UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O MODELO IDEAL DE LIDERANÇA PARA O SÉCULO XXI <> <> <> Por: Leila Maria da Silva André <> <> <> Orientador Prof. Sérgio Majerowicz Rio de Janeiro 2012

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA <> <> <> <> <> O MODELO IDEAL DE LIDERANÇA PARA O SÉCULO XXI <> <> <> <> <> Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Leila Maria da Silva André.

3 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente ao meu Deus, que me cinge de forças para realizar sonhos como este. Agradeço ao meu esposo e meus filhos, pela compreensão da minha ausência do lar, para realizar este curso. Agradeço a minha mãe por ter me ajudado numa dificuldade para iniciar este curso. Agradeço aos meus Pastores que incansavelmente me abençoam e apoiam o meu crescimento.

4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia aos meus filhos: Roberta Silva André e Gabriel Silva André, para que acreditem em seus sonhos e se empenhem para realizá-los.

5 Tomai-vos homens sábios e entendidos, experimentados entre as vossas tribos, para que os ponha por vossas cabeças (Deuteronômio 1:13)

6 RESUMO Em meio a tanta discussão sobre os rumos que a sociedade está tomando neste século, não se pode deixar de considerar aquele que tem um papel primordial em qualquer segmento: o líder. Até então, é bem compreendido que tanto se fez com uma liderança de pulsos fortes, determinada, equilibrada e, porque não dizer, bem intencionada quanto aos anseios e aspirações de sua época. No entanto, acreditar que no século XXI, quando a economia mundial toma dimensões alarmantes e a era digital segue um ritmo quase inatingível, os líderes, e aqueles que de alguma forma pretendem sê-lo, devem refletir suas posições, entender o cenário em que atuam e, o que se pode considerar fundamental, ser o mais flexível para garantir êxito nos resultados. Em suma, este trabalho pretende proporcionar uma reflexão para entender se as práticas de liderança adotadas até o século XX são válidas para o século XXI e o que se espera do líder daqui por diante.

7 METODOLOGIA A metodologia utilizada para elaboração desta Monografia foi a pesquisa através de livros, revistas, filmes e artigos, daquilo que confiadamente pôde acrescentar ao conhecimento desejável para o tema proposto.

8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I - CONCEITO 10 CAPÍTULO II - CARACTERÍSTICAS DO LÍDER 13 CAPÍTULO III - AS OPORTUNIDADES DE LIDERANÇA 18 CAPÍTULO IV - EXEMPLOS DE LIDERANÇA 19 CAPÍTULO V - O LÍDER DO FUTURO 26 CAPÍTULO VI - TENDÊNCIAS QUE DEFINEM OS ATRIBUTOS DA LIDERANÇA DO FUTURO 31 CONCLUSÃO 35 BIBLIOGRAFIA 36

9 INTRODUÇÃO Este trabalho pretende abordar de forma clara e objetiva os preceitos oriundos de estudos e análises de pensadores que, ao longo dos anos, tem investido seu tempo e conhecimento em prol daquilo que pode ser considerado o modelo de gestão ideal. Ao longo dos anos, o papel da liderança tem sido exercido considerando apenas os traços que uma pessoa pudesse ter em si mesmo, demonstrados em suas características comportamentais, o que contribuiu significativamente para os seus resultados. Não se pode negar que isto é um fator primordial, mas com a modernidade o homem precisa expandir esta característica e adequá-la a uma nova realidade, que nem sempre foi determinada por ele. O Século XX foi marcado principalmente por um modelo autocrata, onde somente o líder tinha ideias e era capaz de tomar decisões sobre quaisquer assuntos da empresa. Os subordinados não exercitavam sua capacidade de criatividade e não podiam expor suas ideias. Quando alguém se propunha a fazê-lo era considerado subversivo, sem respeito aos padrões instituídos pela Organização. No presente século, a figura do líder permanece presente, mas com um enfoque diferente, onde ele se apresenta como um instrutor, um preparador técnico, alguém que norteia sua equipe e conduz de forma que os liderados se sintam capazes de produzir com criatividade.

10 CAPÍTULO I O CONCEITO Liderança é um assunto bastante amplo, objeto de vários estudos e debates ao longo dos anos, mas ainda se constitui um tema que merece ser discutido, pois, a busca de definições e modelos que mais se aproximem daquilo que possa ser considerado ideal no campo da administração gerencial. Em sua análise, Cury demonstra a definição de alguns estudiosos, conforme a seguir: Liderança é nada mais que um modo de proceder para com outros (= interação) e que se caracteriza não particularmente pelas qualidades do líder, mas pela maneira de interação que faz que, em determinadas circunstâncias, uma pessoa torne-se capaz de exercer preponderante influência sobre o grupo. (JENNINGS) Liderança é um processo dinâmico que varia de situação para situação, com mudanças de líderes, seguidores e situações. (CURY) Liderança é a ação orientada no sentido de ser conseguido um esforço cooperativo, no qual o indivíduo que a exerce demonstre: Inteligência; Compreensão da situação ou realidade; Consciência das necessidades e aspirações do grupo; Responsabilidade; Persistência; Confiança própria em si. (MARGARET BENNET)

