Preços de bens alimentares BOLETIM Nº 3 Mercados da Cidade de Maputo Julho de 17 Yara Pedro Nova 1 e Jonas Ubiza 2 1. Introdução O Observatório do Meio Rural (OMR) iniciou no passado mês de Maio o trabalho de recolha de preços dos principais produtos alimentares e outros do cabaz de consumo, em continuidade seguemse o mesmo para o mês de Junho. Os produtos escolhidos foram os seguintes (por sequência alfabética): açúcar branco e castanho; alface; amendoim; arroz (nacional e importado); banana; batata-reno; batata-doce; carvão; cebola; coco; couve; farinha de milho (nacional e importada); feijão manteiga; feijão nhemba; folha de abóbora (mboa); folha de mandioca (matapa); galinha; mandioca; massa esparguete; milho; óleo; ovos; peixe carapau; peixe seco; repolho; sal e tomate. Nos boletins mensais apresenta-se somente a evolução dos seguintes produtos (por ordem de apresentação dos gráficos): (1) farinha de milho; (2) arroz; (3) massa espaguete; (4) amendoim; (5) coco; (6) feijão nhemba; (7) tomate; (8) batata reno; (9) cebola; (10) repolho; (11) sal; () açúcar; () óleo alimentar; (14) peixe carapau; e (15) carvão. Os preços foram recolhidos pelo OMR, sempre no mesmo dia da semana e a horas aproximadas, nos mercados Central, Fajardo, Xipamanine, Xiquelene e Zimpeto. Consideraram-se estes como os principais mercados da Cidade de Maputo pela dimensão, localização e distribuição geográfica. A recolha da informação é obtida directamente (no caso dos preços estarem afixados) ou por pergunta ao vendedor como se o inquiridor pretendesse adquirir o produto alimentar. No que respeita às unidades de medida dos preços de alguns bens, persiste ainda a necessidade de serem feitas as conversões para quilograma para a sua uniformização. A mesma será ajustada nos posteriores boletins. O OMR manterá este projecto de pesquisa por todo o ano de 17. Pretende-se acompanhar a evolução mensal dos preços de alguns dos principais bens de consumo da população de renda baixa. Em finais de 17 far-se-á uma análise detalhada da evolução dos preços dos bens recolhidos, acrescentando outros bens e serviços, como, por exemplo, transportes públicos energia, água, entre outros. 1 Yara Pedro Nova, licenciada em Economia e Monitora de investigação no OMR. 2 Jonas Ubiza, trabalhador do OMR. 1
2. Evolução dos preços Nos gráficos são apresentados os preços do primeiro e do último dia de recolha de informação (dias 5 e 26 de Julho, respectivamente). Os gráficos são apresentados por mercado. A sequência da representação dos locais nos gráficos é aleatória. As ausências de informação em alguns dias, implica a sua não representação no respectivo gráfico. Aspectos específicos são referidos em "Nota", abaixo de cada gráfico. As linhas vermelhas que se encontram nos gráficos, representam as médias por mercado e bem do mês de anterior, possibilitando a ilustração da evolução dos mesmos. Gráfico 1 Farinha de milho importado "Star" (MZN por quilograma) 65 60 50 45 50 50 47 45 50 45 Nota: Optou-se pela farinha importada por ser mais oferecido no mercado. Foi utilizado igual critério para a marca seleccionada. Gráfico 2 Arroz importado "Família Feliz" (MZN por quilograma) 35,2 37,6 35,2 38,0 44,0 51,2 34,8 37,8 33,6 36,0 Nota: Optou-se por esta marca por ser uma das mais consumidas. 2
Gráfico 3 Massa esparguete "Polana" (MZN por pacote 700g) 27 27 26 25 30 31 25 25 25 26 Nota: Optou-se por esta marca por ser nacional e uma das mais consumidas e adquiridas no mercado. Gráfico 4 Amendoim (MZN por copo) 11 10 15 Nota: Os dados obtidos no mercado Central não foram incluídos porque foram recolhidos em quilogramas, conforme a prática do local. Nos outros mercados o produto é vendido principalmente considerando a caneca como unidade de medida. A medição será harmonizada em posteriores boletins. Gráfico 5 Coco (MZN por unidade) 10 10 3
Gráfico 6 Feijão nhemba (MZN por copo 15 15 15 15 Nota: Idem nota do gráfico do amendoim. Gráfico 7 Tomate (MZN por molho) 30 10 10 Nota: Idem nota do gráfico do amendoim. Gráfico 8 Cebola (MZN por 10 kg) 160 150 240 230 2 230 2 250 180 4
Gráfico 9 Batata-reno (MZN por 10 kg) 150 180 230 0 0 240 2 2 0 Gráfico 10 Repolho médio (MZN por unidade) 50 30 25 40 40 30 Gráfico 11 Sal (MZN por quilograma) 18 18 15 15 15 15 18 15 5
Gráfico Açúcar castanho (MZN por quilograma) 68,75 63 63 65 65 65 65 65 65 65 65 Nota: Optou-se pelo preço do açúcar castanho por ser o mais consumido e adquirido nos mercados. Graficamente aparenta ter havido uma redução importante do preço. Esta percepção é derivada da escala utilizada. Para evitar a ideia de ter havido uma alteração significativa dos preços, colocou-se o valor do preço médio do mês anterior. Gráfico Óleo alimentar "Maeva" (MZN por garrafão de 5 litros) 350 350 380 370 400 400 380 360 380 400 Nota: Optou-se por esta marca por ser uma das mais consumidas. Gráfico 14 Peixe carapau (MZN por quilograma) 100 100 100 100 100 100 100 90 90 90 6
Gráfico 15 Carvão (MZN por molho) 40 40 Nota: O carvão é vendido principalmente considerando molhos em plásticos como unidade de medida. 3. Breve análise de dados Apresentados os gráficos pode-se constatar o seguinte: 1. Em geral, os preços apresentam uma tendência a reduzir quando comparado com o mês de Julho (com excepção de alguns produtos). No decorrer do mês de Julho foi realizado um inquérito aos diferentes agentes económicos (produtores, retalhistas, grossistas e consumidores) e nos mercados selecionados, a fim de averiguar as reais razões que levaram à redução dos preços. As razões apresentadas pelos inquiridos resumem-se nas seguintes: para o caso dos bens importados (por exemplo, a cebola e a batata-reno), apontam a variação da taxa de câmbio (embora, na realidade, muito ligeira), como o principal factor. Para os produtos de origem nacional foi referido o aumento da oferta (época de colheita). Foi ainda referido que houve uma maior procura de bens devido à baixa de preços e à entrada no mercado de mais retalhistas, o que aumentou a concorrência e contribuiu para a redução dos preços. 2. Alguns preços praticados no Zimpeto têm influência sobre os preços praticados nos outros mercados, na medida em que os retalhistas de outros mercados afirmaram que é aí onde adquirem os seus produtos. Este facto, associado à informação sobre os preços, pode justificar a tendência para a igualação dos preços entre os mercados. 3. O mercado central foi o que registou os preços mais elevados (1) localização e tipos de compradores; (2) preços de compra do retalhista ao produtor ou ao comerciante grossista mais elevados. 7