As contribuições da Psicanálise Profª: Daniela Campos Bahia Moscon danielamoscon@yahoo.com.br
Freud não se ocupou diretamente da teoria de grupos centro-se nos estudos das massas ou multidões; Suas conclusões são aplicáveis, em parte, aos microgrupos; Obras em que o foco são as organizações sociais humanas: Totem e Tabu (1913), Psicologia das massas e análise do ego (1921), O mal-estar na civilização (1930) e Moisés e o monoteísmo (1939). Em todas elas ele procurou preencher brechas entre a psicologia individual e a coletiva, bem como a forma como uma influencia na outra.
Psicologia das Massas e Análise do Ego: mais próximo das explicações psicanalíticas acerca dos grupos humanos; Apoiou-se em Le Bon e Mc Dougall e já concebia o grupo como sendo algo com características diversas das possuídas por cada célula isoladamente; Considerava a tendência ao agrupamento como sendo biologicamente determinado;
Em Psicologia de Grupo e Análise do Eu A influência, sobre o indivíduo, de um grande número de pessoas simultaneamente, pessoas com quem se acha ligado por algo, embora, sob outros aspectos e em muitos respeitos, possam ser-lhe estranhas. Para Freud, a psicologia de grupo "interessa-se assim pelo indivíduo como membro de uma raça, de uma nação, de uma casta, de uma profissão, de uma instituição, ou como parte componente de uma multidão de pessoas que se organizaram em grupo, numa ocasião determinada, para um intuito definido"
Em Psicologia de Grupo e Análise do Eu Ancora-se nas idéias de Le Bon sobre os grupos: o fato de indivíduos (por mais diferentes que sejam) fazerem parte de um grupo os coloca em uma espécie de mente coletiva. Para Freud a psicologia individual e a social não diferem em sua essência; Metáfora: uma manada de porcos-espinhos no inverno necessidade de aproximação X separação em um eterno vai-e-vem.
Grande contribuição: Conceito de identificação Para Freud: a mais precoce forma de relação com outro alguém tomado como modelo; Em outra fase, conceitua identificação como o processo psicológico pelo qual o sujeito assimila um aspecto, propriedade ou atributo de outrem e se transforma, segundo o modelo introjetado; Para Melanie Klein: identificação projetiva atribuição ao outro de características próprias é a raiz para a compreensão do processo de empatia e consequentemente da mentalidade grupal.
Grande contribuição: Conceito de identificação Empatia: possibilidade que temos de sentir o que sentiríamos caso estivéssemos em situação ou circunstância vivenciada pelo outro; A identificação seria a via psíquica para o estabelecimento do processos empático entre as pessoas condição sinequanon para a criação da mentalidade grupal;
Contribuição de Bion: Escreveu Experiências com Grupos (Londres: Tavistock, 1961), um importante guia para os movimentos da psicoterapia de grupo e de encontro de grupo que começaram nos anos 1960; Foi psiquiatra do exército britânico e sua formação psicanalítica foi com Melanie Klein (que era contrária a seu trabalho com grupos);
Contribuição de Bion: supostos básicos A atividade mental dos indivíduos quando se reunem em grupos é regida por fantasias inconscientes compartilhadas que determinam os supostos básicos; Esses impulsos, que se caracterizam pelo irracional de seu conteúdo, têm uma força e uma realidade que se manifesta na conduta do grupo. As suposições básicas são inconscientes, e muitas vezes opostas às opiniões conscientes e racionais dos membros que compõem o grupo.
Contribuição de Bion: supostos básicos - Dependência: se comportar como se um líder fosse se responsabilizar por todas as iniciativas e tomar conta dos membros do grupo. Fantasia: o líder é uma figura onipotente (típico dos grupos religiosos) Luta-fuga: o grupo age como se existisse um inimigo que deveria enfrentar ou evitar. Fantasia: o líder é invencível (típico dos grupos militares) Acasalamento ou expectativa messiânica Crença de que os problemas ou as necessidades do grupo serão solucionados por alguém que ainda não nasceu e que o fará mediante a junção de dois membros do grupo. Fantasia: o líder é perfeito (típico das sociedades políticas)
A contribuição não se restringiu às questões teóricas; Os discípulos de Freud criaram modelos psicoterápicos aplicáveis aos grupos; PAPEL DO TERAPEUTA: oferecer condições para que se processe e possa operar, de modo eficaz, o pensamento grupal.
IMPORTANTE: grupoanálise e psicanálise, apesar de suas bases comuns, são processos distintos não pode haver uma transposição acrítica. Isso vem possibilitando o surgimento de interfaces de outras referencias da psicologia grupal
Osório, Luiz Carlos (2003). Psicologia Grupal: uma nova disciplina para o advento de uma era. Porto Alegre: ARTMED. Minicucci, A. (2007). : teorias e sistemas. São Paulo: Atlas. - BIBLIOGRAFIA