TURISMO COLABORATIVO NA WEB: PROCESSOS COMUNICATIVOS VIRTUAIS NAS REDES DE TROCAS E PARCERIAS EM VIAGENS. Thaís Costa Curso: Turismo

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Transcrição:

APÊNDICE B MODELO DE PROJETO DE PESQUISA DO PROFESSOR Projeto de Pesquisa - Thaís Costa TURISMO COLABORATIVO NA WEB: PROCESSOS COMUNICATIVOS VIRTUAIS NAS REDES DE TROCAS E PARCERIAS EM VIAGENS Nome do Professor: Thaís Costa Curso: Turismo Unidade: Botafogo Data: 12 de julho de 2017 1. Tema Esta pesquisa abrange os temas turismo colaborativo e cultura de redes. Tem como objeto principal as plataformas de comunicação virtuais voltadas às trocas e parcerias no âmbito das viagens. 2. Delimitação do Tema Os relevantes e crescentes índices econômicos gerados pela atividade turística mundial, apontados rotineiramente pela Organização Mundial do Turismo - OMT, enfatizam a importância deste setor para a circulação de capitais e divisas, contribuindo para o desenvolvimento financeiro de diversos países. Contudo, o modelo de produção pós-fordista aponta para uma crescente diversidade de práticas turísticas associadas às transformações sociais contemporâneas, gerando o que vem sendo chamado de pósturismo. Dentre os fluxos turísticos nacionais e internacionais, existem múltiplos movimentos que privilegiam trocas de produtos e serviços para possibilitar viagens dos mais diversos grupos sociais, distanciando-se assim, dos ideais tradicionais capitalistas baseados essencialmente na geração de lucros e acumulação de capital. Neste cenário, o turismo colaborativo tem se apresentado como uma tendência internacional, buscado por turistas que priorizam o baixo custo de suas viagens e a maior interação com a população local do destino. Estes viajantes, articulados em redes, são em muitos os casos, produtores e usuários de distintas plataformas virtuais que oferecem oportunidades de compartilhamento de

serviços de viagens, fundamentais nesses processos comunicativos. Dentre as diversas iniciativas voltadas para o turismo colaborativo estão as redes sociais online Couchsurfing, House Sitting, Hospitality Club, Carona Solidária, Home Exchange, Woofing, Hospitality Club e também grupos de discussão no facebook, como o Couchsurfing das Mina. Algumas destas surgindo em função de demandas não supridas por plataformas mais antigas que foram se transformando e capturando alguns dos valores inicialmente traçados, como ocorreu com o Couchsurfing após incluir serviços pagos, por exemplo. Estas plataformas oferecem serviços de hospedagem solidária, em que pessoas recebem viajantes em suas residências gratuitamente ou em troca de algum serviço, como por exemplo, cuidar de seus animais domésticos. Ou ainda, motoristas que oferecem carona para viajantes que percorrerão a mesma rota. Os processos de mediação dessas redes são distintos, potencialmente influenciadores da produção de subjetividades e, de modo geral, se desenvolvem a partir do trabalho voluntário dos próprios usuários. Esta forma de viajar segue os princípios da economia da dádiva, pesquisada por Mauss (1974), fundamentada na tríade dar, receber e retribuir. E consoante a esta teoria, os processos colaborativos vem se fortalecendo exponencialmente, balizados no desejo de fortalecer uma relação dialogal entre visitantes e visitados e nas experiências coletivas de trabalho imaterial, conforme conceito explicitado por Lazzarato e Negri (2001). Esse tipo de trabalho é realizado em parceria entre os viajantes e com a mediação de plataformas virtuais disponíveis na internet, como a rede social online Couchsurfing, que oferece a oportunidade de trocas de hospedagens e outros serviços entre os usuários. Estas práticas estão associadas à questões inerentes à economia pós-fordista e ao capitalismo cognitivo, muito favorecidos com a intensificação do uso das tecnologias de informação e comunicação. A segmentação do turismo também se fortalece neste cenário, em que as práticas de consumo em muito são classificadas por nichos. Neste parâmetro está o turismo de experiência, galgado na superação de modelos estereotipados e convencionais de viagens, como Netto (2010) defende.