11 De acordo com McCauley (2004): A liderança é uma ferramenta criada para nos assessorar em um dilema humano específico: como fazer os indivíduos trabalharem em conjunto para gerar resultados coletivos. 1.1. Histórico sobre a Liderança Inicialmente, a escola tradicional preconiza que a figura do líder estava vinculada somente ao exercício de sua autoridade, considerando o seu cargo, sem se preocupar com as necessidades de seus subordinados. Nesse tempo a expressão equipe não era considerada, mas subordinados, para distanciar as pessoas de seus líderes. Nos últimos anos, pesquisas mostram que estilos de liderança variam consideravelmente de líder para líder, não havendo um líder dominante, mas várias combinações. 1.2. Estilos de Liderança Cury (2005) observa três estilos distintos de liderança: Autoritária, Democrática e Liberal, nos quais está refletido o comportamento dos líderes e sua forma de perceber a natureza humana. 1.2.1. Estilo Autoritário A conduta do líder autoritário é determinar toda a política da Organização, pois é ele quem dita as técnicas e etapas das atividades, tratando de forma individual cada assunto. O líder autoritário é dominador, impessoal e às vezes hostil. Considerase, muitas vezes líder apenas pelo cargo que ocupa. Tem como opinião que o homem é naturalmente pouco merecedor de confiança, tendo necessidade de ser liderado. Este líder não é amplo em seus elogios e críticas.

12 1.2.2. Estilo Democrático O líder democrático delega a sua equipe a decisão sobre a questão política da Organização, ficando ao seu encargo somente o apoio e encorajamento. Suas atividades são precedidas de uma discussão sobre proposições por ele apresentadas para a melhor adequação ao desempenho do grupo. O líder democrático dá liberdade aos seus subordinados para escolherem sobre os grupos de trabalho. Este líder é negociador, pois reconhece o homem com um ser inteligente, dinâmico e capaz de enfrentar desafios. 1.2.3. Estilo Liberal O líder liberal não participa das decisões, pois as delega integralmente à sua equipe. Ele contribui com informações e/ou materiais necessários ao desempenho da Organização, sem interferir diretamente nas atividades. Esse comportamento permite que sua equipe faça o que deseja, sem acompanhamento ou interferência de seu líder.

13 CAPÍTULO II CARACTERÍSTICAS DO LÍDER As pesquisas sobre liderança ensejam questionamentos sobre as características dos líderes eficazes. McCauley (2004) revela que isto demonstra que, se não houver tais capacidades, não será possível identificar naquele indivíduo o perfil que se espera de um líder. O líder comum emprega pessoas. O líder verdadeiro desenvolve pessoas. (MYLLES MUNROE) As características do líder estão dirigidas às pessoas, pois, sua maior habilidade será conduzir a equipe ao sucesso e atingir as metas estabelecidas. De acordo com Kiesel (2004), em uma Organização, o líder desenvolve uma imagem mental possível e desejável ao se posicionar e gerar confiança obtida através de saber ouvir e aprender. O líder necessita basicamente de algumas características que irão destacá-lo, conforme demonstrado a seguir: 2.1 Atributos Pessoais Como prova desta característica está a habilidade, a motivação, a integridade, que serão aplicados em quaisquer situações, além da demonstração de maturidade necessária para lidar com o inesperado. a) Ações ou Comportamentos Esta característica vem demonstrar a capacidade do líder interagir com o grupo, resultando no melhor desempenho, eficiência na realização das atividades, promovendo o maior crescimento nos processos e sistemas da Organização.

14 b) Competências O líder apresenta esta característica através de suas ações, as quais devem ser fruto de um conjunto de conhecimentos, habilidades e perspectivas, visando o desenvolvimento de sua equipe. c) Expertise A expertise do líder é uma característica que o destaca, pois lhe dá maior poder de análise baseada em informações obtidas em situações já vividas, o que lhe capacita desempenhar papéis de cunho superior. d) Experiência A experiência é uma característica fundamental para o líder e que o torna capaz de desempenhar papéis multidisciplinares, além de diferenciá-lo dos demais líderes na Organização. 2.2 Líderes Formais e Informais Os líderes formais, segundo McCauley (2004), tem poder conforme sua posição na Organização dada a sua nomeação ou eleição. Sua eficácia é percebida em todos os departamentos desde uma supervisão até o mais alto grau executivo. Já os líderes informais assumem seu papel na Organização sem qualquer formalização da sua autoridade. Em níveis inferiores, estes líderes tendem a buscar maior motivação de sua equipe, tornando-as mais eficazes. No entanto, para estes dois tipos de líderes e de acordo com o tipo de Organização, são exigidas práticas de liderança distintas.

15 2.3 A Liderança Exemplar Há cinco práticas da liderança exemplar, as quais são listadas a seguir. Essas práticas podem ser consideradas respostas aos desafios que os líderes enfrentam e que podem, e alguns momentos, representar de forma positiva ou negativa às circunstâncias. As cinco práticas exemplares, de acordo com Kouzes e Posner (2004), não se constituem características peculiares do líder, mas devem fazer parte do comportamento de qualquer pessoa que assuma o desafio de liderar. Estas práticas resistem ao tempo e mantém sua perspectiva de relevância. 2.3.1. Prática nº 1: É preciso definir o caminho O líder deve ser um modelo exemplar do comportamento que espera de sua equipe. Os valores devem ser claros compondo um acordo em torno de princípios comuns e ideais comuns. Liderar significa que você tem de ser um bom exemplo e viver o que diz. (TOM BRACK) 2.3.2. Prática nº2: A Inspiração deve surgir de uma visão compartilhada A inspiração surge através de um sonho que é a mola propulsora para inventar o futuro. Os líderes estão sempre observando o tempo, imaginando as possibilidades à sua espera quando eles e sua equipe chegarem a um destino longínquo. O que fez a diferença foi a visão de como a coisas poderiam ser e pintar a imagem com clareza para que todos possam tê-la e compreendê-la. (MARK D ARCANGELO) 2.3.3. Prática nº 3: O processo precisa ser desafiado Pioneirismo é a marca do desafio que o líder precisa encarar para atingir seus objetivos.

