Surrealismo
Surrealismo Movimento artístico e literário nascido em Paris, em 1924, quando foi lançado o Manifesto surrealista, escrito por André Breton. Propunha aos artistas que expressassem livremente suas ideias, dando vazão aos impulsos da vida interior sem refreá-los com nenhum tipo de restrição. Sugeria a expressão do subconsciente, dos sonhos e das fantasias, pregando a livre associação de ideias. É nítida, nesse movimento, a influência das ideias de Sigmund Freud (1856-1939), o fundador da psicanálise. Um dos principais precursores da pintura surrealista é o artista italiano Giorgio De Chirico. Além de Salvador Dalí, destacam-se no Surrealismo os pintores Max Ernst e René Magritte.
Surrealismo René Magritte O pintor belga René Magritte (1898-1967) é um dos principais representantes do Surrealismo. Influenciado pelas obras de Giorgio De Chirico, a partir de 1920 desenvolveu um estilo próprio, explorando obsessivamente certas imagens, como enormes rochas que flutuam no ar e peixes com pernas humanas. As cenas surpreendentes de suas obras revelam também uma visão irônica e bemhumorada da vida humana.
René Magritte Le Fils de Lhomme Surrealismo
Surrealismo Giorgio De Chirico O artista italiano Giorgio De Chirico (1888-1978), destacou-se como pintor e escultor. Seus quadros enigmáticos, povoados de sombras e figuras estranhas que se espalham em espaços vazios, constituem o que ele chamou de "pintura metafísica". Suas obras eram admiradas pelos surrealistas, que se indignaram quando ele retomou alguns princípios clássicos, a partir da década de 1920.
Giorgio De Chirico Heitor e Andromâca Surrealismo
Surrealismo Max Ernst O artista Max Ernst (1891-1976) era de origem alemã, mas naturalizou-se francês em 1958. Dedicou-se a várias atividades artísticas, tendo se destacado como pintor surrealista.
Surrealismo Max Ernst O Olho do Silêncio.
Salvador Dali Salvador Dalí é um dos artistas mais conhecidos do século XX. Nasceu, em 1904, na cidade catalã de Figueres e aí morreu, em 1989. Foi um autêntico showman, e seu rosto moreno, com os olhos espantados e os longos bigodes levantados nas pontas, tornou-se uma espécie de ícone da irreverente arte de vanguarda do século XX. A partir de 1927 aproximou-se cada vez mais do Surrealismo, tendo desenvolvido um método a que chamou "críticoparanóico", que envolvia várias formas subjetivas de associações de ideias e imagens. Ainda que suas imagens fossem fantásticas, eram sempre pintadas com uma incrível técnica acadêmica e precisão fotográfica. Dedicou-se a várias atividades profissionais, mas destacou-se, sem dúvida, como pintor, tendo deixado algumas obras que já se incorporaram ao imaginário da cultura ocidental, como, por exemplo, a pequena tela intitulada A persistência da memória.
Salvador Dali O olho do tempo A ideia da passagem do tempo está presente em várias outras obras de Dalí, inclusive neste curioso relógio feito por ele, em 1949, com esfera esmaltada, diamantes em moldura de platina e um rubi chamado O olho do tempo
O olho do tempo Salvador Dali
Salvador Dali Obra: A persistência da memória Essa pequena tela é uma das obras de arte mais famosas do século XX. As imagens flácidas dos relógios que se dobram, mas não se desfazem, evocam a obsessão humana com a passagem do tempo e com a memória. A paisagem de fundo lembra o Port Lligat, próximo de Figueres, onde Dalí nasceu e viveu. Mais tarde, Dalí diria que o tema dessa tela surgira quando meditava sobre a natureza do queijo camembert... Ao longo do tempo, no entanto, essa obra deu margem a numerosas e variadas interpretações. A ideia da passagem do tempo está presente em várias outras obras de Dalí, inclusive em um curioso relógio feito por ele, em 1949, chamado O olho do tempo.
A Persistência da Memória
Salvador Dali Construção mole com feijões cozidos: premonição da guerra civil espanhola Dalí constrói nessa tela uma poderosa imagem de violência e crueldade. Pintada três anos antes da eclosão da sangrenta Guerra Civil Espanhola, foi vista por Dalí como uma espécie de intuição dos tempos terríveis que estavam para chegar. Essa imagem monstruosa e torturada da agonia faz lembrar as visões aterradoras de um outro grande pintor espanhol: Goya. Dalí voltou ao tema da destruição no quadro A face da guerra, de 1940.
Construção Mole com Feijões Cozidos: Premonição da Guerra Civil Espanhola
Salvador Dali O grande paranóico Dalí tornou-se um mestre na pintura de imagens duplas, isto é, imagens que permitem duas leituras, dependendo do modo como são vistas. Repare que, se olharmos de longe, veremos um enigmático rosto paranóico no centro da tela. Mas, se olharmos de perto, veremos que esse rosto é composto de várias outras figuras humanas, que fazem gestos de tristeza ou desalento. O rosto paranóico repete-se, em ponto menor, no fundo, à esquerda. À direita, um grupo de pessoas tenta arrastar uma espécie de barco sobre a areia. Seria um delírio da mente paranóica? Dalí explorou o recurso da dupla imagem em vários outros quadros, como Espanha, por exemplo. Um dos pintores que se dedicou à produção de quadros com dupla imagem foi também o italiano Arcimboldo, no século XVI, que Dalí conhecia e admirava.
O Grande Paranóico
Salvador Dali Sonho provocado pelo vôo de uma abelha, em torno de uma romã, um segundo antes de acordar. O desejo de exploração do fantástico mundo dos sonhos que povoam a mente humana está muito bem representado nas figuras inusitadas desse quadro. O corpo feminino, sensualmente representado, é de Gala, mulher de Dalí. Observe que ela não está deitada sobre a pedra, mas flutua sobre ela, com uma das pernas dobrada, cercada pelo oceano, geralmente um símbolo do inconsciente. Embaixo do corpo, vemos uma pequena abelha e uma romã. À esquerda, outra romã, enorme, de onde sai um peixe de cuja boca sai um tigre, ladeado por outro tigre, pintados com precisão acadêmica. A ideia de ferocidade dos tigres é reforçada pela baioneta que fere o braço da mulher, que, no entanto, continua a dormir placidamente. Completando o universo onírico do quadro, temos, ao longe, um elefante com longas pernas de pau, como se fosse um figurante de um circo fantástico. Dalí explorou obsessivamente o universo dos sonhos em seus quadros. Um dos mais famosos tem, justamente, o título de O sonho, pintado em 1931.
Sonho provocado pelo voo de uma abelha, em torno de uma romã, um segundo antes de acordar.
Salvador Dali Cristo de São João da Cruz Um dos mais apreciados quadros de Salvador Dalí, que dá um tratamento absolutamente inédito ao tema da representação da crucificação de Cristo. Seu ponto de partida foi um desenho atribuído ao místico espanhol São João da Cruz (1542-1591), depois de ter tido uma visão. O Cristo crucificado paira sobre o mundo, como a velar por ele. Embaixo, pescadores recolhem as redes, lembrando o Port Lligat, perto de Figueres, onde nasceu e viveu Dalí, e evocando a figura de alguns apóstolos, pescadores que viviam à beira do Mar da Galiléia.
Cristo de São João da Cruz