Os usuários dessas plataformas virtuais colaborativas de viagem, desse modo, buscam uma nova forma de viajar, com um custo mais baixo e com a possibilidade significativa de compartilhamento de suas experiências com a população local do destino visitado. Além dos desdobramentos apontados, o tema abrange ainda o caráter móvel desses viajantes, em que se pretende dialogar com o Paradigma das Novas Mobilidades (ELLIOT; URRY, 2010) em suas distintas categorias, como o movimento físico de pessoas e objetos, a mobilidade imaginativa, a mobilidade virtual e, sobretudo, a mobilidade comunicativa. 3. Problema As reflexões acerca desta temática partem das seguintes indagações: Como se constituem os processos comunicativos virtuais que possibilitam as articulações entre os membros das redes de turismo colaborativo? De que forma as plataformas virtuais agem na mediação e na produção de subjetividades desses viajantes? 4. Objetivos Essa pesquisa busca, portanto, identificar e analisar os processos de comunicação virtuais das redes de viajantes colaborativos; assim como, refletir sobre as formas de mediação dessas redes e suas influências na produção de subjetividades. Também é de interesse desta investigação, analisar as transformações dessas plataformas digitais, considerando algumas capturas de ideais colaborativos e de parceria. 5. Justificativa Ressalta-se a importância desta pesquisa, sobretudo, como contribuição ao escasso material teórico e empírico existente sobre as temáticas aqui abordadas. De modo geral, poucas pesquisas se dedicam a investigar o turismo em seu viés mais solidário. Esta carência de dados em muito pode ser explicada pela recente proliferação das iniciativas voltadas para o turismo colaborativo e pelo caráter dinâmico e complexo das redes sociais envolvidas. Por essa razão, cartografar e analisar essas redes, destacando as ferramentas tecnológicas envolvidas, podem ser consideradas ações oportunas de acompanhamento e pesquisa, visando propiciar um melhor entendimento sobre o papel

dessas plataformas nas práticas turísticas solidárias e no relacionamento entre seus usuários. Este estudo oportunizará, ainda, a compreensão sobre a influência das novas tecnologias da informação e comunicação na pluralização dos modos de viajar, nos processos de produção colaborativa e nas subjetividades dos atores destas redes. Novas perspectivas sobre os processos comunicativos virtuais serão ressaltadas, possibilitando desenvolver conceitos mais abrangentes que contemplem as multiplicidades de elementos relacionados ao tema. 6. Metodologia Como metodologia a ser aplicada, intenta-se realizar uma revisão bibliográfica sobre temas correlatos, sobretudo no que tange a economia da dádiva (MAUSS), às mobilidades (ELLIOT, URRY), ao turismo de experiência (PANOSSO NETTO), às redes (LATOUR) e (DELEUZE), à remixabilidade (MANOVICH) e ao trabalho imaterial (LAZZARATO; NEGRI). Posteriormente, pretende-se cartografar as plataformas virtuais que promovam o turismo colaborativo, compreender seus desdobramentos e realizar um trabalho etnográfico multi-situado com os atores envolvidos. 7. Resumo do projeto para internet (Entre 200 e 500 palavras) A economia pós-fordista aponta para uma crescente diversidade de práticas turísticas associadas às transformações sociais contemporâneas. Balizado em um modelo econômico distinto do tradicional capitalista, o turismo colaborativo tem se apresentado como uma tendência internacional; em muitos os casos, preconizando as trocas em detrimento do lucro e acúmulo de capital. Este tipo de turismo vem sendo buscado, geralmente, por turistas que priorizam o baixo custo de suas viagens e a maior interação com os moradores do destino. Viajantes articulados em redes são, em muitos os casos, produtores e usuários de distintas plataformas virtuais que oferecem oportunidades de trocas e parcerias em viagens, ferramentas fundamentais nesses processos comunicativos. Dentre as diversas iniciativas voltadas para o turismo colaborativo estão as redes sociais online Couchsurfing, House Sitting, Hospitality Club, Carona Solidária. Os processos de mediação dessas plataformas são distintos, potencialmente