16 Correr riscos e acreditar que vale a pena fazer isso são as únicas maneiras de as empresas darem saltos, em vez de subirem degraus na escada da melhoria. (MIKE PEPE) 2.3.4. Prática nº 4: As pessoas precisam ser capacitadas a agir As coisas extraordinárias nas Organizações somente serão realizadas, se os líderes derem condições das pessoas agirem. A parceria da equipe é fundamental e deve ser estabelecida, principalmente, pelo uso do pronome nós, em vez de apenas eu. 2.3.5. Prática nº 5: O coração deve estar engajado Atitudes de proximidade com as pessoas podem contribuir para o bom resultado da Organização. O Reconhecimento das contribuições pode ser feito de modo individual ou em grupo, por meio de news letter, programas de reconhecimento através de premiações e/ou menção de que foi feito um excelente trabalho, dentre outros. Isto faz com que, além da motivação, as pessoas se sintam realmente importantes naquele negócio. 2.4 A Liderança Formadora de Equipe Poucos líderes fazem do trabalho em equipe uma realidade, pois, a maioria dos executivos, principalmente, não consegue tornar as equipes coesas por subestimar a capacidade que um grupo pode ter quanto achar que é um processo doloroso tornar o trabalho em equipe uma realidade. No entanto, de acordo com Lencioni (2004), o trabalho em equipe é uma escolha estratégica de um líder, a qual pode ser considerada semelhante a um modelo de vendas ou finanças. Com isso, torna-se uma ferramenta poderosa e benéfica para a Organização.

17 2.5 Os Dez Compromissos da Liderança As práticas da liderança exemplar requerem do líder pelo menos dez compromissos que provém de comportamentos que podem ser considerados fundamentais para o aprendizado da liderança, conforme descrição a seguir: 1) Esclarecer os valores que vão de encontro a afirmar ideais compartilhados. 2) Ser exemplo, a partir do alinhamento de ações e valores compartilhados. 3) Ter visão de futuro, com previsão de possibilidades empolgantes e enobrecedoras. 4) Atrair a equipe para uma só visão, priorizando as aspirações compartilhadas. 5) Manter constante busca de oportunidades, priorizando as iniciativas e, no âmbito externo, conhecer formas inovadoras de melhorias. 6) Ser ousado no experimento de riscos que o levem às conquistas, baseadas em experiências. 7) Incentivar a colaboração dos liderados com base na confiança em seus relacionamentos. 8) Buscar o fortalecimento da equipe para o aumento da autodeterminação e o desenvolvimento de suas habilidades. 9) Ser um reconhecedor de resultados, destacando individualmente os méritos de sua equipe. 10) Honrar os valores e conquistas alcançadas por sua equipe, garantindo, assim, um espírito de comunidade.

18 CAPÍTULO III AS OPORTUNIDADES DE LIDERANÇA As oportunidades de liderança estão em toda a parte e podem ser percebidas a qualquer momento, no setor público, privado ou terceiro setor, em casa, na escola ou na comunidade. Segundo Kouzes e Posner, as oportunidades surgem inesperadamente, independentemente de horário ou ocasião, para um novo desafio ou uma necessidade. Os líderes residem em qualquer cidade de qualquer país, são ocupantes de qualquer cargo em qualquer Organização. Eles podem ser empregados, voluntários, jovens ou idosos, homens ou mulheres. A liderança não conhece fronteiras raciais ou religiosas, étnicas ou culturais. Enfim, a liderança pode ser exercida por toda a parte. O Líder pode se destacar com comportamentos diferenciados, sua posição é sempre estratégica à medida que sua equipe cresce e seus resultados sejam alcançados ao longo do tempo. Kiesel (2004) afirma que a real constituição de uma equipe se dá somente quanto há a presença de um líder, o qual deverá gostar de e saber trabalhar com pessoas. Com este comportamento o líder dá o suporte necessário para a continuidade das atividades e os resultados são fruto de decisões em grupo, considerado, assim, objetivo alcançado pela equipe, não pelo indivíduo, apenas. Em sua oportunidade de liderar, diferentemente de um gerente, o líder toma atitudes que o destacam dos demais. Seguem algumas delas: 1) O líder define os limites e pede que a equipe tome a decisão. 2) O líder sinaliza o problema, recebe sugestões e toma a decisão. 3) O líder apresenta uma sugestão de decisão, sujeita a mudanças. 4) O líder apresenta ideias e convida os membros a discutir, fazer perguntas.

