Literatura na Idade Média Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra
Contexto Reis, castelos, nobres cavaleiros lutando em torneios para merecer a atenção de formosas damas são alguns dos elementos que compõem uma certa representação da Idade Média. Essa imagem foi, em parte, construída com base nos textos dos trovadores e das novelas de cavalaria. Eles divulgaram os ideais de uma comportamento cortês que se tornou um modelo até hoje explorado pela literatura ocidental.
Idade Média: entre o mosteiro e a corte Ano de 476 até 1453. Dominação romana: cristianismo. O poder da igreja. Postura servil perante Deus e a Igreja = teocentrismo. Centros de produção e divulgação estavam associados aos grandes mosteiros e abadias. Religião e cultura eram inseparáveis.
Uma nova organização social Grandes proprietários de terra, chamados senhores feudais. Relação de dependência pessoal: vassalagem. O servilismo dos vassalos ao seu suserano e dos fiéis a Deus dá origem ao princípio básico da literatura medieval: a afirmação de total subserviência de trovador à sua dama (no caso as poesia) ou de um cavaleiro à sua donzela (no caso das novelas de cavalaria).
O Trovadorismo: poesia e cortesia No século XII, o período das grandes invasões na Europa havia passado e isso permitiu o ressurgimento das cidades, o progresso econômico e o intercambio cultural. Os cavaleiros viram-se sem função social. Era preciso criar um novo papel. Solução dada por Guilherme IX => Código de comportamento conhecido como amor cortês. Esse código transferiu a relação de vassalagem entre cavaleiros e senhores feudais para o louvor às damas da sociedade.
O projeto literário do Trovadorismo Literatura oral para entreter os homens e as mulheres da nobreza; Redefinição do papel dos cavaleiros nas cortes; Sociedade: subserviência total a Deus (teocentrismo), representada literariamente pela submissão do trovador à dama ou do cavaleiro à donzela.
As regras da conduta amorosa Segundo o código do amor cortês, um trovador deveria expressar seus elogios a uma mulher da nobreza, casada, que tivesse posição social reconhecida. Essa posição social era necessárias para que fosse criada, nos textos literários, uma estrutura lírica equivalente à de relação da vassalagem. Por esse motivo, os termos que definiam as relações feudais foram transpostos para as cantigas, caracterizando a linguagem do Trovadorismo: a mulher era a senhora, o homem era o seu servidor; prezava-se a generosidade, a lealdade e a cortesia. A avareza e a vilania eram comportamentos desprezados que desqualificavam o trovador. A dama era vista sob perspectiva idealizada.
O amor e a sátira no Trovadorismo Cantigas de amor + sofrimento provocado pelo amor não correspondido (coita de amor). Havia também as cantigas satíricas sempre expressando um olhar crítico para a conduta de nobres. Assim, os trovadores podiam ridicularizar um nobre que se envolve com uma serviçal ou aqueles que não percebem a traição da mulher.
A linguagem da vassalagem amorosa MÚSICA + POESIA = ORALIDADE. O TROVADOR NÃO DEVIA REVELAR O NOME DA DAMA A QUEM DIRIGIA ELOGIOS, MAS PRECISAVA DEIXAR IMPLÍCITO QUEM ERA. EXPRESSÕES: MIA SENHOR, SENHOR FREMOSA, o trovador fala da MESURA, pede que ela reconheça sua CORTEZIA, PREZ, e lhe garanta oo GALARDAM.
Cantigas de amor As cantigas de amor exprimem a paixão infeliz, o amor não correspondido que um trovador dedica a sua senhora.
Cantigas de amigo As cantigas de amigo falam de uma relação amorosa concreta que acontece entre pessoas simples, que vivem no campo. O tema central dessas cantigas é a saudade.
Cantigas satíricas As cantigas satíricas apresentavam críticas ao comportamento social, difamavam alguns nobres ou denunciavam as damas que deixavam de cumprir seu papel no jogo do amor cortês. ESCÁRNIO X MALDIZER
As novelas de cavalaria Primeiros romances (longas narrativas em verso) Ciclo clássico: novelas que narram a guerra de Troia e as aventuras de Alexandre, o Grande. Ciclo arturiano ou bretão: histórias envolvendo o rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda, Tristão e Isolda e a demanda do Santo Graal. Ciclo carolíngio ou francês: história sobre o rei Carlos Magno e os 12 pares de França.
Cronicões, nobiliários e hagiografias Cronicões, nobiliários: Textos de caráter documental. Registravam acontecimentos marcantes da vida dos nobres. Hagiografias: Relatos das vidas dos santos.