influenciadores da produção de subjetividades e, de modo geral, se desenvolvem a partir do trabalho voluntário dos próprios usuários. Essa pesquisa busca, portanto, identificar e analisar os processos de comunicação virtuais das redes de viajantes colaborativos; assim como refletir sobre as formas de mediação dessas redes e suas influências na produção de subjetividades. É de interesse desta pesquisa, ainda, analisar as transformações pelas quais essas plataformas digitais vem passando, considerando algumas capturas dos ideais colaborativos e de parceria. Como metodologia a ser aplicada, intenta-se realizar uma revisão bibliográfica sobre temas correlatos, sobretudo em relação à economia da dádiva (MAUSS, 1974), à mobilidade (ELLIOT; URRY, 2010), ao turismo de experiência (PANOSSO NETTO; GAETA, 2010), às redes (LATOUR, 2012) e (DELEUZE, 1995) e ao trabalho imaterial (LAZZARATO; NEGRI, 2001). Posteriormente, pretende-se cartografar as plataformas virtuais que promovam o turismo colaborativo, compreender suas funcionalidades e desdobramentos e realizar uma etnografia multi-situada (MARCUS, 1995) com os atores envolvidos. 8. Cronograma da Pesquisa ATIVIDADES MÊS/ANO 09/17 10/17 11/17 12/17 01/18 02/18 03/18 04/18 05/18 06/18 07/18 08/18 Levantamento bibliográfico X X X X Reuniões de discussão X X X X X X X X Mapeamento das plataformas online de viagens colaborativas Levantamento de dados em periódicos e mídias sociais Realização de entrevistas com usuários dessas plataformas X X X X X X X X X Discussão e Análise dos dados X X Produção de textos acadêmicos X X Divulgação dos resultados X BIBLIOGRAFIA ANTOUN, Henrique, MALINI, Fábio. A internet e a rua: ciberativismo e mobilização nas redes sociais. Porto Alegre: Sulina, 2013. BAUMAN, Zygmunt. Globalização: As Consequências Humanas. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1998.

BRUNO, Fernanda. A rede e o problema da mediação: uma nota sobre o ciberespaço. Série Documenta, Rio de Janeiro, v. VIII, n. 12-13, p. 185-212, 2003. DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. 1. São Paulo: Editora 34. 1995. ELLIOTT, Anthony; URRY, John. Mobile Lives. London: Routledge, 2010. ENNE, Ana Lúcia. Conceito de rede e as sociedades contemporâneas. Comunicação e Informação, V 7, n 2: p. 264-273. - jul./dez.2004. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2009. LATOUR, Bruno. Reagregando o Social. Salvador: Edufba, 2012. LAZZARATO, M. e NEGRI, A. Trabalho imaterial: formas de vida e produção de subjetividade. Rio de Janeiro, DP&A, 2001. MALINI, Fábio. Cobertura colaborativa nas redes sociais: entre a emergência e na programação. In: 9o Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, 2011, Rio de Janeiro. MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: Sociologia e antropologia, vol. II. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda., 1974. NETTO, Alexandre Panosso; GAETA, Cecília. Turismo de experiência. São Paulo: Senac, 2010. RHEINGOLD, H. 1993. The virtual community: homesteading on the electronic frontier. Nova Iorque, Harper Collins. Disponível em: http://www.rheingold.com/vc/book. URRY, John. O Olhar do Turista. Editora Studio Nobel/SESC: São Paulo. 2001. VOUGA, André; CANO, Amanda; VASCO, Isabelli. Ecos contraculturais em plataformas comunicacionais de consumo colaborativo: insights a partir do caso do Couchsurfing.com. Rio de Janeiro: XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2015.