19 CAPÍTULO IV EXEMPLOS DE LIDERANÇA 4.1 O Exemplo de Jesus Cristo Não se pode negar que Jesus Cristo é considerado um visionário global. Em seu Artigo: Líder Insuperável, Dr. Myles Munroe descreve Jesus como o homem que há dois mil anos falou a onze homens sem formação e os responsabilizou a irem por todo o mundo. Ele começou a treinar pessoas que a sociedade pensava que não tinha nenhuma liderança dentro de si. Ele deu aos seus seguidores uma ideia e começou a trabalhar em sua autoestima, treinou-os por dois anos e meio e deixou a companhia aos seus cuidados. Dois mil anos depois esta companhia está com quase dois bilhões de clientes. É a maior e mais antiga companhia do mundo. O Império Romano não pôde sobreviver a esta companhia. É impossível falar em liderança sem considerar o modelo de Jesus. Em seu Artigo: Inspirado a Liderar, Dr. Munroe diz que indivíduos que não sabem para onde estão indo provavelmente terminarão em qualquer lugar. Se você quiser liderar, você deve primeiro servir. (JESUS CRISTO)

20 4.2 O Exemplo de Abílio Diniz Nos dias de hoje, é possível encontrar pessoas que marcaram sua época com uma liderança que tem servido de modelo aos jovens líderes. O empresário Abílio Diniz, 75 anos, é considerado um dos líderes mais admirados do país e conta alguns de seus segredos de liderança: 1) Olhar para a equipe e tentar entendê-la, participar da vida de seus colaboradores, saber se eles estão confortáveis em suas atribuições. 2) Quando um profissional sabe o que realmente quer, é possível trabalhar com mais empenho e conseguir melhores resultados da equipe. 3) Um bom líder não improvisa. Ele é cauteloso e está sempre prevenido contra eventualidades. Quando surge um problema, ele deve seguir três passos: fazer o diagnóstico com a maior quantidade de informações possível, depois planejar qual caminho seguir e só então é que ele deve agir. 4) Muita coisa que fiz foi copiando o que deu certo, procurando as referências no mercado. No mundo atual, há poucos negócios que dependem de inovação. Por isso, não tente criar coisas inusitadas o tempo todo, se concentre em fazer bem o que já existe e, com isso, garantir bons resultados para o negócio. 5) Quando um líder tem prioridades na gestão de pessoas ou no negócio ele acaba pensando só no futuro e esquece o presente. O Líder tem de ter um foco e engajar a equipe para perseguir a meta. Ele deve olhar para a frente, abrir os braços e levar toda a equipe com ele para atingir seu objetivo. 6) Os cursos de liderança podem diminuir algumas defasagens, mas não são capazes de solucionar os problemas de gestão de quem não ouve a equipe, não reconhece a diferença entre os profissionais e não trabalha em um verdadeiro time. Seus subordinados vão saber se você está com eles ou não.

21 7) O papel do gestor é estimular a equipe e extrair o melhor resultado e cada funcionário. Eu sempre pergunto para meus funcionários: O que você está fazendo para ser o melhor do mundo em sua área?. Eles precisam constantemente querer ser os melhores no que fazem. E não há motivos para não ser assim. 8) Só quem consegue equilibrar vida pessoal e profissional e desempenha bem seus papéis na sociedade é feliz. Profissionais felizes produzem mais e melhor. Para mim, quem diz que está trabalhando muito não ganha pontos. Ganha pontos quem consegue ter uma vida equilibrada. 9) O papel do líder não é ser um especialista em todas as áreas da empresa. Ele precisa ter uma visão geral do negócio e saber quais são as principais tendências do setor em que trabalha. Mas ele não deve parar de estudar nunca. O bom líder precisa ler muito e ficar atento ao que acontece ao seu redor o tempo todo. 10) Quem chefia uma organização precisa antecipar problemas. Nunca ser pego de surpresa por eventos inesperados. O líder eficiente é aquele que olha para o futuro e traça um plano B, C, e D. Ele tem sempre que pensar em como resolver problemas ou em como evitar situações que possam causar prejuízos ao negócio. 11) Antes de contratar um profissional, você deve esmiuçar muito bem quais serão as atividade dele e o que espera do colaborador. Gaste muito tempo com essa atividade, chame advogados, detalhe o contrato você não vai se arrepender. Todos os problemas que tive nos negócios se deram porque fiz más contratações. 12) O líder precisa saber ouvir, se comunicar de um jeito que os subordinados compreendam. Pergunte, escute, participe. Não adianta apenas falar e não ser entendido. Muita gente acredita que, porque fala muito, fala bem. Não é assim,. É preciso garantir que sua equipe entenda exatamente quais são as metas da empresa.

22 13) No mundo de hoje, com o rápido desenvolvimento da tecnologia, os profissionais lentos estão ultrapassados. O líder tem de ser ágil, objetivo e incansável. Para tomar decisões rápidas e eficientes é preciso estar muito bem preparado, considerar todas as conseqüências para o negócio, e agir. 14) Em todos os tipos se negócio, os problemas só existem em duas áreas. Ou estão nos processos desempenhados pela companhia ou nas pessoas que executam esses processos. Os líderes erram ao ignorar essa equação e não ouvir as pessoas, ou ao ignorar o jeito certo de executar os processos. 15) Quanto mais você conhece seu concorrente, mais fácil fica prever as estratégias agressivas que podem ser adotadas por ele contra você, Eu sempre visito meus concorrentes porque preciso saber se eles estão tendo ideias melhores do que as minhas. Assim, consigo reduzir danos para o negócio. 16) É preciso encarar os problemas, porque só assim o líder vai conseguir pensar em soluções. Quanto mais tempo você demora para buscar alternativas,s mais difícil será convencer a equipe de que está no comando. Os problemas devem sempre ficar em cima da mesa, e nunca embaixo do tapete. 17) O líder diz que não quer ter prestígio e ser reconhecido está mentindo. O cargo faz com que as pessoas se deslumbrem com o poder. Agradeça por todas as pessoas que admiram o que você faz. Mas tenha sempre em mente que o que vai garantir seu sucesso como líder e como gestor eficiente de uma equipe é a humildade.

