O BENEFÍCIO DOS PROBIÓTICOS NA PREVENÇÃO DE DISFUNÇÕES ORGÂNICAS COM ENFOQUE NA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Mithaly dos Santos Morais 1 Anne da Silva Soares 2 Nayara Ferreira Favoreto 3 RESUMO O presente trabalho trata-se através de revisões bibliográficas sobre o beneficiamento proporcionado pela adesão diária do consumo de probióticos na prevenção da constipação intestinal. A constipação é caracterizada por eliminação de fezes com consistência rígida, seguida por dor e dificuldade de escape fecal. A microbiota intestinal tem o importante papel de promover a proteção contra microrganismos patógenos que entram em nosso organismo provocando a disfunção orgânica. Os probióticos que são microrganismos vivos benéficos irão atuar como uma barreira protetora no intestino, regularizando a motilidade intestinal e promovendo a absorção adequada de nutrientes para o beneficiamento do hospedeiro. O papel do nutricionista é imprescindível para conscientização da adesão do uso dos probióticos no dia a dia. Palavras-chave: Constipação intestinal. Microbiota intestinal. Probióticos. ABSTRACT This present article comes through bibliographics reviews about the processing adequate by daily adhesion of consumption of probiotics in the prevention of intestinal constipation. The constipation is characterized by elimination of faeces with rigid consistency, followed by pain and difficulty of soiling. The intestinal microbiota plays an important function in promoting the protection against pathogenic microorganisms that enter our organism causing organ dysfunction. Probiotics that are beneficial live microorganisms will act like a protective barrier in the bowel, regulating intestinal motility and promoting the proper absorption of nutrients for the host processing. The function of nutritionist is essential for accession awareness of the use of probiotics on a daily basis. 1 Acadêmica do curso de Nutrição da Faculdade Atenas; 2 Professora da Faculdade Atenas; 3 Professora da Faculdade Atenas.
Keywords: Intestinal constipation. Intestinal microbiota. Probiotics. INTRODUÇÃO Segundo a Sociedade Paulista de Gastronomia Pediátrica e Nutrição, atualmente a disfunção orgânica que acomete a maioria da população é a constipação intestinal, recebendo o conceito de síndrome em 1984, sendo caracterizada no momento da evacuação por eliminação de fezes ressecadas ou com consistência aumentada, seguida por um grande esforço, sendo livre do intervalo de tempo entre as evacuações. A constipação é caracterizada por eliminação de fezes com consistência rígida, seguida por dor e dificuldade de ocorrência do escape fecal, apresentando rachadas de sangue em volta das fezes acompanhado ou não pelo aumento do ciclo de evacuações (MORAIS e MAFFEI, 2000). A flora intestinal é constituída por mais de 100 trilhões de bactérias que executam um papel importante e fundamental na manutenção da vilosidade intestinal e saúde do intestino, formando uma camada protetora contra bactérias patogênicas, auxiliando e ajudando na digestão, assimilação e absorção dos alimentos, construindo assim uma resistência imunológica aumentando a potencialidade de o hospedeiro resistir a possíveis infecções (MOREIRA, 2009). A microbiota intestinal sofre uma influência benéfica pela ação dos probióticos, apresentando um efeito divergente e impedindo a adesão de microrganismos indesejáveis eleva e proporciona um efeito imunológico adequado (BADARÓ, et al.2008). O probiótico é um alimento funcional, que promove a atuação de microrganismos não patogênicos proporcionando a manutenção da vilosidade intestinal, podendo ser por meio de bactérias lácteas que influenciam na melhoria da mobilidade intestinal, atenuando a constipação (MOREIRA, 2009). A microbiota intestinal tem uma importante ação em todas as reações bioquímicas do hospedeiro, a manutenção do seu equilíbrio é de grande importância, pois, impedirá que ocorra a ação e os efeitos provocados pelos microrganismos patogênicos nela presentes (SAAD, 2006).
A relação entre hospedeiro e probióticos confrontam importantes benefícios à saúde, devido ao importante desempenho das bactérias na camada epitelial fornecendo um reforço na barreira do intestino, proporcionando uma proteção caso ocorra alguma perturbação causada por bactérias patogênicas, estresse e possíveis lesões na parede intestinal (MOREIRA, 2009). O uso de probióticos na alimentação do dia a dia é essencial para o funcionamento e regulamento da microbiota intestinal, o nutricionista tem papel imprescindível para a conscientização das pessoas em prol do uso cotidiano desse alimento funcional, visto que ele tem um efeito benéfico na prevenção e atuação contra a constipação intestinal, aliviando os sintomas e regularizando o funcionamento intestinal. METODOLOGIA No presente trabalho será realizada uma pesquisa do tipo descritiva e exploratória, baseada por meio de levantamento bibliográfico sobre o tema o beneficio dos probióticos na prevenção de disfunções orgânicas com enfoque na constipação intestinal. Para isso, serão utilizados artigos científicos publicados nos anos de 2000 a 2013, encontrados em sites acadêmicos como Google acadêmico, Scielo, Bireme, assim como livros, revistas e periódicos do acervo da biblioteca da Faculdade Atenas. Segundo Gil (2010), a pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis e a pesquisa exploratória tem como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado.
