Organização de Serviços Básicos do SUAS em Comunidades Tradicionais CONGEMAS Belém/PA 18 a 20 de abril de 2011
Pilares: Constituição Federal Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS Política Nacional de Assistência Social Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
A Constituição Federal de 1988 (Art. 203 e 204) direito de cidadania Política Pública de Seguridade Social não contributiva universalização do acesso Caráter de política de Proteção Social articulada à outras políticas sociais. responsabilidade estatal
Lei Orgânica da Assistência Social LOAS (Lei nº 8.742/93) Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que prove os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
Política Nacional de Assistência Social (2004) PNAS A Política Nacional de Assistência Social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, considerando as desigualdades sócio-territoriais, visando seu enfrentamento, a garantia dos mínimos sociais, o provimento de condições para atender contingências sociais e a universalização dos direitos sociais.
Seguranças garantidas pela Proteção Social na PNAS Acolhida Rendimento Desenvolvimento da autonomia Sobrevivência à riscos circunstanciais Convívio familiar e comunitário
Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (2005) NOB/SUAS Disciplina e normatiza a operacionalização da gestão da Política Nacional de Assistência Social: Seu conteúdo estabelece: Os níveis de gestão do SUAS; As instâncias de articulação, pactuação e deliberação que compõem o processo democrático de gestão do SUAS; O caráter do SUAS;
Sistema Único de Assistência Social - SUAS Deliberação da IV Conferência Nacional de Assistência Social (dez/2003) Bases de organização dos SUAS: Matricialidade sócio-familiar Descentralização político-administrativa e territorialização; Novas bases para relação entre Estado e Sociedade Civil; Financiamento pelas três esferas de governo, com divisão de responsabilidades; Controle Social Política de recursos humanos Rede de informação, monitoramento e avaliação
Sistema Único de Assistência Social - SUAS Propõem um novo modelo de gestão: Pacto Federativo, com definição de competências dos entes das esferas de governo; Organização das ações por tipo de proteção, em níveis de complexidade, por território e considerando regiões e portes de municípios; Sistema descentralizado e participativo, em todo o território nacional
Proteção Social Básica Proteções por Nível de Complexidade Tem como objetivo prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Seus serviços e programas destinam-se à população em situação de vulnerabilidade social, decorrente da pobreza, privação e/ou fragilidade de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social (discriminações raciais, etárias, étnicas, de gênero, por deficiência, dentre outras).
Proteção Social Básica Os serviços da Proteção Social Básica são: Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família PAIF; Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas;
Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Porta de entrada para a Proteção Social Básica É uma unidade pública estatal de prestação de serviços básicos continuados de Assistência Social às famílias, seus membros e indivíduos, em situação de vulnerabilidade social e/ou fragilização dos vínculos afetivos relacionais e de pertencimento social, e referenciados a um território de um município.
O CRAS também deve realizar a gestão do território, realizando busca ativa e promovendo articulação com a rede socioassistencial Oferta, obrigatoriamente, o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família PAIF; Realiza a gestão do território; Mantem ativo o serviço de vigilância social, produzindo e sistematizando informações de sua área de abrangência.
Ações Direcionadas às Comunidades Tradicionais O Guia de Orientação Técnica - SUAS n. 1 - Proteção Social Básica de Assistência Social traz referência ao trabalho com famílias indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais. Orienta que os municípios realizem interlocução com as comunidades, suas lideranças e com órgãos estatais responsáveis pela questão, e sugere que seja feita adequação metodológica necessária para a realização do trabalho com estas comunidades, sem avançar, contudo, na natureza desta adequação.
Relatórios do Grupo de Trabalho do CNAS - resolução nº. 47 de 22/03/2006, cujo objetivo foi acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, os impactos sociais e o desempenho das ações da Rede de Serviços de Proteção Social Básica, nas comunidades indígenas e quilombolas e apresentar relatório com sugestões, visando melhoramento na gestão dessas ações e nos impactos sociais das ações mencionadas. Instalação do CRAS Ações do CRAS Participação Social Articulação de Políticas Sociais Recomendações
Instalação do CRAS Indígena O atendimento à população indígena vem sendo ofertado através de CRAS instalados em área indígena e através de CRAS urbanos, com atendimento preferencial ou inclusivo a esta população. Foram questionadas as vantagens em haver CRAS indígena, considerando-se que pode ser mais eficiente instalar esse equipamento fora das terras indígenas, associada à estratégia de permanente deslocamento das equipes e dos serviços, favorecendo algumas abordagens, ampliando e qualificando o atendimento.