23 4.3 O Exemplo de Jack Welch Reconhecido mundialmente pelo seu brilhantismo à frente da General Eletric - GE, Jack Welch não poderia deixar de ser considerado no âmbito deste trabalho. Antes do ingresso de Welch, os gestores da GE entendiam que os empregados eram um custo qualquer, podendo, em caso de mau desempenho dos negócios, serem reduzidos como forma de incrementar as margens de lucros. Após seu ingresso, mudanças radicais aconteceram. Embora não estivesse plenamente engajado nos anseios e pretensões daquela empresa, devido ao radicalismo e impaciência para lidar com pessoas cuja mente poderia ser considerada retrógrada, sua atitude era vista como rebeldia e seu modo franco de falar incomodava a alguns, mas isso não comprometeu o seu brilhante desempenho na organização. Jack Welch teve sua ascensão de forma meteórica, iniciando como Engenheiro e chegando a tornar-se CEO da GE, embora tal posição, tão elevada, tivesse causado estranheza àqueles que o consideravam sedento demais para conseguir seus objetivos. Nesta posição, a qual pode ter sido considerada estratégica, não havia quem o pudesse impedir de tomar as decisões e realizar mudanças revolucionárias que pretendia. Ao assumir o mais alto cargo executivo na Ge, Welch percebeu que aquilo que para ele era visto como uma rígida hierarquia que precisava de mudanças radicais, por outros era apenas a continuidade dos lucros. Assim, começou a eliminar camadas de hierarquia, vendeu as subsidiárias que não apresentavam bom desempenho, exigia o crescimento dos lucros a cada trimestre. Com isso, aqueles que o impressionavam eram generosamente premiados. Os 20% (vinte por cento) melhores recebiam gratificações e opções de ações, enquanto os 10% (dez por cento) piores eram demitidos a cada ano. As demissões promovidas por Welch deram a ele o título de alguém sem compaixão ou humanidade, além de sua política de demissões ser considerada tacanha e cruel. No entanto, ele próprio argumentava sobre isso:

24 Alguns acham cruel e brutal demitir 10% de nosso pessoal, mas não é. É exatamente o contrário. O que eu acho cruel e falsa bondade é manter pessoas que não vão crescer nem prosperar. O modelo criado por Jack Welch passou a ser imitado nos Estados Unidos e, em seu setor, a GE tornou-se a empresa mais admirada do mundo. A saída de Jack da GE foi motivada por sua aposentadoria, da qual resultou em uma alta soma de dinheiro para alguém que não exerceu, por exemplo, o cargo de Presidente do país. Escreveu diversos livros, atuou como colunista em um jornal e ministra aulas em curso sobre de liderança. Se há alguma coisa pela qual eu gostaria de ser lembrado é de ter ajudado as pessoas a compreender que liderança é ajudar outras pessoas a crescer a alcançar o sucesso. Ainda tenho muito a fazer. (JACK WELCH) 4.4 Líderes Extraídos da Ficção Na ficção, a figura do líder tem sido retratada das mais diversas formas. Cada abordagem pode levar os gestores de hoje a uma reflexão sobre sua conduta junto aos seus liderados. 4.4.1 Filme: Desafiando Gigantes Em Desafiando Gigantes, o time do técnico de Futebol Grant Taylor nunca havia conseguido chegar à vitoria, a não ser quando usou sua fé para modificar totalmente a história de sua equipe.

25 4.4.2 Filme: O Diabo Veste Prada No filme O Diabo veste Prada, Miranda Priestly é uma executiva bemsucedida, reconhecida internacionalmente no mundo da moda, mas mantém sua equipe em pânico diariamente. Ao vê-la chegar à empresa, inicia um alvoroço pois, seu modo ríspido de tratar as pessoas faz com que suas assistentes sintam medo. Sua vida é integralmente dedicada aos negócios e exige o mesmo de sua equipe. 4.4.3 Filme: A Última Fortaleza O General Irwin é um militar do exército americano condenado à prisão de segurança máxima, onde conhece o Coronel Winter, que dirige a prisão de forma extremamente rigorosa ao ponto de Irwin ser motivado a liderar uma rebelião que tiraria o Coronel Winter do poder. Com suas metas, Irwin atrai os demais prisioneiros fazendo com que se tornem seus aliados para o cumprimento de suas metas. 4.4.4 Livro: O Monge e o Executivo Um alto executivo de uma empresa desiste de sua brilhante carreira para tornar-se participar de um monastério. Para sua surpresa, o monge que o recebe é um ex-presidente de uma multinacional que o conduz à grandes reflexões principalmente sobre respeito e humildade.