DESENVOLVIMENTO A constipação intestinal é caracterizada como subtipo da síndrome do intestino Irritável, onde esta apresenta divisão em três subtipos, sendo eles: diarreia predominante, constipação predominante e alternado síndrome do intestino irritável, mostrando predominância em mulheres, apresenta ocorrência também em homens independente da idade. Esse distúrbio intestinal é comum entre a população, causando dor e sofrimento (MOREIRA, et al. 2009). A dismotilidade orgânica é a falta de movimentação das fezes através do cólon, tendo a associação devido à ocorrência de fatores dietéticos, medicamentos que provocam a alteração da motilidade ou doença sistêmica (exemplo: desordem endócrina, neurológicos ou metabólicos). A definição do estado de constipação ocorre pelos sintomas de esforço excessivo ao defecar seguida de pelo menos três evacuações durante a semana (MOREIRA, et al.2009). A presença de dolorosas evacuações mostra a ocorrência de eliminação de fezes duras devido a uma dieta pobre em fibras acarretando o aparecimento de fissuras anais (MORIAS, MAFFEI, 2000). O resultado da constipação tem a ocorrência devida aos fatores exógenos (dieta e exercícios) e endógenos (hormônios sexuais, personalidade e eficiência metabólica), sendo frequente em mulheres, pessoas negras, população com baixa renda e escolaridade, idosos, e praticantes de pouca atividade física ou sedentários (MOREIRA, et al. 2009). O desequilíbrio do ecossistema microbiano ocasionará interferência na função da microbiota gastrointestinal, ocasionado à redução de suas funções orgânicas e protetoras (STEFE, ALVES, RIBEIRO, 2008). O trato gastrointestinal apresenta uma flora microbiana, protetora que sofre alterações devido à influência ambiental ou alimentar, proporcionando ao hospedeiro a baixa eficiência da utilização dos nutrientes vindo da ingestão dos alimentos e redução da imunidade, sendo propenso ao desenvolvimento de doenças (MOREIRA, et al. 2009). Desempenhando um papel fundamental na saúde e nutrição humana, a microbiota por meio do desenvolvimento de fermentação proporciona as bactérias
intestinais à metabolização de diversos substratos (ácidos graxos de cadeia curta e gases) como produto final, tendo o controle da ação dos fatores ambientais (dieta, remédios, estresse, idade e condições de vida) evitando a danificação da flora intestinal e produção de metabólitos indesejáveis, provocadores de doenças agudas e crônicas, devido à contaminação por patógenos transitórios (MOREIRA, et al. 2009). O metabolismo microbiano sofrerá alterações causadas pela ação dos probióticos, que atuarão no aumento ou diminuição da atividade enzimática (SAAD, 2006). A flora intestinal é compreendida por mais de 100 trilhões de bactérias que proporcionam a conservação de uma boa saúde. As bactérias presentes afetam a biologia celular, morfologia e homeostase, contendo a atuação de bactérias patogênicas quando ocorre alguma violação da barreira epitelial (MOREIRA, et al. 2009). As bactérias intestinais tem grande envolvimento nas diversas variedades metabólicas, apresentando alterações pela dieta, promovem uma fermentação inadequada ocasionando uma disfunção intestinal (SAAD, 2006). A proteção da camada microbiana se dá pela ingestão de alimentos funcionais constantemente, pois promoverão benefícios à saúde na prevenção e redução de doenças. Os probióticos, pertencentes à classe dos alimentos funcionais, são microrganismos vivos que fornecem uma barreira protetora contra as bactérias maléficas, favorecendo a assimilação e absorção dos alimentos, contribuindo para uma resposta imune elevando a eficiência do hospedeiro de resistir às infecções, ocorrendo à prevenção de bactérias patogênicas, estresse e lesões (MOREIRA, et al. 2009). A inserção de probióticos aos alimentos em quantidade adequada proporciona um alto valor nutritivo e terapêutico, pois são representados pelas culturas de microrganismos vivos, sendo essas, bactérias benéficas e leveduras que contribuíram para um melhoramento no sabor do produto e pela produção de substâncias antimicrobianas (SANTOS, CANÇADO, 2009). Os probióticos atuam na diminuição de doenças, preservam a viabilidade no período de armazenamento, sobrevivendo ao percurso diante do estomago e do intestino delgado (MOREIRA, et al. 2009). Os probióticos devem ser resistentes ao ambiente estomacal, à bile e as enzimas pancreáticas, possuindo uma devida
