andrade

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Transcrição:

Data: 02 de maio de 2017 Tema: Projeto de Lei 6787/16 Reforma Trabalhista Autor: Tiago Valadares Andrade O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou no dia 27 de abril de 2017 a Reforma Trabalhista (Projeto de Lei nº. 6787/16), tendo encaminhado em regime de urgência o texto final para a votação no Senado Federal. A redação final do Projeto de Lei nº. 6787/16, se mantida inalterada no Senado Federal, irá modificar significativamente as relações de trabalho mantidas no Brasil, bem como a dinâmica da própria Justiça do Trabalho. Para a compreensão dos termos e efeitos da proposta de Reforma Trabalhista, listamos abaixo os pontos que entendemos mais significativos do PL nº. 6787/16, em rol que não é exaustivo: PROPOSTAS TRECHOS DO PL Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho, (...) não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador (...). EFEITOS O conceito de grupo econômico aproxima-se do que hoje aplica-se aos processos cíveis. Retira do judiciário o poder de editar súmulas criando obrigações não contidas em lei, o que na prática atual é uma realidade. Por força de Súmula, hoje a prescrição intercorrente não se aplica na Justiça do Trabalho. Execuções frustradas se arrastam por anos sem a possibilidade de extinção. Por força de Súmula, hoje o intervalo não usufruído parcialmente constitui a obrigação do empregador em indenizar todo o período. O home office passa a ser regulamentado pela CLT, inclusive quanto a jornada de trabalho, direitos e forma de remuneração, o que traz um significativo aumento de segurança jurídica.

Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos. (...) ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; II ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; III ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Caracterizada a sucessão empresarial (...), as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho. Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes Atualmente as férias somente podem ser fracionadas em dois períodos. Cria-se uma regulamentação e delimitação dos danos extrapatrimoniais. Hoje os parâmetros utilizados são subjetivos, variam entre Tribunais e não possuem arrimo na legislação trabalhista. Em que se pese entendermos que essa modificação pode ser conflitante com a própria CLT, ao menos, cria-se uma regulação e fundamentação contrária a vínculos de empregos com autônomos. A proposta traz ao negócio jurídico trabalhista entabulado pelo sujeito de direito qualificado no correlato texto um acréscimo significativo de segurança jurídica, flexibilizando a aplicação da CLT nestes casos a vontade das partes, sem a intervenção sindical, passa a ser qualificada e respeitada. Nesta hipótese, deixa-se o conceito de subsidiariedade e/ou solidariedade do sucedido na cadeia empresarial apenas para os casos de fraude. A regra passaria a ser responsabilizar apenas do sucessor por débitos trabalhistas. Cria-se a regulamentação do trabalho intermitente. Os prêmios passam a ser qualificados e regulamentados, declarando-os como portadores de caráter não-salarial. Haveria em tese uma desoneração da folha de pagamento. Extingue-se a obrigação da homologação sindical para contratos de trabalho cuja duração seja superior a 1 (um) ano. Além de evitar o aliciamento e

e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. Art. 477-A. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparamse para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação. Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: I por metade: a) o aviso prévio, se indenizado; e b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. II na integralidade, as demais verbas trabalhistas. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei (...) direcionamento para o ajuizamento de reclamatórias, a medida desburocratiza as rescisões. Extingue-se a necessidade de autorização sindical para as demissões em massa. Atualmente as demissões de mais de 30 empregados, seja por uma simples desmobilização de mão de obra pelo término da empreitada e/ou trabalho, é burocrático e exige negociação com Sindicatos. Cria-se uma nova forma de rescisão do contrato de trabalho, por vontade das partes, com o recebimento de metade do aviso, multa fundiária e liberação parcial do FGTS. Aprovada essa modalidade, encerram-se práticas recorrentes envolvendo acordos para demissões e/ou condutas intencionalmente direcionadas para forçar uma demissão imotivada. Cria-se a Arbitragem trabalhista para determinados contratos de trabalho, o que reflexamente pode aumentar a segurança jurídica e reduzir o número de processos da Justiça do Trabalho. Trata-se de uma nova forma, privada, de solução de conflitos. Aumenta-se a necessidade de redação individualizada dos Contratos de Trabalho. Cria-se a figura de quitação anual das verbas trabalhistas, o que apesar de poder criar uma nova burocracia, acresce a segurança jurídica e evita passivos ocultos. A quitação dá-se pelas verbas declaradas, de forma idêntica ao que ocorre hoje com as homologações sindicais. A eficácia não é absoluta. Extingue-se a obrigatoriedade da contribuição sindical dos empregados. A contribuição passa a ser opcional. A contribuição associativa não é vedada e, isso, pode ser utilizada como forma de pressão dos Sindicatos para a homologação de Acordos Coletivos. A alteração do artigo 611 da CLT talvez seja o marco desta proposta de Reforma Trabalhista, pois confere aos instrumentos coletivos de acordo força de lei e prerrogativa para flexibilizar/regular a jornada de trabalho, banco de horas, intervalos, plano de cargos e salários, trabalho intermitente, teletrabalho, enquadramento da insalubridade, prêmios e plr, inclusive para contratos ativos.