26 CAPÍTULO V O LÍDER DO FUTURO 5.1 A Comunicação Única e Simples A comunicação pode ser considerada o ponto primordial para o líder do futuro. O homem vive uma época em que os meios de comunicação em massa são aprimorados a cada dia. Em 1994, Booher declarou sobre a comunicação como: análise e decisões sólidas traduzidas em mensagens claras que influenciam as pessoas a agir e se sentir bem quanto ao seu desempenho e, no entanto, após quinze anos de sua publicação, percebeu ser algo mais verdadeiro do que na época de sua afirmação ao perceber que governos não podem liderar, tecnologia não pode liderar, a estratégia não pode liderar. Somente o homem pode liderar através de sua comunicação, sua mensagem clara, com objetivo, persuasão, e relevância. O líder do passado era uma pessoa que sabia como dizer. O líder do futuro será uma pessoa que sabe como perguntar. (PETER DRUCKER) É certo que a tecnologia nunca perderá sua importância na comunicação. O líder que souber utilizá-la de forma adequada terá os melhores resultados seja qual o for o segmento em que atue. Não haverá mais tempo para a resistência às inovações. Toda criação nos meios de comunicação deverá ser muito bem recebida e utilizada nas tomadas de decisão quanto à compra, venda, consumo, sem contar na oportunidade de interagir com os clientes e identificar grandes oportunidades de mercado.

27 5.2 O Líder Servidor No âmbito da liderança, não se pode falar em ética sem falar em serviço. Os lideres que pensam somente em si trazem influência destrutiva para as organizações. A liderança servidora é bem entendida por dois tipos de liderança: estratégica e operacional. 5.2.1 Liderança Estratégia A liderança estratégica age com visão e direção, tratando do quê da organização. Com uma visão clara o líder sabe seu propósito, para onde está indo e quais os valores que irão guiar o seu caminho. Assim, as metas estabelecidas podem ser atingidas. No entanto, embora a alta gestão tenha que desenvolver as pessoas para definir o rumo da organização, a responsabilidade final pela liderança estratégica permanece com os superiores, os quais não a delegam a outros. 5.2.2 Liderança Operacional A liderança operacional tatá do como da organização e pode ser compreendida como a parte servidora da liderança servidora. Neste contexto, os lideres necessariamente devem qualificar as pessoas em toda a organização, para que assumam um papel proativo na realização da visão. Não se pode negar que é no âmbito operacional que as organizações apresentam problemas éticos, em que os líderes permanecem no topo e os subordinados e clientes são negligenciados na parte inferior da pirâmide, por exemplo. Com isso, as pessoas ficam desencorajadas, levando a organização ao risco de fracasso moral e financeiro.

28 5.3 Ética e Integridade para o Século XXI O líder ético deve ter sempre em mente três perguntas em sua atuação: É legal? É equilibrado? Como vou me sentir comigo mesmo? 5.3.1 É Legal? O termo legal neste contexto não está vinculado à lei civil, mas corresponde, principalmente, à ética ou normas da organização. 5.3.2 É equilibrado? A pergunta demonstra a necessidade de o líder ser justo, tomar decisões assimétricas e não beneficiar uma pessoa em detrimento de outra. 5.3.3 Como vou me sentir comigo mesmo? A pergunta leva o líder a uma reflexão pessoal, na qual ele avalia as consequências de suas ações que podem refletir nos meios de comunicação, em sua família e suas emoções. As decisões podem levar o líder a um posicionamento ilegal, mesmo que no momento não se tenha considerado a amplitude daquela decisão. Assim, questionar sempre sobre a legalidade, o equilíbrio e o bem estar emocional contribui para que o líder seja considerado ético em suas ações. 5.4 Valores Corretos Embora as pessoas sejam livres para decidirem seus valores, elas devem considerar que nem todos os valores são éticos. A exemplo, se uma organização busca incondicionalmente o cumprimento de suas metas, sem levar em conta práticas comerciais desonestas, ainda que bem vista quanto aos seus resultados, não poderá ser considerada uma empresa ética.

29 Os líderes devem dar total atenção aos valores quando estabelecem a visão para sua organização. A Johnson & Johnson foi fundada com o objetivo de aliviar a dor e a doença. Em 1982, durante um incidente de adulteração de um de seus produtos, a empresa Johnson & Johnson decidiu priorizar os pacientes, em seguida os funcionários, depois a comunidade e, por último os acionistas. Com isso, para sanar uma s ituação, recolheu do mercado todos os produtos adulterados, a fim de manter a fidelidade aos seus valores éticos, recuperar suas perdas e ganho do respeito em]m seus segmento de negócio. 5.5 A Avaliação de Ética Embora as pessoas tenham valores, nem sempre conseguem viver segundo eles. Isso é demonstrado quando há pressões externas para que não seja feito o que é certo em situações difíceis. Blanchard e Peale (1988) desenvolveram cinco princípios que podem servir de inspiração a agir de forma ética: Princípio 1: Propósito O propósito é a imagem que a pessoa tem de si mesmo, o que quer ser ou o tipo de vida que quer levar. Isto é o que dá sentido e definição às pessoas. Princípio 2: Orgulho O orgulho (autoestima) é importante para manter o propósito. A pessoa acredita em si mesmo e tem fé em suas habilidades. As pessoas que se sentem bem consigo tem o que é necessário para suportar a pressão externa.