adesão nas células da mucosa intestinal, proporcionando a capacidade de colonização, ausência de translocação e produzir substâncias antimicrobianas para eliminação de bactérias patogênicas (STEFE, ALVES, RIBEIRO, 2008). A aplicação de probióticos ocorre em situações de alteração intestinal devido a fatores específicos, tais como, dietas inadequadas, medicamentos, desequilíbrios clínicos, cirurgia no aparelho digestório e ruptura na flora do trato gastrointestinal proporcionando um ambiente suscetível para bactérias patogênicas levando ao surgimento de doenças (MOREIRA, et al. 2009). O aumento da resistência corporal se dá pela presença de probióticos envolvendo a microbiota intestinal excluindo as bactérias maléficas e microrganismos indesejáveis, providenciando efeitos imunológicos a antagônicos, proporcionando assim a proliferação de bactérias benéficas que atuaram na prevenção, regularização e proteção da mucosa intestinal (SANTOS, CANÇADO, 2009). A alimentação equilibrada tem fator fundamental na manutenção da saúde, mostrando que o alimento é imprescindível à vida humana, contendo todos os nutrientes necessários para as atividades do dia a dia, proporcionando um estilo e tipo de dieta específica para cada indivíduo. A inserção de probióticos na alimentação irá modificar a composição da microbiota, aumentando o numero de bactérias benéficas à saúde promovendo no ecossistema uma desvantagem às bactérias patogênicas, tornando difícil a sua proliferação e adesão na microbiota intestinal (BADARÓ, et al. 2008 ). O consumo de probióticos deve ser diariamente, devendo alcançar de 10 6 a 10 7 ufc/g ou ml de bioproduto para propiciar o estímulo de proliferação de bactérias benéficas no cólon, onde doses diárias de 4 a 5g de inulina e/ou oligofrutose serão eficientes (SAAD, 2006). O uso de microrganismos probióticos é frequente em alimentos fermentados, onde a fermentação agirá na retenção e otimização da viabilidade microbiana e produtiva, preservando as propriedades probióticas (BADARÓ, et al. 2008). A maioria de pesquisas relacionadas a culturas probióticas está direcionada para produtos como leites fermentados e iogurtes, sobremesas a base de leite, leite em pó destinado aos recém-nascidos, variados tipos de queijos,
produtos em cápsulas ou em pó que serão acrescentados e dissolvidos em bebidas frias, alimentos de origem vegetais fermentados e maionese (SAAD, 2006). O nutricionista tem o importante papel de conscientização e orientação sobre a inserção dos probióticos no cotidiano da população, orientando para o consumo diário para obtenção e garantia do efeito saudável, visando desenvolver estratégias alimentares para a obtenção dos efeitos benéficos provocados pelo aumento de bactérias favoráveis ao trato gastrointestinal prevenindo o surgimento de possíveis doenças gastrointestinais. CONSIDERAÇÕES FINAIS O referente artigo trata-se sobre a compreensão da importância dos probióticos na prevenção de disfunções orgânicas, tendo como foco a constipação intestinal, sendo validada a hipótese. O benefício da ingestão dos probióticos na prevenção da constipação intestinal auxilia na motilidade gástrica, proporcionando a regularização intestinal e um beneficiamento à saúde da população. A adesão dos probióticos à camada interna do intestino promove um revestimento protetor contra patógenos, auxiliando na prevenção de lesões, regularizando e reconstituindo a flora intestinal, impedindo e prevenindo a ocorrência de disfunções intestinais, tal como a constipação. Diante do exposto a ingestão diária de probióticos é de suma importância para a manutenção da camada protetora no intestino, pois irá beneficiar o trânsito intestinal devido ao aumento de microrganismos benéficos proporcionando ao hospedeiro a absorção adequada dos nutrientes. Visto a importância da utilização dos probióticos na prevenção da constipação intestinal, faz-se necessário o profissional nutricionista conscientizar e informar sobre o seu consumo diário e regular a fim de garantir a proteção da microbiota intestinal, proporcionando uma vida saudável e equilibrada devido à absorção dos nutrientes proporcionados pela alimentação adequada.
REFERÊNCIAS BADARÓ, Andréa Cátia Leal, et al. Alimentos probióticos: aplicações como promotores da saúde humana-parte 1. Nutrir Gerais Revista Digital de Nutrição Ipatinga: Unileste-MG, v. 2 n. 3 Agosto/Dezembro 2008. p.1-29. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 5 ed. Editora Atlas. São Paulo 2010. MORAIS, Mauro Batista de; MAFFEI, Helga Verena L. Constipação intestinal. Jornal de Pediatria- v. 76 Supl.2,2000. p.147-156. MOREIRA, Antonio Francisco, et al. Probióticos e exercício físico na constipação. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.3, n. 16, p.305-315, Julho/Agosto 2009. SAAD, Susana Marta Isay. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas- v. 42 n.1, janeiro/março 2006. p.1-16. SANTOS, Lana Claudinez dos; CANÇADO, Isabella A. Campolina. Probióticos e Prebióticos: vale a pena incluí-los em nossa alimentação!. SynThesis Revista Digital FAPAM, Pará de Minas, n.1, 2009. p.1-10. Sociedade Paulista de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição (SPGPN), Boletim n.4; 1994. STEFE, Camila de Araújo, ALVES, Mina Alburquerque Ribeiro; RIBEIRO, Ricardo Laino. Probióticos, prebióticos e simbióticos- artigo de revisão. Saúde & Ambiente em Revista, Duque de Caxias, v.3, n.1. p.16-33, Janeiro-Junho 2008.