As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. Compete a Justiça do Trabalho (...) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial. O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. (...) Serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de Adere-se ao princípio da especificidade, extinguindose a atual regra da condição mais benéfica ao trabalhador quando houvesse conflito entre os instrumentos normativos. A Justiça do Trabalho passa a ter a prerrogativa de homologar acordo extrajudiciais, conferindo força de título executivo e coisa julgada a decisão homologatória. A justiça gratuita deixa de se presumida para os empregados. Ademais, ainda que haja justiça gratuita, os honorários periciais serão suportados pelo sucumbente, com a possibilidade de decote/compensação nas verbas eventualmente sentenciadas. Pode-se evitar com a alteração o pedido por perícias manifestamente desnecessárias. Regulamenta-se os honorários advocatícios de sucumbência também para as relações de emprego. Pode-se evitar com a reforma a formulação de pedidos manifestamente improcedentes, práticas lesivas e procedimentos processuais que culminariam na improcedência total ou parcial dos pedidos. Cria-se um novo procedimento para a exceção de incompetência territorial, evitando-se custos de deslocamentos quando a demanda for ajuizada em foro incompetente. Independentemente do rito processual, o pedido deverá ser liquidado. Isso evitará a formulação de pedidos em valores desconformes, seja a maior e/ou menor, trazendo maior segurança e assertividade ao processo do trabalho. As desistências dos processos nas audiências em razão da falta de testemunhas e/ou outras estratégias processuais passam a precisar de autorização da Reclamada. A ausência do Reclamante injustificadamente passa a ser punida, evitando-se os atuais procedimentos em que o empregado pode distribuir e desistir da ação por até 3 vezes.

quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; II o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. Cria-se uma moderação dos efeitos da revelia para as Reclamadas, o que aumenta a segurança jurídica e, ainda, pode significar uma alteração na dinâmica dos tomadores de serviços nos processos de terceirizadas. Processos que envolvam matérias meramente de direito também podem sofrer alterações na condução da audiência. A relativização do valor dos depósitos recursais pode significar uma redução do custo do judiciário nas empresas citadas no artigo. A criação/possibilidade de realizar o depósito recursal por outras formas securitárias pode ampliar a redução do custo para toda e qualquer Reclamada. A medida proposta traz aos atuais empregados uma relativa segurança quanto a possibilidade de terceirizações da atividade-fim que passaram a ser permitidas recentemente. Trata-se de uma regulamentação reflexa da Lei das Terceirizações. Entendemos que a enunciada Reforma Trabalhista é necessária para modernizar as relações de trabalho, flexibilizando-a em relação ao modelo atual constituído pela Consolidação das Leis do Trabalho que foi publicada em 1943. O modelo histórico da CLT passa a sofrer uma relativização especialmente quanto a autonomia e vontade dos acordos entre partes e/ou Sindicatos, o que reduz a intervenção de terceiros e, diretamente, constitui um cenário de melhoria na segurança do negócio jurídico trabalhista. As alterações de cunho processual são muito significativas e podem modificar na prática as condutas adotadas atualmente na Justiça do Trabalho, seja pelos Reclamantes ou pelas Reclamadas, passando-se a adequar ao que hoje é praticado em processos de outras naturezas jurídicas.

O Projeto de Lei poderia ter avançado na desoneração da folha de pagamento, em especial nos recolhimentos previdenciários e fundiários, porém, a criação de verbas habituais não dotadas de caráter salarial, como por exemplo os prêmios, pode reflexamente culminar na redução da tributação inerente ao contrato de trabalho. Por outro lado, entendemos que se aprovada em todos os seus termos, a recepção da Reforma Trabalhista pela Justiça do Trabalho irá merecer uma atenção especial dos operadores do direito, pois já há um movimento da ANAMATRA (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) que questiona vários trechos da citada reforma, o que pode tornar inócuo todo esse movimento legislativo. O PLC Advogados irá continuar a acompanhar a tramitação legislativa da Reforma Trabalhista e, quando da eventual promulgação do texto definitivo do citado Projeto de Lei iremos apresentar um estudo aprofundado e com o rol taxativo de todas as alterações, disponibilizando-se para cursos e treinamentos sobre as novidades da CLT. A Equipe Trabalhista do PLC Advogados coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos e providências que se fizerem necessários.