Quilombola A orientação é que estes equipamentos devam estar o mais próximo possível das comunidades. A instalação dos CRAS nos núcleos urbanos dificulta, quando não impede, o acesso por parte desta população. As comunidades quilombolas são, em geral, comunidades rurais cujas terras são domínio particular de famílias e não de domínio público. Como em toda terra privada, são necessários cuidados especiais para que seja possível e proveitoso efetuar a instalação de um equipamento público. Alternativa poderia ser dada por uma estratégia de permanente deslocamento das equipes e dos serviços, ao invés do deslocamento dos beneficiários.
Atuação do CRAS O MDS regulamenta o funcionamento dos CRAS, e a oferta do PAIF. Cabe à gestão do município definir a linha de trabalho para efetivar a inclusão desta população na Política de Assistência Social. Necessidade de ampliar a reflexão sobre o que significa situações de vulnerabilidade social. Estas comunidades mantêm características próprias no que diz respeito à integração social de seus membros, num contexto social bastante distante do representado pelo conceito de vulnerabilidade proposto para populações urbanas ou metropolitanas.
Equipe Técnica O adequado atendimento nos serviços operados nestes CRAS, depende de uma qualificação técnica do trabalho e das equipes responsáveis. O escopo do trabalho é dotado de grande complexidade, em função das formas diferenciadas de organização social. Promover o respeito a valores culturais e a práticas sociais distintas, evitando intervenções que fragilizem a regulação social tradicional destas comunidades. Amplo trabalho de qualificação técnica da intervenção, assim como uma adequada capacitação e composição das equipes técnicas.
Para a qualificação dos Serviços ofertados às comunidades tradicionais, destacam-se os seguintes pontos: (i) (i) (i) (i) maior integração entre as esferas de governo, presença de profissionais de antropologia nas equipes; profissionalização das equipes técnicas; ampliação do esforço de acompanhamento e avaliação dos trabalhos em curso.
Participação Social A consulta às comunidades é essencial para que os CRAS sejam instrumentos efetivos na oferta de serviços e benefício destas populações. É necessário aprimorar a escuta às comunidades quando do planejamento da implantação e das atividades dos CRAS.
Articulação de Políticas Sociais A diferenciação das demandas sociais pelas distintas áreas das políticas públicas é um processo especialmente difícil em contextos sociais de grande vulnerabilidade, onde uma carência age sobre a outra num quadro de poucas ofertas de serviços. Necessidade de ampliar a clareza do escopo da intervenção da Assistência Social e de suas interações com outras áreas de políticas públicas, para que sua presença possa ser de fato construtora de uma nova realidade.
Recomendações A questão da instalação e operação de CRAS assim como de implementação PAIF e de demais serviços de proteção social básica junto à populações de comunidades tradicionais devem continuar a ser objeto de debates, com esforços dirigidos, em especial, ao aprofundamento do conceito de vulnerabilidade social e da melhor definição dos serviços que devam ser ofertados a esta população.
Informações do Censo SUAS/CRAS 2010 1.298 CRAS, em 1.129 municípios responderam que há povos e comunidades tradicionais no seu território de abrangência Indígena 339 CRAS, em 308 municípios, responderam que atendem Povos Indígenas Quilombolas 551 CRAS, em 513 município, responderam que atendem Comunidade Quilombola Comunidade Ribeirinha 282 CRAS, em 249 municípios, responderam que atendem Comunidade Ribeirinha Outras Comunidade Tradicionais 292 CRAS, em 270 municípios, responderam que atendem outros povos e comunidades tradicionais
Obrigada! protecaosocialbasica@mds.gov.br