30 Princípio 3: Paciência A paciência é necessária para o comportamento verdadeiramente ético. Blanchard e Peale (1988) afirmam que uma razão para as pessoas às vezes saírem do caminho é porque lhes falta a fé. Sem fé, elas tornam-se impacientes. As pessoas têm fé quando acreditam em alguma coisa e baseiam suas ações nessa crença. Princípio 4: Persistência Sem a persistência as tentativas de ser ético podem falhar. Ser ético é agir com ética em tempo integral e não apenas quanto é conveniente. O ético não tenta fazê-lo, ele realmente o faz. Princípio 5: Perspectiva Este quinto e último princípio reflete sobre aqueles que o cultivam os objetivos antes tomar decisões. É mais fácil enxergar o caminho e viver de acordo com o propósito, valores e crenças éticas quanto se tem perspectiva. 5.6 Servir ao Próximo O trabalho do líder é importante quanto se transporta para o modo servidor, ou seja, os líderes que agem desta forma fomentam a colaboração e a confiança. O resultado é um ambiente saudável, em que as pessoas não precisam trapacear para vencer. Na verdade, todas as pessoas são líderes em alguns aspectos de suas vidas, pois sempre que de alguma influenciam o comportamento dos outros, estão liderando.

31 CAPÍTULO VI TENDÊNCIAS QUE DEFINEM OS ATRIBUTOS DA LIDERANÇA DO FUTURO O futuro da liderança requer a compreensão das condições de negócios que os líderes enfrentarão e que tipo de pessoas fará parte da força de trabalho do futuro. 6.1 O Que se Espera dos Líderes do Futuro A próxima geração irá requerer dos líderes um conjunto de competências que pode ser considerado muito diferente do atual. O Gestor deverá ser alguém que apoie o desenvolvimento de suas carreiras, patrocine o seu desenvolvimento, dê feedback direto e os oriente. Esta última ainda pode ser considerada ineficaz por uma ampla variedade de organizações. Será necessário ao líder repensar sua posição nesta era onde as pessoas se comunicam em qualquer lugar e a qualquer momento. 6.2 Atributos Essenciais de Liderança Neste novo milênio, a necessidade de hierarquias burocráticas foi eliminada. Os funcionários se autogovernam, se engajam e detém informações e poder para atuarem no processo de governança organizacional e, de acordo com Varian (2009), economista-chefe da Google: Na organização antiga, era preciso fazer um exército de pessoas digerirem as informações para fornecêlas a quem tomava a decisão no topo. Mas isso não é assim que funciona hoje: a informação está disponível em todos os níveis hierárquicos, a todos na organização(...)

32 6.2.1 Foco em Colaboração O líder focado em colaboração demonstra atitudes que possibilitarão conforto em um ambiente em que concorrentes, trabalho em condições diversas irão exigir mais de sua atuação em mercados complexos. O líder do futuro deverá manter a mente aberta para compreender contribuições vindas tanto de funcionários quanto clientes. O líder que tiver esta sede de colaboração será bem atendido no futuro. 6.2.2 Desenvolvimento de Pessoas O líder terá como uma de suas principais metas o desenvolvimento das pessoas. Para isso ele será honesto em suas avaliações, procurando orientar na carreira e oferecendo oportunidades de crescimento. Em uma competição permanente por talentos escassos, o líder terá que adotar uma estratégia organizacional para o desenvolvimento das competências e habilidades dentro da própria organização. 6.2.3 Confiança e Competência no Mundo Digital O líder do futuro terá que confiar em suas habilidades no mundo digital e para ter condições de falar a linguagem da nova geração de profissionais. Novas formas de comunicação deverão ser consideradas na conexão com a força de trabalho virtual espalhada ao redor do mundo por meio de: blogs, wikis, reuniões virtuais, redes sociais, dentre outras tantas ferramentas de comunicação. 6.2.4 Mentalidade Global O líder deverá ser capaz de trabalhar nas mais diversas culturas, governos e Organizações Não Governamentais ONGs. A nova geração de trabalhadores oferecerá seu tempo de forma voluntária num ambiente que se concentre em pessoas, planeta e lucros.

33 6.2.5 Visão de Futuro O líder do futuro deverá ser capaz de prever o futuro e, para isso, terá que vasculhar o mercado, pesquisar tendências e construir uma empresa que lhe garanta o sucesso em curto prazo. Este líder não contará com demissões e recontratação para obter as habilidades necessárias, pois, a demanda por talentos será difícil, exceto para as organizações mais competitivas. 6.3. Líderes Globalmente Experientes O líder terá de usar a cabeça e o coração e ter coragem de enfrentar desafios para ser considerado globalmente experiente. Em 1997, Steve Jobs retornou à Apple em sua posição de CEO. Quando anunciou em seu primeiro discurso de que aquela empresa teria de ir além para buscar outros parceiros para contribuir com sua inovação, Jobs chocou sua equipe. 6.4. O que é Preciso para ser um Líder global eficaz no atual ambiente de negócios rápidos e complexos? Para se tornarem mais experientes em termos globais os líderes podem seguir nove etapas: 1) Desenvolver uma mentalidade global: o líder irá desenvolver produtos e serviços que sejam aceitos em vários mercados em todo o mundo. 2) Conduzir ao quadro mais amplo: para desenvolver esta perspectiva o líder irá fazer perguntas ou admitir que é preciso reunir mais informações. 3) Equilibrar paradoxos: o líder deverá saber quem é, o que está tentando conseguir e pelo que ele terá a coragem de ser conhecido. 4) Desenvolver a autoconsciência cultural: o líder deverá ter consciência de sua origem, entender suas características, valores e comportamentos.

34 5) Desenvolver a empatia cultural: o líder deverá ter a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. 6) Liderar e desenvolver talentos globalmente diversificados: o líder deverá usar sua habilidade de compreender e administrar a diversidade de talentos em uma organização considerada cada vez mais global. 7) Esclarecer valores importantes: o líder deverá ser capaz de discutir a situação do mundo e como as pessoas podem trabalhar em cooperação para enfrentar os desafios de um mundo em mudança. 8) Equilibrar dinheiro e significado: o líder deverá crer que para o mundo recuperar seu equilíbrio econômico, será necessário recuperar seu equilíbrio moral. 9) Tornar-se um líder globalmente responsável: o líder deverá agir em busca do exercício global da liderança baseada em valores éticos para o progresso econômico e social e o desenvolvimento sustentável.

35 CONCLUSÃO Através deste trabalho é possível concluir que o século XX abriu oportunidades para que as pessoas identificassem de alguma forma o seu potencial de liderança. Muitas empresas atualmente consideradas gigantes em seu segmento surgiram de modo simples, muitas vezes conduzida pelo próprio fundador apenas e tendo como auxiliares os seus familiares. No entanto, as lideranças empresariais eram rígidas, agiam de modo independente e seus subordinados não passavam de meros executores de tarefas, sem ter sequer a oportunidade de expressar suas opiniões. No decorrer dos tempos, as empresas foram se modernizando, novos padrões de comportamento tem sido assumidos no intuito de acompanhar o crescimento dos negócios e da globalização. Desenvolver pessoas e torná-las profissionais competentes tem sido uma importante missão nas organizações. Com isso, os líderes de hoje são pessoas mais esclarecidas, em sua maioria confiantes em suas equipes e empenhados nos melhores resultados de seu trabalho. Em vez de tolher o potencial de seus subordinados o líder privilegia aqueles que mais contribuem criativamente para os bons resultados. O século XXI é uma era de desafios. O líder deste novo século terá que ser inovador, competente e visionário. O gestor deverá observar até mesmo aqueles que, no passado empreenderam e terá de adaptar suas ideias ao modelo atual e considerar que seus subordinados não são meros executores, mas pessoas com habilidade para até mesmo aprimorar seus projetos. A competência deverá ser uma das principais características do líder pois, as chances de erros deverão ser cada vez menores. A visão deverá ser permanentemente focada em ocupar as melhores posições numa competição cada vez mais acirrada por resultados. Neste sentido, o gestor deverá contar com as mais variadas tecnologias possíveis e o mais alto nível de conhecimento.

36 BIBLIOGRAFIA BERNARDI, Luiz Antônio. Manual de Empreendedorismo e Gestão: Fundamentos, Estratégias e Dinâmicas. São Paulo: Atlas, 2011. 1ª edição. BIECH, ELAINE. Manual de Liderança da ASTD A Melhor Fonte de Informação sobre a Arte de Liderar; tradução Sabine Holler - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 5ª edição. CURY, Antonio. Organização e Métodos: uma visão holística. São Paulo: Atlas, 2009. 4ª reimpressão. HUNTER, James C. O Monge e o Executivo: Uma história sobre a Essência da Liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.18ª edição. LENZI, Fernando César. KIESEL, Márcio Daniel. O Empreendedor de Visão. São Paulo: Atlas, 2009. MUNROE, MYLES. Vencendo a Crise: descubra o segredo para prosperar em tempos de adversidade. Tradução de Idiomas e Cia. Belo Horizonte: Bello Publicações, 2009. RIGBY, Rhymer. 28 Mentes que Mudaram o Mundo: os maiores desbravadores da gestão em todos os tempos; tradução Alessandra Mussi Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. STÉFANO, Rhandy Di. O Líder Coach Líderes Criando Líderes. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. 1ª Edição. Vários Colaboradores. Gestão com Pessoas e Subjetividade. Eduardo Davel, Sylvia Constant Vergara (organizadores). São Paulo: Atlas, 2001. Revista Você S.A. Edição Executiva RH e Finanças. Editora Abril. Edição 164, fevereiro/2012.

37 BARROS, Priscila. Artigo: Liderança nas Organizações. http://www.rh.com.br/ Portal/Liderança/Artigo/59060/liderança-nas-organizações.html - 22/02/2012 16h01min CRUZ, Carlos. Artigo: Liderança: um papel a ser exercido, não um cargo. http:// www.portalcmc.com.br/lidart32.htm 22/02/2012-17h46min. MUNROE, Miles. Artigo: O Líder Insuperável. http://www.mylesmunroe.com.br/ oliderinsuperavel.pdf 28/05/2012 14h35min. Filme: A Última Fortaleza Título Original: The Last Castle Ano de Produção: 2001 Nacionalidade: EUA Gênero: Ação Filme: O Diabo Veste Prada Título Original: The Devil Wears Prada Ano de Produção: 2006 Nacionalidade: EUA Gênero: Comédia romântica Filme: Desafiando Gigantes Título Original: Facing the Giants Ano de Produção: 2006 Nacionalidade: EUA Gênero: Drama